01/12/2019

Fome e sede dele e da Sua doutrina


Sem a vida interior, sem formação, não há verdadeiro apostolado nem obras fecundas: o trabalho é precário e, inclusivamente, fictício. Que responsabilidade, portanto, a dos filhos de Deus! Temos de ter fome e sede dele e da sua doutrina. (Forja, 892)

Às vezes, com a sua actuação, alguns cristãos não dão ao preceito da caridade o valor máximo que tem. Cristo, rodeado pelos seus, naquele maravilhoso sermão final, dizia à maneira de testamento: "Mandatum novum do vobis, ut diligatis invicem", dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros.
E ainda insistiu: "In hoc cognoscent omnes quia discipuli mei estis", nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.
Oxalá nos decidamos a viver como Ele quer! (Forja, 889)

Se faltar a piedade – esse laço que nos ata a Deus fortemente e, por Ele, aos outros, porque neles vemos Cristo –, é inevitável a desunião, com a perda de todo o espírito cristão. (Forja, 890)

Agradece com todo o coração a Nosso Senhor as potências admiráveis... e terríveis, da inteligência e da vontade com que quis criar-te. Admiráveis, porque te fazem semelhante a Ele; terríveis, porque há homens que as põem contra o seu Criador.
A mim, como síntese do nosso agradecimento de filhos de Deus, ocorre-me dizer a este Pai-nosso, agora e sempre: "Serviam!" – Servir-te-ei! (Forja, 891)

THALITA KUM 25


THALITA KUM 25

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Ser servo e ser amigo

Há de facto uma diferença e vê-se bem qual é.

O amo pode ser amigo do seu servo, isto é, sente amizade por ele porque faz o que lhe manda fazer, é diligente, não recalcitra, aceita de bom grado o trabalho que lhe encomenda, a sua liberdade para escolher outro servo está condicionada pela aptidão que esse outro possa ter para cumprir as tarefas que este cumpre a contento, mas mesmo querendo-lhe como amigo tratá-lo-á sempre como servo.

O inverso pode também ser verdadeiro, o servo pode ter amizade pelo seu senhor porque é justo, o trata com urbanidade, não lhe exige tarefas que vão além das suas capacidades, mas sempre o considerará como seu amo e não tem a liberdade de poder escolher outro.

Então a diferença está exactamente nisto: os amigos verdadeiros são-no em qualquer circunstância e não se exigem nada um ao outro pelo contrário gozam com as diferenças e idiossincrasias de cada um encontrando sempre pontos comuns ou que se completam.
São livres de ter outros amigos, diferentes interesses e objectivos.

Sim, de facto existem diferenças e de monta, mas também existe algo que é comum e, esse algo, é exactamente o serviço.

Os amigos verdadeiros prestam-se serviços mútuos, pequenos ou grandes, de muita ou escassa importância. Serviço que começa na disponibilidade gratuita para suprir uma necessidade, ajudar a ultrapassar um momento menos bom, na partilha da alegria e da dor do outro, tudo como que balizado por um profundo respeito mútuo pela privacidade de cada um.
É esta a amizade à qual o Senhor se refere [1] e, de facto, uma amizade assim pode conduzir à dádiva da própria vida pelo amigo.

‘Esta realidade que me atinge como um raio, deixa-me sem palavras: Jesus é meu amigo!
Sendo eu o que sou. Sendo eu como sou.
Durante os anos, e não são poucos, quantas conversas, quantos desabafos, queixas e pedidos não Lhe fiz!
Meu amigo!
Jesus é meu amigo. Com esta certeza, com este AMIGO, que mais posso precisar?
Que posso temer?’[2]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Cfr. Jo 15 12-17
[2] AMA, orações pessoais

ADVENTO


Reflexões no Advento – 1

Vigilância

Aconteceu que, ontem, passei a noite sozinho. A minha casa é muito grande, 3 pisos e com cerca de duzentos anos.
Dei comigo a "ouvir" a casa: os pequenos ruídos que normalmente passam despercebidos, as madeiras que estalam, uma janela que bate com a força do vento ou da chuva, os soalhos que estremecem quando os autocarros passam na rua.
Fiquei, assim, um bocado, vigilante e atento e, quanto mais apurava os sentidos, mais ruídos, sons, barulhos me parecia ouvir com fantástica nitidez. Conseguia identificá-los: agora foi na sala; este foi na escada...

