12/01/2021

A tarefa dos pais de família é importantíssima

Admira a bondade do nosso Pai Deus: não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que amas com loucura, são matéria de santidade? (Forja, 689)

Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como "sacramentum magnum", sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.

– Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.

Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, 691)

Nas minhas conversas com tantos casais, insisto em que, enquanto eles viverem e os filhos também viverem, devem ajudá-los a ser santos, sabendo que na terra ninguém será santo. Não faremos mais que lutar, lutar e lutar. E acrescento: – Vós, mães e pais cristãos, sois um grande motor espiritual, que manda aos vossos filhos fortaleza de Deus para essa luta, para vencer, para que sejam santos. Não os defraudeis! (Forja, 692)

Não tenhas medo de querer bem às almas, por Ele; e não te importes de amar ainda mais aos teus, sempre que, querendo-lhes muito, o ames a Ele milhões de vezes mais. (Sulco, 693)

Pela tua intimidade com Cristo, estás obrigado a dar fruto: Fruto que sacie a fome das almas, quando se aproximarem de ti, no trabalho, no convívio, no ambiente familiar... (Forja, 981)

 

São José CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE

 

CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE 

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

 

7. Pai na sombra

 

Ser pai significa introduzir o filho na experiência da vida, na realidade. Não segurá-lo, nem prendê-lo, nem subjugá-lo, mas torná-lo capaz de opções, de liberdade, de partir. Talvez seja por isso que a tradição, referindo-se a José, ao lado do apelido de pai colocou também o de «castíssimo». Não se trata duma indicação meramente afectiva, mas é a síntese duma atitude que exprime o contrário da posse. A castidade é a liberdade da posse em todos os campos da vida. Um amor só é verdadeiramente tal, quando é casto. O amor que quer possuir, acaba sempre por se tornar perigoso: prende, sufoca, torna infeliz. O próprio Deus amou o homem com amor casto, deixando-o livre inclusive de errar e opor-se a Ele. A lógica do amor é sempre uma lógica de liberdade, e José soube amar de maneira extraordinariamente livre. Nunca se colocou a si mesmo no centro; soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida.

 

A felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo. Naquele homem, nunca se nota frustração, mas apenas confiança. O seu silêncio persistente não inclui lamentações, mas sempre gestos concretos de confiança. O mundo precisa de pais, rejeita os dominadores, isto é, rejeita quem quer usar a posse do outro para preencher o seu próprio vazio; rejeita aqueles que confundem autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição. Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício. Mesmo no sacerdócio e na vida consagrada, requer-se este género de maturidade. Quando uma vocação matrimonial, celibatária ou virginal não chega à maturação do dom de si mesmo, detendo-se apenas na lógica do sacrifício, então, em vez de significar a beleza e a alegria do amor, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração.

 

A paternidade, que renuncia à tentação de decidir a vida dos filhos, sempre abre espaços para o inédito. Cada filho traz sempre consigo um mistério, algo de inédito que só pode ser revelado com a ajuda dum pai que respeite a sua liberdade. Um pai sente que completou a sua ação educativa e viveu plenamente a paternidade, apenas quando se tornou «inútil», quando vê que o filho se torna autónomo e caminha sozinho pelas sendas da vida, quando se coloca na situação de José, que sempre soube que aquele Menino não era seu: fora simplesmente confiado aos seus cuidados. No fundo, é isto mesmo que dá a entender Jesus quando afirma: «Na terra, a ninguém chameis “Pai”, porque um só é o vosso “Pai”, aquele que está no Céu» (Mt 23, 9).

 

Todas as vezes que nos encontramos na condição de exercitar a paternidade, devemos lembrar-nos que nunca é exercício de posse, mas «sinal» que remete para uma paternidade mais alta. Em certo sentido, estamos sempre todos na condição de José: sombra do único Pai celeste, que «faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus, e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (Mt 5, 45); e sombra que acompanha o Filho.

 

Francisco

 

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LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 12

 

Evangelho

 

Mt XXIV 23 - 41

 

Sinais do fim do mundo

 

23 «Então, se vierem dizer-vos: ‘Aqui está o Messias’, ou ‘Ali está Ele’, não acrediteis; 24 porque hão-de surgir falsos messias e falsos profetas, que farão grandes milagres e prodígios, a ponto de desencaminharem, se possível, até os eleitos. 25 Olhai que já vos preveni. 26 Por isso, se vos disserem: ‘Ele está no deserto’, não saiais; ‘Ei-lo no interior da casa’, não acrediteis. 27 Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e brilha até ao Ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem. 28 Onde houver um cadáver, aí se juntarão os abutres.» 29 «Logo após a aflição daqueles dias, o Sol irá escurecer-se, a Lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados. 30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens do céu, com grande poder e glória. 31 Ele enviará os seus anjos, com uma trombeta altissonante, para reunir os seus eleitos desde os quatro ventos, de um extremo ao outro do céu.» 32 «Aprendei da comparação tirada da figueira: quando os seus ramos se tornam tenros e as folhas começam a despontar, sabeis que o Verão está próximo. 33 Assim também, quando virdes tudo isto, ficai sabendo que Ele está próximo, à porta. 34 Em verdade vos digo: Esta geração não passará sem que tudo isto aconteça. 35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.»

