30/11/2011

Vivendo o Advento



Novíssimos – Vida Eterna 2



Acerca do Céu e do Inferno, João Paulo I contava a seguinte história: Um homem apresenta-se a S. Pedro para conhecer o seu destino eterno. Consultado o livro da vida S. Pedro diz-lhe que mereceu o Céu e indica-lhe o caminho: Segues por esse corredor e, lá ao fundo, a porta da direita dar-te-á acesso ao Céu.


Contentíssimo porque naturalmente seguro de ter conquistado o Céu, o homem atreve-se a pedir a S. Pedro que o deixe satisfazer a sua curiosidade e, ao menos por breves momentos, ver o Inferno.
- Bom, diz-lhe S. Pedro, no mesmo corredor, lá ao fundo, mas a porta da esquerda.
E o homem assim fez e, pela porta entreaberta, viu uma enorme sala, na qual havia uma mesa onde estavam dispostas iguarias e manjares dos mais suculentos e apetitosos e uma multidão sentada à mesa, mas, tudo isto num enorme caos e indescritível confusão.
Munidos de colheres enormes as pessoas tentavam desesperadamente saciar a sua fome mas, dadas as dimensões das colheres, não conseguiam levar à boca nem o mais pequeno pedaço de comida que se espalhava a toda a volta. Eram visíveis o desespero e a frustração mais completas e as discussões e querelas violentas que estalavam por todo o lado.
Fechada a porta, abriu então a que lhe estava indicada e entrou resolutamente no seu destino eterno. A surpresa foi grande, porque, a enormíssima sala era exactamente igual à outra, tal como a mesa e as iguarias nela dispostas, bem como as enormes colheres. Mas ao invés da outra, aqui havia uma paz e uma tranquilidade absolutas. É que, cada uma das pessoas sentadas à mesa, munida da sua gigantesca colher, alimentava a pessoa em frente de si, do outro lado da mesa.

(jorge margarido correia, Notas num Retiro, Enxomil 2005.04.15)


Calma, deixa correr o tempo

Textos de São Josemaria Escrivá

Estás intranquilo. – Olha: aconteça o que acontecer na tua vida interior ou no mundo que te rodeia, nunca te esqueças de que a importância dos acontecimentos ou das pessoas é muito relativa. – Calma. Deixa correr o tempo; e, depois, olhando de longe e sem paixão os factos e as pessoas, adquirirás a perspectiva, porás cada coisa no seu lugar e de acordo com o seu verdadeiro tamanho. Se assim fizeres, serás mais justo e evitarás muitas preocupações. (Caminho, 702)

Não vos assusteis nem temais nada, mesmo que as circunstâncias em que trabalheis sejam tremendas, piores que as de Daniel no fosso com aqueles animais vorazes. As mãos de Deus continuam a ser igualmente poderosas e, se fosse necessário, fariam maravilhas. Sede fiéis! Com uma fidelidade amorosa, consciente, alegre, à doutrina de Cristo, persuadidos de que os anos de agora não são piores do que os dos outros séculos e de que o Senhor é o mesmo de sempre.
Conheci um sacerdote já ancião, que afirmava, sorridente, de si mesmo: eu estou sempre tranquilo, tranquilo. E assim temos de nos encontrar sempre nós, metidos no mundo, rodeados de leões famintos, mas sem perder a paz: tranquilos! Com amor, com fé, com esperança, sem esquecer jamais que, se for conveniente, o Senhor multiplicará os milagres. (Amigos de Deus, 105)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Sentido do sofrimento

O problema do mal

Navegando pela minha cidade
Numa passadeira da Avenida da Boavista foi mortalmente atropelado um amigo 
meu numa noite de intensa chuva e vento do Inverno passado.

Poucos meses depois e até hoje, nessa e noutras passadeiras da cidade está escrito no lancil do passeio: 1.166 vítimas de acidentes no Porto em 2009 – Atenção, todos somos peões.

Porquê ele? Porquê eu? Que mal fiz eu a Deus?

