PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Quarta-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Simplicidade e modéstia.
Senhor,
ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no
meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de
grandeza e proeminência.
Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.
Senhor,
ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão
excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas
alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo
da minha Guarda, perdoa-me a falta de corres-pondência ao teu interesse e
protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na
retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Mc
IX, 1-50
Transfiguração de Jesus
2 Seis
dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a
um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. 3 As suas vestes tornaram-se
resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia
branquear assim. 4 Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam
com Ele. 5 Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: «Mestre, bom é estarmos
aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» 6 Não
sabia que dizer, pois estavam assombrados. 7 Formou-se, então, uma nuvem que os
cobriu com a sua sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho
muito amado. Escutai-o.» 8 De repente, olhando em redor, já não viram ninguém,
a não ser só Jesus, com eles. 9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a
ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter
ressuscitado dos mortos. 10 Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com
os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos.
A vinda de Elias
11 E
fizeram-lhe esta pergunta: «Porque afirmam os doutores da Lei que primeiro
há-de vir Elias?» 12 Jesus respondeu-lhes: «Sim; Elias, vindo primeiro,
restabelecerá todas as coisas; porém, não dizem as Escrituras que o Filho do
Homem tem de padecer muito e ser desprezado? 13 Pois bem, digo-vos que Elias já
veio e fizeram dele tudo o que quiseram, conforme está escrito.»
O jovem epiléptico
14 Ia
ter com os seus discípulos, quando viu em torno deles uma grande multidão e uns
doutores da Lei a discutirem com eles. 15 Assim que viu Jesus, toda a multidão
ficou surpreendida e acorreu a saudá-lo. 16 Ele perguntou: «Que estais a
discutir uns com os outros?» 17 Alguém de entre a multidão disse-lhe: «Mestre,
trouxe-te o meu filho que tem um espírito mudo. 18 Quando se apodera dele,
atira-o ao chão, e ele põe-se a espumar, a ranger os dentes e fica rígido. Pedi
aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.» 19 Disse
Jesus: «Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de
suportar? Trazei-mo cá.» 20 E levaram-lho. Ao ver Jesus, logo o espírito
sacudiu violentamente o jovem, e este, caindo por terra, começou a estrebuchar,
deitando espuma pela boca. 21 Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe
sucede isto?» Respondeu: «Desde a infância; 22 e muitas vezes o tem lançado ao
fogo e à água, para o matar. Mas, se podes alguma coisa, socorre-nos, tem
compaixão de nós.» 23 «Se podes...! Tudo é possível a quem crê», disse-lhe
Jesus. 24 Imediatamente o pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda
a minha pouca fé!» 25 Vendo, Jesus, que acorria muita gente, ameaçou o espírito
maligno, dizendo: «Espírito mudo e surdo, ordeno-te: sai do jovem e não voltes
a entrar nele.» 26 Dando um grande grito e sacudindo-o violentamente, saiu. O
jovem ficou como morto, a ponto de a maioria dizer que tinha morrido. 27 Mas,
tomando-o pela mão, Jesus levantou-o, e ele pôs-se de pé. 28 Quando Jesus
entrou em casa, os discípulos perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós
não pudemos expulsá-lo?» 29 Respondeu: «Esta casta de espíritos só pode ser
expulsa à força de oração.»
Segundo anúncio da Paixão
30 Partindo
dali, atravessaram a Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, 31 porque
ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser
entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser
morto, ressuscitará.» 32 Mas eles não entendiam esta linguagem e tinham receio
de o interrogar.
O maior no Reino
33 Chegaram
a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: «Que discutíeis pelo
caminho?» 34 Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com
os outros sobre qual deles era o maior. 35 Sentando-se, chamou os Doze e
disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o
servo de todos.» 36 E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e
disse-lhes: 37 «Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe;
e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou.»
Quem não é contra nós é por nós
38 Disse-lhe
João: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos
segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» 39 Jesus disse-lhes: «Não o
impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer
mal de mim. 40 Quem não é contra nós é por nós. 41 Sim, seja quem for que vos
der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não
perderá a sua recompensa.»
