PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Terça-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Aplicação no trabalho.
Senhor,
ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito
para to poder oferecer.
Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.
Senhor,
lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às
suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Mt XIV, 1-36
1 Por aquele
tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos de Herodes, o tetrarca, 2 e ele disse
aos seus cortesãos: «Esse homem é João Baptista! Ressuscitou dos mortos e, por
isso, se manifestam nele tais poderes miraculosos.» 3 De facto, Herodes tinha
prendido João, algemara-o e metera-o na prisão, por causa de Herodíade, mulher
de seu irmão Filipe. 4 Porque João dizia-lhe: «Não te é lícito possuí-la.» 5 Quisera
mesmo dar-lhe a morte, mas teve medo do povo, que o considerava um profeta. 6 Ora,
quando Herodes festejou o seu aniversário, a filha de Herodíade dançou perante
os convidados e agradou a Herodes, 7 pelo que ele se comprometeu, sob
juramento, a dar-lhe o que ela lhe pedisse. 8 Induzida pela mãe, respondeu:
«Dá-me, aqui num prato, a cabeça de João Baptista.» 9 O rei ficou triste, mas,
devido ao juramento e aos convidados, ordenou que lha trouxessem 10 e mandou
decapitar João Baptista na prisão. 11 Trouxeram, num prato, a cabeça de João e
deram-na à jovem, que a levou à sua mãe. 12 Os discípulos de João vieram buscar
o corpo e sepultaram-no; depois, foram dar a notícia a Jesus. 13 Tendo ouvido
isto, Jesus retirou-se dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o
povo, quando soube, seguiu o a pé, desde as cidades. 14 - Ao desembarcar, Jesus
viu uma grande multidão e, cheio de misericórdia para com ela, curou os seus
enfermos. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe:
«Este sítio é deserto e a hora já vai avançada. Manda embora a multidão, para
que possa ir às aldeias comprar alimento.» 16 Mas Jesus disse-lhes: «Não é
preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.» 17 Responderam: «Não temos
aqui senão cinco pães e dois peixes.» 18 «Trazei-mos cá» - disse Ele. 19 E,
depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães e os
dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os
pães e deu-os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão. 20 Todos
comeram e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos. 21 Ora,
os que comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. 22 Depois, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir
adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões. 23 Logo que as
despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali
só. 24 O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado
pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 De madrugada, Jesus foi ter com
eles, caminhando sobre o mar. 26 Ao verem-no caminhar sobre o mar, os
discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo. 27 No
mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não
temais!» 28 Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo
sobre as águas.» 29 «Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco,
caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Mas, sentindo a violência do
vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» 31 Imediatamente
Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque
duvidaste?» 32 E, quando entraram no barco, o vento amainou. 33 Os que se
encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente,
o Filho de Deus!» 34 Após a travessia, pisaram terra em Genesaré. 35 Ao
reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a
região. Trouxeram-lhe todos os doentes, 36 suplicando-lhe que, ao menos, os
deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram
curados.
Comentário:
Depois,
com a morte do Percursor acaba o tempo da preparação, dos profetas, e
começa o tempo da redenção anunciada ao longo dos séculos. O
"anunciado", o Salvador, já está presente no mundo, disposto a
iniciar a Sua tarefa redentora: a instauração do Reino de Deus entre os homens.
Sem alaridos nem manifestações espectaculares começa por escolher os que O irão
acompanhar nessa "aventura" de amor e que serão os futuros alicerces
da sua igreja. Agora como então, Jesus continua a convidar, a sugerir, a
mostrar o caminho para a vida - que é Ele próprio -, diz-nos claramente que Ele
é esse caminho e que seguir após Ele é a segurança que necessitamos.
Novamente o Senhor fala sobre a fé,
desta vez para censurar Pedro. A fé de Pedro, naquela altura, é como a nossa,
quase sempre: acreditamos, fazemos, até, um esforço para acreditar, mas… o
resultado é, quase sempre, afundarmo-nos no meio das procelas da vida
sentindo-nos perdidos e com medo. Mas, o Senhor, conta com essa nossa
debilidade e está ali, sempre pronto e atento a responder ao nosso apelo: «Salva-me, Senhor!». E, como a Pedro,
estende-nos a Sua mão e salva-nos porque nos quer, nos ama e sabe muito bem que
precisamos dessas provas que a vida nos trás para robustecer a nossa fé e
acreditarmos deveras que, Ele, pode tudo.
Este como que lamento de Jesus «homem
de pouca fé, porque duvidaste?» fica-nos gravado na alma de forma
indelével. Também nós, tantas vezes, duvidamos que Ele pode tudo e, se nos convida
a segui-Lo, não obstante o “pouca coisa” que somos e as dificuldades que
possamos encontrar, a Sua assistência, nunca nos faltará. Ele convida quem quer
para O seguir mais de perto e, quem é convidado, não tem que interrogar-se o
porquê do convite porque não sabemos os planos que Ele terá a nosso respeito.
Coisas grandes ou de escasso relevo, mas, certamente, importantes, ou não faria
o convite. Não sei, não sirvo, não sou digno, não tenho capacidade… tudo isto
são razões sem razão porque, Ele, se convida, sabe. Aceitemos sem medo,
ouvindo-O dizer como neste episódio que o Evangelista relata «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!».
E, acrescentando, comigo estarás sempre a salvo, seguro e no caminho certo!