Estas são as perguntas de retórica que normalmente se fazem ou se ouvem quando a brutalidade de um acidente ou de uma doença nos entra pelo coração adentro sem prevenir nem pedir licença.

Sim, porque alguém tem de ser responsabilizado por aquilo que ultrapassa a nossa lógica, nos fere tão profundamente e ultraja o nosso conceito de justiça.

Afinal somos todos peões. Afinal somos todos iguais. Afinal somos todos seres humanos. Afinal não é só aos outros que o mal acontece. Afinal onde está (estava) Deus?

“O mal, o sofrimento e a doença fazem parte de nosso quotidiano. As injustiças, a fome e a dor são tão frequentes no nosso mundo que parecem ser normais e obrigatórias. Se fôssemos colocar numa biblioteca todos os livros já escritos para tentar explicar o porquê dessa realidade, ficaríamos surpreendidos com a sua quantidade.

Para o cristão, mais do que um culpado, o mal tem uma causa: a liberdade. Fomos criados livres, com a possibilidade de escolher os nossos caminhos. Podemos, pois, fazer tanto o bem quanto o mal. Se não tivéssemos inteligência e vontade, não existiria o mal no mundo; se fossemos meros robots, também não. Por outro lado, sem liberdade não haveria o bem e nem saberíamos o que é um gesto de amor. Também não conheceríamos o sentido de palavras como gratidão, amizade, solidariedade e lealdade.”[1]

Ou seja, a culpa é da liberdade; essa rainha do absoluto que somos. E daí a nossa responsabilidade inata. Somos responsáveis porque somos seres livres.

Ou seja, a culpa não é de ninguém mas a razão da nossa existência resulta da essência da grandeza do nosso ser.

O título deste texto – O problema do mal – é o mesmo do artigo citado embora, na verdade e em consequência do acima referido devesse ser: O problema da liberdade; ou o problema da existência e aquilo que dela e com ela fazemos.

Todo este arrazoado foi-me suscitado por, mais uma vez, ter visto uma entrevista a uma ex-toxicodependente durante a qual a sua ex-dependência foi sempre tratada por doença. Isto é, ela foi uma doente e venceu a doença. Ela foi uma vítima que se libertou da caverna escura para onde tinha sido arrastada por um qualquer tipo de propensão ou queda inscrita no seu ADN.

Esta visão é um absurdo paradoxo. Enquanto aquela mulher esteve viciada num tóxico qualquer era doente sem capacidade nem responsabilidade. Dito de outra forma: não tinha culpa. Uma vez liberta dessa dependência, foi pela sua força de vontade e de querer ser livre que venceu a doença de que não teve culpa.

Não, não estou de acordo. Sem o conceito de culpa onde está a nossa liberdade de escolha? Sem culpa nunca haverá culpados. Sem o conceito de vício não há hábitos maus. Se eu não ofendo a minha dignidade humana; se eu não tenho culpa, se não sou responsável; se não tenho obrigações; então também não tenho direitos incluindo o direito à liberdade.

Livre arbítrio; ofensa; culpa; perdão: é esta a tetralogia da história de cada um e de toda a humanidade que nos diferencia dos cães.

Afonso Cabral


[1] Dom Murilo S.R. Krieger, scj, 



Opus Dei

No Opus Dei todos fazemos o que teríamos feito se não fossemos do Opus Dei, mas com uma diferença: 

porque levamos acesa dentro da nossa alma a luz da vocação divina, da graça especial de Deus; porque damos á vida um sabor novo, o sabor do sal de Deus: 

Somos – devemos ser – lux mundi, sal terrae (Mt 5, 13-14), luz do mundo e sal da terra. 

(Notícias, Maio de 1965 p. 11) 30/11

Evangelho do dia e comentário


Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]

1ª Quarta-Feira do Advento 30 de Novembro 
Evangelho: Mt 4, 18-22

18 Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 19 «Segui-Me, disse-lhes, e Eu vos farei pescadores de homens». 20 E eles, imediatamente, deixando as redes O seguiram. 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca juntamente com seu pai Zebedeu, consertando as suas redes. E chamou-os. 22 Eles, deixando imediatamente a barca e o pai, seguiram-n'O.

