04/04/2016

Publicações Abr 04

Publicações Abr 04

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 1 26-38

CIC – Compêndio

AT – Génesis

AMA - Diálogos apostólicos


Agenda Segunda-Feira

Pequena agenda do cristão


SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte

Nota: Retomamos às Segundas-Feiras, os nossos “diálogos” interrompidos durante algum tempo.

1 - [1]

Perguntas-me sobre a eternidade.

As minhas respostas só podem ser entendidas como uma linguagem humana naturalmente limitada e ainda  por algo muito importante, aliás, indispensável: a Fé!

De facto, falar da eternidade ou da vida eterna, não fará muito sentido se não existir Fé.

Não se trata de tentar satisfazer a curiosidade ou esclarecer algo, digamos assim, compreensível, mas de um mistério sobre o qual podemos meditar mas não compreender plenamente, donde, como disse, a Fé ser absolutamente indispensável para aceitar.

Comecemos por tentar definir eternidade como um "estado" que existe, isto é, não teve princípio nem terá fim: É!

A eternidade, portanto, é Deus.

Esta conclusão é lógica porque Ele mesmo disse a Moisés que o Seu Nome era: EU SOU!



[1] Nota: Normalmente, estes “Diálogos apostólicos”, são publicados sob a forma de resumos e excertos de conversas semanais. Hoje, porém, dado o assunto, pareceu-me de interesse publicar quase na íntegra.

Antigo testamento / Génesis

Génesis 4

Caim e Abel

1 Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: "Com o auxílio do Senhor tive um filho homem".

2 Voltou a dar à luz, desta vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim, agricultor.

3 Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao ­Senhor.

4 Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e a sua oferta, mas não aceitou Caim e a sua oferta. Por isso Caim enfureceu-se e o seu rosto transtornou-se.

5 O Senhor disse a Caim: "Por que estás furioso? Por que se transtornou o teu rosto?

6 Se fizeres o bem, não serás aceite? Mas, se não o fizeres, fica a saber que o pecado te ameaça à porta; ele deseja conquistar-te, mas tu deves dominá-lo".

7 Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: "Vamos para o campo". Quando estavam lá, Caim atacou o seu irmão Abel e matou-o.

8 Então o Senhor perguntou a Caim: "On­de está seu irmão Abel?"
Respondeu ele: "Não sei; sou eu o respon­sável por meu irmão?"

9 Disse o Senhor: "O que foi que fizeste? Escuta! Da terra o sangue do teu irmão está clamando.

10 Agora amaldiçoado és pela terra, que abriu a boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.

11 Quando cultivares a terra, esta não te dará mais da sua força. Serás um fugitivo errante pelo mundo".

12 Disse Caim ao Senhor: "O meu castigo é maior do que posso suportar.

13 Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará".

14 Mas o Senhor respondeu-lhe: "Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança". E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.

15 Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden.

16 Caim teve relações com a sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque. Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque.

17 A Enoque nasceu Irade, Irade gerou a Meujael, Meujael a Metusael, e Metusael a Lameque.

18 Lameque tomou duas mulheres: uma chamava-se Ada; a outra, Zilá.

19 Ada deu à luz Jabal, que foi o pai daqueles que moram em tendas e criam rebanhos.

20 O nome do irmão dele era Jubal, que foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.

21 Zilá também deu à luz um filho, chamado Tubalcaim, que fabricava todo tipo de ferramentas de bronze e de ferro. Tubalcaim teve uma irmã chamada Naamá.

22 Disse Lameque às suas mulheres: "Ada e Zilá, ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem as minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me ofendeu.

23 Se Caim é vingado sete vezes, Lameque o será setenta e sete".

24 Novamente Adão teve relações com a sua mulher, e ela deu à luz outro filho, a quem chamou Sete, dizendo: "Deus me concedeu um filho no lugar de Abel, visto que Caim o matou".

25 Também a Sete nasceu um filho, a quem deu o nome de Enos.
Nessa época começou a invocar-se o nome do Senhor.

(Revisão da versão portuguesa por ama)










Doutrina - 105

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»


CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A REVELAÇÃO DE DEUS

8. Quais as etapas sucessivas da Revelação de Deus?

Deus escolhe Abrão chamando-o a deixar a sua terra para fazer dele “o pai duma multidão de povos” [1], e promete abençoar nele “todas as nações da terra” [2]. Os descendentes de Abraão serão o povo eleito, os depositários das promessas divinas feitas aos patriarcas. Deus forma Israel como seu povo salvando-o da escravidão do Egipto; conclui com ele a Aliança do Sinai, e dá-lhe a sua Lei, por meio de Moisés. Os profetas anunciam uma redenção radical do povo e uma salvação que incluirá todas as nações numa Aliança nova e eterna, que será gravada nos corações. Do povo de Israel, da descendência do rei David, nascerá o Messias: Jesus.




