04/09/2011

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 38

Jesus de NazaréQue papel tinha o templo de Jerusalém para o cristianismo primitivo?

“O cristianismo nascente, muito antes de a destruição material do templo, estava convencido de que o seu papel na história tinha chegado ao seu fim, como Jesus tinha afirmado com a palavra sobre a ‘casa que ficará vazia’ e com o discurso sobre o novo templo. (…) [o cristianismo] Sabia desde o princípio que o Ressuscitado é o novo templo, o verdadeiro lugar de contacto entre Deus e o homem”

55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 81-82, marc argemí, trad. ama

Deve-se adorar a mãe de Deus com adoração de latria?

Theotokos de Vladimir
(séc. XII
Parece que se deve adorar a mãe de Deus com adoração de latria, pois:
1. Parece que a mesma honra deve ser tributada ao rei e à mãe de rei, como afirma o livro dos Reis: “Foi colocado um trono para a mãe do rei e ela se sentou à sua direita(I Re 2, 19). E Agostinho diz: “É justo que o trono de Deus, o leito nupcial do Senhor do céu e o tabernáculo de Cristo estejam lá onde se encontra o próprio Cristo”. Ora, Cristo é adorado com adoração de latria. Logo, também sua mãe.
2. Além disso, afirma Damasceno que “a honra à mãe remete ao filho”. Ora, o Filho é adorado com adoração de latria. Logo, a mãe também.
3. Ademais, a mãe de Cristo esteve mais unida a ele do que a cruz. Ora, a cruz é adorada com adoração de latria. Logo, também a mãe deve ser adorada com a mesma adoração.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, a mãe de Deus é pura criatura; portanto, não lhe é devida adoração de latria.

Dado que a latria é devida exclusivamente a Deus, não é devida a nenhuma criatura em si mesma. Pois, embora as criaturas insensíveis não tenham condições de ser veneradas em si mesmas, a criatura racional pode ser venerada por si mesma. Por isso, a nenhuma simples criatura racional se deve o culto de latria. E como a virgem bem-aventurada é uma simples criatura racional, não lhe é devida uma adoração de latria, mas unicamente uma veneração de dulia; de forma mais eminente, contudo, do que às outras criaturas, por ser a mãe de Deus. Por isso, se diz que lhe é devido não um culto de dulia qualquer, mas de hiperdulia. [i]

Suma Teológica, III, 25, 5

Quanto às objecções iniciais, portanto, deve-se dizer que:
1. A honra devida à mãe do rei não é a mesma que a que se deve ao rei; mas uma honra que se lhe assemelha, em razão de sua dignidade. É o sentido dos textos aduzidos.
2. A honra da mãe remete ao filho, porque ela mesma deve ser honrada por causa do filho. Mas não da maneira como a honra da imagem remete ao modelo, porque a imagem em si mesma, se considerada como uma coisa, não deve ser venerada de forma alguma.
3. A cruz, considerada em si mesma, não é objecto de veneração, como já foi dito. Mas a bem-aventurada Virgem, em si mesma, é passível de ser venerada. Por isso, a razão não é a mesma.



[i] Nota: Se veneramos os objectos inanimados na medida em que possuem uma certa relação com Cristo, por mais forte razão devemos venerar sua mãe, cujas relações com ele foram e são incomparavelmente superiores. Essa veneração não pode ser de latria, nem mesmo relativa, mas é claro que o culto de dulia que lhe é dirigido é tanto mais superior à dos outros santos na medida em que sua perfeição é maior. Daí a introdução por São Tomás do termo hiperdulia, que ele utilizou para se referir ao culto prestado à santa humanidade de Cristo. Não se deve esquecer, todavia, que a Virgem só possui essa excelência em total dependência da excelência do Verbo encarnado.

Evolucionismo

Do Céu à Terra
A evolução do evolucionismo

Uma célula é um sistema de complexidade irredutível?

Qualquer bactéria, qualquer das células que integram – por biliões – o corpo de um mamífero, é um sistema de complexidade irredutível. Considerou-se a célula como uma cidade em miniatura, que se levanta à velocidade de vertigem e necessita possuir, ao mesmo tempo, uma membrana envolvente, geradores de energia, gradiente de iões, macro-moléculas encapsuladas, polimerização, replicação por genes e enzimas, armazenamento de informação e capacidade de mutação. Assim, a biologia celular relativiza as teses evolucionistas, pois cada uma das alterações anatómicas que Darwin considerava muito simples, implica processos bioquímicos esmagadoramente complexos. Por isso, enquanto se desconheçam as leis dos programas moleculares do seres vivos, falar de evolução e selecção é empregar metáforas com o mesmo valor explicativo que chamar "toldo de estrelas" ao firmamento.

jose ramón ayllón, trad. ama


Princípios filosóficos do Cristianismo

Caminho e Luz

Princípio de substância (I)

A estrutura do juízo
É óbvio, por outro lado, que o que é absoluto e limitado na sua entidade revela identidade consigo mesmo dentro dos seus limites, e por consequência, diferencia-se de tudo o que está fora dos ditos limites. Daí que se diferencie também da realidade do sujeito preceptor. Quando digo «aí há algo», estou dizendo que é uma realidade diferente de mim, que é um não sim, que é uma substância, um ente que rejeita absoluta e parcialmente o nada.
O juízo leva-nos a isto: a perceber que as coisas são uma realidade. O entendimento não tem que demonstrar o que resulta evidente: que há realidades. Unicamente pode mostrar como (e isto é obra da epistemologia) o sujeito se faz fielmente com a realidade conhecida. Haveria que resolver o eterno problema de conjugar a racionalidade abstracta dos nossos conceitos com a realidade concreta conhecida. A isto responderemos mais adiante; agora basta-nos ter mostrado que pelo juízo não captamos o ser no geral e que, por outro lado, acudir ao ser no geral é obstruir já de entrada a possibilidade de um conhecimento objectivo.

josé antonio sayés, [i] trad ama,



[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

Embriões de segunda classe

Medicina e Apostolado

Para alguns, existem embriões humanos de classes e de categorias diferentes.