Estas cenas que São
Mateus nos relata de forma tão viva e detalhada têm uma importância
extraordinária na formação dos futuros apóstolos. Jesus retira de qualquer
circunstância ou acontecimento o que necessita para formar o carácter e
fortalecer a fé dos O seguem mais de perto e, sobretudo, os que serão os
seguidores a quem confiará a Sua Igreja.
Já estamos habituados a estas revelações da humildade daqueles homens
que desejam que conste para sempre, as suas hesitações, os “altos e baixos” da
sua confiança em Jesus… enfim, da sua fragilidade e medos. Claro que, temos de
pensar, também com humildade, que, no nosso caso, as reacções que teríamos
seriam idênticas porque, na verdade, há todo um ambiente de mistério e de poder
divino que ultrapassa a simples compreensão humana. Mas, de facto, o que acontece,
é que a convivência com o Senhor há-de levar estes homens simples a formarem
uma fé e confiança sólidas como rocha e inabaláveis perante todas as
adversidades. Leiamos com atenção quanto os Evangelhos nos relatam e peçamos ao
Espírito Santo que nos ilumine o entendimento para entender e acreditar.
Quando o Senhor nos
diz para fazer-mos alguma coisa mesmo que a experiência e o conhecimento das
nossas incapacidades nos digam o contrário, não duvidemos um segundo e fazemos
o que nos diz. Não nos há-de importar se temos de caminhar sobre as águas ou se
temos de lançar a rede onde já tentámos uma e outra vez pescar sem qualquer
resultado, se Ele o diz… Ah! Mas temos momentos de fraqueza, em que a nossa
confiança estremece e falha! Não importa! Ele estará lá para nos estender a mão
e arrancar-nos do abismo das águas ou para encher a nossa rede de abundante
pescaria.
(AMA, 2018)
REFLEXÃO
Encontrar
Deus
Não
existe qualquer luz radiosa que ilumine a escuridão impenetrável do sofrimento,
para lém do próprio Deus. E a Ele só O encontramos quando aceitarmos, como todo
o nosso amor, a incompreensibilidade do próprio Deus, sem a qual Deus não existiria.
(Gisbert Greshake, Der Preis der Liebe, Bestnnung uber das Leid,
Freiburg, 1978, p. 466)
SÃO JOSÉ
QUAMQUAM
PLURIES
Carta
Encíclica de Sua Santidade o Papa Leão XIII
Aos
Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos e outros Ordinários locais que estão
em paz e comunhãocom a Sé Apostólica, sobre a necessidade de se recorrer ao
Patrocínio de São José, junto ao da
Virgem Mãe de Deus, nas dificuldades dos tempos actuais.
1
Ainda
que por diversas vezes já tenhamos suplicado que se fizessem em todo o mundo
orações especiais e se recomendassem vivamente a Deus os interesses da Igreja,
todavia ninguém fique admirado se de novo sentimos a necessidade de inculcar o
mesmo dever.
Em
tempos difíceis, especialmente quando o poder das trevas parece tentar de tudo
em dano da cristandade, a Igreja costuma invocar humildemente a Deus, seu autor
e protetor, com novo fervor e maior perseverança, bem como solicitar a mediação
dos santos em cujo patrocínio tem mais confiança de encontrar socorro, em
primeiro lugar a bem-aventurada Virgem Mãe de Deus, bem sabendo que os frutos
desta piedosa oração e desta esperança cedo ou tarde aparecerão.
Agora
bem notais, Veneráveis Irmãos, que os tempos atuais não são menos difíceis do
que aquele que a Igreja teve que enfrentar no passado. Vemos, de fato, vir
diminuída em muitos a fé, que é o princípio de todas as virtudes cristãs,
esfriar-se a caridade e as novas gerações degradar-se nas idéias e na conduta.
Vemos a luta que de toda parte se faz à Igreja de Cristo com violenta perfídia;
a guerra atroz contra o papado e as tentativas sempre mais declaradas de se
derrubar os próprios fundamentos da religião. Até que ponto tenham chegado e
quanto ainda estejam tramando os inimigos, é tão claro e evidente que se torna
inútil gastar palavras.
Numa
situação tão difícil e angustiante, na qual os males superam em muito os
remédios humanos, não nos resta outra coisa senão recorrer à potência divina.
Por esta razão, julgamos oportuno estimular o povo cristão a pedir o socorro de
Deus onipotente com renovado fervor e inabalável confiança.
SÃO JOSEMARIA – textos
A
oculta maravilha da vida interior
Até agora não tinhas
compreendido a mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a
oculta maravilha da vida interior. Que mundo novo lhes estás pondo diante dos
olhos! (Sulco,
654)
Quantas coisas novas
descobriste! No entanto, às vezes és um ingénuo, e pensas que já viste tudo, que
já sabes tudo... Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável
dos tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu
responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio
do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este
nosso Deus, que é infinito, inesgotável! (Sulco, 655)
Deixemos de enganar-nos:
Deus não é uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona;
não é um amo que vai e depois não volta. Ainda que não o percebamos com os
nossos sentidos, a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as
realidades que tocamos e vemos. Deus está aqui connosco, presente, vivo!
Vê-nos, ouve-nos, dirige-nos, e contempla as nossas menores acções, as nossas
intenções mais ocultas. Acreditamos nisto... mas vivemos como se Deus não
existisse! Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma palavra;
porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões; porque não
Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos... Havemos de continuar a viver com
uma fé morta? (Sulco, 658)
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