21/04/2015

2015.04.21








O que pode ver hoje em NUNC COEPI





Penitência é atender os que sofrem - São Josemaria – Textos

Temas para meditar - 424 - Oração de petição, Santo Agostinho

Evangelho, comentário L. Esp. (A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 6 30-35, Ernesto Juliá Diaz

Bento VXI – Pensamentos espirituais 47 - Bento XVI - Pensamentos espirituais

Tratado do verbo encarnado 148 - Suma Teológica - Tratado do Verbo Encarnado - Quest 25 - Art 2, São Tomás de Aquino


Pequena agenda do cristão - Agenda Terça-Feira

Penitência é atender os que sofrem

Esta é a receita para o teu caminho de cristão: oração, penitência, trabalho sem descanso, com um cumprimento amoroso do dever. (Forja, 65)

E se agora não te ocorre como responder concretamente aos apelos divinos que se fazem ouvir no teu coração, ouve-me bem.

Penitência é o cumprimento exacto do horário que te fixaste, mesmo que o corpo resista ou a mente pretenda evadir-se com sonhos quiméricos. Penitência é levantares-te pontualmente. E também, não deixar para mais tarde, sem motivo justificado, essa tarefa que te é mais difícil ou custosa.


A penitência está em saber compaginar as tuas obrigações relativas a Deus, aos outros e a ti próprio, exigindo-te, de modo que consigas encontrar o tempo necessário para cada coisa. És penitente quando te submetes amorosamente ao teu plano de oração, apesar de estares cansado, sem vontade ou frio. (Amigos de Deus, 138)

Temas para meditar - 424

Oração de petição 




Bem olha por ti quem não te dá, quando lho pedes, o que não te convém.






(santo agostinho, Sermão 126)

Evangelho, comentário L. Esp. (A beleza de ser cristão)


Semana III da Páscoa


Evangelho: Jo 6 30-35

30 Mas eles disseram-Lhe: «Que milagre fazes Tu, para que o vejamos e acreditemos em Ti? Que fazes Tu? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo está escrito: “Deu-lhes a comer o pão do céu”». 32 Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o Pão de Deus é Aquele que desceu do céu e dá a vida ao mundo». 34 Então disseram-Lhe: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». 35 Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá jamais fome, e aquele que crê em Mim não terá jamais sede.

Comentário:

Vejo-me tal como sou: nada, absolutamente. E tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
Eu, António, este pobre homem com pés de barro e vontade frágil, estou aqui na expectativa do momento sublime em que Te receberei meu Deus e Senhor.
Tenho o meu coração palpitando de alegria, confiança e amor.
Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes.
Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno!
Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse.
Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim. Amém.

(ama, preparação para a comunhão, 1987)

Leitura espiritual

a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE

O QUE É SER CRISTÃO?

I.            Relações que Deus estabelece com o homem.

…/8

V. o pecado

        Que aconteceu no coração de Adão, para desobedecer ao mandato de Deus? «O homem, tentado pelo diabo, deixou morrer no seu coração a confiança para com o seu criador”.[i]

        Deus, além de criar Adão e Eva, à sua imagem e semelhança e adoptá-los como filhos, situou-os no paraíso, submeteu-lhe o resto da criação, como já vimos, fez um gesto que deveria ter aberto o coração de Adão e Eva ao amor de Deus.

        O Criador manifestou-lhes a sua proximidade e a confiança que depositava neles, como fica patente na afirmação recolhida no Génesis quando, depois do pecado, os primeiros pais «ouviram os passos do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde”[ii].

        Esse passeio de Deus ao entardecer no dia da queda não parece ter sido um facto isolado. Como entender e explicar que, depois dessas conversas inefáveis com o seu criador e não obstante os dons recebidos, e a proximidade amorosa que Deus lhe manifestava, Adão desconfiasse de Deus, duvidasse dos planos de Deus sobre eles e lhe desobedecesse?

        A desconfiança e a desobediência supõem em Adão uma rejeição da sua condição de criatura, ao mesmo tempo que um obscurecimento da consciência do seu ser filho de Deus.
Ao desconfiar do amor com que Deus os tinha criado, Adão e Eva já não vêm o seu próprio bem nos limites de criatura da sua pessoa e não apreciam, portanto, a grandeza de ser filhos de Deus.

        A rejeição dos dons de Deus destaca-se com as tentativas de justificação do pecado, que o próprio Adão apresenta a Deus. «A mulher que me deste por companheira deu-me da árvores e eu comi”[iii].

Acaso não há nesta frase de Adão uma certa tentativa de atribuir a Deus a sua própria culpa, por lhe ter dado uma mulher que lhe transmitiu a tentação do diabo?

