Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
02/05/2020
LEITURA ESPIRITUAL
São Lucas
Cap. IV
1 Cheio do Espírito Santo, Jesus
retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, 2 onde esteve
durante quarenta dias, e era tentado pelo diabo. Não comeu nada durante esses
dias e, quando eles terminaram, sentiu fome. 3 Disse-lhe o diabo: «Se és Filho
de Deus, diz a esta pedra que se transforme em pão.» Jesus respondeu-lhe: 4 «Está
escrito: Nem só de pão vive o homem.» 5 Levando-o a um lugar alto, o diabo
mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do universo 6 e disse-lhe: «Dar-te-ei
todo este poderio e a sua glória, porque me foi entregue e dou-o a quem me
aprouver. 7 Se te prostrares diante de mim, tudo será teu.» 8 Jesus
respondeu-lhe: «Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele
prestarás culto.» 9 Em seguida, conduziu-o a Jerusalém, colocou-o sobre o
pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, 10
pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, a fim de que eles
te guardem; 11 e também: Hão-de levar-te nas suas mãos, com receio de que firas
o teu pé nalguma pedra.» 12 Disse-lhe Jesus: «Não tentarás ao Senhor, teu
Deus.» 13 Tendo esgotado toda a espécie de tentação, o diabo retirou-se de junto
dele, até um certo tempo. 14 Impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a
Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região. 15 Ensinava nas sinagogas
e todos o elogiavam. 16 Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu
costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. 17 Entregaram-lhe
o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está
escrito: 18 «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar
a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos,
a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, 19 a proclamar um
ano favorável da parte do Senhor.» 20 Depois, enrolou o livro, entregou-o ao
responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos
nele. 21 Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da
Escritura, que acabais de ouvir.» 22 Todos davam testemunho em seu favor e se
admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não
é este o filho de José?» 23 Disse-lhes, então: «Certamente, ides citar-me o
provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo.’ Tudo o que ouvimos dizer que fizeste
em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.» 24 Acrescentou, depois: «Em
verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. 25 Posso
assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias,
quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome
em toda a terra; 26 contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a
uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon. 27 Havia muitos leprosos em Israel, no
tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»
28 Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor. 29 E,
erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o
qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo. 30 Mas,
passando pelo meio deles, Jesus seguiu o seu caminho. 31 Desceu, depois, a
Cafarnaúm, cidade da Galileia, e a todos ensinava ao sábado. 32 E estavam
maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade. 33 Encontrava-se
na sinagoga um homem que tinha um espírito demoníaco, o qual se pôs a bradar em
alta voz: 34 «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos
arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus!» 35 Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e
sai desse homem!» O demónio, arremessando o homem para o meio da assistência,
saiu dele sem lhe fazer mal algum. 36 Dominados pelo espanto, diziam uns aos
outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos
malignos, e eles saem!» 37 A sua fama espalhou-se por todos os lugares daquela
região. 38 Deixando a sinagoga, Jesus entrou em casa de Simão. A sogra de Simão
estava com muita febre, e intercederam junto dele em seu favor. 39 Inclinando-se
sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a; ela erguendo-se, começou
imediatamente a servi-los. 40 Ao pôr do sol, todos quantos tinham doentes, com
diversas enfermidades, levavam-lhos; e Ele, impondo as mãos a cada um deles,
curava-os. 41 Também de muitos saíam demónios, que gritavam e diziam: «Tu és o
Filho de Deus!» Mas Ele repreendia-os e não os deixava falar, porque sabiam que
Ele era o Messias. 42 Ao romper do dia, saiu e retirou-se para um lugar
solitário. As multidões procuravam-no e, ao chegarem junto dele, tentavam
retê-lo, para que não se afastasse delas. 43 Mas Ele disse-lhes: «Tenho de
anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é
que fui enviado.» 44 E pregava nas sinagogas da Judeia.
Comentários:
1-4. 4,
14-21 -
A
Liturgia propõe-nos hoje dois excertos do Evangelho escrito por São Lucas. Primeiro
justifica a sua decisão afirmando que o que escreve foi visto e ouvido por
testemunhas oculares, pelo que, deve ser tomado com absoluto crédito. Depois,
descreve a passagem de Jesus pela Sinagoga de Nazaré sublinhando que, sem margem
para dúvidas, o próprio Jesus Cristo confirma Quem É e o que vem fazer a este
mundo. Não pode haver nem dúvidas nem opiniões: é assim tal como Escritura!