 

Incerteza da hora do Juízo

 

36 «Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe: nem os anjos do Céu nem o Filho; só o Pai. 37 Como foi nos dias de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. 38 Nos dias que precederam o dilúvio, comia-se, bebia-se, os homens casavam e as mulheres eram dadas em casamento, até ao dia em que Noé entrou na Arca; 39 e não deram por nada até chegar o dilúvio, que a todos arrastou. Assim será também a vinda do Filho do Homem. 40 Então, estarão dois homens no campo: um será levado e outro deixado; 41 duas mulheres estarão a moer no mesmo moinho: uma será levada e outra deixada.

 


Optimismo

 

  Não poucas vezes considera-se que a pessoa optimista tem uma visão desfocada da realidade, que espera sempre algo que resolva o problema ou a situação, algo que não sabe bem o que é ou vindo de quem, nem quando, mas que, seguramente, acontecerá.

Bem, a pessoa com estas características não pode considerar-se optimista, pelo menos à luz do conceito que fazemos do optimismo e que é:

        A tendência para pensar de forma positiva.

  A recomendação de São Josemaria Escrivá é muito esclarecedora: ‘Fé, alegria, optimismo, - mas não a estupidez de fechar os olhos à realidade.’ [1]

  Na verdade tudo quanto se nos depara na vida corrente tem várias formas de ser avaliado ou considerado mas, destas, duas avultam:

Com atitude negativa que leva a considerar a inevitabilidade do que sucede ou se presume vai acontecer;

Com atitude positiva que considera as possibilidades de influir, alterar ou modificar, se for caso disso, a ver o lado bom, a retirar sempre um bem mesmo de algo, aparentemente, mau.

  É muito conhecida a citação que refere a forma de duas pessoas sedentas avaliarem a água contida num jarro: um considera que está quase cheio, enquanto, outro dirá que está meio vazio.

  Ambas as apreciações são verdadeiras e referem-se a uma mesma coisa, dependendo a sua expressão do enfoque de cada um.

Liminarmente, poder-se-ia dizer que o primeiro é optimista – ‘que bom, ainda tenho água para matar a sede’ - e o segundo exactamente o contrário – ‘provavelmente esta quantidade de água não será suficiente para a sede que tenho’.

  O optimismo cristão baseia-se na certeza de que Deus não nos envia nada superior às nossas forças e, se dá a carga, também dá a força para a suportar.

  ‘Ontem, pela manhã, fui à Sixtina votar tranquilamente. Jamais imaginara o que iria suceder. Mal tinha começado o perigo para mim, os dois colegas que estavam a meu lado sussurraram-me palavras de alento. Um disse: Ânimo! Se o Senhor dá um peso, também dá a ajuda para o levar.’ [2]

  Sendo assim, o optimismo não deixa lugar ao derrotismo nem à excessiva preocupação.

  Naturalmente que – e falamos do optimismo saudável, isto é, consciente – esta convicção nasce de um estado de alma onde a confiança em Deus ocupa um lugar predominante.

Bem visto, esta atitude de confiança, não deve iludir o que cada um tem de se propor ou fazer para que as situações se clarifiquem ou resolvam.

Mesmo observada pelo lado estritamente material, esta atitude atrás referida, deve ser sempre tida em conta.

  Não se pode querer ganhar a lotaria sem, pelo menos, previamente comprar uma cautela.

  O que São Josemaria Escrivá chamava a ‘mística do oxalá - oxalá não me tivesse casado; oxalá não tivesse esta profissão; oxalá tivesse mais saúde; oxalá fosse mais novo; oxalá fosse velho!...?’ [3] não conduz, obviamente a coisa nenhuma, servindo apenas para distrair a mente da realidade e impedir a vontade de influir nessa mesma realidade.

  Há pessoas que andam pela vida como que carregando um peso insuportável, de semblante carregado, com ar de derrota e inevitabilidade confrangedores.

Não é exagero! Olhemos bem à nossa volta, quem se cruza connosco na rua ou se senta no mesmo transporte público que nós e comprovaremos o que se diz.

Arrancar um sorriso a estas pessoas, é um desafio fenomenal, de tal forma estão dominadas pelo seu sentimento de desgraçados, de vítimas de todas as misérias e coisas más da vida.

  Há, parece, uma espécie de “tristeza social” que quase se apalpa no dia-a-dia.

  Tal tem de ser contrariado, há que dizer às pessoas que nem tudo é mau, que o futuro não tem que ser pior que o dia de hoje, que há esperança de evolução positiva da sociedade, que o bem acabará por triunfar sobre o mal, que, em suma, há motivos e razões suficientes para o optimismo.

 



[1] são josemaria escrivá, Caminho, 40

[2] joão paulo i, Angelus 1978.08.27

[3] s. josemaria escrivá, Temas Actuais do Cristianismo, 116

Reflexão

 

Olhai que perdeis um grande tesouro e que fareis muito mais com uma palavra de quando em vez do Pater noster, que dizer-Lhe muitas vezes apressadamente; estai muito junto a quem pedis, não deixará de vos ouvir; e acreditai que aqui está o verdadeiro louvar e santificar o Seu Nome.

 

(Santa Teresa de Ávila, Caminho de perfeição, 31, 13)

Pequena agenda do cristão

  


TeRÇa-Feira

Pequena agenda do cristão 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Salmo II

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.
Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta. (Santa Teresa de Jesus)