        A rejeição da condição de criatura e o obscurecimento da consciência de ser filhos de Deus, que se esconde no gesto rebelde de Adão, tem consigo, realmente, uma certa rejeição da sua grandeza natural, que ficou ferida no seu próprio ser e se torna opaca aos seus próprios olhos.
        O pecado pessoal de Adão e Eva «afecta a natureza humana (...) é um pecado que será transmitido por propagação a toda a humanidade (…). Por isso o pecado original é chamado «pecado” de forma análoga: é um pecado «contraído”, «não cometido”, um estado e não um acto”[iv].

        Por conseguinte, as consequências do pecado voltam-se não só contra a pessoas de Adão e Eva, mas também afectam os planos do existir criacional que Deus tinha estabelecido para a sua criatura amada, tanto por parte de Deus como por parte da criatura.
E estas consequências, logicamente, incidem sobre o núcleo da pessoa humana e, assim, ficam perturbadas a acção e as possibilidades criaturais do homem nos três planos da sua existência”:
        - No plano «natural-biológico”; antes da queda tinham recebido o mandato de crescei e multiplicai-vos” e «estavam nus e não se envergonhavam”.

A inteligência dos primeiros pais apreciava nesse mandato de Deus a ordem recta do uso das faculdades recebidas, desde a inteligência até à sexualidade, para seguir os planos de Deus com a criatura.

E assim como filhos, ao contemplar o criado, «viu que era muito bom”, eles participavam desse gozo de Deus vivendo segundo as suas palavras.
        Depois do pecado e conscientes do poder de quebrar os planos de Deus e de introduzir-se eles próprios dentro da ordem do criado e mudá-lo a seu gosto, envergonham-se da sua nudez, e Eva, ao dar à luz com dor, sentirá a consciência do pecado.

        - No plano «natural-espiritual”, antes do pecado, Adão tinha recebido o mandato de «cultivar e guardar” o paraíso; e nesse mandato continha-se um pedido de Deus para que Adão e Eva participassem no gozo de cuidar da criação, de colaborar com o Criador na própria obra da criação.

        Depois de desconfiar e de desobedecer a Deus, perdem também a possibilidade de gozar em ver crescer a criação segundo a sua ordem, e é dito a Adão que «comerá o pão com o suor do seu rosto”.

O homem trabalhará a terra, tratará de submeter o mundo, exercerá o poder sobre a natureza com domínio, em serviço próprio, e sem procurara glória de Deus.

Daí que em tantas ocasiões a natureza se lhe manifeste hostil e lhe será muito mais difícil gozar da criação e do esforço do trabalho vivido em serviço e por amor.

        - No «plano sobrenatural”, o homem vê Deus com temor, sem confiança, como fez Adão, o qual, depois do pecado, se quis esconder do olhar de Deus. E, ao mesmo temo, a morte entra no mundo, «voltará ao pó de foi feito”[v], e São Paulo afirma: «A morte faz a sua entrada na história da humanidade”[vi].

        E com a morte, a obscuridade da inteligência, a debilidade da memória, o desvio profundo da caridade, como que fica confirmada pela morte de Abel às mãos da inveja de Caim.

        A desordem do pecado provocou um vazio não só no interior do homem, mas em toda a criação; um vazio que só pode ser preenchido com «a manifestação dos filhos de Deus”, que acontecerá na Redenção, quando os homens poderão ser, pela graça, adoptados por Deus Pai como seus filhos no seu Filho Único Jesus Cristo.

* * *

        O projecto de Deus sobre o homem é irrealizável apenas com as forças humanas, porque, depois do pecado, o homem viu-se despojado da graça da santidade original.[vii]

Deus tinha preparado a inteligência do homem, a sua memória, a sua vontade e o seu coração, para que levasse a cabo a obra de Deus nele.
        Todavia, pela tentação, e por esse hiato que existe e existirá sempre no mistério entre Deus e o homem, entre o homem e Deus, e que só a liberdade amorosa do homem está em condições de ultrapassar; o homem rejeita o primeiro vínculo que Deus estabeleceu com ele.

E, «desde o primeiro pecado, uma verdadeira invasão de pecado inunda o mundo”[viii].

        Na sua profunda fragilidade, o homem desconfia de Deus e, se consegue superar a desconfiança, apenas se consegue temê-lo um pouco e a tremer ante Ele: naturalmente, com as suas próprias forças, não o amará muito.

        Depois do pecado, Adão e Eva são talvez mais conscientes da magnitude da empresa a que foram chamados, apreciam com maior clarividência a grandeza de ser criatura de Deus, filhos de Deus e, na consciência da sua debilidade, tremem ao ver-se ante Deus.

        Aí tem início a deformação da visão do Criador que acompanhou o homem desde a saída do paraíso até à Encarnação do Filho de Deus, e que pode ser apreciada, entre outras manifestações, nos «deuses« tão variados e contraditórios que ao longo da sua história os homens adoraram.

