«Não vim chamar os justos mas os pecadores à penitência.» [i]
Referiu nomeadamente que, nos tempos da sua infância, na aldeia de que é oriundo e onde viveu a sua meninice, talvez por causa de uma compreensão um pouco rigorista da moral que moldava a consciência, as pessoas muito tementes a Deus, eram levadas a considerarem “quase tudo” como pecado e a necessitarem, por isso, do sacramento da confissão, para “estarem de bem” com Deus.
Hoje, em dia, as pessoas, porque perderam muito a noção de Deus e daquilo que Ele é e representa em relação às Suas criaturas (quem conhece, hoje, de cór, os dez Mandamentos da Lei de Deus?), porque, apesar das crises, dispõem de tantas coisas e possibilidades que quase não precisam de ninguém (nem de Deus!), pensam que o pecado não existe, que nada é pecado, isto é, que não pecam e, por conseguinte não têm por que recorrer ao sacramento da penitência.
Passou-se do “oito para o oitenta”.
A Quaresma, tempo litúrgico em que estamos a entrar, é um tempo precioso, criado e aconselhado pela Igreja a fim de que os homens se recolham e meditem sobre quem é Deus e sobre cada um dos Seus dez Mandamentos e reflictam, também, sobre quem são diante de Deus.
A Quaresma é o “tempo favorável” para um profundo e honesto exame interior perante Deus e para, com sincera valentia, nos dispormos a corrigir o que está mal e a repor o a nossa vida no caminho certo, rumo a Jesus Cristo.