24/04/2015

2015.04.24








O que pode ver hoje em NUNC COEPI




Mortificação, Penitência - S. Josemaria – Textos

Evangelho, comentário L. Espiritual (A beleza de ser cristão) - A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 6 52-59, Ernesto Juliá Diaz

Temas para meditar - 427 - Omnia in Bonum, Santo Agostinho

Jesus Cristo e a Igreja – 64 - Jesus Cristo e a Igreja


Pequena agenda do cristão - Agenda Sexta-Feira

Evangelho, comentário L. Espiritual (A beleza de ser cristão)



Semana III da Páscoa

Evangelho: Jo 6 52-59

52 Disputavam, então, entre si os judeus: «Como pode Este dar-nos a comer a Sua carne?». 53 Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue não tereis a vida em vós. 54 Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque a Minha carne é verdadeiramente comida e o Meu sangue verdadeiramente bebida. 56 Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele. 57 Assim como Me enviou o Pai que vive e Eu vivo pelo Pai, assim quem Me comer a Mim, esse mesmo também viverá por Mim. 58 Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que comeram os vossos pais, e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente». 59 Jesus disse estas coisas ensinando em Cafarnaum, na sinagoga.

Comentário:

Fica bem claro que todos entenderam muito bem o discurso de Jesus sobre o Seu Corpo e o Seu Sangue que não se tratava de uma “imagem” mas de uma realidade. Claro que, não entendiam como tal seria possível e, aqui, incluem-se também os próximos de Jesus.

Só mais tarde, depois da instituição da Eucaristia na Última Ceia e, sobretudo, com as luzes do Espírito Santo, se tornará claro o que então parecia duvidoso.
A Comunhão Eucarística é um acto solene e de extraordinário valor. Que o tenham presente quantos se aproximam a comungar!

È muito claro: Participar indevidamente num acto salvador pode ser causa de morte!

(ama, comentário sobre Jo 6, 52-59 2013.04.19)

Leitura espiritual

a beleza de ser cristão

PRIMEIRA PARTE

O QUE É SER CRISTÃO?

I.            Relações que Deus estabelece com o homem.

…/

        Um esclarecimento prévio. Já assinalámos que Deus estabeleceu com o homem o primeiro vínculo-relação com Ele: a criação.

Na sua liberdade, o homem interrompeu a obra de Deus; e, em seguida, Deus oferecerá os seus planos ao homem, para que, em liberdade e amor, o aceite ou o rejeite.
Este é, também, o caso da Redenção que Cristo nos ganhou e que nos oferece na esperança de que a acolhamos com liberdade.
Vejamos já os motivos da vinda do Senhor, que o Catecismo colhe nos nn. 456-460, ainda que sigamos outra ordem que a que ali se expõe.
        Em resumo, e para o propósito que nos move, podemos enunciar os quatro motivos da Encarnação de Cristo desta forma:

1)                  O Verbo encarnou-se para nos salvar reconciliando-nos com Deus: «Deus amou-nos e enviou-nos o seu Filho como propiciação dos nossos pecados”.[i] «O Pai enviou o seu Filho para ser salvador do mundo”.[ii] «Ele manifestou-se para tirar os pecados”“.[iii]

A vinda de Jesus Cristo relaciona-se directamente com o primeiro plano da criação instaurado por Deus e obstaculizado pelo pecado do homem.
O Filho de Deus fazendo-se homem introduz-se na própria criação para a devolver ao Criador e, ao mesmo tempo, recriar a criatura e indicar-lhe de novo o caminho para o Pai, caminho que tinha perdido ao pecar e deixar o Paraíso.

Para que o homem possa descobrir-se de novo como uma criatura de Deus, necessita de se libertar desse véu que o impede de ver os seus dias, as suas circunstâncias, as suas relações com a perspectiva com contemple Deus; necessita, numa palavra, deixar o pecado e arrepender-se.

O único caminho para o abandono do pecado é a conversão do coração humano e o seu voltar de novo para Deus. «Arrependei-vos, porque o Reino de Deus está próximo”.[iv]

Arrependendo-se, o homem está em condições de descobrir o coração misericordioso de Deus, que se goza em perdoar, porque torna possível que a sua Fé, a sua Esperança, a sua Caridade enraízem profundamente em Deus”.

O acto de arrependimento ajuda o homem a recompor-se no núcleo mais central de si próprio; não se trata, simplesmente, de uma ligeira reconstrução psicológica, de carácter ou algo do mesmo estilo.
Não.
O arrependimento permite ao ser humano a capacidade de ver as coisas com a clareza divina; e é o fundamento de toda a esperança: ao mesmo tempo que uma renovação íntegra da caridade, da vontade.

