20/07/2021

NUNC COEPI: Publicações em Julho 20

 



PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Terça-Feira 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?



LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Mt XIV, 1-36

 

1 Por aquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos de Herodes, o tetrarca, 2 e ele disse aos seus cortesãos: «Esse homem é João Baptista! Ressuscitou dos mortos e, por isso, se manifestam nele tais poderes miraculosos.» 3 De facto, Herodes tinha prendido João, algemara-o e metera-o na prisão, por causa de Herodíade, mulher de seu irmão Filipe. 4 Porque João dizia-lhe: «Não te é lícito possuí-la.» 5 Quisera mesmo dar-lhe a morte, mas teve medo do povo, que o considerava um profeta. 6 Ora, quando Herodes festejou o seu aniversário, a filha de Herodíade dançou perante os convidados e agradou a Herodes, 7 pelo que ele se comprometeu, sob juramento, a dar-lhe o que ela lhe pedisse. 8 Induzida pela mãe, respondeu: «Dá-me, aqui num prato, a cabeça de João Baptista.» 9 O rei ficou triste, mas, devido ao juramento e aos convidados, ordenou que lha trouxessem 10 e mandou decapitar João Baptista na prisão. 11 Trouxeram, num prato, a cabeça de João e deram-na à jovem, que a levou à sua mãe. 12 Os discípulos de João vieram buscar o corpo e sepultaram-no; depois, foram dar a notícia a Jesus. 13 Tendo ouvido isto, Jesus retirou-se dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o povo, quando soube, seguiu o a pé, desde as cidades. 14 - Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de misericórdia para com ela, curou os seus enfermos. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Este sítio é deserto e a hora já vai avançada. Manda embora a multidão, para que possa ir às aldeias comprar alimento.» 16 Mas Jesus disse-lhes: «Não é preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.» 17 Responderam: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.» 18 «Trazei-mos cá» - disse Ele. 19 E, depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os pães e deu-os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão. 20 Todos comeram e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos. 21 Ora, os que comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. 22 Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. 23 Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só. 24 O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. 26 Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. 27 No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» 28 Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» 29 «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» 31 Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» 32 E, quando entraram no barco, o vento amainou. 33 Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!» 34 Após a travessia, pisaram terra em Genesaré. 35 Ao reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-lhe todos os doentes, 36 suplicando-lhe que, ao menos, os deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.

 

Comentário:

 

Com a prisão do Baptista termina a sua missão de percursor e Jesus Cristo, dá início à missão que O trouxe à terra. Esta missão sublime – a instauração do Reino de Deus – constituirá todo um trabalho exaustivo, sem qualquer descanso ou repouso. Reunirá à Sua volta multidões vindas de todos os lados atraídas pela fama dos seus milagres, da Sua pregação simples e verdadeira dirigida a todos os homens, a Sua figura de homem comum com uma sabedoria e predicados que nunca tinham visto arrastam e convencem. De tal forma Sua pregação e doutrina arrastam e convencem que gerará um conflito quase permanente com os chefes do povo e, de um modo particular, a classe dos fariseus.

Depois, com a morte do Percursor acaba o tempo da preparação, dos profetas, e começa o tempo da redenção anunciada ao longo dos séculos. O "anunciado", o Salvador, já está presente no mundo, disposto a iniciar a Sua tarefa redentora: a instauração do Reino de Deus entre os homens. Sem alaridos nem manifestações espectaculares começa por escolher os que O irão acompanhar nessa "aventura" de amor e que serão os futuros alicerces da sua igreja. Agora como então, Jesus continua a convidar, a sugerir, a mostrar o caminho para a vida - que é Ele próprio -, diz-nos claramente que Ele é esse caminho e que seguir após Ele é a segurança que necessitamos.

Novamente o Senhor fala sobre a fé, desta vez para censurar Pedro. A fé de Pedro, naquela altura, é como a nossa, quase sempre: acreditamos, fazemos, até, um esforço para acreditar, mas… o resultado é, quase sempre, afundarmo-nos no meio das procelas da vida sentindo-nos perdidos e com medo. Mas, o Senhor, conta com essa nossa debilidade e está ali, sempre pronto e atento a responder ao nosso apelo: «Salva-me, Senhor!». E, como a Pedro, estende-nos a Sua mão e salva-nos porque nos quer, nos ama e sabe muito bem que precisamos dessas provas que a vida nos trás para robustecer a nossa fé e acreditarmos deveras que, Ele, pode tudo.

Este como que lamento de Jesus «homem de pouca fé, porque duvidaste?» fica-nos gravado na alma de forma indelével. Também nós, tantas vezes, duvidamos que Ele pode tudo e, se nos convida a segui-Lo, não obstante o “pouca coisa” que somos e as dificuldades que possamos encontrar, a Sua assistência, nunca nos faltará. Ele convida quem quer para O seguir mais de perto e, quem é convidado, não tem que interrogar-se o porquê do convite porque não sabemos os planos que Ele terá a nosso respeito. Coisas grandes ou de escasso relevo, mas, certamente, importantes, ou não faria o convite. Não sei, não sirvo, não sou digno, não tenho capacidade… tudo isto são razões sem razão porque, Ele, se convida, sabe. Aceitemos sem medo, ouvindo-O dizer como neste episódio que o Evangelista relata «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!». E, acrescentando, comigo estarás sempre a salvo, seguro e no caminho certo!

