18/09/2014

Um querer sem querer é o teu

Um querer sem querer é o teu, enquanto não afastares decididamente a ocasião. – Não te queiras iludir dizendo-me que és fraco. És... cobarde, o que não é o mesmo. (Caminho, 714)

O mundo, o Demónio e a carne são uns aventureiros que, aproveitando-se da fraqueza do selvagem que trazes dentro de ti, querem que, em troca do fictício brilho dum prazer – que nada vale – lhes entregues o ouro fino e as pérolas e os brilhantes e os rubis embebidos no Sangue vivo e redentor do teu Deus, que são o preço e o tesouro da tua eternidade. (Caminho, 708)

Outra queda..., e que queda!... Desesperar-te? Não; humilhar-te e recorrer, por Maria, tua Mãe, ao Amor Misericordioso de Jesus. – Um "miserere" e, coração ao alto!

– A começar de novo. (Caminho, 711)

Bem fundo caíste. – Começa os alicerces a partir daí. – Sê humilde. – "Cor contritum et humiliatum, Deus, non despicies". – Não desprezará Deus um coração contrito e humilhado. (Caminho, 712)

Tu não vais contra Deus. – As tuas quedas são de fragilidade. – Concordo. Mas são tão frequentes essas fragilidades (não sabes evitá-las), que, se não queres que te tenha por mau, hei-de ter-te por mau e tolo. (Caminho, 713)


Temas para meditar - 240




Com razão Cristo não disse: não compreendeis, mas: não credes. Porque se alguém não quer admitir aquilo que se pode perceber com a mente, este seria acusado com razão de estupidez; contudo, se alguém não admite aquilo que não se percebe com a mente mas com a fé, este já não peca por estupidez, mas por incredulidade.


(S. JOÃO CRISÓSTOMO, Homília sobre Jo, 27, 1)

Reflectindo - 38

Confissão


Quero, Senhor, ser profundamente sincero nas minhas confissões; não omitir nada do muito que Te ofendo, nem mesmo aquelas coisas que, tibiamente, penso que não vale a pena acusar-me. Dá-me, Senhor, um coração livre de amarras ou prisões a todas aquelas coisas que não interessam à minha salvação.
Ajuda-me a ser sincero, honesto, forte e viril.


AMA, Diário, 2004.03.12

Recordando D. Álvaro del Portillo



Jim Caviezel: Sobre a Fé

Poucas vezes o actor que interpretou Jesus Cristo no filme de Mel Gibson falou com tanta extensão e intensidade sobre Deus


Evang., Coment. Leit. Espiritual (Sermão do Espírito Santo)

Tempo comum XXIV Semana

Evangelho: Lc 7, 36-50

36 Um dos fariseus pediu-Lhe que fosse comer com ele. Tendo entrado em casa do fariseu, pôs-Se à mesa. 37 Uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um frasco de alabastro cheio de perfume. 38 Colocando-se a Seus pés, por detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com as lágrimas, e enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os, e ungia-os com o perfume. 39 Vendo isto, o fariseu que O tinha convidado, disse consigo: «Se este fosse profeta, com certeza saberia de que espécie é a mulher que O toca: uma pecadora». 40 Jesus então tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele disse: «Mestre, fala». 41 «Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta. 42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?». 43 Simão respondeu: «Creio que aquele a quem perdoou mais». Jesus disse-lhe: «Julgaste bem». 44 Em seguida, voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os Meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos. 45 Não Me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os Meus pés. 46 Não ungiste a Minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os Meus pés. 47 Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou. Mas, aquele a quem menos se perdoa, menos ama».48 Depois disse à mulher: «São-te perdoados os pecados». 49 Os convidados começaram a dizer entre si: «Quem é Este que até perdoa pecados?». 50 Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou; vai em paz!».


Comentário:

Também nós nos portamos tantas vezes como Simão!
Esquecemo-nos do essencial em detrimento do que é dispensável.
E o essencial, para nós cristãos, é honrar o Senhor com toda a nossa alma, o nosso ser.
A nossa preocupação deve ser recebê-lo como a visita mais ilustre e digna de atenção e louvor, mesmo sabendo que sempre ficaremos aquém do que deveríamos.

(ama, comentário sobre Lc 7, 36-50, V. Moura, 2013.09.19)


Leitura espiritual


Documentos do Magistério
Sermão do Espírito Santo
Padre António Vieira

Ille vos docebil omnia, quaecumque dixero vobis [1].

I

A sexta vez é hoje, que no ano presente e nos dois passados me ouvis pregar este mesmo mistério.

