Sábado
PLANO DE VIDA
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Honrar a
Santíssima Virgem.
A minha alma glorifica
o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos
na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas
as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu
Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder
do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos
famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel
Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua
descendência para sempre.
Lembrar-me: Santíssima
Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.
Minha querida Mãe: Hoje
queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo,
significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que
isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que
me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector,
guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
SANTO AGOSTINHO, bispo e doutor da Igreja
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
O possesso de
Gerasa
1Chegaram à outra margem do
mar, à região dos gerasenos. 2 Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu
encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. 3 Tinha
nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma
corrente, 4pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e
despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o
dominar. 5 Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a
gritar e a ferir-se com pedras. 6 Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se
diante dele 7 e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do
Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» 8 Efectivamente,
Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» 9 Em seguida, perguntou-lhe:
«Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.» 10 E
suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. 11 Ora, ali
próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. 12 E os espíritos
malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» 13
Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos
porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se
afogou. 14 Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos
campos. As pessoas foram ver o que se passara. 15 Ao chegarem junto de Jesus,
viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera
possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. 16 As testemunhas do
acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara
com os porcos. 17 Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território. 18 Jesus voltou para o barco e o homem que fora
possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. 19 Não lho permitiu.
Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o
que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» 20 Ele retirou-se,
começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se
maravilhavam.
A filha de Jairo e
a mulher com fluxo de sangue
21 Depois de Jesus ter
atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto
dele, que continuava à beira-mar. 22 Chegou, então, um dos chefes da sinagoga,
de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés 23 e suplicou instantemente:
«A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.»
24 Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava. 25 Certa
mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, 26 que sofrera muito nas
mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum
alívio, antes piorava cada vez mais, 27 tendo ouvido falar de Jesus, veio por
entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes, 28 pois dizia: «Se ao
menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» 29 De facto, no mesmo
instante se estancou o fluxo de sangue, e sentiu no corpo que estava curada do
seu mal. 30 Imediatamente Jesus, sentindo que saíra dele uma força, voltou-se
para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?» 31 Os discípulos
responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda
perguntas: 'Quem me tocou?'» 32 Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver
aquela que tinha feito isso. 33 Então, a mulher, cheia de medo e a tremer,
sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a
verdade. 34 Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada
do teu mal.» 35 Ainda Ele estava a falar, quando, da casa do chefe da sinagoga,
vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» 36
Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga:
«Não tenhas receio; crê somente.» 37 E não deixou que ninguém o acompanhasse, a
não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegar a casa do chefe da
sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. 39 Entrando,
disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não
morreu, está a dormir.» 40 Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente
e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele,
entrou onde ela jazia. 41 Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é,
«Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!» 42 E logo a menina se ergueu e
começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes
vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.
Comentário
Este capítulo do Evangelho
escrito por São Marcos é, todo ele, tão “denso” e “forte” que me é difícil escolher
um tema para comentar.
Considero, portanto, o valor
da vida humana.
Para alguns, infelizmente
muitos, a vida humana é descartável quando o que está em causa são
considerações materiais. É o que acontece com os de Gerasa que valorizam mais
os duzentos porcos que a cura do seu conterrâneo e até acham preferível que
Jesus Se afaste deles para não ser causa de incómodo.
Para a pobre mulher cuja
vida era uma constante provação, ostracizada pela comunidade por causa da sua
doença.
Para a filha de Jairo falecida
na flor da idade.
A vida humana, para Jesus,
não tem valores variáveis consoante as pessoas ou as circunstâncias, é um valor
absoluto porque todos somos filhos de Deus para sermos eternos.
(AMA, 2021)
SANTÍSSIMA VIRGEM
CARTA ENCÍCLICA
REDEMPTORIS MATER
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
SOBRE A BEM-AVENTURADA
VIRGEM MARIA
NA VIDA DA IGREJA
QUE ESTÁ A CAMINHO
Veneráveis
Irmãos, caríssimos Filhos e Filhas: saúde e Bênção Apostólica!
INTRODUÇÃO
3.
A circunstância que agora me impele também a mim a retomar este assunto é a
perspectiva do Ano Dois Mil, que já está próximo, no qual o Jubileu bimilenário
do nascimento de Jesus Cristo, nos leva a volver o olhar simultaneamente para a
sua Mãe. Nestes anos mais recentes, foram aparecendo diversos alvitres que
apontavam a oportunidade de fazer anteceder a comemoração bimilenária de um
outro Jubileu análogo, dedicado à celebração do nascimento de Maria Santíssima.