Comentário:

Seguir Jesus é o que todos os homens devem desejar.

Não porque o Seu caminho seja mais fácil ou atractivo mas porque é o único caminho que leva à vida eterna.

Sim, seguir Jesus!

Não amanhã, um dia qualquer… mas agora, imediatamente, “NUNC COEPI”, sem hesitações ou calculismos mas com toda a liberdade e determinação de quem sabe o que mais lhe convém!

(ama, comentário sobre Mt 4, 18-22, 2010.11.30)

Vida No Ventre - 28 semanas

Ideais

Diferenças entre amores e ideais.


Não importa confundir amores e ideais, mas falando com precisão são algo diferentes pois o desejo de um bem é diferente do bem. 


Um amor é um desejo; um ideal é o que se deseja. 


O amor é desejo que sempre está no interior de quem ama; o ideal é amiúde algo exterior. 


O amor é afâ que já se possui; o ideal ainda não.

Ideasrapidas, trad ama

Dignidade humana

Reflectindo


Em nome da justiça, o Bispo de Roma, o sucessor de Pedro, suplica aos seus irmãos e irmãs na humanidade que não desprezem os esfomeados deste continente, que não lhes neguem o direito universal à dignidade humana e à segurança da vida.

(btº. joão paulo II, Apelo contra a pobreza em África no Palácio da CEAO, em Uagadugu, Burkina Faso, 1990.01.29)


Tratado De Deo Trino 25

Questão 32: Do conhecimento das pessoas divinas.

Art. 3 — Se há cinco noções.
(I Sent., dist. XXVI, q. 2, a. 3; dist. XXVIII, q. 1, a. 1; De Pot., q. 3, a. 9, ad 21, 27; q. 10, a. 5, ad 12; Compend Theol., cap. LVII sqq).

O terceiro discute-se assim. — Parece que não há cinco noções.

— Pois, as noções próprias das Pessoas são as relações pelas quais se distinguem. Ora, em Deus, como se disse [1], não há senão quatro relações. Logo, só há também quatro noções.

— Demais. — Por ter uma só essência, diz-se que Deus é uno; mas, por serem três as Pessoas, que é trino. Se portanto, há nele cinco noções, há de se chamar quino, o que é inconveniente.

— Demais. — Se, por existirem em Deus três Pessoas, existem cinco noções, é necessário que em alguma das pessoas haja certas noções, duas ou mais, assim como na Pessoa do Pai existe a inascibilidade, a paternidade e a expiração comum. Ora, ou estas três noções diferem realmente, ou não. Se diferem, segue-se que a Pessoa do Pai é composta de várias realidades. Se, porém, só racionalmente diferem, segue-se que uma delas pode predicar-se da outra, podendo então dizer-se, que assim como a bondade de Deus é a sua sabedoria, por não haver entre elas diferença real, assim a expiração comum é a paternidade — o que se não concede. Logo, não há cinco noções.

Mas, em contrário, parece sejam mais as noções. Pois, assim como o Pai, de ninguém procedendo, dá origem à noção da inascibilidade, assim do Espírito Santo não procede outra pessoa. E, portanto, será necessário admitir-se uma sexta noção.

Demais. — Sendo comum ao Pai e ao Filho o proceder deles o Espírito Santo, assim é comum ao Filho e ao Espírito Santo o procederem do Pai. Logo, assim como há uma noção comum ao Pai e ao Filho, assim deve haver outra comum ao Filho e ao Espírito Santo.