Mas não será esta somente a sexta vez em que vós e eu experimentamos o pouco fruto com que esta terra responde ao que se devera esperar de tão continuada cultura. Se a doutrina que se semeia nela fora nossa, achada estava a causa na fraqueza de nossas razões, no desalento de nossos afetos e na eficácia mal viva de nossas palavras; mas não é assim: Sermonem quem audistis non est meus, sed ejus qui misit me, Patris (Jo. 14, 24): O sermão que ouvistes não é meu, senão do Eterno Padre que me mandou ao mundo — diz Cristo neste Evangelho — e o mesmo podem dizer todos os pregadores, ao menos os que ouvis deste lugar. Os sermões, as verdades, a doutrina que pregamos não é nossa, é de Cristo. Disse-a a eles, os evangelistas a escreveram, nós a repetimos. Pois, se estas repetições são tantas e tão continuadas, e a doutrina que pregamos não é nossa, senão de Cristo, como fazem tão poucos progressos nela, e como aprendem tão pouco os que a ouvem? Nas palavras que propus temos a verdadeira resposta desta tão nova admiração.

Ille vos docebit omnia quaecumque dixero vobis [2]: O Espírito Santo — diz Cristo — vos ensinará tudo o que eu vos tenho dito. — Notai a diferença dos termos, e vereis quanto vai de dizer a ensinar.

Não diz Cristo: o Espírito Santo vos dirá o que eu vos tenho dito; nem diz: o Espírito Santo vos ensinará o que eu vos tenho ensinado; mas diz: O Espírito Santo vos ensinará o que eu vos tenho dito, porque o pregador, ainda que seja Cristo, diz: o que ensina é o Espírito Santo. Cristo diz: Quaecumque dixero vobis; o Espírito Santo ensina: Ille vos docebit omnia. Omestre na cadeira diz para todos, mas não ensina a todos. Diz para todos, porque todos ouvem; mas não ensina a todos, porque uns aprendem, outros não. E qual é a razão desta diversidade, se o mestre é o mesmo e a doutrina a mesma? Porque, para aprender, não basta só ouvir por fora: é necessário entender por dentro. Se a luz de dentro é muita, aprende-se muito; se pouca, pouco; se nenhuma, nada. O mesmo nos acontece a nós. Dizemos, mas não ensinamos, porque dizemos por fora; só o Espírito Santo ensina, porque alumia por dentro: Ministeria forinsecus adjutoria sunt, cathedram in caelo habet, quia corda docet, diz Santo Agostinho. Por isso até o mesmo Cristo, pregando tanto, converteu tão pouco.

Se o Espírito Santo não alumia por dentro, todo o dizer, por mais divino que seja, é dizer: Quaecumque dixero vobis; mas se as vozes exteriores são assistidas dos raios interiores da sua luz, logo qualquer que seja o dizer, e de quem quer que seja, é ensinar, porque só o Espírito Santo é o que ensina: Ille vos docebit.

Por que vos parece que apareceu o Espírito Santo hoje sobre os apóstolos, não só em línguas, mas em línguas de fogo? Porque as línguas falam, o fogo alumia. Para converter almas, não bastam só palavras: são necessárias palavras e luz. Se quando o pregador fala por fora, o Espírito Santo alumia por dentro, se quando as nossas vozes vão aos ouvidos, os raios da sua luz entram ao coração, logo se converte o mundo. Assim sucedeu em Jerusalém neste mesmo dia. Sai S. Pedro do cenáculo de Jerusalém, assistido deste fogo divino, toma um passo do profeta Joel, declara-o ao povo, e, sendo o povo a que pregava aquele mesmo povo obstinado e cego, que poucos dias antes tinha crucificado a Cristo, foram três mil os que naquela pregação o confessaram por verdadeiro Filho de Deus e se converteram à fé. Oh! admirável eficácia da luz do Espírito Santo! Oh! notável confusão vossa e minha! Um pescador, com uma só pregação e com um só passo da Escritura, no dia de hoje converte três mil infiéis, e eu, no mesmo dia, com cinco e com seis pregações, com tantas Escrituras, com tantos argumentos, com tantas razões, com tantas evidências, não posso persuadir um cristão. Mas a causa é porque eu falo e o Espírito Santo, por falta de disposição nossa, não alumia. Divino Espírito, não seja a minha indignidade a que impeça a estas almas, por amor das quais descestes do céu à terra, o fruto de vossa santíssima vinda: Veni Sancte Spiritus, et emitte caelitus lucis tuae radium: Vinde, Senhor, e mandai-nos do céu um raio eficaz de vossa luz — não pelos nossos merecimentos, que conhecemos quão indignos são, mas pela infinita bondade vossa, e pela intercessão de vossa esposa santíssima. Ave Maria.

