Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
13/06/2019
Evangelho e comentário
Santo
António de Lisboa
Evangelho: Mt 5, 13-19
13
«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar?
Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos
homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada
sobre um monte; 15 nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire,
mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. 16 Assim
brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.» 17 «Não penseis que vim revogar a
Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. 18 Porque em
verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um
só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. 19 Portanto, se alguém violar um
destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no
Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino
do Céu.
Comentário:
No dia em que a Igreja faz memória de Santo António a
Liturgia escolhe este trecho do Evangelho de São Mateus com toda a propriedade.
Não houve no seu tempo luz que mais brilhasse que a que o grande Santo
espalhava à sua volta sobretudo através da palavra fluida, portentosa,
atraente.
Luz que brilha ainda hoje com um fulgor sempre novo porque as suas palavras
emanavam directamente do Evangelho, da Palavra de Deus.
O fogo interior que o consumia na ansiosa busca de
almas para Cristo levava-o a um incessante peregrinar para levar esse sal e
essa luz onde fosse preciso.
(AMA, comentário sobre MT 5, 13-19, Carvide,
13.06.2016)
Temas para reflectir e meditar
Calar
Calar ante o sofrimento alheio é cobardia;
Calar e não dizer palavras inúteis é penitência;
Calar quando Deus fala ao coração é silêncio;
Calar quando não há necessidade de falar é prudência;
Calar quando o outro espera uma palavra é omissão;
Calar ante o sofrimento alheio é cobardia;
Calar e não dizer palavras inúteis é penitência;
Calar quando Deus fala ao coração é silêncio;
Calar quando não há necessidade de falar é prudência;
Calar quando o outro espera uma palavra é omissão;
Calar quando outro fala é delicadeza;
Calar sobre a própria pessoa é humildade;
Calar sobre a própria pessoa é humildade;
Calar sobre os defeitos dos outros é caridade;
Calar ante a injustiça é fraqueza;
Calar ante o mistério que não entendemos é sabedoria.
Calar ante a injustiça é fraqueza;
Calar ante o mistério que não entendemos é sabedoria.
(p. l. moya, fluvium 247, 2008, trad ama)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Estou com Ele no tempo da adversidade
Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os
acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade;
nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do
profeta: "O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor
é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar". Reza-a devotamente, todos os
dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa
para nosso bem. (Forja,
855)
E quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da
tribulação, de uma nova noite da alma nos ataca –violenta –, o salmista põe-nos
nos lábios e na inteligência aquelas palavras: estou com Ele no tempo da
adversidade. Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas
feridas, os meus arranhões? Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que
vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros? E os vossos
corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe – com obras –
que morremos de Amor.
Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas;
de ver o Seu sorriso, o Seu rosto... Julgo que o melhor modo de o exprimir é
voltar a repetir, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim
a minha alma te anela, ó meu Deus! E a alma avança, metida em Deus, endeusada:
o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte.
Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia –
pegando esta ânsia aos outros – porque o bem é difusivo. Não é possível que a
nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo
inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas redentoras que brotam do
lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor.
Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas. E não me
contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre,
é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem
imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com
gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam
rebentar e o suplício pareça insuportável. (Amigos de Deus, nn. 310–311)
Leitura espiritual
HAURIETIS AQUAS
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
IV
NASCIMENTO
E DESENVOLVIMENTO PROGRESSIVO
DO
CULTO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
1) Albores do culto ao sagrado coração na
devoção às chagas sacrossantas da paixão
46.
À vossa consideração, veneráveis irmãos, e à do povo cristão quisemos expor em
suas linhas gerais a íntima natureza e as perenes riquezas do culto ao Coração
Sacratíssimo de Jesus, atendo-nos à doutrina da revelação divina como à sua
fonte primária.
Estamos
persuadidos de que estas nossas reflexões, ditadas pelo próprio ensinamento do
Evangelho, mostraram claramente como, em substância, este culto não é outra
coisa senão o culto ao amor divino e humano do Verbo encarnado, e também o
culto àquele amor com que o Pai e o Espírito Santo amam os homens pecadores.
Porque,
como observa o Doutor angélico, a caridade das três Pessoas divinas é o
princípio da redenção humana nisto que inundando copiosamente a vontade humana
de Jesus Cristo e o seu coração adorável, com a mesma caridade o induziu a
derramar o seu sangue para nos resgatar da servidão do pecado:
47.