Chama-se noção à razão própria pela qual se conhece a Pessoa divina. Ora, as Pessoas, divinas se multiplicam pela origem; e como esta implica a proveniência de outro ser e o ser proveniente doutro, por estes dois modos podemos conhecer a pessoa. Por onde, não pode a Pessoa do Pai ser conhecida como provinda de outro, mas como a que ninguém provém; cabendo-lhe então deste modo a noção da inascibilidade. Mas, enquanto alguém dele provém de duplo modo pode o Pai ser conhecido pela noção de paternidade; e enquanto dele provém, o Espírito Santo, o é pela noção de espiração comum. O Filho, por seu lado, pode ser conhecido como proveniente de outro por nascimento; e assim, é conhecido pela filiação; e porque dele procede outra Pessoa, a saber, o Espírito Santo, é conhecido ainda pelo mesmo modo porque o Pai o é, a saber, pela espiração comum. Quanto ao Espírito Santo, pode ser conhecido enquanto procedente de outro ou de outros, e assim o é pela processão; não o é, porém, por dele proceder outro, pois, nenhuma pessoa divina dele procede. Logo, há cinco noções em Deus, a saber: a inascibilidade, a paternidade, a filiação, a espiração comum, e a processão. Mas delas só quatro são relações, pois a inascibilidade só por uma redução é relação, como depois se dirá [2]. Enquanto às outras quatro, elas são somente propriedades, pois, a espiração comum, convindo a duas pessoas, não é uma propriedade. E três são as noções pessoais, i. e, constitutivas das Pessoas, a saber, a paternidade, a filiação e a processão; pois, a espiração comum e a inascibilidade se chamam noções de Pessoas, não porém pessoais, como a seguir [3] mais claro ficará.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Além das quatro relações é necessário introduzir outra noção, como se disse [4].

RESPOSTA À SEGUNDA. — A essência em Deus é entendida como significativa de uma certa realidade; e, semelhantemente, como certas realidades, são entendidas as Pessoas. Mas as noções consideram-se como razões notificativas das Pessoas. Por onde, embora Deus seja denominado uno pela unidade de essência, e trino, pela Trindade das Pessoas, todavia não lhe chamamos quino, por causa das cinco noções.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como só a oposição relativa faz a pluralidade real em Deus, às várias propriedades de uma Pessoa, não se opondo relativamente entre si, realmente não diferem. Mas nem por isso se predicam umas das outras, pois se consideram como significativas das diversas razões das Pessoas; assim como também não dizemos, que o atributo da potência é o atributo da ciência, embora digamos que a ciência é uma potência.

RESPOSTA À QUARTA. — A pessoa, importando dignidade, como já se disse [5], nenhuma noção pode ser admitida, no Espírito Santo, por não provir dele nenhuma Pessoa. Pois, isto não lhe pertence à dignidade, como pertence a autoridade do Pai não provir ninguém.

RESPOSTA À QUINTA. — O Filho e o Espírito Santo não convém em se originarem do Pai de um modo especial, como o Pai e o Filho convém em produzirem o Espírito Santo de um modo especial. Ora é necessário que o princípio de conhecimento seja algo de especial. Portanto, não há semelhança.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,




[1] Q. 28, a. 4.
[2] Q. 33, a. 4 ad 3.
[3] Q. 40, a. 1, ad 1.
[4] In corp.
[5] Q. 29, a. 3 ad 2.

O KGB considerava o Cardeal uma ameaça

Graças ao ex coronel do KGB Vasili Mitrokhin, que em 1992 fugiu para Inglaterra levando consigo 200.000 fichas do temido serviço secreto soviético, hoje podemos conhecer a espionagem que se realizou durante anos sobre o jovem cardeal Wojtyla, que anos depois seria Papa. A temida KGB tinha uma grande intuição: «Karol Wojtyla é uma ameaça potencial para o regime comunista». 

Assim, desde 1971, o cardeal Wojtyla foi considerado como um «elemento» a ser seguido de perto, a ser espiado. Alguns eclesiásticos do círculo íntimo do futuro Papa também estiveram no ponto de mira do serviço secreto. O Padre Andrzej Bardecki, assistente pessoal do cardeal de Cracóvia, foi o más espiado nessa época segundo se desprende do material facilitado pelo ex coronel do KGB Vasili Mitrokhin.