Cristo vem trazer o perdão de Deus sobre toda a humanidade. Um perdão que estabelece as premissas para que o homem supere o «medo” a Deus, que só o diabo pode instalar com tanta firmeza no coração humano, e seja, portanto, «capaz” de se arrepender.

Na sua vida, Jesus Cristo leva plenamente à prática esta missão de perdoar, adiantando as consequências do perdão que nos vai conseguir na Cruz.
Perdoa a adúltera e a samaritana, perdoa o centurião e Zaqueu; perdoa aos gerasenos e os que o crucificam; perdoa a falta de fé dos Apóstolos e as dúvidas de Tomé; perdoa as negações de Pedro e os pecados da Madalena; perdoa ao paralítico, ao endemoninhado e inclusivamente oferece o seu perdão a Judas.
E tudo, sem se preocupar com o escândalo suscitado entre os fariseus nem as consequências que vão cair sobre a sua pessoa, pela destruição da ordem estabelecida que o seu actuar supõe.

E mais, esse escândalo é uma confirmação indirecta, se se quiser, de que os que ouviam Cristo estavam conscientes que o perdão tinha chegado e que o perdão abria as portas da eternidade, fechadas até então, do amor de Deus aos homens.

Este amor de Deus leva-o a reparar não só com juros, mas de forma superabundante, e mais para além das faltas recebidas.
Deus quer que desapareça para sempre o abismo que separa as suas criaturas dele, tornando-se uma delas.

Perdoado o pecado e acolhendo o coração arrependido do homem, Cristo afasta o obstáculo que separa o homem de Deus, lhe devolve a confiança em Deus e tornam possível que esteja em condições de receber a «segunda criação” que Deus quer levar a cabo nele.

Daí a importância que tem consigo ver a realidade existencial de Cristo como verdadeiro Filho de Deus feito homem.

Com efeito, como poderia ter-nos reconciliado com Deus Pai, se a sua realidade de ser Filho de Deus não passará a ser a de um homem que consegue de forma inefável «tomar de alguma forma consciência da profundidade do amor de Deus que o queira como um filho”? Esse «tomar consciência”, que os que pretendem «reduzir existencialmente a vida de Cristo” afirmam, não chega a constituir uma pessoa que possa dizer com plena verdade que «O Pai e eu somos uma mesma coisa”.[v]

Daí, o segundo motivo da Encarnação de Cristo:

2)                  O Verbo encarnou-se para tornar-nos partícipes da natureza divina: «fez-nos mercê dos preciosos” e maiores bens prometidos, para que – por estes - cheguemos a ser partícipes da natureza divina”.[vi] “Porque tal é a razão pela qual o Verbo se fez homem e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, ao entrar em comunhão com o Verbo e ao receber assim a filiação divina, se convertesse em filho de Deus” [vii]. «Porque o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus” [viii].

Este segundo motivo da Encarnação é o que mais profundamente expressa os planos de Deus com os homens, esses mistérios insondáveis do coração de Deus que São Paulo anseia descobrir.

À Trindade Santíssima, Pai, Filho e Espírito, não lhe pareceu suficiente perdoar a ofensa do homem e apagá-la da sua presença. Cristo, Filho de Deus feito homem, consubstancial ao Pai, que diz de si próprio: «O Pai e eu somos uma só coisa” [ix] e (Tudo quanto tem o Pai é meu”,[x] faz-nos partícipes da natureza divina – enxerta-nos em Deus – e leva-o a cabo através dos Sacramentos que Ele mesmo institui.

Fazendo-nos partícipes da sua natureza e vivendo connosco pessoalmente na Eucaristia, podemos dizer com João Paulo II: «Em Cristo e por Cristo, Deus revelou-se plenamente a ela; e, ao mesmo tempo, em Cristo e por Cristo, Deus revelou-se plenamente à humanidade e aproximou-se definitivamente dela; e, ao mesmo tempo, em Cristo e por Cristo, o homem conseguiu plena consciência da sua dignidade, da sua elevação, do valor transcendental da própria humanidade, do sentido da sua existência”.[xi]

São Josemaria Escrivá expressa assim o mistério da nova criatura em Cristo: «Deus Pai, chegada a plenitude dos tempos, enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que restabelecesse a paz; para que, redimindo o homem do pecado, adoptionem filiorum reciperemus,[xii] fossemos constituídos filhos de Deus, libertados do jugo do pecado, tornados capazes de participar na intimidade divina da Trindade. E assim se tornou possível a este homem novo, a este novo enxerto dos filhos de Deus,[xiii] libertar a criação inteira da desordem, restaurando todas as coisas em Cristo,[xiv] que os reconciliou com Deus”[xv].[xvi]

Na Encarnação da Segunda Pessoa da Trindade, Deus deixa reduzida a nada a tentação de Satanás ao homem. «Sereis como deuses” é o oferecimento do diabo a Adão e a Eva.
Deus vai mais além e, o Filho de Deus ao fazer-se homem, convida-nos a participar da sua própria vida divina, a entrar nele, na Trindade.