O escândalo
42 E
se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para
ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e
lançarem-no ao mar. 43 Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais
vale entrares mutilado na vida, do que, com as duas mãos, ires para a Geena,
para o fogo que não se apaga, 44 onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
45 Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na
vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, 46 onde o verme não morre
e o fogo não se apaga. 47 E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda,
arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois
olhos, seres lançado à Geena, 48 onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Todos serão salgados com fogo. 50 O sal é coisa boa; mas, se o sal ficar
insosso, com que haveis de o temperar? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz
uns com os outros.»
Comentário
Jesus
declara sem margem para dúvidas a gravidade do escândalo, chega a referir que
melhor seria cortar um membro do corpo.
É
duro?
Violento?
Sim,
talvez, mas é o exemplo gráfico que usa para enfatizar essa gravidade.
De
facto a acção do escandaloso não se limita ao pecado do próprio mas pode ser a
causa de pecado de outros.
(AMA,
2021)
REFLEXÃO
Desejos de ter 1
O demónio tem uma particular artimanha
para nos “convencer” que os desejos de posse podem ter uma justificação… mais
ou menos… gostaria de ter meios não para mim, mas para dar aos meus filhos,
à família… a outros. Assim ”mascarados” estes desejos até parecem
justificados e bons.
Dar, em princípio, é algo bom e meritório
mas, para o ser de facto, é necessário dar do que temos como necessário e não
do que nos sobra.
(AMA, 11.06.2021)
SÃO JOSEMARIA – textos
A
família: santificar o lar dia a dia
“Cada lar cristão – disse S.
Josemaria numa homília pronunciada em 1970 – deveria ser um remanso de
serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias,
um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.".
(Cristo
que passa, 22, 4)
É verdadeiramente infinita a
ternura de Nosso Senhor. Olhai com que delicadeza trata os seus filhos. Fez do
matrimónio um vínculo santo, imagem da união de Cristo com a sua Igreja, um
grande sacramento em que se fundamenta a família cristã, que há-de ser, com a
graça de Deus, um ambiente de paz e de concórdia, escola de santidade. Os pais
são cooperadores de Deus. Daí nasce o amável dever de veneração, que
corresponde aos filhos. Com razão, o quarto mandamento pode chamar-se –
escrevi-o há tantos anos – o dulcíssimo preceito do Decálogo. Se se vive o
matrimónio como Deus quer, santamente, o lar será um lugar de paz, luminoso e
alegre. (Cristo
que passa, 78, 6)
Famílias que viveram de
Cristo e que deram a conhecer Cristo. Pequenas comunidades cristãs que foram
centros de irradiação da mensagem evangélica. Lares iguais aos outros lares
daqueles tempos, mas animados de um espírito novo que contagiava aqueles que os
conheciam e com eles conviviam. Assim foram os primeiros cristãos e assim
havemos de ser os cristãos de hoje: semeadores de paz e de alegria, da paz e da
alegria que Cristo nos trouxe. (Cristo que passa, 30, 5)
Comove-me que o Apóstolo
qualifique o matrimónio cristão como «sacramentum
magnum», sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de
família é importantíssimo. “Participais do poder criador de Deus e, por isso, o
amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor,
na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.” Cada filho
que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja,
691)
Ao pensar nos lares
cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada
Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais
alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de
Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos
sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem
Santa Maria, amparados por São José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas
vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir
animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de
serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias,
um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e
vivida. (Cristo
que passa, 22, 4)
Santificar o lar no
dia-a-dia, criar, com carinho, um autêntico ambiente de família: é disso
precisamente que se trata. Para santificar cada um dos dias, é necessário
exercitar muitas virtudes cristãs; em primeiro lugar, as teologais e, depois,
todas as outras: a prudência, a lealdade, a sinceridade, a humildade, o
trabalho, a alegria... (Cristo que passa, 23, 4)
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