Jesus
Cristo escolhe propositadamente a passagem da Escritura que Lhe diz
directamente respeito. Sabe, naturalmente, que irá haver controvérsia entre os
assistentes mas sente que de alguma forma tem de fazer o possível para
esclarecer e dissipar as dúvidas que possam ter a Seu respeito. Assim, e desta
forma categórica, diz aos Seus conterrâneos Quem é e ao que vem, não lhes
esconde a Sua verdadeira identidade nem deixa por definir a missão que o traz
este mundo. As Suas palavras talvez não sejam suficientes por isso mesmo dará
abundantes provas da Sua Divindade com os milagres de toda a ordem e a Sua
doutrina segura, coerente, verdadeira. Dirá que se não acreditam nas Suas
palavras que acreditem nas Suas obras e que o que diz o ouviu directamente de
Seu Pai.
1-13 -
Talvez que este trecho de São Lucas nos dê
indicações preciosas sobre a tentação que o demónio “prefere” e usa com mais
frequência: o orgulho pessoal. Percebe-se porquê: O orgulho pessoal está na
origem de quase todos os pecados que o homem comete porque desfoca a realidade
e o critério. O mais grave, porém, é que o orgulho leva a pessoa a
considerar-se capaz de tudo – inclusive resistir à tentação – levando-o a
desprezar a cautela, a contenção, a prudência, o conselho.
Logo no início da Quaresma [i] a Liturgia
apresenta-nos a figura do demónio para que não restem dúvidas a ninguém que
realmente existe e – indo mais longe – o “trabalho” que tem por missão: Tentar
o homem! E, a tentação, apresenta-se sempre mascarada e como que “natural”. O
demónio sabe muito bem como aproveitar quer as ocasiões quer as disposições que
se apresentam para insidiosamente tentar levar por diante o que se propôs. As
“propostas” têm sempre uma finalidade: Levar-nos a fazer o que ele deseja,
rejeitando o cumprimento da Vontade de Deus que é o que devemos querer. Por
mais que tente, use de artimanhas e artifícios, o demónio mente sempre e tudo,
absolutamente, que nos apresenta só pode ser mau intrinsecamente. Porque,
então, sabendo isto, nos deixamos tantas vezes convencer por ele? Porque somos
fracos e a nossa concupiscência que é o sinal, o estigma do pecado dos nossos
primeiros pais, nos arrasta para essa submissão. Mas, com a força de Deus, o
auxílio da Santíssima Virgem que nunca deixa de escutar os pedidos de auxílio
dos seus filhos, seremos invencíveis e a assistência permanente e atenta do
nosso Anjo da Guarda, estamos perfeitamente “equipados” para qualquer combate e
sairmos vencedores seja em que luta for.
Este episódio evangélico está rodeado de
algum mistério. Porque é que o demónio tenta Jesus Cristo e porque é que o
Senhor Se deixa tentar? Em primeiro lugar o demónio não tem a certeza de quem é
Jesus. Ter-se-á dado conta durante a vida do Senhor das atitudes, palavras e
obras que Lhe via tomar, dizer e fazer. Tudo lhe indicará que poderá tratar-se
de ‘alguém’ especial. O demónio não tem porque conhecer os planos de Deus para
a Redenção e, muito menos, o seu detalhe. Mas sabe, seguramente, que se espera
a vinda do Messias. Será Este? De alguma
forma obtém uma resposta; se a tentação vingar, então, não é de facto o
Messias, caso contrário, isto é, se O for, Ele se manifestará como tal. O que
realmente aconteceu. Jesus Cristo deixa que o demónio tente exercer o seu poder
de forma a poder definir uma situação: a partir de agora, a luta entre as
trevas e a Luz não passará pelo confronto directo que Cristo não consente mas
pela exclusiva actuação demoníaca sobre os homens. Com a instalação do Reino de
Deus na terra – que está prestes a acontecer - a humanidade ficará com os
meios, as defesas necessárias e bastantes para lutar com êxito contra o poder
do demónio que, não mais, será discricionário e quase absoluto porque, reatando
as ‘relações’ com a humanidade, perdidas com o pecado original, O Criador vai
mais longe e converte os homens – todos – em Seus filhos e estará disponível
para os ajudar numa luta, até então, desigual. Isto se demonstra na última
frase do texto: «o demónio retirou-se d'Ele até outra
ocasião»
que se verifica em Getsémani quando a humanidade do Senhor entra em conflito
íntimo e doloroso com a missão que O trouxe ao mundo. Por duas vezes o Demónio diz «Se
és filho de Deus» o que demonstra que, de facto não sabe ou, pelo menos,
não tem a certeza de quem verdadeiramente é Jesus. Deve servir-nos de
consolação este limite ao conhecimento dos homens imposto por Deus ao Demónio.