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)





[i] Catecismo Catecismo n. 397
[ii] 3, 8
[iii] Gn 3, 12
[iv] Catecismo n. 404
[v] Gn 3, 19
[vi] cfr. Rom 5, 12
[vii] cfr. Rm 3, 23
[viii] Catecismo n. 401

Bento VXI – Pensamentos espirituais 47

O empenho humano



À promessa e ao dom de Deus, que nada têm de mágico, devemos responder com a adesão fiel e empenhada num diálogo em que se entrecruzam duas liberdades: a divina e a humana.


Catequese da audiência geral (21.Set.05)

Pequena agenda do cristão

TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Tratado do verbo encarnado 148

Questão 25: Da adoração de Cristo

Art. 2 — Se a humanidade de Cristo deve ser adorada por adoração de Iatria.

O segundo discute-se assim. — Parece que a humanidade de Cristo não deve ser adorada por adoração de latria.

1. — Pois aquilo da Escritura: Adorai o escabelo de seus pés porque ele é santo – diz a Glosa: A carne assumida pelo Verbo de Deus nós a adoramos sem nenhuma impiedade; pois, ninguém lhe come espiritualmente a carne, antes de adorá-la; mas não me refiro à adoração de latria, devida só ao Criador. Ora, a carne de Cristo é parte da sua humanidade. Logo, a humanidade de Cristo não deve ser adorada com adoração de latria.

2. Demais. — O culto de latria a nenhuma criatura é devido; pois, os Gentios foram reprovados porque adoraram e serviram a criatura, no dizer do Apóstolo. Ora, a humanidade de Cristo é uma criatura. Logo, não deve ser adorada com adoração de latria

3. Demais. — A adoração de latria é devida a Deus como reconhecimento do seu domínio máximo, segundo a Escritura: Adorarás ao Senhor teu Deus e só a ele servirás. Ora, Cristo enquanto homem é menor que o Pai. Logo, a sua humanidade não deve ser adorada com adoração de latria.

Mas, em contrário, Damasceno diz: É adorada a carne de Cristo, depois de encarnado o Verbo de Deus, não em si mesma, mas pelo Verbo de Deus a ela hipostaticamente unido. E a Escritura — Adorai o escabelo de seus pés — diz a Glosa: Quem adora o corpo de Cristo não olha para a terra, mas antes aquele de quem é o escabelo, em honra do qual adora o escabelo. Ora, o Verbo encarnado é adorado por adoração de latria. Logo, também o seu corpo ou a sua humanidade.

Como dissemos, a honra da adoração propriamente é devida à hipóstase subsistente; contudo a razão da honra pode ser o que não é subsistente, por causa do que é honrado o seu sujeito. E assim de dois modos podemos entender a adoração da humanidade de Cristo. Primeiro, que lhe pertença, como ao ser adorado. E portanto, adorar a carne de Cristo não é senão adorar o Verbo de Deus encarnado; assim como adorar a veste do rei não é senão adorar o rei vestido. E, desse modo, a adoração da humanidade de Cristo é uma adoração de Iatria. - Em segundo lugar, podemos entender a adoração da humanidade de Cristo, que lhe é tributada em razão de ela ser perfeita, por todos os dons da graça. E então a adoração da humanidade de Cristo não é uma adoração de latria; mas de dulia; de modo que a mesma pessoa una de Cristo seja adorada por adoração de latria, por causa da sua divindade; e por adoração de dulia por causa da perfeição da sua humanidade. Nem há nisso incongruência, porque a Deus Padre é devida a honra de latria por causa da divindade, e a honra de dulia por causa do domínio com que governa a criatura. Por isso, sobre a Escritura — Senhor Deus meu, em ti esperei — diz a Glosa — Deus de todos, pelo poder, a quem é por isso devida a dulia; Deus de todos pela criação, a quem é devida então a latria.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A Glosa citada não devemos entendê-la como significando, que deva a carne de Cristo ser adorada separadamente da sua divindade; pois, isso seria possível somente se não fosse uma mesma a hipóstase de Deus e do homem. Mas como diz Damasceno, se separamos, com penetração de inteligência, o que é visto, do que é compreendido, não deve ser adorado como criatura, isto é, com adoração de latria. E então, assim entendida, como separada do Verbo de Deus, é lhe devida a adoração de dulia; não qualquer, por exemplo, a prestada às outras criaturas; mas uma de mais excelência, chamada hiperdulia.

Donde também se deduz a RESPOSTA À SEGUNDA E À TERCEIRA OBJECÇÕES. — Porque a adoração de latria não é prestada à humanidade de Cristo em razão dela mesma, mas em razão da divindade, a que está unidade, pela qual Cristo não é menor que o Pai.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.