Wojtyla, anticomunista
«Wojtyla mantém um ponto de vista extremadamente anticomunista. Sem se opor abertamente ao sistema socialista,   criticou o funcionamento dos ministérios estatais da República», escreve numa das fichas a KGB. Noutra pode ler-se: «Muitos oficiais do partido polaco sentiram-se subjugados pela espiritualidade intensa e mística de Wojtyla. Este passava amiúde de seis a dez horas por dia rezando. Entrando na sua capela privada, os ajudantes podam encontrá-lo às vezes estendido imóvel no solo de mármore com os braços abertos em forma de cruz». Segundo revela a KGB, desde os anos 1973-74, o procurador general polaco pensava levar aos tribunais o cardeal Karol Wojtyla pelas suas homilias «incendiarias». 

O futuro Papa manifestava nos seus sermões aos metalúrgicos de Nowa Huta que «a Igreja tem o direito de criticar toda a manifestação ou aspecto das acções das autoridades se estas são consideradas inaceitáveis pela população». Se se tivesse produzido a sua passagem pelos tribunais, teriam aplicado a monsenhor Wojtyla o artículo 194 de Código Penal polaco por «afirmações subversivas durante funções religiosas», que contemplava a pena de prisão de entre um e dez anos.
Havia precedentes
A revista «30 Giorni», que se fez eco destas sensacionais revelações do ex coronel da KGB, Vasili Mitrokhin, publicadas em Itália pela editorial Rizzoli, assinalou que «Wojtyla tinha as costas cobertas pela sua posição de relevo. Apesar de que nos anos cinquenta se tivesse encarcerado durante três anos o primado polaco, o cardeal Stefan Wyszynski, nos sessenta o regime de Gierek não se atreveu a voltar a prender um cardeal». Segundo a KGB, Wojtyla muito raramente lia os periódicos.
Apenas escutava as notícias pela rádio ou pela televisão. O seu amigo, o Padre Bardecki, era quem cada quinze dias o visitava no seu estúdio do arcebispado de Cracóvia, e o informava em privado de como estava realmente a situação polaca no campo eclesial, político, económico ou sindical. Wojtyla e Bardecki, velhos amigos, colaboravam no semanário católico «Tygognik Pwszechny», alem de partilhar a «honra» de estar no ponto de mira da KGB, ou ser objecto de acções «Progres», que é como os agentes secretos soviéticos denominavam as tarefas de espionagem e vigilância.  

Nas fichas da KGB podem ler-se que em 1977 Wojtyla alinhava com os diferentes movimentos de protesto. Alem disso, invocava o exemplo de Santo Estanislau, como símbolo da resistência contra um estado injusto. Diz a KGB: «Wojtyla era defensor da liberdade, direito inalienável de todo homem, de modo que a violação desta por parte do estado representa a violação da ordem social e moral».

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 43

Jesus de NazaréQue sentido tem a confissão, o sacramento da penitência?

“Do que se trata no fundo é de que a culpa não deve continuar supurando ocultamente na alma, envenenando-a assim desde dentro. Necessita da confissão. Pela confissão expomo-la à luz, expomo-la ao amor purificador de Cristo (cf. Jn 3, 20s). Na confissão o Senhor volta a lavar sempre os nossos pés sujos e prepara-nos para a comunhão da mesa com Ele”

55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 81-82, marc argemí, trad. ama

Música e repouso

 Debussy - Reverie - David Delucia

selecção ALS

29/11/2011

Vivendo o Advento



Novíssimos: Inferno





O nosso tempo não percebe que, se o inferno não existe, então a liberdade humana desaparece, pois todos ficam condenados a serem aquilo que Deus faz deles.