De facto é-lhe vedado conhecer o nosso íntimo e apenas, como ser inteligente
que é, pode presumir, pelas nossas atitudes e comportamento se estamos ou não
em situação para sermos tentados. Dando um exemplo muito gráfico e simples, se
nos dispomos a ligar um determinado canal de televisão é muito possível que o
diabo nos tente em questões que têm a ver com a pureza. Caso contrário seria
como que “um tiro no escuro”, o que também faz amiúde.
14-22 -
Quem está disposto a ouvir
não se deve importar tanto com que diz, mas com o que é dito, pois ninguém sendo
mau, pode falar de coisas boas. Ninguém poderá
acusar Jesus de ter deliberadamente escondido a Sua identidade e ocultar a
missão que vinha cumprir. Ele próprio o confessa dando como “garantia” das Suas
palavras a própria Escritura. É
interessante verificar que o Evangelista não menciona que alguém dos que
estavam presentes tivesse colocado alguma questão. Ao mesmo tempo, quando dizem
«Não é este o filho de José?»,
percebe-se que entenderam perfeitamente o que Jesus Cristo queria significar
com a sentença que proferiu: «Hoje
cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir». De facto, não
fazem nenhuma pergunta, não solicitam qualquer esclarecimento. Gostam do que
ouvem e da forma como Jesus Cristo fala sobre as Escrituras mas… ficam-se por
aí porque, a incredulidade começa a instalar-se nos seus espíritos e, o que se
passará a seguir, será a prova concludente disto mesmo. Talvez com algum de nós
aconteça o mesmo, interessam-se pelo que dizemos e como dizemos mas… não nos
levam a sério, têm-nos numa conta que não confere autoridade ao que dizemos e,
então, porquê espantar-nos? Quando se diz a verdade há que contar com as dúvidas dos que nos escutam.
As pessoas não estão habituadas à verdade e muito menos a aceitam quando ela
colide com os seus interesses, preconceitos ou convicções que ao longo da vida
foram construindo. Preferem ignorá-la ou, então, que lhes mintam. Assim tudo se
torna mais fácil e não haverá que reconhecer o erro e corrigir.
Pela primeira vez, na Sua
terra, no meio dos Seus conhecidos e parentes, Jesus Cristo declara a Sua
divindade dizendo claramente que, Ele, é o Messias. Talvez por alguma
deferência por aqueles que O conheciam desde muito pequeno, a Sua Mãe e demais
pessoas de família, não quis perder esta oportunidade, que não se repetirá, de
fazer tal revelação mesmo sabendo que não iriam acolhê-la e, muito menos
acreditar nele. É um ensinamento precioso que Cristo nos dá no que ao
apostolado se refere. Os que nos estão mais próximos devem ser o nosso primeiro
objectivo.
16-26 -
Jesus Cristo diz com clareza: “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo
que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a
redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a pregar um ano de graça da parte do Senhor”.» Podemos perguntar: Mas Jesus Cristo
não veio para salvar todos os homens? Então porque nomeia os pobres, os
cativos, os cegos, os oprimidos? Penso que a razão reside no facto de estes que
Ele nomeia são os que estão como que à margem da sociedade e, Ele, nomeando-os,
quer significar exactamente que ninguém – absolutamente – é excluído do Reino
de Deus, todos têm uma mesma dignidade de Filhos de Deus, todos são
“candidatos” à vida eterna. Mas, considerando sob outro ponto de vista,
facilmente concluímos que o Senhor Se refere às Obras de Misericórdia que devem
ser uma preocupação de qualquer homem e, por excelência, de todo o cristão. Num
outro versículo, afirma que também vem: «Pregar um ano de graça da
parte do Senhor». Não sei se a Igreja Católica, os Papas, a declararem um
“Ano Santo” – como este que vivemos agora, o Ano Santo da Misericórdia [ii] – seguem, de alguma forma esse desejo de Missão que Jesus
Cristo tão claramente específica.
