17/05/2014

Nuestra hija ha fallecido ¿cómo ver la mano de Dios en ese momento?



As sete palavras de Cristo na Cruz 17

Capítulo 3: O segundo fruto que se há-de colher da consideração da primeira Palavra dita por Cristo na Cruz 7

Continuo ainda a ouvir objecções. Se decidimos retribuir o mal com o bem, o insulto com a bondade, a maldição com a bênção, os maus se tornarão insolentes, os infames se tornarão aprumados, os justos serão oprimidos, e a virtude calcada sob seus pés. Este resultado não se dará, pois de ordinário, no dizer do Homem Sábio, "a resposta branda aquieta a ira" 12. Ademais, a paciência de um homem justo não poucas vezes enche de admiração seu opressor, e o persuade a estender a mão da amizade. Por outra, esquecemos que o Estado nomeia magistrados, reis e príncipes, cujo dever é fazer que os malvados sintam a severidade da lei, e prover meios para que os homens honestos vivam uma vida tranquila e pacífica? E se em alguns casos a justiça humana é tardia, a Providência de Deus, que nunca permite que um ato malévolo passe sem castigo ou um ato bom sem recompensa, está continuamente nos observando e, de um modo imprevisível, cuidando para que as ocasiões em que os malvados creem que humilharão os virtuosos, conduzam estes à exaltação e honra. Pelo menos assim o diz São Leão: "Estiveste furioso, ó perseguidor da Igreja de Deus, estiveste furioso com o mártir, e aumentaste sua glória aumentando sua dor. Pois que inventaste em tua ingenuidade que se voltasse em tua honra, se até seus instrumentos de tortura foram tomados em triunfo?". O mesmo deve ser dito de todos os mártires e santos da antiga lei, pois que trouxe mais reputação e glória ao patriarca José que a perseguição de seus irmãos? O ter sido vendido por inveja aos ismaelitas foi ocasião para que se convertesse em senhor de todo Egipto e príncipe de todos seus irmãos.

são roberto belarmino

(Tradução: Permanência, revisão ama).

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Notas:
12. Pr 15,1.


Pequena agenda do cristão


Sábado

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e
minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

Temas para meditar 107

Santíssima Virgem


Aquele pouco que desejes oferecer, procura depositá-lo nas mãos de Maria, graciosíssimas e digníssimas de todo o apreço, a fim de que seja oferecido ao Senhor sem que Ele sinta repulsa.


(são bernardoHomília na Natividade da Beatíssima Virgem Maria, 18) 

Evangelho diário, comentário e leitura espiritual (Os Sacramentos)

Tempo de Páscoa

IV Semana 

Evangelho: Jo 14, 7-14

7 Se Me conhecêsseis, também certamente conheceríeis Meu Pai; mas desde agora O conheceis e já O vistes». 8 Filipe disse-Lhe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta». 9 Jesus disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não Me conheces, Filipe? Quem Me viu, viu também o Pai. Como dizes, pois: Mostra-nos o Pai? 10 Não acreditais que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim mesmo. O Pai, que está em Mim, Esse é que faz as obras. 11 Crede em Mim: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. 12 Crede-o ao menos por causa das mesmas obras. «Em verdade, em verdade vos digo, que aquele que crê em Mim fará também as obras que Eu faço. Fará outras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. 13 Tudo o que pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se Me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu a farei.

Comentário:

Temos muito que agradecer à humildade dos Apóstolos que sendo como foram as colunas onde assentou a Igreja, desejaram que constasse nos Evangelhos a sua natureza débil e cheia de incertezas.

Como agora, Filipe dá-nos a oportunidade de conhecer pela boca do próprio Jesus Cristo algo mais sobre a Santíssima Trindade.

O mistério extraordinário que envolve Deus Uno e Trino que, nós humanos, só conseguimos vislumbrar por meio da Fé e das luzes do Espírito Santo.

Não precisamos de muito mais, um dia compreenderemos, agora, nesta vida terrena basta-nos ouvir as palavras de Cristo que são Palavras de Vida Eterna.