II
Ille vos docebit omnia. Diz Cristo aos apóstolos que o Espírito Santo os ensinará. E ser Cristo, ser o Filho de Deus o que diz estas palavras, faz segunda dificuldade à inteligência e razão delas. Ao Filho de Deus, que é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, atribui-se a sabedoria; ao Espírito Santo, que é a terceira Pessoa, o amor; e suposto isto parece que a Pessoa do Espírito Santo havia de encomendar o ofício de ensinar à Pessoa do Filho, e não o Filho ao Espírito Santo. Que o amor encomende o ensinar à sabedoria, bem está; mas a sabedoria encomendar o ensinar ao amor: Ille vos docebit? Neste caso sim. Porque para ensinar homens infiéis e bárbaros, ainda que é muito necessária a sabedoria, é muito mais necessário o amor. Para ensinar, sempre é necessário amar e saber, porque quem não ama não quer, e quem não sabe não pode; mas esta necessidade de sabedoria e amor não é sempre com a mesma igualdade. Para ensinar nações fiéis e políticas, é necessário maior sabedoria que amor; para ensinar nações bárbaras e incultas, é necessário maior amor que sabedoria. A segunda Pessoa, o Filho, e a terceira, o Espírito Santo, ambas vieram ao mundo a ensinar e salvar almas; mas a missão do Filho foi a uma nação fiel e política, e a missão do Espírito Santo foi principalmente a todas as nações incultas e bárbaras. A missão do Filho foi só a uma nação fiel e política, porque foi só aos filhos de Israel, como o mesmo Senhor disse: Non sum missus nisi ad oves quae perierunt domus Israel [3]. A missão do Espírito Santo foi principalmente às nações incultas e bárbaras, porque foi para todas as nações do mundo, que por isso desceu e apareceu em tanta diversidade de línguas: Apparuerunt dispertitae linguae [4]. E como a primeira missão era para uma nação política, e a segunda para todas as nações bárbaras, por isso foi muito conveniente que à primeira viesse uma Pessoa divina, a quem se atribui, não o amor, senão a sabedoria, e que à segunda viesse outra pessoa, também divina, a quem se atribui, não a sabedoria, senão o amor. Para ensinar homens entendidos e políticos, pouco amor é necessário: basta muita sabedoria; mas para ensinar homens bárbaros e incultos, ainda que baste pouca sabedoria, é necessário muito amor.

Desceu hoje o Espírito Santo em línguas, para formar aos apóstolos mestres e pregadores, mas mestres e pregadores de quem? O mesmo Cristo que os mandou pregar o disse: Euntes in mundum universum, praedicate Evangelium omni creaturae (Mc. 16,15): Ide por todo o mundo, e pregai a toda a criatura. — A toda a criatura, Senhor? — É reparo de S. Gregório papa. — Bem sei eu que são criaturas os homens, mas os brutos animais, as árvores e as pedras também são criaturas. Pois, se os apóstolos hão-de pregar a todas as criaturas, hão de pregar também aos brutos? Hão-de pregar também aos troncos? Hão de pregar também às pedras? Também, diz Cristo: Omni creaturae; não porque houvessem os apóstolos de pregar às pedras, e aos troncos, e aos brutos, mas porque haviam de pregar a todas as nações e línguas bárbaras e incultas do mundo, entre as quais haviam de achar homens tão irracionais como os brutos, e tão insensíveis como os troncos, e tão duros e estúpidos como as pedras.

E para um apóstolo se pôr a ensinar e abrandar uma pedra, para se pôr a ensinar e moldar um tronco, para se pôr a ensinar e meter em juízo um bruto, vede se é necessário muito amor de Deus. Em um deles o veremos.

Poucos dias antes de Cristo mandar aos apóstolos a pregar pelo mundo, fez esta pergunta a S. Pedro: Simon Joannis, diligis me plus his (Jo. 21,15)? Pedro, amas-me mais que todos estes?

Respondeu o santo: Etiam, Domine, tu scis quia amo te: Senhor, bem sabeis vós que vos amo. Ouvida a resposta, torna Cristo a fazer segunda vez a mesma pergunta: Simon Joannis, diligis me plus his?