21-30 -
As
pessoas mudam de opinião e atitude com uma ligeireza impressionante. Quando o
que ouvem lhes agrada tecem louvores a quem lhes fala e admiram-se com o que
diz. Já se o que se diz não é do seu agrado, ou, pior, envolve uma crítica
justa e absolutamente correcta sustentada em factos indesmentíveis a assembleia
muda de atitude, desinteressa-se do assunto ou, toma atitudes de confronto
aberto e violento. De facto, a missão do apóstolo é dizer a verdade custe o que
custar e não procurar agradar a quem o escuta. Poder-se-á depreender das palavras de Cristo que nos tempos daqueles
Profetas não haveria em Israel gente sã, correcta e cumpridora da lei de Deus? Claro
que não! A ilação a tirar é justamente o oposto: Deus é Pai de todos os homens
e todos independentemente da sua raça, origem, cor da pele ou outra coisa
qualquer merecem o Seu carinho e interesse.
O Senhor não faz – nunca – acepção de pessoas
como um Pai não tem mais amor a um filho que a outro.
Há
uma afirmação de São Lucas neste trecho do Evangelho que nos dá que pensar: «Mas,
passando pelo meio deles, Jesus seguiu o seu caminho.» Como se, de repente, O Senhor ficasse
invisível aos olhos dos que O rodeavam – e eram muitos a comprimir-se à Sua
volta – de tal forma que deixaram de O ver! Mas, é verdade: o Senhor só Se
deixa ver a quem, quando e como quer. Chegada a hora derradeira do Calvário
muitos hão-de vê-Lo suspenso da Cruz mas, desses, quantos saberão de facto e
acreditam que estão contemplando o Salvador do mundo no Seu derradeiro e
extraordinário sacrífico? De facto, os olhos podem ver mas só o coração, a alma
simples e pura podem compreender de facto o que aqueles vêem.
31-37 -
Muitas vezes, segundo os Evangelistas, as pessoas admiravam-se com
a doutrina de Cristo e, sobretudo com a forma como a expunha: com
autoridade. Mas não só autoridade,
mas com exemplos ou parábolas que a tornavam acessível e simples. ‘Fazei
assim como Eu faço’, parece Jesus dizer com veemência conclusiva. O exemplo é o
melhor ensinamento, o mais credível e aceitável.
Vê-se
bem a diferença de acolhimento prestado a Jesus em Cafarnaum e em Nazaré. Será
porque os de Cafarnaum têm mais fé? Será, talvez, porque não têm preconceitos
nem reservas de intenção, mas, antes, genuína vontade de aprender.
Jesus
dá-nos, aqui, um exemplo muito concreto do que deve ser o nosso apostolado. Por
vezes podemos ser tentados a permanecer no mesmo local com as mesmas pessoas
com quem vimos desenvolvendo acção apostólica e descurar outros que também
precisam de nós. Não quer dizer que abandonemos os primeiros, mas, uma vez
'conquistados' e encaminhados por um director espiritual, continuando a rezar
por eles, devemos procurar outros. Quem? Se não o vemos claramente, pedindo ao
Espírito Santo que nos ilumine e ao nosso Director Espiritual que nos
aconselhe, consegui-lo-emos. O apostolado não pode parar e, muito menos,
'contentar-se' com algum sucesso obtido. Não o esqueçamos, como afirmava S.
Josemaria: de cem almas interessam-nos cem!
Jesus cura todos os doentes
que eram trazidos pelos familiares e amigos. Não um, três ou mais… não, cura todos.
Não faz um milagre “geral” mas diversos milagres já que, diz o evangelista
«impunha as mãos a cada um deles». Cada homem é objecto da Sua atenção, do Seu
cuidado, do Seu amor. Esta lição que o Senhor dá a todos quantos pretendem que
a administração dos Sacramentos se pode fazer de forma impessoal e
multitudinária. Como um raio de
luz incandescente assim é a acção de Jesus sobre os que procuram alívio para os
seus males deixando as multidões atónitas e maravilhadas. Este Médico que cura
a febre da sogra de Pedro tem remédio para todo e qualquer sofrimento ou
debilidade humanas. Pode tudo e tudo se Lhe submete. Como nos deve encher de
confiança ter tão extraordinário médico sempre disponível para nos atender.