Aliás, é persuasão nossa que o culto tributado ao amor de Deus e de Jesus
Cristo para com o género humano, através do símbolo augusto do coração
transfixado do Redentor, nunca esteve completamente ausente da piedade dos
fiéis, embora a sua manifestação clara e a sua admirável difusão em toda a
Igreja se haja realizado em tempos não muito distantes de nós, sobretudo depois
que o próprio Senhor revelou este divino mistério a alguns de seus filhos após
havê-los cumulado com abundância de dons sobrenaturais, e os elegeu para seus
mensageiros e arautos.
48.
De facto, sempre houve almas especialmente consagradas a Deus que,
inspirando-se nos exemplos da excelsa Mãe de Deus, dos apóstolos e de insignes
padres da Igreja, tributaram culto de adoração, de acção de graças e de amor à
humanidade santíssima de Cristo, e de modo especial às feridas abertas no Seu
corpo pelos tormentos da paixão salvadora.
49.
Aliás, como não reconhecer nas próprias palavras:
"Senhor meu e Deus meu"[3],
pronunciadas pelo apóstolo Tomé e reveladoras da sua súbita transformação de
incrédulo em fiel, uma clara profissão de fé, de adoração e de amor, que da
humanidade chagada do Salvador se elevava até a majestade da Pessoa divina?
50.
Mas, ainda que o coração ferido do Redentor tenha sempre levado os homens a
venerarem o Seu infinito amor a tempos sempre tiveram valor as palavras do
profeta Zacarias que o evangelista João aplicou a Jesus crucificado:
"Verão a quem traspassaram"[4],
todavia cumpre reconhecer que só gradualmente esse coração chegou a ser objecto
de culto especial, como imagem do amor humano e divino do Verbo encarnado.
2)Princípio e progresso do
culto ao Sagrado Coração na Idade Média e nos séculos seguintes
51.
Querendo agora indicar somente as etapas gloriosas percorridas por este culto
na história da piedade cristã, mister é recordar, antes de tudo, os nomes de
alguns daqueles que bem podem ser considerados os porta-estandartes desta
devoção, a qual, em forma privada e de modo gradual, se foi difundindo cada vez
mais nos institutos religiosos.
Assim,
por exemplo, distinguiram-se por haver estabelecido e promovido cada vez mais
este culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus:
São
Boaventura, Santo Alberto Magno, Santa Gertrudes, Santa Catarina de Sena, Beato
Henrique Suso, São Pedro Canísio e São Francisco de Sales.
A
São João Eudes deve-se o primeiro ofício litúrgico em honra do Sagrado Coração
de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez, com o beneplácito de muitos
bispos de França, a 20 de Outubro de 1672.
Mas
entre todos os promotores desta excelsa devoção merece lugar especial Santa
Margarida Maria Alacoque, que, com a ajuda do seu director espiritual, o Beato
Cláudio de la Colombière, e com o seu ardente zelo, conseguiu, não sem
admiração dos féis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e,
revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das
demais formas da piedade cristã.[5]
52.
Basta essa evocação daquela época em que se propagou o culto do coração de
Jesus para nos convencermos plenamente de que o seu admirável desenvolvimento
se deve principalmente ao facto de se achar ele em tudo conforme com a índole
da religião cristã, que é religião de amor. Por conseguinte, não se pode dizer
nem que este culto deve a sua origem a revelações privadas, nem que apareceu de
improviso na Igreja, mas sim que brotou espontaneamente da fé viva, da piedade
fervorosa de almas prediletas para com a pessoa adorável do Redentor e para com
aquelas suas gloriosas feridas, testemunhos do Seu amor imenso que intimamente
comovem os corações. Evidente é, portanto, que as revelações com que foi
favorecida Santa Margarida Maria não acrescentaram nada de novo à doutrina
católica. A importância delas consiste em que – ao mostrar o Senhor o seu
coração sacratíssimo – de modo extraordinário e singular quis atrair a
consideração dos homens para a contemplação e a veneração do amor misericordioso
de Deus para com o género humano. De fato, mediante manifestação tão
excepcional, Jesus Cristo expressamente e repetidas vezes indicou o seu coração
como símbolo com que estimular os homens ao conhecimento e à estima do seu
amor; e ao mesmo tempo constituiu-o sinal e penhor de misericórdia e de graça
para as necessidades da Igreja nos tempos modernos.
PIO PP. XII.
(Revisão da versão
portuguesa por AMA)
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