21/03/2021

São Josemaria – Textos

 


Servir Nosso Senhor e os homens

Qualquer actividade – quer seja ou não humanamente muito importante – tem de converter-se para ti num meio de servir Nosso Senhor e os homens: aí está a verdadeira dimensão da sua importância. (Forja, 684)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas. Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)

Leitura Espiritual Mar 21

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc X, 38-42; Lc XI, 1-13

 

Marta e Maria

38 Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39 Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. 40 Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.» 41 O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; 42 mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»

 

Sobre a oração

XI 1 Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.»

 

O Pai-Nosso

2 Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; 3 dá-nos o nosso pão de cada dia; 4 perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»

 

Perseverança e confiança

5 Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele a meio da noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe oferecer’, 7 e se ele lhe responder lá de dentro: ‘Não me incomodes, a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para tos dar’. 8 Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo quanto precisar.» 9 «Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; 10 porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á. 11 Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? 12 Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» 14 Jesus estava a expulsar um demónio mudo. Quando o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. 15 Mas alguns dentre eles disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.»

 

Texto


MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1986

 

 Amados irmãos e irmãs em Cristo!

 

O Evangelho apresenta-nos a lei da caridade, enunciada de maneira bem clara com palavras e com os exemplos constantes de Cristo, o Bom Samaritano. Ele solicita-nos a amar a Deus e a amar a todos os nossos irmãos, especialmente os mais necessitados. A caridade, de facto, esvazia-nos do nosso egoísmo, abate as barreiras do nosso isolamento, faz-nos abrir os olhos e leva-nos a descobrir o próximo, naqueles que estão junto de nós, naqueles que estão longe de nós e em toda a humanidade. A caridade é exigente mas reconfortante, porque ela constitui a realização da nossa vocação cristã fundamental e leva-nos a participar no Amor do Senhor.

 

A nossa época, como aliás todas as épocas, é tempo de caridade. Não faltarão, certamente, as oportunidades para viver a caridade. Os meios de comunicação todos os dias atraem os nossos olhares e impressionam os nossos corações, fazendo chegar até nós os apelos angustiados e urgentes de milhões de irmãos nossos menos favorecidos atingidos por algum cataclismo, natural ou provocado pelo homem; põem-nos diante de irmãos famintos, feridos no próprio corpo ou na própria alma, enfermos, espoliados, prófugos, isolados e desprovidos de qualquer auxílio. Todos eles estendem a mão para nós cristãos, que queremos viver o Evangelho e o maior e único Mandamento do Amor.

 

Nós, portanto, estamos bem ao corrente. Mas sentir-nos-emos nós interpelados? Como e possível, diante do jornal que lemos ou ouvimos e das imagens do nosso televisor, nós continuarmos a passear como turistas, calma a tranquilamente, a emitir juízos de valor sobre os acontecimentos, sem contudo abandonar o nosso conforto? Poderemos nós recusar-nos a ser importunados, incomodados, aborrecidos mesmo e sacudidos na nossa passividade por esses milhões de seres humanos que são também eles nossos irmãos e nossas irmãs, criaturas de Deus, como nós chamados à vida eterna? Como se poderá permanecer impassível diante de crianças de olhar desvairado e com corpos esqueléticos? Poderá a nossa consciência de cristãos continuar despreocupada neste mundo de sofrimentos? A parábola do Bom Samaritano terá ainda alguma coisa a dizer-nos?

 

No princípio desta Quaresma, tempo de penitência, tempo de reflexão e tempo de generosidade, uma vez mais Cristo faz apelo a todos vós. A Igreja, que quer estar presente no mundo, sobretudo no mundo que sofre, conta convosco. Os sacrifícios que ireis fazer, por pequenos que sejam, salvarão corpos e reanimarão almas e a «civilização do Amor» não há-de ser doravante uma palavra vã.

 

A caridade não hesita, porque ela é a expressão da nossa fé. Que as vossas mãos se abram cordialmente, pois, para partilhar com todos aqueles em quem ireis reconhecer o vosso próximo.

 

«Tornai-vos servos uns dos outros, pela caridade» (Gal 5, 13).

 

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

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Sacramentos

 


Que são os sacramentos – vestígios da Encarnação do Verbo, como afirmaram os antigos – senão a mais clara manifestação deste caminho que Deus escolheu para nos santificar e levar para o Céu? Não vedes que cada sacramento é o amor de Deus, com toda a sua força criadora e redentora, que se nos dá servindo-se de meios materiais? O que é esta Eucaristia – já iminente – senão o Corpo e o Sangue adoráveis do nosso Redentor, que Se nos oferece através da humilde matéria deste mundo – vinho e pão – através dos elementos da natureza cultivados pelo homem, como o último Concílio Ecuménico quis recordar?

(São Josemaria, Temas atuais do cristianismo, 115).

Reflexão na Quaresma

 


Quinto Domingo da Quaresma

Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.

Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.

Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal».

Doutrina

 

A oração

 

2. Conteúdos da oração

Acção de graças.

 

O reconhecimento dos bens recebidos e, através deles, da magnificência e misericórdia divinas, impele a dirigir o espírito a Deus para proclamar e Lhe agradecer os seus benefícios. A atitude de acção de graças enche a Sagrada Escritura, do princípio ao fim e toda a história da espiritualidade. Uma e outra põem em evidência que, quando essa atitude se arraiga na alma, dá lugar a um processo que leva a reconhecer como dom divino, a totalidade do que acontece, não só aquelas realidades que a experiência imediata acredita como gratificantes, mas também as outras que podem parecer negativas ou mesmo adversas.

Consciente de que o acontecer está situado na dependência do desígnio amoroso de Deus, o crente sabe que tudo redunda em bem daqueles – cada homem – que são objecto do amor divino (cf. Rm 8, 28). “Acostuma-te a elevar o coração a Deus, em acção de graças, muitas vezes ao dia. — Porque te dá isto e aquilo. — Porque te desprezaram. — Porque não tens o que precisas ou porque o tens. Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. — Porque criou o Sol e a Lua este animal e aquela planta. — Porque fez aquele homem eloquente e a ti te fez difícil de palavra... Dá-Lhe graças por tudo, porque tudo é bom”. [1]

 



[1] São Josemaria, Caminho, 268.

Pequena agenda do cristão - Domingo

    


DOMINGO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



[i] Cfr. Lc 1, 38
[ii] AMA, orações pessoais
[iii] AMA, orações pessoais
[iv] AMA, orações pessoais
[v] Btº Álvaro del Portillo (oração pessoal)