(ama, comentário sobre Jo 14, 7-14, 2013.04.27)


Leitura espiritual





Temas para leitura espiritual








Os sacramentos

Toda a vida do cristão cresce, alimenta-se e desenvolve-se pela acção dos Sacramentos. A Graça que recebemos nos Sacramentos vai tornando possível que em nós cresça a nova criatura de “filhos de Deus em Cristo”. O homem não pode viver verdadeiramente a vida cristã, que é viver toda a sua vida humana “em Cristo, por Cristo, com Cristo”, sem receber os Sacramentos.
Os sacramentos – temos de o recordar - “são sinais visíveis, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo, que produzem a Graça”. E tenhamos também presente que a Graça, como repetiremos de vez em quando nestas reflexões, é “uma certa participação da natureza divina”. A acção da Graça é a de converter o cristão em “filho de Deus em Jesus Cristo”. Os Sacramentos são, portanto, o meio pelo qual o homem recebe essa “participação na natureza-divina”.
Nestas reflexões sobre os Sacramentos centrar-nos-emos exclusivamente na relação de cada sacramento com a Graça, e na configuração dessa “nova criatura”, sem nos adentrarmos em nenhum outro aspecto teológico, litúrgico, espiritual, que cada sacramento leva consigo.
Até à vinda de Cristo, Deus valia-se de sinais, cerimónias, para nos dar a conhecer a sua benevolência e a sua presencia entre nós, a sua participação na história da humanidade, e para nos deixar cientes de sua ajuda. Daí em diante, e como consequência da nova vida estabelecida por Cristo das relações de Deus com os homens, esses sinais e cerimónias deixaram de ter qualquer significado.
Os Sacramentos convertem-se não já nas “marcas de Cristo na terra” e nem sequer tampouco em “os caminhos que unem para sempre o céu e a terra”, senão no encontro pessoal-vital de cada cristão com o próprio Cristo.

É certo que, nos sacramentos, a Graça origina-se directamente pela acção do ministro. Não esqueçamos, por sua vez, que, para que essa Graça seja eficaz na pessoa que recebe o Sacramento, requere que não ponha obstáculo. Um penitente pode tornar ineficaz o sacramento da Reconciliação, por exemplo, se não o recebe com as disposições requeridas, e também, ainda que acolhendo-o em condições adequadas, não permite que a graça produza nele uma conversão para Deus profunda e permanente. No primeiro caso, a sua actuação torna em o sacramento inútil; no segundo, torna-o ineficaz.

- Sou consciente da necessidade que tenho de viver os Sacramentos?
-Medito com frequência sobre a nova vida com Cristo: ser “filho de Deus em Cristo”, que cresce em mim com a recepção dos Sacramentos?
-Dou alguma vez, graças a Nosso Senhor Jesus Cristo por ter instituído os Sacramentos?

“Os sacramentos da Nova Lei foram instituídos por Cristo e são sete, a saber, Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Reconciliação, Unção dos Enfermos, Ordem sacerdotal e Matrimónio. Os sete sacramentos correspondem a todas as etapas e todos os momentos importantes da vida do cristão: do nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as etapas da vida espiritual” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1210).
Os sacramentos são, em resumo, os caminhos ordinários para o encontro pessoal com Cristo e para receber a Graça, que nos converte em “novas criaturas”, e nos torna “filhos de Deus” em Cristo.

Antes de seguir nossos raciocínios é preciso fazer uma aclaração prévia. A Graça que se nos concede nos Sacramentos não supõe, de modo algum, o desaparecimento da graça, a ajuda, que Deus concede todos os homens, inclusive ao que nada sabem de Cristo nem da Igreja – e não receberão, portanto, nenhum Sacramento -, para que alcancem a salvação por outros caminhos. Todos os caminhos da salvação passam por Cristo – o Caminho, a Verdadeira Vida para todos -ainda que alguns não o conheçam e não tenham, portanto, a Fé nele nem participem na vida sacramental.
           
O desenvolvimento dos planos de salvação de cada um dos seres humanos, é um mistério escondido em Deus até ao fim dos tempos.
           
Ao referirmos de novo aos Sacramentos, vendo neles os caminhos ordinários pelos quais o homem recebe a graça divina, convém desde o princípio que não esqueçamos a “semelhança entre as etapas da vida natural e as etapas da vida sobrenatural”, já sublinhado no Catecismo.
           
Com efeito, é o próprio homem, criatura de Deus, quem há-de ser redimido, liberto do pecado e convertido em “filho de Deus em Cristo”. E tudo, sem deixar, em absoluto e sob nenhum conceito, de ser plena e naturalmente homem. A Graça jamais destrói a natureza e, por outro lado, requere a cooperação da natureza e da liberdade do homem, para produzir os seus frutos.

Os sacramentos da iniciação cristã

O Baptismo (I)
        
Os três primeiros Sacramentos – Baptismo, Confirmação, Eucaristia - denominam-se “da iniciação cristã”, porque têm a principalíssima finalidade de nos converter em “nova criatura”, em “filhos de Deus em Cristo”. O Baptismo é o nascimento para a vida sobrenatural cristã; a Confirmação, o desenvolvimento e a consolidação na alma dessa vida sobrenatural, pela acção do Espírito Santo; e a Eucaristia, o enraizamento dessa vida de Cristo na alma, vivida mais pessoalmente com Ele.
           
