01/09/2021

NUNC COEPI Publicações em Setembro 1

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Quarta-Feira 

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Simplicidade e modéstia.

Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.

Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.

Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de corres-pondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos. 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 


LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Mc IX, 1-50

 

Transfiguração de Jesus

2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. 3 As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim. 4 Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam com Ele. 5 Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» 6 Não sabia que dizer, pois estavam assombrados. 7 Formou-se, então, uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.» 8 De repente, olhando em redor, já não viram ninguém, a não ser só Jesus, com eles. 9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. 10 Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos.

 

A vinda de Elias

11 E fizeram-lhe esta pergunta: «Porque afirmam os doutores da Lei que primeiro há-de vir Elias?» 12 Jesus respondeu-lhes: «Sim; Elias, vindo primeiro, restabelecerá todas as coisas; porém, não dizem as Escrituras que o Filho do Homem tem de padecer muito e ser desprezado? 13 Pois bem, digo-vos que Elias já veio e fizeram dele tudo o que quiseram, conforme está escrito.»

O jovem epiléptico

14 Ia ter com os seus discípulos, quando viu em torno deles uma grande multidão e uns doutores da Lei a discutirem com eles. 15 Assim que viu Jesus, toda a multidão ficou surpreendida e acorreu a saudá-lo. 16 Ele perguntou: «Que estais a discutir uns com os outros?» 17 Alguém de entre a multidão disse-lhe: «Mestre, trouxe-te o meu filho que tem um espírito mudo. 18 Quando se apodera dele, atira-o ao chão, e ele põe-se a espumar, a ranger os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.» 19 Disse Jesus: «Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 20 E levaram-lho. Ao ver Jesus, logo o espírito sacudiu violentamente o jovem, e este, caindo por terra, começou a estrebuchar, deitando espuma pela boca. 21 Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?» Respondeu: «Desde a infância; 22 e muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água, para o matar. Mas, se podes alguma coisa, socorre-nos, tem compaixão de nós.» 23 «Se podes...! Tudo é possível a quem crê», disse-lhe Jesus. 24 Imediatamente o pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!» 25 Vendo, Jesus, que acorria muita gente, ameaçou o espírito maligno, dizendo: «Espírito mudo e surdo, ordeno-te: sai do jovem e não voltes a entrar nele.» 26 Dando um grande grito e sacudindo-o violentamente, saiu. O jovem ficou como morto, a ponto de a maioria dizer que tinha morrido. 27 Mas, tomando-o pela mão, Jesus levantou-o, e ele pôs-se de pé. 28 Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não pudemos expulsá-lo?» 29 Respondeu: «Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»

 

Segundo anúncio da Paixão

30 Partindo dali, atravessaram a Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, 31 porque ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará.» 32 Mas eles não entendiam esta linguagem e tinham receio de o interrogar.

 

O maior no Reino

33 Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: «Que discutíeis pelo caminho?» 34 Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. 35 Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.» 36 E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes: 37 «Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou.»

 

Quem não é contra nós é por nós  

38 Disse-lhe João: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» 39 Jesus disse-lhes: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. 40 Quem não é contra nós é por nós. 41 Sim, seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»

 

O escândalo

42 E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e lançarem-no ao mar. 43 Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na vida, do que, com as duas mãos, ires para a Geena, para o fogo que não se apaga, 44 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 45 Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, 46 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 47 E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena, 48 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 49 Todos serão salgados com fogo. 50 O sal é coisa boa; mas, se o sal ficar insosso, com que haveis de o temperar? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.»

 

Comentário

 

Jesus declara sem margem para dúvidas a gravidade do escândalo, chega a referir que melhor seria cortar um membro do corpo.

É duro?

Violento?

Sim, talvez, mas é o exemplo gráfico que usa para enfatizar essa gravidade.

De facto a acção do escandaloso não se limita ao pecado do próprio mas pode ser a causa de pecado de outros.

 

(AMA, 2021)

 


 

REFLEXÃO

 

Desejos de ter 1

O demónio tem uma particular artimanha para nos “convencer” que os desejos de posse podem ter uma justificação… mais ou menos… gostaria de ter meios não para mim, mas para dar aos meus filhos, à família… a outros. Assim ”mascarados” estes desejos até parecem justificados e bons.

Dar, em princípio, é algo bom e meritório mas, para o ser de facto, é necessário dar do que temos como necessário e não do que nos sobra.

(AMA, 11.06.2021)

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

A família: santificar o lar dia a dia

“Cada lar cristão – disse S. Josemaria numa homília pronunciada em 1970 – deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.". (Cristo que passa, 22, 4)

É verdadeiramente infinita a ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade. Os pais são cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que corresponde aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se – escrevi-o há tantos anos – o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e alegre. (Cristo que passa, 78, 6)

Famílias que viveram de Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares daqueles tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)

Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como «sacramentum magnum», sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo. “Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.” Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, 691)

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por São José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida. (Cristo que passa, 22, 4)

Santificar o lar no dia-a-dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois, todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o trabalho, a alegria... (Cristo que passa, 23, 4)