S.
Josemaria proclamou que a santidade está ao alcance de todo o cristão.
Publicamos alguns textos nos que fala dessa chamada divina à qual ele
respondeu.
Que
a tua vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. – Ilumina, com
o resplendor da tua fé e do teu amor.
Apaga,
com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores
impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da Terra com o fogo de Cristo
que levas no coração. (Caminho, 1)
Todos
os que aqui estamos fazemos parte da família de Cristo, porque Ele mesmo nos
escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados
diante dele, o qual nos predestinou para sermos seus filhos adoptivos por meio
de Jesus Cristo para sua glória, por sua livre vontade. Esta escolha gratuita
de que Nosso Senhor nos fez objecto, marca-nos um fim bem determinado: a
santidade pessoal, como S. Paulo nos repete insistentemente: haec est voluntas
Dei: sanctificatio vestra, esta é a vontade de Deus: a vossa santificação.
Portanto, não nos esqueçamos: estamos no redil do Mestre, para alcançar esse
fim. (Amigos
de Deus, 2)
A
meta que proponho – ou melhor, a que Deus indica a todos – não é uma miragem ou
um ideal inatingível: podia contar-vos tantos exemplos concretos de mulheres e
de homens correntes, como vocês e como eu, que encontraram Jesus que passa
quasi in occulto pelas encruzilhadas aparentemente mais vulgares e decidiram
segui-lo, abraçando com amor a cruz de cada dia. Nesta época de desmoronamento
geral, de concessões e de desânimos, ou de libertinagem e de anarquia,
parece-me ainda mais actual aquela convicção simples e profunda que, no
princípio da minha actividade sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de
comunicar à humanidade inteira: estas crises mundiais são crises de santos. (Amigos
de Deus, 4)
Estamos
decididos a procurar que a nossa vida sirva de modelo e de ensinamento aos
nossos irmãos, aos nossos iguais, os homens? Estamos decididos a ser outros
Cristos? Não basta dizê-lo com a boca. Tu – pergunto-o a cada um de vós e
pergunto-o a mim mesmo – tu, que por seres cristão estás chamado a ser outro
Cristo, mereces que se repita de ti que vieste facere et docere, fazer tudo
como um filho de Deus, atento à vontade de seu Pai, para que deste modo possas
levar todas as almas a participar das coisas boas, nobres, divinas e humanas,
da Redenção? Estás a viver a vida de Cristo na tua vida de cada dia no meio do
mundo?
Fazer
as obras de Deus não é um bonito jogo de palavras, mas um convite a gastar-se
por Amor. Temos de morrer para nós mesmos a fim de renascermos para uma vida
nova. Porque assim obedeceu Jesus, até à morte de Cruz, mortem autem crucis.
Propter quod et Deus exaltavit illum. Por isso Deus O exaltou. Se obedecermos à
vontade de Deus, a Cruz será também Ressurreição, exaltação. Cumprir-se-á em
nós, passo a passo, a vida de Cristo; poder-se-á afirmar que vivemos procurando
ser bons filhos de Deus, que passamos fazendo o bem, apesar da nossa fraqueza e
dos nossos erros pessoais, por mais numerosos que sejam. (Cristo
que passa, 21)
Asseguro-vos,
meus filhos, que, quando um cristão realiza com amor a mais intranscendente das
acções diárias, ela transborda da transcendência de Deus. Por isso vos tenho
repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em fazer
poesia heróica da prosa de cada dia. Na linha do horizonte, meus filhos,
parecem unir-se o céu e a terra. Mas não; onde se juntam deveras é nos vossos
corações, quando viveis santamente a vida de cada dia... (Temas
actuais do cristianismo, 116)