Devemos
guardar como exemplo a seguir este trecho do Evangelho: «falava com autoridade». Temos, portanto, estrita obrigação de
conhecer a Doutrina da nossa Santa Religião completamente segura e sem
titubeios para que o que transmitimos seja credível e aceite. As pessoas que ouviam Jesus admiravam-se da «Sua doutrina, porque falava com autoridade».
No apostolado – missão de todo o cristão – não se pode falar sem a certeza
absoluta que o que se diz é correcto. A Doutrina bem estruturada é fundamental
para que os outros possam acreditar em nós e, como pretendemos, ser convencidos
a acreditar em Jesus Cristo Nosso Senhor.
Até ao fim da nossa vida não
deve passar um dia sem que aprofundemos a Doutrina que enforma a nossa Fé. Os «espíritos
imundos» que o Evangelho menciona mais não são que manifestações
diabólicas. Antes da Redenção que Cristo veio realizar na Cruz, o demónio tinha
um enorme poder porque faltava essa “barreira” de defesa contra o pecado
original. O seu domínio pode, por vezes, apresentar-se como algo agradável, bom
e trazendo felicidade. Mas trata-se, sempre, de embuste já que, pela sua
própria natureza, só pode querer e fazer o mal. Já se sabe, muitos autores o
disseram, Jesus impedia que os demónios falassem porque não queria que a Sua
Pessoa Divina, Filho de Deus Pai, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, fosse
revelada pelo maligno. A mim parece-me lógico: quem poderia dar crédito ao pai
da mentira? Além do mais, o facto de expulsar demónios não fazia de Jesus o
Filho de Deus, muitos outros os expulsavam também. Não. Jesus Cristo queria que
acreditassem nele pelas Suas obras e, sobretudo, pelas Suas palavras que eram,
como disse São Pedro, palavras de vida Eterna. Na verdade devia ser impressionante assistir a estas
acções de Jesus. O demónio era, então, o dono do mundo que mantinha sujeito com
duríssimas consequências para as pessoas. Jesus vem libertar o mundo dessa
escravidão e, estas expulsões de demónios são um sinal e como que uma
antecipação do que levará a cabo com a Sua Morte na Cruz e a Sua Ressurreição. Mas
os que rodeiam Jesus não sabem nada disto e por isso precisam destes sinais
que, entre outros, confirmam que, Ele, é o Messias.
Já muitos comentaram que
Cristo não podia consentir que viesse do demónio a revelação da Sua Pessoa,
porque o “pai da mentira” não é capaz de falar verdade. Mas, por isso mesmo,
como acreditar que Cristo é o Messias quando é o demónio a revelá-lo? Na
verdade o demónio não sabe de certeza se Cristo é ou não o Messias, suspeita-o
porque interpreta os sinais que Jesus na Sua vida pública vai dando. De facto
só terá a certeza no derradeiro momento, na Cruz. Estas exclamações de satanás
são uma artimanha, uma tentativa para que Jesus confirme o que suspeita. Se
Cristo o fizesse, provocaria o encarniçamento do demónio contra as criaturas
porque, sabendo que estaria próximo o fim do seu poder sobre o mundo
descarregaria a sua ira e sanha na humanidade. E, naturalmente,
conhecendo-O, se sintam atraídas por Ele e desperte nelas a vontade de O
seguir. Jesus não pode Consentir que a Sua Divindade, a verdade sobre a Sua Pessoa, seja Revelada pelo
pai da mentira. As pessoas têm de acreditar em Cristo pelas Suas palavras e
pelas Suas obras, manifestações mais que evidentes e bastantes para - pelo
menos - despertar nos homens a vontade e
o desejo de O conhecer.
16-30 -
Este episódio narrado por S.
Lucas termina de modo algo insólito ou, talvez, misterioso: «passando no
meio deles, retirou-Se». Tudo se passa de forma tão natural sem qualquer
violência que ficamos perplexos. Como é possível? Terá Jesus ficado, de
repente, invisível como que num acto de magia? Cristo não é um mago mas, é
verdade, tem um poder divino que ultrapassa em tudo a compreensão humana. Não
tinha chegado o momento de Se deixar prender ou “executar” pelos Seus inimigos
e, quando tal chegar é Ele que quer, e unicamente pela Sua vontade soberana O
deterão e levarão ao Calvário. Talvez que, se os seus olhos não estivessem tão
cerrados à verdade, os seus conterrâneos tivessem compreendido, então, que
quanto lhes dissera momentos antes na Sinagoga, era verdade. Mas, a verdade só
é entendida com os olhos da alma e não com os humanos e, quando o coração não
está limpo de preconceitos e juízos de valor, nem uns nem outros conseguem
vê-la.