Agora ocorre-me que é assim que desejo estar durante o Advento que hoje começa: Desperto, vigilante, atento.
Quero distinguir tudo aquilo - e muito será - que normalmente não me dou conta e que anda à minha volta numa zoada tremenda; identificar bem as "armadilhas" que se me deparam ao longo do dia; estar consciente do mundo que me rodeia.
Desprendido, mas interessado;
Confiante, mas atento;
Sereno, mas vigilante.

(ama, reflexões, 03.12.2006)

Evangelho e comentário


Tempo do Advento


Evangelho: Mt 24, 37-44

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.

Comentário:

O Senhor continua o Seu discurso sobre o final dos tempos.

O que pretende não é atemorizar nem manter em suspenso as apreensões sobre esse acontecimento, mas, bem ao contrário, transmitir esperança e confiança,

Tudo se passará num instante que não sabemos quando será. Por isso mesmo, para que não sejamos apanhados de surpresa como nos tempos do Dilúvio Universal convém sobremaneira estar preparado.

Esta “preparação” não é mais que estar firmes na nossa Fé e na sua prática que mais não é que, fazer em tudo, a Vontade de Deus.

Não esperar por uma altura qualquer que julguemos mais favorável; agora! Agora é que devemos pôr mãos à obra da nossa santificação!

(AMA, comentário sobre Mt 24, 37-44, 24.09.2019)


Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 12

Revelações e fraquezas de Paulo

1 É necessário que me glorie? Na verdade, não convém! Apesar disso, recorrerei às visões e revelações do Senhor. 2 Sei de um homem, em Cristo, que, há catorze anos - ignoro se no corpo ou se fora do corpo, Deus o sabe! - foi arrebatado até ao terceiro céu. 3 E sei que esse homem - ignoro se no corpo ou se fora do corpo, Deus o sabe! – 4 foi arrebatado até ao paraíso e ouviu palavras inefáveis que não é permitido a um homem repetir. 5 Desse homem gloriar-me-ei; mas de mim próprio não me hei-de gloriar, a não ser das minhas fraquezas. 6 Decerto, se quisesse gloriar-me, não seria insensato, pois diria a verdade. Mas abstenho-me, não vá alguém formar de mim um juízo superior ao que vê em mim ou ouve dizer de mim. 7 E porque essas revelações eram extraordinárias, para que não me enchesse de orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, para me ferir, a fim de que não me orgulhasse. 8 A esse respeito, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. 9 Mas Ele respondeu-me: «Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.» De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. 10 Por isso me comprazo nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte.

Ministério de Paulo em Corinto

11 Procedi como um insensato! Mas vós é que me forçastes a isso. Por vós é que eu deveria ter sido recomendado, pois em nada fui inferior a esses super-apóstolos, embora eu nada seja. 12 Os sinais distintivos do Apóstolo realizaram-se entre vós, por uma paciência a toda a prova, por sinais, milagres e prodígios. 13 Em que fostes, na verdade, inferiores às outras igrejas, a não ser que, pessoalmente, não vos fui pesado? Perdoai-me esta injustiça. 14 Eis que estou pronto a ir ter convosco pela terceira vez, mas não vos serei pesado, porque não procuro as vossas coisas mas a vós mesmos. Não compete aos filhos entesourar para os pais, mas sim aos pais para os filhos. 15 Quanto a mim, de bom grado darei o que tenho e dar-me-ei a mim mesmo totalmente, em vosso favor. Será que, por vos ter mais amor, sou menos amado? 16 Mas seja! Não vos fui pesado, mas, astuto como sou, conquistei-vos pela fraude. 17 Será que vos defraudei por algum daqueles que vos enviei? 18 Insisti com Tito e enviei com ele outro irmão. Será que Tito vos defraudou? Não caminhamos segundo o mesmo espírito? Não seguimos os mesmos passos?

Apreensões e advertências

19 Desde há muito pensais que queremos justificar-nos diante de vós. Não. Perante Deus, em Cristo, é que falamos. E tudo, caríssimos, para vossa edificação. 20 De facto, temo que à minha chegada, possa não vos encontrar como desejaria e que vós não me encontreis como desejaríeis. Temo que haja entre vós contendas, invejas, rixas, dissensões, calúnias, murmurações, arrogâncias e desordens. 21 Temo que, ao voltar, o meu Deus me humilhe em relação a vós, e tenha de lamentar muitos dos que pecaram no passado e não se converteram da impureza, da imoralidade e da devassidão que praticaram.

Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?