Introdução 2
Filósofo Rembrandt |
Perdeu-se já a esperança da totalidade e da universalidade. Encontramo-nos numa época de transição, caracterizada pela queda da modernidade e pelo início de uma pós-modernidade que não é outra coisa que o epílogo de uma época acabada. Na verdade, a pós-modernidade não nos oferece outra coisa que um niilismo comprazido. Um filósofo de nosso tempo revelou que nunca se teve consciência do fim de uma época como hoje em dia: «é a geração actual a que há-de sair da situação de impasse e esgotamento cultural que assoma por todos os lados. Há uma consciência de fim de época mais aguda que nunca».
Vivemos, com efeito, num estado de insegurança e de incapacidade de síntese, até ao ponto de que um homem como Kolakowski, desenganado do marxismo, tenha constatado a falta de luz e de horizonte para as nossas vidas e sintetizou a situação actual do ocidente nestes termos:
«Tenho a impressão de que na filosofia actual há muitos homens dotados intelectualmente, muito eruditos, mas ao mesmo tempo não há um grande filósofo vivo. Quer dizer, não há homens em quem se possa confiar, que sejam considerados como mestres espirituais e não só como homens muito inteligentes que sabem discutir com habilidade e escrever de modo interessante…
Por um lado, publicam-se excelentes obras filosóficas e históricas. Temos um grande número de centros, muitos homens destacados trabalham em diversas disciplinas humanísticas… E, apesar de tudo isto, vivemos num estado de insegurança e sentimos a falta de mestres da humanidade»
(jose ramón ayllón, trad. ama)
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