“Mediante os sacramentos da iniciação cristã, o Baptismo, a Confirmação e a Eucaristia, colocam-se os fundamentos de toda a vida cristã. A participação na natureza divina que os homens recebem como dom, mediante a graça de Cristo, tem certa analogia com a origem, o crescimento e o sustento da vida natural. Com efeito, os fiéis renascidos no Baptismo fortalecem-se com o sacramento da Confirmação e, finalmente, são alimentados na Eucaristia com o manjar da vida eterna; assim, por meio destes sacramentos da iniciação cristã, recebem cada vez com mais abundancia os tesouros da vida divina e avançam para a perfeição da caridade” (Catecismo, 1212).
          
O nascimento e a conversão à vida divina são o resultado de receber a Graça, “a participação na natureza divina”, que enxerta em nós um principio de vida sobrenatural. O cristão está verdadeeiramente “enxertado” em Cristo. Convertemo-nos em “filhos de Deus em Cristo” sem deixar de ser seres humanos, e sendo “homens-filhos de Deus em Cristo”, começamos a viver e actuar.
           
Este processo, repetimos, começa com o Baptismo:
“O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos outros sacramentos. Pelo Baptismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, chegamos a ser membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e feitos partícipes de sua missão. O baptismo é o sacramento do novo nascimento pela água e a palavra” (Catecismo, n. 1213).

O Baptismo (I)

 “O Baptismo não só purifica de todos os pecados, mas que também converte o neófito “numa nova criação”, um filho adoptivo de Deus, que foi feito “partícipe da natureza divina”, membro de Cristo, co-herdeiro com Ele e templo do Espírito Santo” (Catecismo, n. 1265).
           
A acção da Graça na pessoa do baptizado pode resumir-se nestas palavras do Catecismo, às quais teremos ocasião de referir-nos ao longo de estas reflexões:

- Torna-o capaz de crer em Deus, de ter esperança nele e de amá-lo mediante as virtudes teologais (Fé, Esperança, Caridade);
- Concede-lhe poder viver e obrar sob a moção do Espírito Santo mediante os seus dons;
- Permite-lhe crescer no bem mediante as virtudes morais.

Assim todo o organismo da vida sobrenatural do cristão tem a sua raiz no santo Baptismo” (Catecismo, n. 1266).
       
Com o Baptismo, o baptizado deixa de ser só uma criatura “a imagem e semelhança”, e converte-se em verdadeiro “filho de Deus em Cristo”, o actualizar-se, o fazer-se “acto”, nessa “participação” a capacidade - potência - de ser “filho de Deus”, com a qual todo ser humano chega a este mundo.
         
Esta nova condição do homem baptizado não se perde jamais. “O Baptismo imprime no cristão um selo espiritual indelével (carácter) de sua pertença a Cristo. Este selo não é apagado por nenhum pecado, ainda que o pecado impeça o Baptismo de dar frutos de salvação” (Catecismo, n. 1272).
          
Esta afirmação significa que o baptizado nunca perde a sua condição de “filho de Deus em Cristo”, raiz e fundamento da vida sobrenatural, do viver nós em Deus, com Cristo, no Espírito Santo; e do viver Deus Pai, Filho e Espírito Santo em nós. É o fundamento e a razão pela qual podemos dizer que todo o cristão está “enxertado” em Cristo; e, com São Paulo, podemos também chegar a afirmar que “Cristo vive em mim”.

- Atraso sem necessidade o baptismo de um filho, de um neto?
- Quando assisto e participo num baptizado, procuro reviver o meu próprio Baptismo, e dar graças a Deus por tê-lo recebido?
- Sou consciente de que com o Baptismo, o converter-me em “filho de Deus em Cristo”, entro a formar parte da própria família de Deus?

O Baptismo (II)

Alguns consideram que com o Baptismo o homem perde a sua liberdade, o não poder perder jamais sua condição de “filho de Deus em Cristo”. A realidade é outra, e fica claramente expressa na segunda parte do n. 1272 do Catecismo.
          
“Este selo – ou carácter- não é borrado por nenhum pecado, ainda que o pecado impeça o Baptismo de dar frutos de salvação”. Quer dizer, o homem nunca perde a liberdade no plano do seu “actuar”, e, portanto, poderá opor-se não só à acção de Deus, mas também rejeitar a sua realidade ante o próprio Deus, e reafirmar, em definitivo, o seu próprio “eu”, com a sua oposição a Deus. Simplesmente, poderá paralisar toda a possível acção da sua própria pessoa. A obstinação no pecado pode debilitar a vontade do homem, mas nunca o impedirá do exercício de sua liberdade. O melhor defensor da liberdade do homem é Deus.
         