Pedro, amas-me mais que todos estes? Respondeu S. Pedro, com a mesma submissão e encolhimento, que bem sabia o Senhor, que o amava: Tu scis quia amo te. Ouvida a mesma resposta segunda vez, torna Cristo terceira vez a repetir a mesma pergunta, e diz o texto que se entristeceu São Pedro: Contristatus est Petrus, quia dixit ei tertio, amas me? Entristeceu-se Pedro, porque Cristo lhe perguntou a terceira vez se o amava. — E verdadeiramente que a matéria e a instância era muito para dar cuidado. Quando eu li estas palavras a primeira vez, pareceu-me que seria este exame de amor tão repetido, para Cristo mandar a S. Pedro que fosse a Jerusalém, que entrasse pelo palácio de Caifás, e que, no mesmo lugar onde o tinha negado, se desdissesse publicamente, e confessasse a vozes que seu Mestre era o verdadeiro Messias e Filho de Deus verdadeiro, e, que se por isso o quisessem matar e queimar, que se deixasse tirar a vida e fazer em cinza. Para isto cuidava eu que eram estas perguntas e estes exames tão repetidos do amor de S. Pedro. Mas depois que o santo respondeu na mesma forma a terceira vez, que amava, o que o Senhor lhe disse foi: Pasce oves meas (Jo. 21,17): Pois, Pedro, já que me amas tanto, mostra-o em apascentar as minhas ovelhas. -Agora me admiro eu deveras. Pois, para apascentar as ovelhas de Cristo tanto aparato de exames de amor de Deus? Uma vez, se me amas, e outra vez, se me amas, e terceira vez, se me amas? E não só, se me amas, senão, se me amas mais que todos? Sim. Ora vede.

As ovelhas que S. Pedro havia de apascentar, eram as nações de todo o mundo, as quais Cristo queria trazer e ajuntar de todo ele, e fazer de todas um só rebanho, que é a Igreja, debaixo de um só pastor, que é S. Pedro: Et alias oves habeo, quae non sunt ex hoc ovili, et illas opportet me adducere, et vocem meam audient, et fiet unum ovile et unus pastor [5]. De maneira que o rebanho que Cristo encomendou a S. Pedro não era rebanho feito, senão que se havia de fazer, e as ovelhas não eram ovelhas mansas, senão que se haviam de amansar: eram lobos, eram ursos, eram tigres, eram leões, eram serpentes, eram dragões, eram áspides, eram basiliscos, que por meio da pregação se haviam de converter em ovelhas. Eram nações bárbaras e incultas, eram nações feras e indômitas, eram nações cruéis e carniceiras, eram nações sem humanidade, sem-razão, e muitas delas sem lei, que por meio da fé e do Batismo se haviam de fazer cristãs; e para apascentar e amansar semelhante gado, para doutrinar e cultivar semelhantes gentes, é necessário muito cabedal de amor de Deus, é necessário amar a Deus: Diligis me, e mais amar a Deus: Diligis me, e mais amar a Deus: Diligis me, e não só amar a Deus uma, duas e três vezes, senão amá-lo mais que todos: Diligis me plus his?

Quando as ovelhas que Cristo encomendava a S. Pedro foram mansas e domésticas, ainda era necessário muito amor para suportar o trabalho de as guardar. Exemplo seja Jacó, pastor de Labão e amante de Raquel, de quem diz a Escritura que sofria tão levemente o que sofria, porque amava tão grandemente como amava: Prae amoris magnitudine (Gên. 29,20). E se, para guardar ovelhas mansas, é necessário amor, e muito amor, que será para ir tirar das brenhas ovelhas feras, para as amansar e afeiçoar aos novos pastos, para as acostumar à voz do pastor e à obediência do cajado, e sobretudo para desprezar os perigos de se confiar de suas garras e dentes, enquanto são ainda feras, e não ovelhas. Se é necessário amor para ser pastor de ovelhas que comem no prado e bebem no rio, que amor será necessário para ser pastor de ovelhas, que talvez comem os pastores e lhes bebem o sangue? Por isso Cristo examina três vezes de amor a S. Pedro, por isso o Espírito Santo, Deus de amor, vem hoje a formar estes pastores e estes mestres, e por isso o Mestre divino passa hoje os seus discípulos da Escola da Sabedoria para a Escola do Amor: Ille vos docebit.

(cont)








[1] Ele vos ensinará todas as coisas que vos tenho dito (Jo. 14,26).
[2] Dixero, id est, dixi, uti habet Graecum Originale.
[3] Eu não fui enviado senão às ovelhas que pereceram da casa de Israel (Mt. 15,24).
[4] E apareceram repartidas umas como línguas (At. 2,3).
[5] Tenho também outras ovelhas que não são deste aprisco, e importa que eu as traga, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor (Jo. 10, 16).