Estas palavras de Jesus que para sempre
ficaram gravadas «dificilmente alguém é profeta na sua terra», sirvam de
desculpa para fugir às obrigações apostólicas que todo o cristão tem? Bem ao
contrário: devem constituir um fortíssimo aviso para o comportamento, o exemplo
que tem de se dar. Sobretudo aqueles que nos conhecem melhor, os da “nossa
terra” mais que pelas palavras têm de ser “seduzidos” pelo exemplo do que
fazemos mais que pelo possamos dizer. Que importa se somos “fáceis de palavra”,
interessantes na exposição, atraentes pelo conteúdo se, o que praticamos diz o
oposto, se nos conhecem por relapsos, frios, egoístas, desinteressados,
soberbos, se não mostramos preocupação pelos outros, as suas vidas, dificuldades
ou doenças, se não somos solidários ou participamos nas acções destinadas ao
bem comum, se o “copo de água”, o “pedaço de pão”, ficam por partilhar. Ah...
sim! Nestes casos bem podemos estafar-nos em “pregações” que ninguém nos dará
ouvidos.
Há algo de misterioso neste
acontecimento que São Lucas relata: «Jesus, passa pelo meio deles e
afasta-se»! Como é possível que a multidão que O comprime e O arrasta para
o precipitar do alto da colina tenha deixado, de repente, de O ver! Há, de
facto, um milagre que se regista e, o mais importante a reter é considerar que
Cristo só Se deixa ver por aqueles que, de alguma forma, “merecem” vê-lo e,
mesmo assim, é Ele quem decide quem O vê e a quem está vedado vê-Lo. Porquê? Perguntemos
ao nosso próprio coração porque queremos ver Jesus; para O adorar e, depois
seguir ou, por curiosidade insatisfeita, ou, ainda, porque desejamos confirmar
com os olhos o que o nosso íntimo nos garante?
Ver Jesus! Deveria ser a
vontade de toda a criatura e a sua certeza. Vultum
tuum, Domine, requiram! Quero ver a Tua Face, Senhor! E hei-de vê-la, mais
tarde, quando Tu assim o determinares e ficar para sempre na Sua contemplação
eterna. Parece que quem lê o Evangelho diariamente – o que deveriam fazer todos
os cristãos – ao deter-se no que acabou de ler e ao comentá-lo para si ou para
outros, se encontra numa posição um pouco desconfortável: repito-me, já
meditei, já escrevi sobre este texto! Desconfortável porquê? Cada vez que nos
debruçamos sobre o texto sagrado encontramos coisas novas e, hoje, parece-me
ter “descoberto” algo que ainda não tinha reparado: na contradição que surge
entre os circunstantes conforme os versículos 22 e 33. Porque mudam tão
subitamente de opinião? Porque motivo passam da admiração e louvor à ira e à
revolta? A resposta está no próprio trecho.
Pode acontecer com qualquer
um que se dedique ao apostolado – tarefa de todo o cristão – que estranhem
ouvir-nos falar das coisas de Deus. Tal pode acontecer – «o discípulo não é
mais que o seu Mestre» - principalmente se não formos conhecidos como
cristãos autênticos, com uma unidade de vida comprovada. Defeitos? Teremos
sempre, como qualquer ser humano, mas não serão eles que nos hão-de impedir
levar a cabo a tarefa.
Esta
situação é um espelho do que sucederia mais tarde, na quase generalidade do
povo de Israel, nomeadamente, das classes dominantes: Os fariseus, os príncipes
dos sacerdotes e os escribas. Também eles não encontram nenhuma razão para
acreditarem em Cristo, não Lhe reconhecem competência, categoria, ciência,
origem que justifique a ideia, que foram construindo, do que deveria ser o
Messias anunciado pelos profetas. De resto, é muito provável que mesmo que Jesus fosse
outra pessoa, também recusassem acreditar nele porque, simplesmente, não
estariam dispostos a reconhecer e aceitar o Messias enviado por Deus mas
unicamente aquele que, eles próprios, teriam de escolher e sancionar.
Tal como os conterrâneos de
Jesus, também nós - tantas vezes - queremos um Deus à nossa medida, que seja o
que nós esperamos que seja, que actue como julgamos que nos convém, em suma, um
Deus ao nosso serviço. E, de facto, Ele veio «para servir, e não para ser servido», o que é bastante diferente de
satisfazer os nossos caprichos e desejos. Satisfazer as nossas necessidades?