(joão césar das neves, O Século de Fátima, Principia, 2ª Ed. nr. 143


Deus não Se cansa das nossas infidelidades

Textos de São Josemaria Escrivá

Ser pequeno. As grandes audácias são sempre das crianças. – Quem pede... a Lua? – Quem não repara nos perigos, ao tratar de conseguir o seu desejo? "Ponde" numa criança "destas" muita graça de Deus, o desejo de fazer a sua Vontade (de Deus), muito amor a Jesus, toda a ciência humana que a sua capacidade lhe permita adquirir..., e tereis retratado o carácter dos apóstolos de hoje, tal como indubitavelmente Deus os quer. (Caminho, 857)

A filiação divina é o fundamento do espírito do Opus Dei. Todos os homens são filhos de Deus, mas um filho pode reagir de muitos modos diante do seu pai. Temos de esforçar-nos por ser filhos que procuram lembrar-se de que o Senhor, querendo-nos como filhos, fez com que vivamos em sua casa no meio deste mundo; que sejamos da sua família; que o que é seu seja nosso e o nosso seu; que tenhamos com Ele a mesma familiaridade e confiança com que um menino é capaz de pedir a própria Lua!
Um filho de Deus trata o Senhor como Pai. Não servilmente, nem com uma reverência formal, de mera cortesia, mas cheio de sinceridade e de confiança. Deus não se escandaliza com os homens. Deus não Se cansa das nossas infidelidades. O nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo até Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é tão verdadeiramente pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e se adianta com a sua graça, abrindo-nos amorosamente os braços.
Reparai que não estou a inventar nada. Recordai a parábola que o Filho de Deus nos contou para que entendêssemos o amor do Pai que está nos Céus: a parábola do filho pródigo.
Ainda estava longe – diz a Escritura – quando o pai o viu e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Estas são as palavras do livro sagrado: cobrindo-o de beijos! Pode-se falar mais humanamente? Pode-se descrever com mais viveza o amor paternal de Deus para com os homens? (Cristo que passa, 64) 

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

AS ADIÇÕES

Como livrar-se de uma adição?

Há adições e obsessões que requerem tratamento médico e deve-se consultar o médico correspondente. Além disso, há vários modos de libertar-se das adições:
A mortificação, o sacrifício. - O exercício no dominar os próprios gostos ajuda a dominar-se ante as apetências escravizantes.
A repetição de actos bons. - Origina boas qualidades e costumes que se contrapõem às que se deseja suprimir. (Também é evidente que se devem evitar as más acções para não reforçar o vício).
A busca de ideais elevados. - Se se possuem grandes metas, é mais fácil que o coração humano ponha atenção e interesse em alcançá-las, e assim tem mais facilidade em libertar-se de tendências escravizantes. O serviço aos outros seria um exemplo de bom ideal.
O apoio de boas pessoas e de Deus. - Não é bom ficar só. Avança-se com mais ligeireza se se conta com o alento de outras pessoas. (Igualmente, convém evitar os ambientes que facilitem o vício). E desde logo, a ajuda do céu será muito bom.

Ideasrapidas, trad ama

Evangelho do dia e comentário


Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]

1ª Terça-Feira do Advento 29 de Novembro
Evangelho: Lc 10, 21-24

21 Naquela mesma hora Jesus exultou de alegria no Espírito Santo, e disse: «Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos simples. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. 22 Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar». 23 Depois, tendo-Se voltado para os discípulos, disse: «Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. 24 Porque Eu vos afirmo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e não o viram, ouvir o que vós ouvis e não o ouviram».

Comentário:

Eu, que acabei de ler este trecho do Evangelho, sou «sábio e prudente» ou simples como as crianças?

Ao colocar-me esta pergunta, percebo que tenho de fazer um exame sério e profundo sobre mim próprio sobretudo no que respeita à forma como leio o Evangelho.

Leio-o para “cumprir” uma obrigação que me impus a mim mesmo?

Para seguir os conselhos do meu Director Espiritual?

Porque é uma leitura agradável e muito interessante?

Ou… não leio apenas mas medito cada palavra, cada frase, cada capítulo, saboreando e tentando “descobrir” o que contém de ensinamentos coerentes e seguros para a minha vida espiritual.