Na
realidade, se não é possível estabelecer um momento cronológico preciso para aí
fixar o nascimento de Maria, tem sido constante da parte da Igreja a
consciência de que Maria apareceu antes de Cristo no horizonte da história da
salvação. É um facto que, ao aproximar-se definitivamente a “plenitude dos
tempos”, isto é, o advento salvífico do Emanuel, Aquela que desde a eternidade
estava destinada a ser sua Mãe já existia sobre a terra. Esta sua
“precedência”, em relação à vinda de Cristo, tem anualmente os seus reflexos na
liturgia do Advento. Por conseguinte, se os anos que nos vão aproximando do
final do Segundo Milénio depois de Cristo e do início do Terceiro forem
cotejados com aquela antiga expectativa histórica do Salvador, torna-se
perfeitamente compreensível que neste período desejemos voltar-nos de modo
especial para Aquela que, na “noite” da expectativa do Advento, começou a
resplandecer como uma verdadeira “estrela da manhã” (Stella matutina).
Com efeito, assim como esta estrela, conjuntamente à “aurora”, precede o nascer
do sol, assim também Maria, desde a sua Conceição imaculada, precedeu a vinda
do Salvador, o nascer do “sol da justiça” na história do género humano.
A
sua presença no meio do povo de Israel ― tão discreta que passava quase
despercebida aos olhos dos contemporâneos ― brilhava bem clara diante do
Eterno, que tinha associado esta ignorada “Filha de Sião” (cf.
Sof 3, 14; Zac 2, 14) ao plano salvífico que compreendia toda a
história da humanidade. Com razão, pois, no final deste Milénio, nós cristãos,
que sabemos ser o plano providencial da Santíssima Trindade a realidade central
da revelação e da fé, sentimos a necessidade de pôr em relevo a presença
singular da Mãe de Cristo na história, especialmente no decorrer deste último período
de tempo que precede o Ano Dois Mil.
REFLEXÃO
A maioria silenciosa está com os
valores fundamentais, só que se fazem ouvir mais os escandalosos que os fiéis.
A Igreja terá de mobilizar esse silêncio.
(Agnelo Rossi, Prefeito para a S.
Congregação para a Evang. dos Povos, VI Sínodo dos Bispos)
ANJO DA GUARDA
Anjo da minha Guarda, protege-me, guia-me, inspira-me o
que devo fazer e como fazer em cada momento.
(AMA, 1988)
SÃO JOSEMARIA – textos
Quando tiveres de corrigir, fá-lo com
caridade
Só
serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso,
quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem
humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que
corriges. (Forja, 455)
Para
curar uma ferida, primeiro limpa-se esta muito bem e inclusivamente ao seu
redor, desde bastante distância. O médico sabe perfeitamente que isso dói, mas
se omitir essa operação, depois doerá ainda mais. A seguir, põe-se logo o
desinfectante; arde – pica, como dizemos na minha terra – mortifica, mas não há
outra solução para a ferida não infectar. Se para a saúde corporal é óbvio que
se têm de tomar estas medidas, mesmo que se trate de escoriações de pouca
importância, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da
vida do ser humano – imaginai como será preciso lavar, como será preciso
cortar, como será preciso limpar, como será preciso desinfectar, como será
preciso sofrer! A prudência exige-nos intervir assim e não fugir ao dever, porque
não o cumprir seria uma falta de consideração e inclusivamente um atentado
grave, contra a justiça e contra a fortaleza. Persuadi-vos de que um cristão,
se pretende deveras proceder rectamente diante de Deus e dos homens, precisa de
todas as virtudes, pelo menos em potência. Mas, perguntar-me-eis: Padre, o que
diz das minhas fraquezas? Responder-vos-ei: Porventura um médico que está
doente, mesmo que a sua doença seja crónica, não cura os outros? A sua doença
impede-o de prescrever a outros doentes o tratamento adequado? É claro que não.
Para curar, basta-lhe ter a ciência necessária e aplicá-la com o mesmo
interesse com que combate a sua própria enfermidade. (Amigos
de Deus, 161)