Estas cenas que São Mateus nos relata de forma tão viva e detalhada têm uma importância extraordinária na formação dos futuros apóstolos. Jesus retira de qualquer circunstância ou acontecimento o que necessita para formar o carácter e fortalecer a fé dos O seguem mais de perto e, sobretudo, os que serão os seguidores a quem confiará a Sua Igreja.  Já estamos habituados a estas revelações da humildade daqueles homens que desejam que conste para sempre, as suas hesitações, os “altos e baixos” da sua confiança em Jesus… enfim, da sua fragilidade e medos. Claro que, temos de pensar, também com humildade, que, no nosso caso, as reacções que teríamos seriam idênticas porque, na verdade, há todo um ambiente de mistério e de poder divino que ultrapassa a simples compreensão humana. Mas, de facto, o que acontece, é que a convivência com o Senhor há-de levar estes homens simples a formarem uma fé e confiança sólidas como rocha e inabaláveis perante todas as adversidades. Leiamos com atenção quanto os Evangelhos nos relatam e peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine o entendimento para entender e acreditar.

Quando o Senhor nos diz para fazer-mos alguma coisa mesmo que a experiência e o conhecimento das nossas incapacidades nos digam o contrário, não duvidemos um segundo e fazemos o que nos diz. Não nos há-de importar se temos de caminhar sobre as águas ou se temos de lançar a rede onde já tentámos uma e outra vez pescar sem qualquer resultado, se Ele o diz… Ah! Mas temos momentos de fraqueza, em que a nossa confiança estremece e falha! Não importa! Ele estará lá para nos estender a mão e arrancar-nos do abismo das águas ou para encher a nossa rede de abundante pescaria.

 

(AMA, 2018)

 

 


REFLEXÃO

 

Encontrar Deus

Não existe qualquer luz radiosa que ilumine a escuridão impenetrável do sofrimento, para lém do próprio Deus. E a Ele só O encontramos quando aceitarmos, como todo o nosso amor, a incompreensibilidade do próprio Deus, sem a qual Deus não existiria.

 

(Gisbert Greshake, Der Preis der Liebe, Bestnnung uber das Leid, Freiburg, 1978, p. 466)

 


SÃO JOSÉ

QUAMQUAM PLURIES

 

Carta Encíclica de Sua Santidade o Papa Leão XIII

Aos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos e outros Ordinários locais que estão em paz e comunhãocom a Sé Apostólica, sobre a necessidade de se recorrer ao Patrocínio de São José,  junto ao da Virgem Mãe de Deus, nas dificuldades dos tempos actuais.

 

1

Ainda que por diversas vezes já tenhamos suplicado que se fizessem em todo o mundo orações especiais e se recomendassem vivamente a Deus os interesses da Igreja, todavia ninguém fique admirado se de novo sentimos a necessidade de inculcar o mesmo dever.

Em tempos difíceis, especialmente quando o poder das trevas parece tentar de tudo em dano da cristandade, a Igreja costuma invocar humildemente a Deus, seu autor e protetor, com novo fervor e maior perseverança, bem como solicitar a mediação dos santos em cujo patrocínio tem mais confiança de encontrar socorro, em primeiro lugar a bem-aventurada Virgem Mãe de Deus, bem sabendo que os frutos desta piedosa oração e desta esperança cedo ou tarde aparecerão.

Agora bem notais, Veneráveis Irmãos, que os tempos atuais não são menos difíceis do que aquele que a Igreja teve que enfrentar no passado. Vemos, de fato, vir diminuída em muitos a fé, que é o princípio de todas as virtudes cristãs, esfriar-se a caridade e as novas gerações degradar-se nas idéias e na conduta. Vemos a luta que de toda parte se faz à Igreja de Cristo com violenta perfídia; a guerra atroz contra o papado e as tentativas sempre mais declaradas de se derrubar os próprios fundamentos da religião. Até que ponto tenham chegado e quanto ainda estejam tramando os inimigos, é tão claro e evidente que se torna inútil gastar palavras.

Numa situação tão difícil e angustiante, na qual os males superam em muito os remédios humanos, não nos resta outra coisa senão recorrer à potência divina. Por esta razão, julgamos oportuno estimular o povo cristão a pedir o socorro de Deus onipotente com renovado fervor e inabalável confiança.

 


SÃO JOSEMARIA textos

 

A oculta maravilha da vida interior

Até agora não tinhas compreendido a mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a oculta maravilha da vida interior. Que mundo novo lhes estás pondo diante dos olhos! (Sulco, 654)

Quantas coisas novas descobriste! No entanto, às vezes és um ingénuo, e pensas que já viste tudo, que já sabes tudo... Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável dos tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este nosso Deus, que é infinito, inesgotável! (Sulco, 655)

Deixemos de enganar-nos: Deus não é uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona; não é um amo que vai e depois não volta. Ainda que não o percebamos com os nossos sentidos, a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as realidades que tocamos e vemos. Deus está aqui connosco, presente, vivo! Vê-nos, ouve-nos, dirige-nos, e contempla as nossas menores acções, as nossas intenções mais ocultas. Acreditamos nisto... mas vivemos como se Deus não existisse! Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma palavra; porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões; porque não Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos... Havemos de continuar a viver com uma fé morta? (Sulco, 658)