[1] Gn 17,5
[2] Gn 12,3

Fazer da sua vida diária um testemunho de Fé

Muitas realidades materiais, técnicas, económicas, sociais, políticas, culturais..., abandonadas a si mesmas, ou nas mãos de quem carece da luz da nossa fé, convertem-se em obstáculos formidáveis à vida sobrenatural: formam como que um couto cerrado e hostil à Igreja. Tu, por seres cristão – investigador, literato, cientista, político, trabalhador... –, tens o dever de santificar essas realidades. Lembra-te de que o universo inteiro – escreve o Apóstolo – está a gemer como que em dores de parto, esperando a libertação dos filhos de Deus. (Sulco, 311)

Já falámos muito deste tema noutras ocasiões, mas permiti-me insistir de novo na naturalidade e na simplicidade da vida de S. José, que não se distinguia da dos seus vizinhos nem levantava barreiras desnecessárias.

Por isso, ainda que possa ser conveniente nalguns momentos ou em algumas situações, habitualmente não gosto de falar de operários católicos, de engenheiros católicos, de médicos católicos, etc., como se se tratasse de uma espécie dentro dum género, como se os católicos formassem um grupinho separado dos outros, dando assim a sensação de que existe um fosso entre os cristãos e o resto da humanidade. Respeito a opinião oposta, mas penso que é muito mais correcto falar de operários que são católicos, ou de católicos que são operários; de engenheiros que são católicos ou de católicos que são engenheiros. Porque o homem que tem fé e exerce uma profissão intelectual, técnica ou manual, está e sente-se unido aos outros, igual aos outros, com os mesmos direitos e obrigações, com o mesmo desejo de melhorar, com o mesmo empenho de se enfrentar com os problemas comuns e de lhes encontrar a solução.


O católico, assumindo tudo isto, saberá fazer da sua vida diária um testemunho de Fé, de Esperança e de Caridade; testemunho simples, normal, sem necessidade de manifestações aparatosas, pondo de manifesto – com a coerência da sua vida – a presença constante da Igreja no mundo, visto que todos os católicos são, eles mesmos, Igreja, pois são membros, com pleno direito, do único Povo de Deus. (Cristo que passa, 53)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Lc 1, 26-38

26 Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. 28 Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». 29 Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. 30 O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; 31 eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. 32 Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; 33 reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». 34 Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; 37 porque a Deus nada é impossível». 38 Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.

Comentário:

Como num filme cujo realizador é o próprio Deus Todo Poderoso, uma novel actriz desempenha um papel inesquecível!

A cena é entranhável de simplicidade grandiosa e de extraordinária dignidade.

O que é dito pelos intervenientes é o essencial, o que verdadeiramente importa para a esta primeira cena do filme da Salvação humana.

(ama, comentário sobre Lc 1, 26-38  2015.12.08)

Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO – CONFISSÕES

LIVRO NONO

CAPÍTULO V

O conselho de Ambrósio

Terminadas as férias, informei os milaneses que providenciassem para os seus estudantes, outro vendedor de palavras, visto que determinara de consagrar-me ao teu serviço; e mesmo porque não podia mais exercer aquela profissão pela dificuldade de respirar e pelas dores que sentia no peito.

Também comuniquei por escrito ao teu santo bispo Ambrósio, os meus antigos erros, a minha intenção actual, para que me indicasse o que deveria ler de preferência nas tuas Escrituras, a fim de me preparar e dispor melhor para receber tão grande graça.

Ele indicou-me o profeta Isaías, creio que porque anuncia mais claramente que os demais o Evangelho e vocação dos gentios. Contudo, não tendo compreendido nada na primeira leitura, e julgando que toda a obra era assim, decidi voltar a ela quando estivesse mais familiarizado com a palavra do Senhor.

CAPÍTULO VI

Baptismo de Agostinho. Seu filho Adeodato

Chegado o tempo em que convinha inscrever-nos para receber o baptismo, deixamos o campo, e voltamos para Milão.

Alípio também quis renascer em ti comigo, já revestido de humildade tão conforme os teus sacramentos. Era tão enérgico domador do seu corpo, que caminhava com os pés descalços, com insólita coragem, sobre o chão gelado da Itália.

