Questão 48: Da distinção das coisas em especial
Art. 2 – Se a desigualdade das coisas provém de Deus.
(Infra, q. 65. a. 2; II Cont. Gent., cap. XLIV, XLV; III, cap. XCVII; De Pot., q. 3, a. 16; De Anima, a. 7; Compend. Theol., cap. LXXIII, c. II; De Div. Nom., cap. IV. lect. XVI).
O segundo discute-se assim. – Parece não provir de Deus a desigualdade das coisas.
1. – Quem é óptimo produz coisas óptimas. Ora, entre coisas óptimas, uma não o é mais que outra. Logo Deus, que é óptimo, deve fazer todas as coisas iguais.
2. Demais. – A igualdade é efeito da unidade, como diz Aristóteles . Ora, Deus é um. Logo, fez todas as coisas iguais.
3. Demais. – A justiça consiste em dar a indivíduos desiguais coisas desiguais. Ora, Deus é justo em todas as suas obras. Como, porém, a sua operação, pela qual comunica o ser às coisas, não pressupõe nelas nenhuma desigualdade, resulta que as fez todas iguais.
Mas, em contrário, a Escritura (Eccle 33, 7-8): Porque é que um dia é preferido a outro dia, uma luz a outra luz, e um ano a outro ano, provindo todos do mesmo sol? Foi a ciência do Senhor que os diferenciou.
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