Sim, mas as reais e não aquelas que julgamos ter o que, quase sempre, são coisa
muito diferente.
Como é difícil ouvir a
verdade! E, mais que ouvir, aceitá-la! Queremos sempre alguma prova que garanta
que o que ouvimos é certo e, quando temos essa prova, não nos basta, não é
suficiente. Fazemos, quase sempre, no nosso íntimo, uma construção da verdade
muito própria, adequada às nossas conveniências e, então, não ouvimos – não
queremos ouvir – o que vai contra essa ‘verdade’ que construímos para nós.
Cegos que não querem ver, surdos que não querem ouvir, preconceituosos que não
querem aceitar! E, eu? Incluo-me nalgum destes? Entrego-me de
todo o coração àquele que é e própria Verdade? Ponho entraves, levanto
questões, duvido? Dá-me, Senhor, um coração puro e simples para te poder ouvir
e, ouvindo, acreditar em Ti. Nos “trabalhos” de apostolado deparamo-nos muitas
vezes com o sentimento de vergonha ou, antes, hesitação perante um falso dilema
que se nos coloca: Conhecem-me, sabem quem sou… levar-me-ão a sério? Não
estranharão que fale e me apresente como uma espécie de “pregador”, eu… que sou uma pessoa normal e corrente? Como
dizia é um falso dilema por duas razões principais: A primeira reside no facto
de que o que dizemos não é da nossa “lavra” mas sim sobre a Doutrina da Igreja;
a segunda porque, se de facto nos conhecem, sabem muito bem o que fazemos e a
forma como tentamos proceder e estranharão – isso sim – que não lhes falemos do
que para nós é principal e importante. Mas, evidentemente, o que importa é que
o que dissermos esteja de acordo com o que fazemos e praticamos. Só assim
mereceremos credibilidade.
O preconceito é um dos mais terríveis defeitos que se
podem ter. O preconceituoso tem o entendimento como que cerrado a qualquer
outra coisa que não seja o que se “encaixa” perfeitamente no seu modo de ver e
avaliar as coisas. Por vezes, atinge tal dimensão que impede ver e ouvir e, não
ouvindo nem vendo não pode entender e, se não entende, como poderá aceitar?
A esta distância temos dificuldade em entender e aceitar
a atitude dos que ouviram Jesus na Sinagoga. Talvez que, intimamente, pensemos
que se fossemos nós que ali estivéssemos o nosso comportamento seria bem
diferente. Seria, de facto? Evidentemente que sabendo o que sabemos e
conhecendo o que conhecemos, a questão não pode pôr-se porque estamos a uma
enormíssima distância daquelas gentes. Mas, não deixa, mesmo nos dias de hoje,
de haver muita gente que, tal como aqueles, só vêm em Jesus o homem e não o Cristo
e, a esses, temos estrita obrigação de informar e formar porque, além do
mandato recebido, não é justo que guardemos só para nós, o que recebemos.
Quantos
acusam Jesus de falar por enigmas ou de não revelar completamente Quem É e ao
que vem ficaram aqui definitivamente esclarecidos. O Mestre não poderia ter
sido mais claro: Esclarece Quem É e qual é a Sua missão. Mas em lugar de ouvir
e entender e, entendendo, acolher Jesus, preferem suspeitar, duvidar e, com
raciocínios preconceituosos, definitivamente repudiar Quem assim lhes fala.
Como
o Coração do Senhor deve ter-se sentido apertado numa pena enorme por ver que,
precisamente os Seus conterrâneos, são aqueles que mais veementemente o
repudiam!
Este
trecho do Evangelho de S. Lucas acaba de forma que parece algo misteriosa: «Mas, passando no meio deles, retirou-Se.»,
mas, depois de analisada, é conclusiva. Neste caso, a multidão deveria estar
bastante comprimida à volta de Jesus muito provavelmente levada ao paroxismo
máximo de querem dar-lhe a morte. Como é que não O viram retirar-se?! De facto,
Jesus tem o poder de Se revelar ou esconder aos olhos dos homens, não
importando a proximidade ou circunstâncias. Não é este relato feito por S.
Lucas, que naturalmente o recolheu de testemunhas presenciais a evidência do
poder divino de Cristo?