  • Uns são cuidados, atendidos, esperados, inclusive amados. Têm, segundo os diagnósticos, boa saúde, características desejadas pelos seus pais ou pelos seus «proprietários».
  • Outros embriões são abandonados, rejeitados, condenados à destruição e à morte. Os diagnósticos disseram que o seu ADN está alterado, que serão débeis e doentes, que lhes faltará «qualidade de vida». Ou simplesmente apareceram quando os seus pais não os esperavam nem os queriam. A existência desses embriões é vista como um problema, como um erro, que se pode «solucionar» facilmente: basta destruí-los com o aborto.
Estas duas perspectivas mostram o fácil que é catalogar os embriões humanos em dois grandes grupos: de primeira classe e de segunda classe.
  • Aos primeiros dar-se-lhes-á uma oportunidade para seguir adiante, para nascer, para crescer, para chegar à idade adulta.
  • Aos segundos pôr-se-ão à margem ou eliminar-se-ão. Se «escapam» aos projectos dos que desejam destruí-los, talvez cheguem a nascer, mas não faltará quem procure eliminá-los depois do parto: se eram seres humanos declarados de segunda classe antes de nascer, o que os fará converter-se em algo merecedor de respeito depois do nascimento?
Notamos que esta catalogação encerra uma grave injustiça, porque esquece que todos os seres humanos têm uma dignidade intrínseca que lhes vem não por ser «melhores» o «piores», mas simplesmente pela sua condição humana. Aceitar que existam embriões de primeira classe e embriões de segunda classe supõe esquecer essa dignidade intrínseca e adoptar um ponto de vista onde os adultos determinam o valor dos mais pequenos e indefesos segundo interesses e projectos pessoais.
Por isso, é necessário um esforço sincero e sereno para abrir os olhos e descobrir que um filho (todo o embrião é filho), inclusive quando está marcado por uma doença genética ou de outro tipo, goza da mesma humanidade que nós. A sua pequenez não permite deixá-lo de lado. Pelo contrário, por ser más frágil exige maiores atenções e um respeito profundo, simplesmente por ser o que é: um membro da família humana.

fernando pascual, l. c. [i], trad ama, 2011.08.04


[i] Doctor en filosofía por la Universidad Gregoriana. Profesor de Hª de Filosofía, Filosofía de la Educación y Bioética

Caridade fraterna

Caridade fraterna


Muitos perguntam-se se amam Cristo, e vão procurando sinais pelos quais possam descobrir e reconhecer se O amam: o sinal que nunca engana é a caridade fraterna (...). É também a medida do estado da nossa vida interior, especialmente da nossa vida de oração.


(benedikt baur, En la intimidad con Dios, Herder, Barcelona 1973, pg 246 trad ama)

Música e entretenimento


 Yo-Yo Ma The Swan Saint-Saens


selecção ALS   

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Senhor, tantas almas longe de Ti!”

Vejo a tua Cruz, meu Jesus, e alegro-me com a tua graça, porque o prémio do teu Calvário foi para nós o Espírito Santo... E dás-te a mim, cada dia, amoroso – louco! – na Hóstia Santíssima... E fizeste-me filho de Deus e deste-me a tua Mãe! Não me basta a acção de graças; vai-se-me o pensamento: – Senhor, Senhor, tantas almas longe de Ti! Fomenta na tua vida as ânsias de apostolado, para que o conheçam..., e o amem..., e se sintam amados! (Forja, 27)

Que respeito, que veneração, que carinho temos de sentir por uma só alma, ante a realidade de que Deus a ama como algo seu! (Forja, 34)

Ante a aparente esterilidade do apostolado, assaltam-te as cristas de uma onda de desalento, que a tua fé repele com firmeza... Mas reparas que necessitas de mais fé, humilde, viva e operativa.
– Tu, que desejas a salvação das almas, grita como o pai daquele rapaz doente, possesso: "Domine, adiuva incredulitatem meam!" – Senhor, ajuda a minha incredulidade!
Não duvides: o milagre repetir-se-á. (Forja, 257)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXIII Semana




Evangelho: Mt 18, 15-20

15 «Se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste o teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que pela palavra de duas ou três testemunhas se decida toda a questão. 17 Se não as ouvir, di-lo à Igreja. Se não ouvir a Igreja considera-o como um gentio e um publicano. 18 «Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu; e tudo o que desligardes sobre a terra, será desligado no céu. 19 «Ainda vos digo que, se dois de vós se unirem entre si sobre a terra a pedir qualquer coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus. 20 Porque onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles».

Comentário:

A oração comunitária é privilegiada neste trecho do Evangelho.

Noutra ocasião Jesus dirá que se deve “rezar no segredo”.

Estão as duas recomendações em contradição?

Evidentemente, não. Porque se neste caso Cristo garante: «aí estou Eu no meio deles», no outro afirma que: «teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa» (Mt 6, 6)

Ambas as formas de rezar têm o seu tempo circunstancial. A oração em comum é necessária porque todos os cristãos pertencem a uma mesma família, têm um Pai comum, logo, resulta evidente a vantagem de em assembleia comunitária se pedirem coisas que interessam a todos.

A oração privada é um colóquio da pessoa com Deus, directamente.

Diria, uma conversa privada sobre assuntos pessoais, que nos dizem directamente respeito e que, Deus Nosso Senhor, escuta sempre com agrado.


(ama, Comentário sobre Mt 18, 15-20, 2010.08.11)