11/12/2006

REFLEXÕES - Paralizia ou Confiança?

No Evangelho da Missa de hoje, S. Marcos diz-nos que Jesus chegou a Cafarnaúm e logo se soube que estava em casa, e juntaram-se tantos que nem sequer havia lugar à porta. (Mc 2, 1-13).
Quatro amigos dirigiram-se também à casa levando um paralítico; mas não puderam chegar ao pé de Jesus por causa da multidão. Então, valendo-se talvez de uma escada exterior, chegaram até ao telhado com o paralítico; levantaram o tecto sobre o local onde se encontrava o Senhor e, depois de fazer um buraco, desceram a enxerga em que jazia o paralítico. Deixaram a enxerga no meio, diante de Jesus. (Lc 5, 19)
O apostolado, é algo parecido: Por as pessoas diante de Jesus; apesar das dificuldades que isto possa trazer consigo. Deixaram o amigo diante de Jesus. Depois o Senhor fez o resto: Ele é quem realmente faz o que é importante.
Os quatro amigos já conheciam o Mestre, e a sua esperança é tão grande que o milagre terá lugar graças à sua confiança em Jesus. O Evangelho diz-nos que ao ver a fé deles, dos amigos, realizou o milagre. Não se menciona explicítamente a fé do doente, inssiste-se na dos amigos. Venceram obstáculos que pareciam insuperáveis: tiveram de convencer o enfermo. Muita deve ter sido a sua confiança em Jesus, pois só o que está convencido, convence. Quando chegaram à casa estava tão cheia de gente que, parecia, já nada se podia fazer naquela ocasião. Mas não arredam. Superam esta barreira com a sua decisão, com o seu engenho, com o seu interesse. O importante era o encontro entre Jesus e o seu amigo; e para que se realize esse encontro põem todos os meios ao seu alcance. (Cfr Francisco Fernández Carvajal, Hablar con Dios, Adviento, 2ª Semana, Jueves)
Fico-me a pensar:
E eu? Tenho confiança, fé autêntica e indómita, arrosto com as dificuldades ou, deixo-me vencer pelos respeitos humanos, "o que vão dizer", talvez mais logo, depois...vê-se, já lhe falei...mas o sujeito não quer...
Se calhar...nem como paralítico presto!
Era o que faltava...descerem-me por uma corda!
Dar espectáculo!
Não...não, deixem-me cá com a minha paralizia que, eu, depois...quando puder...hei-de lá ir...