Ou seja: leio-o como quem toma um algo imprescindível para os meus conhecimentos sobre a Doutrina de Jesus Cristo e, assim, alimentar a minha fé?

(ama, comentário sobre Lc 10, 21-24, 2011.10.21)

Vida no ventre: 26 semanas


Ideais

Um ideal é um amor?

Um ideal é um bem desejado; enquanto amar é desejar o bem a alguém. Com outras palavras, um bem desejado é um ideal e ao mesmo tempo é próprio de um amor. De modo que só quem ama tem ideais.

Ideasrapidas, trad ama

Dificuldades

Reflectindo

Conta-se que uma alma santa ao ver como os acontecimentos lhe eram contrários e a uma provação sucedia outra, e a uma calamidade um desastre maior, voltou-se com ternura para o Senhor e perguntou: Mas, Senhor, que Te fiz?, e ouviu no seu coração estas palavras: Amaste-Me. Pensou então no Calvário e compreendeu um pouco melhor como o Senhor queria purificá-la e associá-la a Ele na redenção de tantas gentes que andavam perdidas, longe de Deus. E encheu-se de paz e alegria.

(r. garrigou-lagrange, El Salvador, nr. 311 trad ama)


Tratado De Deo Trino 24

Questão 32: Do conhecimento das pessoas divinas.

Art. 2 — Se devemos introduzir noções em Deus.
(I Sent., dist. XXXIII, a. 2).

O segundo discute-se assim. — Parece que não devemos introduzir noções em Deus.

— Pois, Dionísio diz: Não devemos ousar afirmar de Deus nada mais do que o que nos foi expresso pelas Sagradas Letras [1]. Ora, a Sagrada Escritura nenhuma menção faz das noções. Logo, não devemos admitir noções em Deus.

Demais. — Tudo quanto dizemos de Deus concerne à unidade da essência ou à Trindade das Pessoas. Ora, nem a esta nem àquela concernem as noções. Pois, das noções nada se predica essencialmente; assim, não dizemos que a paternidade seja sábia ou crie; nem lhes atribuímos propriedades da pessoa, pois não dizemos que a paternidade gere e a filiação seja gerada. Logo, em Deus se não devem introduzir noções.

Demais. — Nos seres simples não devemos introduzir noções abstractas, que sejam princípios de conhecimento; pois, os seres simples a si mesmos se conhecem. Ora, as Pessoas divinas são simplicíssimas. Logo, nelas não devemos introduzir noções.

Mas, em contrário, diz João Damasceno: Reconhecemos a diferença das hipóstases, i. e, das Pessoas, por três propriedades, a saber, a paternal, a filial e a processional [2]. Logo, devemos introduzir em Deus, propriedades e noções.

Prepositivo, atendendo à simplicidade das Pessoas, disse que se não devem introduzir em Deus propriedades e noções; e quando as encontra, expõe o abstracto pelo concreto. E assim como costumamos dizer — Rogo à tua benignidade — i. e, — a ti benigno — assim, quando se fala da paternidade em Deus, entende-se o Deus Padre.

Mas, como já ficou demonstrado [3], não prejudica a divina simplicidade aplicarmos a Deus nomes concretos e abstractos, porque, como inteligimos assim nomeamos. Porque o nosso intelecto, não podendo atingir a simplicidade divina, em si mesma considerada, por isso apreende e nomeia as realidades divinas ao seu modo, i. e, segundo o que descobre nas coisas sensíveis, das quais tira o conhecimento. Ora, para significar as formas simples destas, usamos de nomes abstractos; e para significar as coisas subsistentes, de nomes concretos. E por isso, como já dissemos [4], exprimimos as realidades divinas, pelo concernente à simplicidade, com nomes abstractos; e pelo concernente à subsistência e ao complemento, com nomes concretos. Ora, é necessário exprimir, abstracta e concretamente, não só os nomes essenciais, como quando dizemos divindade e Deus, sabedoria e sábio; mas também os pessoais, como quando dizemos paternidade e pai.

