Sexta-Feira
PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Pequena mortificação
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
Mês de Maio - Santíssima Virgem
Meditações de Maio
Monstra te esse matrem!
Sim, mostra que és Mãe, minha Mãe.
Como, apesar de tudo quanto não sou e deveria ser, tu és minha Mãe e me queres, e me proteges, e desejas a minha felicidade aqui na terra e, depois, no Céu.
Monstra te esse matrem!
Ajuda-me também a mostrar-me como teu filho, a comportar-me, a conduzir a minha vida como teu filho, e, sobretudo: Recordare Virgo Mater Dei, dum steteris in conspectu Domini et loquaris pro me bona. Ámen
Santo Rosário - Meditação sobre o Segundo Mistério Doloroso
Flagelação de Jesus
Amarrado a uma coluna, o meu Senhor está para ali, estremecendo a cada golpe dos algozes que se revezam.
Cada vergastada é um suplício. Os pedaços de osso de carneiro que pendem das extremidades das finas tiras de couro enegrecidas de sangue antigo, causam dores indescritíveis, vergões e ferimentos profundos, arrancam a pele e pedaços de carne e rasgam os músculos. A experiência dos algozes atinge os locais mais sensíveis e, talvez mais acicatados pelo silêncio deste Homem a quem o suplício não arranca um queixume, redobram de energia e os golpes caiem, rápidos, fortíssimos, procurando com maquiavélica destreza provocar o maior sofrimento possível.
Mas é em vão. Apenas um som abafado sai da garganta ressequida de Jesus. É um estertor involuntário que a violência do castigo provoca.
Eu, escondido num vão, não intervenho. Estou atónito e assustado com o que vejo. É uma cena de uma brutal ferocidade inaudita.
Não me julgo capaz de Te
provocar tal suplício... quem? Eu? Oh Senhor!
Eu não..., eu amo-Te com todas as minhas forças, nunca seria capaz de
tal coisa.
E, no entanto, as minhas frequentes faltas e pecados o que são, senão chicotadas na Tua carne santa.
Acabou o terrível suplício. Solto da coluna imunda à qual Te ataram cais por terra, desfalecido, meio morto. Eu, caio também de joelhos e peço-Te perdão.
Perdão pela minha cobardia, pela minha pouca fé, a minha tibieza, pela minha falta de carácter.
E tu, minha Mãe, que no exterior, com o coração angustiado, aguardas o fim do suplício que infligem ao teu Filho, tu, Senhora de Dores, acolhe-me junto de ti e sossega o meu espírito.
Diz-me que jamais, jamais consentirás que eu me converta em carrasco, algoz, do teu Divino Filho.
Afiança-me que a tua
confiança de filha de Deus Pai, ajudará a minha pouca fé.
Persuade-me que a tua certeza de Mãe de Deus Filho aumentará a minha esperança.
Garante-me que o teu amor de Esposa do Espírito Santo, suprirá a minha falta de caridade.
Incute no meu espírito o desejo de estar com Jesus, nesta hora solene, em que o Rei do Reis, o Senhor dos Senhores, está amarrado como um malfeitor, recebendo um castigo duríssimo que não mereceu.
A interpor-me entre os carrascos e o teu Filho, aparando os golpes.
A limpar os vergões e as feridas da Sua carne.
Por um bálsamo, lavar o sangue, limpar as feridas.
Permite-me querer ficar com
Ele, ofegante de emoção, amarrado também a essa coluna, partilhando o possível
da Sua Flagelação.
São Josemaria - Textos
Um encontro pessoal com Deus
Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em Ti; adoro-te,
amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na
Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)
Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns
cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um
mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece,
porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com
rotina a maior doação de Deus aos homens. Na Santa Missa, nesta Missa que agora
celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para
corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total
do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E
se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa
língua – Pange, lingua! – a que
proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.
Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua,
convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com
Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos
os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com
todos os cristãos. (Cristo
que passa, 87–88)