09/10/2011

Princípios filosóficos do cristianismo

Introdução 2

Filósofo
Rembrandt
Mas acontece também hoje em dia que a filosofia se encontra num período de esgotamento. Não só caiu o marxismo, mas também caiu a filosofia ocidental, a qual entrou numa situação de cepticismo, incapaz não só de chegar à transcendência de Deus como também à transcendência do próprio homem. É impotente também para fundamentar objectivamente uma moral verdadeiramente humana. A razão, que desde a Ilustração do século XVIII pretendeu poder explicar tudo, encontra-se hoje em dia numa situação de prostração e cepticismo.
Perdeu-se já a esperança da totalidade e da universalidade. Encontramo-nos numa época de transição, caracterizada pela queda da modernidade e pelo início de uma pós-modernidade que não é outra coisa que o epílogo de uma época acabada. Na verdade, a pós-modernidade não nos oferece outra coisa que um niilismo comprazido. Um filósofo de nosso tempo revelou que nunca se teve consciência do fim de uma época como hoje em dia: «é a geração actual a que há-de sair da situação de impasse e esgotamento cultural que assoma por todos os lados. Há uma consciência de fim de época mais aguda que nunca».
Vivemos, com efeito, num estado de insegurança e de incapacidade de síntese, até ao ponto de que um homem como Kolakowski, desenganado do marxismo, tenha constatado a falta de luz e de horizonte para as nossas vidas e sintetizou a situação actual do ocidente nestes termos:
«Tenho a impressão de que na filosofia actual há muitos homens dotados intelectualmente, muito eruditos, mas ao mesmo tempo não há um grande filósofo vivo. Quer dizer, não há homens em quem se possa confiar, que sejam considerados como mestres espirituais e não só como homens muito inteligentes que sabem discutir com habilidade e escrever de modo interessante…
Por um lado, publicam-se excelentes obras filosóficas e históricas. Temos um grande número de centros, muitos homens destacados trabalham em diversas disciplinas humanísticas… E, apesar de tudo isto, vivemos num estado de insegurança e sentimos a falta de mestres da humanidade»

(jose ramón ayllón, trad. ama)

Pensamentos inspirados à procura de Deus


À procura de Deus





Eu creio, logo existo!


jma, 2011.10.09

Deus no centro da tua vida

Duc in altum
Para os que acreditamos em Deus, está fora de toda discussão, que Deus - além de ser nosso Pai, é também nosso Senhor e Criador. Só Ele nos criou, salvou e redimiu. Por Ele vivemos, somos e existimos. Ainda que Ele não apelasse aos seus direitos de criação e redenção, os homens, suas criaturas - “obra das suas mãos “e” filhos por adopção gratuita”, devemos “reconhecê-los “. É justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-lhe graças, sempre e em toda a parte. Deus é a fonte de onde emanam todos os demais direitos. Os tão apregoados direitos dos homens e dos povos, não teriam razão de ser, nem nenhuma consistência, se não partissem de Deus.
A máxima dignidade do ser humano, vem-lhe, precisamente, de ser “obra e filho de Deus, criado à sua imagem e semelhança”. Evidentemente que, que num contexto de autêntico e pleno clima de amor - só se dará no céu - sobraria o apelo aos direitos de Deus, mas, por desgraça, não é esta a situação terrena.
Os mandamentos de Deus estão em vigor ou não? Não são estes a expressão mais clara e contundente dos direitos divinos, que Jesus Cristo não veio abolir, mas sim dar plenitude e cumprimento?


Tudo o aqui expresso, NÃO TEM ANDA A VER NEM COM TEOCRACIAS NEM COM CLEROCRACIAS. É, simplesmente, a expressão mais natural de pessoas cristãs, que põem Deus no centro das suas vidas.


miguel rivilla sanmartin, trad ama

Textos de São Josemaria Escrivá

“Põe tudo nas mãos de Deus”

Além da sua graça abundante e eficaz, Nosso Senhor deu-te a cabeça, as mãos, as faculdades intelectuais, para que faças frutificar os teus talentos. Deus quer realizar milagres constantes – ressuscitar mortos, dar ouvido aos surdos, vista aos cegos, possibilidades de andar aos coxos... –, através da tua actuação profissional santificada, convertida em holocausto grato a Deus e útil às almas. (Forja, 984)

A tua barca – os teus talentos, as tuas aspirações, os teus êxitos – não vale para nada, a não ser que a ponhas à disposição de Jesus Cristo, que permitas que Ele possa entrar nela com liberdade, que não a convertas num ídolo. Sozinho, com a tua barca, se prescindires do Mestre, sobrenaturalmente falando, encaminhas-te directamente para o naufrágio. Só se admitires, se procurares a presença e o governo de Nosso Senhor, estarás a salvo das tempestades e dos reveses da vida. Põe tudo nas mãos de Deus: que os teus pensamentos, as aventuras boas da tua imaginação, as tuas ambições humanas nobres, os teus amores limpos, passem pelo coração de Cristo. De outra forma, mais tarde ou mais cedo, irão a pique com o teu egoísmo. (
Amigos de Deus, 21)

Evangelho do dia e comentário














T. Comum– XXVIII Semana




Evangelho: Mt 22, 1-14

1 Jesus, tomando a palavra, voltou a falar-lhes em parábolas ,2 dizendo: «O Reino dos Céus é semelhante a um rei, que preparou o banquete de bodas para seu filho. 3 Mandou os seus servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram ir. 4 Enviou de novo outros servos, dizendo: “Dizei aos convidados: Eis que preparei o meu banquete, os meus touros e animais cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às núpcias”. 5 Mas eles desprezaram o convite e foram-se, um para a sua casa de campo e outro para o seu negócio. 6 Outros lançaram mão dos servos que ele enviara, ultrajaram-nos e mataram-nos. 7 «O rei, tendo ouvido isto, irou-se e, enviando os seus exércitos, exterminou aqueles homicidas, e incendiou-lhes a cidade. 8 Então disse aos servos: “As bodas, com efeito, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. 9 Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e a quantos encontrardes convidai-os para as núpcias”. 10 Tendo saído os seus servos pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala das bodas ficou cheia de convidados. 11 «Entrando depois o rei para ver os que estavam à mesa, viu lá um homem que não estava vestido com o traje nupcial. 12 E disse-lhe: “Amigo, como entraste aqui, não tendo o traje nupcial?”. Ele, porém, emudeceu. 13 Então o rei disse aos seus servos: “Atai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas lá de fora, aí haverá choro e ranger de dentes. 14 Porque são muitos os chamados mas poucos os escolhidos”».

Comentário:

Numa primeira reacção podemos admirar-nos com o excessivo rigor do Rei: parece aceitável que um qualquer "apanhado" numa encruzilhada não vestisse o traje nupcial.
Se recorrermos à história ficaremos a saber que era costume no Oriente daquele tempo, que nas bodas, às quais podiam assistir simples "passantes" além das tinas com água para se lavarem e, também, vestes e calçado para usarem se fosse preciso.


Este "convidado" além de, obviamente não estar preparado para as bodas, desprezou esses meios que tinha à disposição não se purificando nem vestindo apropriadamente.


É sempre conveniente estar preparado, já que não sabemos nem o dia nem a hora mas nunca, sob que pretexto for participar no banquete eucarístico sem estar nas devidas condições.


A Igreja, como Mãe que é, põe à disposição dos seus filhos os meios necessários para tal.


Não deixemos de os utilizar.

(AMA, Meditação, Mt 22, 1-14, 2011.08.18)