E a isto sobretudo nos obrigam duas razões. A primeira é a instância dos heréticos. Pois, se nos perguntassem, ao confessar-mos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus em três Pessoas, pelo que são um só Deus e pelo que são três Pessoas, do mesmo modo que responderíamos serem um Deus pela essência e pela divindade, assim também devem existir certos nomes abstractos pelos quais possamos responder que as Pessoas se distinguem. E tais são as propriedades ou noções expressas em abstracto, como paternidade e filiação. E assim, em Deus, a essência significa o que é, a Pessoa, quem é, e a propriedade, enfim, pelo que é.

A segunda é que, em Deus, uma Pessoa se refere a duas, a saber, a Pessoa do Pai à do Filho e à do Espírito Santo. Não porém pela mesma relação; porque daí resultaria referirem-se também o Filho e o Espírito Santo ao Pai por uma e mesma relação; e assim como em Deus só a relação multiplica a Trindade, seguir-se-ia não serem duas Pessoas o Filho e o Espírito Santo.

Nem se pode dizer, como queria prepositivo, que assim como Deus de um só modo se refere às criaturas, embora estas diversamente se lhe refiram a ele, assim também o Pai, por uma só relação, se refere ao Filho e ao Espírito Santo, se bem estes se lhe refiram a ele por duas relações. Porque, consistindo a razão específica do relativo em referir-se a outro, necessário é dizer-se, que duas relações não são especificamente diversas se lhes corresponde, por contrariedade, uma só relação; e por isso necessariamente são diversas as relações entre senhor e pai, segundo a diversidade entre filiação e escravidão. Ora, todas as criaturas de Deus se lhe referem por uma só espécie de relação. Porém o Filho e o Espírito Santo não se referem ao Pai pelas relações da mesma natureza; e portanto, o caso não é o mesmo.

Além disso, Deus não tem necessariamente uma relação real com as criaturas, como já dissemos [5]. E de outro lado, não há inconveniente em se multiplicarem nele as relações de razão. Mas no Padre é necessário haver uma relação real que o refira ao Filho e ao Espírito Santo; e daí, segundo a dupla relação do Filho e do Espírito Santo com o Padre, o ser forçoso admitir neste duas relações, que o refiram ao Filho e ao Espírito Santo. Por onde, sendo a Pessoa do padre uma só, é necessário separadamente exprimir as relações em abstracto, chamadas propriedades e noções.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Embora a Sagrada Escritura não mencione as noções, menciona contudo as Pessoas, nas quais aquelas se compreendem, como abstracto, no concreto.

RESPOSTA À SEGUNDA. — As noções, em Deus, não significam realidades, mas umas certas razões, pelas quais se conhecem as Pessoas, embora essas noções ou razões nele existam realmente, como já dissemos [6]. Por onde, tudo o que se referir a um acto essencial ou pessoal não se pode predicar das noções, porque isto lhes repugna ao modo da significação. Assim, não podemos dizer que a paternidade gere ou crie, seja sábia ou inteligente. Porém, o que for essencial e não se referir a nenhum ato, mas remover de Deus as condições da criatura, pode-se predicar das noções; e assim pode dizer, que a paternidade é eterna ou imensa, ou predicações semelhantes. Semelhantemente, pela sua identidade real, podem os substantivos pessoais e essenciais ser predicados das noções; e assim podemos dizer: A paternidade é Deus e a paternidade é Pai.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Embora as Pessoas sejam simples, contudo, sem prejuízo da simplicidade, podem ser expressas em abstracto as razões próprias delas, como dissemos [7].

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,




[1] De div. nom., cap. 1.
[2] De Fide Orth., l. III, c. 5.
[3] Q. 3, a. 3, ad 1; q. 13, q. 1, ad 2.
[4] Q. 3, a. 3, ad 1; q. 13, q. 1, ad 2.
[5] Q. 28, a. 1 ad 3.
[6] Q. 28, a. 1.
[7] In corp.