Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
EVANGELHO
(Re Mt I…)
Esta descrição da genealogia de São José constava
nos registos de Israel, bastaria aos enimigos de Jesus consultá-los para
saberem que era, donde vinha, talvez o tivessem feito mas não lhes convinha confessar
a verdade, os seus estatutos, cargos, importância estariam em jogo.
Extraio uma lição: Tenho de procurar quanto estiver ao meu
alcance para ser esclarecido sobre o que me ofereça dúvidas, nomeadamente
factos, sinais, declarações de outrém, decidir e, pior… julgar, sem saber, é
algo que não posso consentir-me.
São José
CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE
6. Pai trabalhador
Um aspecto que carateriza São José – e tem sido
evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão
XIII – é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que
trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus
aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do
próprio trabalho.
Neste nosso tempo em que o trabalho parece ter voltado
a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis
impressionantes, mesmo em países onde se experimentou durante várias décadas um
certo bem-estar, é necessário tomar renovada consciência do significado do
trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo.
O trabalho torna-se participação na própria obra da
salvação, oportunidade para apressar a vinda do Reino, desenvolver as próprias
potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da
comunhão; o trabalho torna-se uma oportunidade de realização não só para o
próprio trabalhador, mas sobretudo para aquele núcleo originário da sociedade
que é a família. Uma família onde falte o trabalho está mais exposta a
dificuldades, tensões, fraturas e até mesmo à desesperada e desesperadora
tentação da dissolução. Como poderemos falar da dignidade humana sem nos
empenharmos para que todos, e cada um, tenham a possibilidade dum digno
sustento?
A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa,
colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida criadora do mundo que a
rodeia. A crise do nosso tempo, que é económica, social, cultural e espiritual,
pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a
necessidade do trabalho para dar origem a uma nova «normalidade», em que
ninguém seja excluído. O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus
feito homem não desdenhou o trabalho. A perda de trabalho que afeta tantos
irmãos e irmãs e tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia de Covid-19,
deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades. Peçamos a São José Operário
que encontremos vias onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem,
nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!
Francisco
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