T. Comum – XXIV Semana
Evangelho: Lc 7, 11-17
11 Vós, porém, dizeis: Se
alguém disser ao pai ou à mãe, é “qorban”, oferta a Deus, qualquer coisa minha
que te possa ser útil, 12 já não lhe deixais fazer nada a favor do
pai ou da mãe, 13 anulando assim a palavra de Deus por uma tradição
que tendes transmitido de uns aos outros. E fazeis muitas coisas semelhantes a
estas». 14 Convocando novamente o povo, dizia-lhes: «Ouvi-Me todos e
entendei: 15 não há coisas fora do homem que, entrando nele, o
possam manchar; mas as que saem do homem, essas são as que tornam o homem
impuro. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». 17
Tendo entrado em casa, deixada a multidão, os Seus discípulos interrogaram-n'O
sobre esta parábola.
Comentário:
Ao ler este trecho do
Evangelho de S. Marcos talvez alguém se sinta tentado a pensar: ‘isto não é
para mim nem para agora, passar-se-ia naquele tempo…’
Nada mais falso. Tudo isto
se passa nos dias de hoje e, cada vez com maior frequência.
As desculpas e falsos
motivos para ‘despojar’ os progenitores, envelhecidos, doentes e cansados dos
seus legítimos direitos são inúmeras e, sempre, motivadas pelo egoísmo e pela
falta de amor aos seus.
Um Pai ou uma Mãe, atingidos
por Alzheimer, que não dizem coisa com coisa nem são capazes de se ´governar
sozinhos’ é, de facto um problema assim tão diferente daquele com que esse
mesmo Pai ou essa mesma Mãe se defrontaram quando, durante os primeiros anos da
nossa vida, não articulávamos palavra, não tínhamos coerência de pensamentos e,
muito menos, éramos capazes de nos mantermos sozinhos?
Sim… com infinita paciência
e carinho, ensinaram-nos a falar, corrigiram os erros, ajudaram-nos nos
primeiros passos cambaleantes, nunca nos faltaram com a sua protecção.
Tudo isto porquê?
Porque nos amavam?
Então… o amor não se paga com amor?
(ama, comentário sobre Mc 7, 11-17,
2012.07.16)