Em definitivo, salvo casos patológicos, o homem nunca deixa de ser livre, ainda que no seu Espírito esteja indelével o “carácter” de “filho de Deus em Cristo Nosso Senhor”.
         
Já assinalámos que a única vida que Deus nos impõe é a vida humana, o ser criaturas. Vida que, ainda que sendo recebida sem opção pela nossa parte de a não aceitar, não deixa de ser um dom divino, origem e fundamento de toda a grandeza humana.
         
A “vida sobrenatural”, a realidade de “ser nova criatura”, é também um dom de Deus; certamente configura-nos como “filhos seus” e não nos deixa indiferentes. Podemos, todavia, rejeitá-lo se, ao ser conscientes do oferecimento que Deus nos faz, não desejamos aceitá-lo, como é o caso das pessoas não baptizadas na sua infância, e não aceitam receber o Baptismo tampouco na sua idade adulta.

ernesto julia, Os Sacramentos, Janeiro 28, 2011, trad, ama.



Tratado dos vícios e pecados 92




Questão 89: Do pecado venial em si mesmo.

Em seguida devemos tratar do pecado venial em si mesmo. E nesta questão discutem-se seis artigos:

Art. 1 — Se o pecado venial causa mácula na alma.
Art. 2 — Se os pecados veniais são designados convenientemente pela madeira, pelo feno e pela palha.
Art. 3 — Se o homem, no estado de inocência, podia pecar venialmente.
Art. 4 — Se um anjo bom ou mau pode pecar venialmente.
Art. 5 — Se os primeiros movimentos da sensualidade, nos infiéis, são pecados mortais.
Art. 6 — Se o pecado venial pode coexistir numa pessoa só com o original.

Art. 1 — Se o pecado venial causa mácula na alma.

(III, q. 87, a. 2, ad3; IV Sent., dist. XVI, q. 2, a. 1, qª 2, ad3; a. 2, qª 1, ad 1).

O primeiro discute-se assim. — Parece que o pecado venial causa mácula na alma.

1. — Pois, diz Agostinho, que os pecados veniais, quando multiplicados, exterminam de tal modo a nossa beleza, que nos privam dos amplexos do esposo celeste. Ora, a mácula não é mais do que um detrimento da beleza. Logo, os pecados veniais causam mácula na alma.

2. Demais. — O pecado mortal causa mácula na alma pela desordem no acto e no afecto do pecador. Ora, o pecado venial é uma desordem no acto e no afecto. Logo, causa mácula na alma.

3. Demais. — A mácula da alma é causada pelo apegar-se a um objecto temporal, com amor, como se disse (q. 86, a. 1). Ora, pelo pecado venial a alma apega-se com amor desordenado a um objecto temporal. Logo, o pecado causa mácula na alma.    

Mas, em contrário, diz a Escritura (Ef 5, 27): Para a apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, i. é, comenta a Glosa, sem qualquer pecado criminal. Logo, parece ser próprio do pecado mortal o causar mácula na alma.

Como do sobredito se colhe (q. 86, a. 1), a mácula implica detrimento na beleza, proveniente de algum contacto. Vemos bem isso nas coisas corpóreas, por semelhança com as quais se transferiu para a alma o nome de mácula. Ora, a beleza do corpo é dupla — a proveniente da disposição intrínseca dos membros e da cor, e a do esplendor externo que se lhe acrescenta. O mesmo se dá com a alma: uma é a sua beleza habitual, quase intrínseca; outra, a actual, um quase fulgor externo. Ora, o pecado venial macula certamente a beleza actual, mas não a habitual, por não excluir nem diminuir o hábito da caridade e das outras virtudes, como a seguir se dirá (IIa IIae q. 24, a. 10; q. 133, a. 1 ad 2), mas por só lhes impedir o acto. E sendo a mácula algo de aderente ao ser maculado, conclui-se que ela implica detrimento, antes da beleza habitual, que da actual. Donde, em sentido próprio, o pecado venial não causa mácula na alma. E só em certo sentido se pode dizer que a causa, por empanar o esplendor resultante dos actos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Agostinho refere-se ao caso de muitos pecados veniais levarem, dispositivamente, ao mortal; pois em contrário, não poderiam impedir o amplexo do esposo celeste.

RESPOSTA À SEGUNDA. — A desordem do acto pecaminoso mortal, corrompe o hábito da virtude; não porém a do pecado venial.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Pelo pecado mortal a alma busca com amor e como fim um bem temporal. E por isto perde totalmente o influxo do esplendor da graça, que desce sobre os unidos pela caridade, com Deus, como fim último. Ora pelo pecado venial o homem não se une a nenhuma criatura como ao fim último. Portanto, a comparação não colhe.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.