Como poderia ter-nos feito partícipes da natureza divina, se não fosse verdade, sem reduções de nenhum tipo, as suas afirmações que: «O Pai e eu somos uma só coisa” [xvii] e de que «(Tudo quanto tem o Pai é meu”?[xviii]

Fazendo-nos partícipes, em Cristo e por Cristo, da sua própria «natureza divina”, Deus enxerta no nosso ser um princípio de vida divina no nosso actuar, no nosso ser e no nosso actuar que só pode ser «conhecido pela fé” e, ao mesmo tempo, «nos incita a uma fé cada vez maior”.[xix]

Como pode o homem viver e desenvolver essa «participação na natureza divina”?

Essas duas questões encontram uma resposta adequada nos outros dois motivos da Encarnação do Filho de Deus:

3)                  O Verbo encarnou para ser nosso modelo de santidade: (Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.[xx] «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”.[xxi] E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: «Escutai-o”.[xxii] Ele é, com efeito, o modelo das bem-aventuranças e a norma da nova lei: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.[xxiii]
(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)






[i] 1 Jo 4, 101
[ii] 1 Jo 4, 14
[iii] 1 Jo 3, 5
[iv] Mt 4, 17
[v] Jo 10, 30
[vi] 2 P 1, 4
[vii] san ireneo, Adversus haereses, 3, 19.
[viii] san atanasio, De incarnatione, 54, 3.
[ix] Jo 10, 30
[x] Jo 16, 14
[xi] juan pablo ii, Redemptor hominis, n. 11.
[xii] Ga 4, 5
[xiii] cfr. Rm 6, 4-5
[xiv] cfr. Ef 1, 5-10
[xv] cfr. Col 1, 20
[xvi] são josemaria escrivá, Es Cristo que passa, n. 63.
[xvii] Jo 10, 30
[xviii] Jo 16, 414
[xix] cfr. Catecismo, n. 2005
[xx] Jo 14, 6
[xxi] Mt 11, 29
[xxii] Mc 9, 7
[xxiii] Jo 15, 12

Mortificação, Penitência

O espírito de mortificação, mais do que manifestação de Amor, brota como uma das suas consequências. Se falhas nessas pequenas provas, reconhece-o, fraqueja o teu amor ao Amor. (Sulco, 981)

Penitência, para os pais e, em geral, para os que têm uma missão de dirigir ou de educar é corrigir quando é necessário fazê-lo, de acordo com a natureza do erro e com as condições de quem necessita dessa ajuda, superando subjectivismos néscios e sentimentais.


O espírito de penitência leva a não nos apegarmos desordenadamente a esse esboço monumental dos projectos futuros, no qual já previmos quais serão os nossos traços e pinceladas mestras. Que alegria damos a Deus quando sabemos renunciar aos nossos gatafunhos e pinceladas, e permitimos que seja Ele a acrescentar os traços e cores que mais lhe agradam! (Amigos de Deus, 138)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Temas para meditar - 427


Omnia in bonum 



Deus orienta todas as coisas para proveito dos seus filhos, de modo que mesmo os que se desviam e ultrapassam os limites podem progredir na virtude, porque regressam mais humildes e experimentado.


(santo agostinhoSobre a conversão e a graça, 30)

Jesus Cristo e a Igreja – 64


Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos [i]

A Legislação do II Concílio Trullano.

…/2

Toda a disciplina atualizada no que respeita ao celibato foi fixada de forma vinculativa e com sanções adjuntas em sete cânones (3, 6, 12, 13, 26, 30, 48). Este Concilio II “em Trullo”, também chamado Quinisexto, foi um Concílio da Igreja Bizantina, convocado e frequentado somente por seus bispos e mantido pela sua autoridade, que se apoiava de modo decisivo na autoridade do imperador. A Igreja Ocidental não enviou delegados (embora Apocrisário, o legado de Roma em Constantinopla, assistiu a esse Concílio) e nunca reconheceu este Concílio como Ecuménico, apesar das repetidas tentativas e pressões, especialmente por parte do imperador. O Papa Sérgio (687-701), que procedia da Síria, negou o reconhecimento. João VIII (872-882) só reconheceu as disposições que não eram contrários à prática de Roma em vigor até aquele momento. Qualquer outra referência por parte dos Romanos Pontífices aos cânones “trullanos” não deve ser considerada como outra coisa além de uma consideração, com um reconhecimento mais ou menos explícito do direito particular da Igreja Oriental.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Card. alfons m. stickler, Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro


Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?