Juntamos também a nós o jovem Adeodato, filho carnal do meu pecado; a quem dotaste de grandes qualidades. Tinha cerca de quinze anos, mas pelo seu talento ultrapassava já muitos homens maduros e doutos. Confesso-te que eram dons teus, meu Senhor e meu Deus, criador de todas as coisas, tão poderoso para corrigir as nossas deformidades, pois neste menino nada havia de meu, senão o meu pecado. Se o criei na tua disciplina, foste tu, e mais ninguém, quem no-lo inspirou. Sim, confesso que eram dons teus.

Há um livro meu que se intitula O Mestre, no qual Adeodato dialoga comigo. Tu sabes que todos os pensamentos ali manifestados são dele quando tinha dezasseis anos. Muitas outras qualidades maravilhosas notei ainda nele, admirado com a sua inteligência. Mas quem, além de ti, poderia ser o autor dessas maravilhas? Cedo o arrebataste desta terra; e a lembrança dele torna-se mais tranquila, nada mais tendo a temer pela sua infância, pela sua adolescência ou por toda a sua vida adulta. Associamo-lo a nós como irmão na graça, para educá-lo na tua lei. Fomos baptizados, e os remorsos da nossa vida passada afastaram-se de nós.

Naqueles dias eu não me fartava de considerar a grandeza dos teus desígnios para a salvação do género humano, pela inefável doçura que sentia. Quanto chorei ao ouvir, profundamente comovido, os teus hinos e cânticos que ressoavam suavemente na tua Igreja!

Penetravam aquelas vozes nos meus ouvidos, e destilavam a verdade no meu coração. Acendia-se em mim um afecto piedoso, corriam-me lágrimas dos olhos, e o pranto consolava-me.

CAPÍTULO VII

O canto dos fiéis.

Os corpos de São Gervásio e de São Protásio

Não havia muito tempo que a igreja de Milão começara a adoptar essa prática consoladora e edificante do canto, com grande regozijo dos fiéis, que uniam num um só coro as vozes e o coração. Havia um ano, ou pouco mais, que Justina, mãe do imperador Valentiniano, ainda menor, seduzida pelos arianos, perseguia, por causa da sua heresia, o teu servo Ambrósio. O povo fiel passava as noites na igreja, disposto a morrer com o seu bispo.

Nesse meio estava a minha mãe, tua serva, uma das primeiras no zelo dessas inquietações e vigílias, não vivendo senão de orações. Nós, apesar de ainda frios, sem o calor do teu Espírito, sentíamo-nos comovidos pela perturbação e consternação da cidade.

Foi então que se fixou o costume de cantar hinos e salmos, como se faz no Oriente, para que os fiéis não se consumissem no tédio e na tristeza. Desde esse dia esse costume manteve-se, e no resto do mundo, quase todas as tuas comunidades de fiéis passaram a adoptá-lo.

Foi também nessa época que revelaste em sonho ao bispo Ambrósio o lugar em que jaziam ocultos os corpos dos mártires Gervásio e Protásio, que durante muito tempo, conservastes intactos no tesouro dos teus segredos, a fim de os revelares no momento oportuno para refrear o furor de uma mulher, embora imperatriz.

Com efeito, depois de descobertos e desenterrados, ao serem transladados com as honras convenientes para a basílica ambrosiana, alguns possessos, atormentados pelos espíritos imundos, foram curados, conforme confissão dos próprios demónios. Também um cidadão, cego havia muitos anos, e muito conhecido na cidade, perguntou a razão daquele alvoroço e alegria populares; informado, pediu ao seu guia que o levasse até ás relíquias. Lá chegando, obteve permissão para tocar com um lenço o ataúde dos teus santos, cuja morte havia sido preciosa aos teus olhos. Feito isto, aplicou o lenço aos olhos, que imediatamente se abriram.

A notícia do milagre logo se propagou, e imediatamente se ouviram os teus louvores com fervor, e o coração da tua inimiga, sem se converter à tua fé, reprimiu contudo o furor da perseguição.

Dou-te graças, meu Deus! De onde e para onde guiaste a minha memória, para que também te confessasse estes acontecimentos que, embora grandes, eu já havia esquecido e omitido?

Todavia, quando assim exalava o odor dos teus perfumes, eu ainda não corria atrás de ti.

Eis que redobrava as minhas lágrimas ao ouvir os teus cânticos. Outrora eu suspirava por ti, e enfim respirava o pouco ar de uma choça de feno ([1])

(Revisão de versão portuguesa por ama)





[1] Alusão ao profeta Isaias,40,6