Sem dúvida que os
preconceitos impedem, quase sempre, de ver e reconhecer a verdade. O
preconceito é um defeito terrível que condiciona a pessoa coarctando, de certa
forma, a sua própria liberdade de escolha porque cega a razão e tolda o
raciocínio criterioso.
38-44 -
Um
“milagre menor” poderíamos pensar! Curar uma febre não será assim “tão grande
coisa”; qualquer médico, nós próprios com os remédios adequados, fazemos o
mesmo quando temos acesso a um ou a outros. É verdade! Mas também é verdade - e
esta é que nos interessa considerar – Jesus Cristo é, Ele próprio, o Médico e o
Remédio e está sempre disponível e pronto a curar os nossos males. Não há,
pois, “milagres menores”, mas intervenções da Vontade Soberana de Deus qua não
deseja outra coisa que o nosso bem.
«As multidões foram à Sua procura e, tendo-O
encontrado, tentavam retê-l'O para que não se afastasse deles», é o que
temos de fazer: Procurar Jesus, encontrá-lo, ficar com Ele. De facto, esta
tarefa não é difícil porque O encontramos – sempre – na Eucaristia e temos a
certeza absoluta que Ele está – sempre – ali à nossa espera.
O Evangelista não refere que a sogra de Pedro
tenha rompido, como muitos outros, em louvores e acções de graças pela cura
alcançada. Diz que ela «levantando-se
logo, servia-os». O serviço, mesmo simples e sem notoriedade é verdadeira
Acção de Graças porque nada é mais agradável ao Senhor – o Servo por excelência
– que imitá-Lo servindo.
Orações de Maio
Sim,
mostra que és Mãe, minha Mãe.
Como, apesar de tudo quanto não sou e deveria ser, tu és minha Mãe e me queres, e me proteges, e desejas a minha felicidade aqui na terra e, depois, no Céu.
Como, apesar de tudo quanto não sou e deveria ser, tu és minha Mãe e me queres, e me proteges, e desejas a minha felicidade aqui na terra e, depois, no Céu.
Monstra te esse matrem!
Ajuda-me
também a mostrar-me como teu filho, a comportar-me, a conduzir a minha vida
como teu filho, e, sobretudo: Recordare
Virgo Mater Di, dum steteris in conspectu Domini et loquaris pro me bona. Amen.
(ama, Orações pessoais, 2000)
Santo Rosário com São João Paulo II
Rezar com São João Paulo II:
SANTO ROSÁRIO - Ladainha de Nossa Senhora
Memórias de Fátima
O que me liga a Fátima - a
Desde que tenho memória, a minha vida está ligada a Fátima.
O meu querido Pai, - na altura com dezoito anos – esteve
presente em 13 de Outubro de 1917 e - contava muitas vezes - o que pode
presenciar: “o Milagre do Sol”, a multidão de gente – pessoas do povo anónimo e
não só – e a indelével “impressão” que lhe ficou para o resto da sua longa
vida.
No final dos anos 30 comprou uma casa que ficava mesmo
por detrás da agora chamada “Casa de Nossa Senhora das Dores”, portanto a uns
escassos 150 metros da Capelinha.
Nos meses de Setembro, íamos todos os irmãos e, às vezes,
alguns amigos, passar o mês inteiro nessa casa.
(AMA,
Memórias de Fátima)
O amor a Nossa Senhora é prova de bom espírito
- Desconfia do empreendimento que não tenha esse
sinal. S. João conserva no seu Evangelho uma frase maravilhosa da Virgem, num
dos episódios que já considerámos: o das bodas de Caná. Narra-nos o evangelista
que dirigindo-se aos serventes, Maria lhes disse: Fazei tudo o que Ele vos
disser. É disso que se trata - de levar as almas a situarem-se diante de Jesus
e a perguntarem-Lhe: Domine, quid me vis facere? Senhor, que queres que eu
faça? (Caminho, 505)
O apostolado cristão - e refiro-me agora em concreto
ao de um cristão corrente, ao do homem ou da mulher que vive realmente como
outro qualquer entre os seus iguais - é uma grande catequese, em que, através
de uma amizade leal e autêntica, se desperta nos outros a fome de Deus,
ajudando-os a descobrir novos horizontes - com naturalidade, com simplicidade,
como já disse, com o exemplo de uma fé bem vivida, com a palavra amável, mas
cheia da força da verdade divina.
Sede audazes. Contais com a ajuda de Maria, Regina
apostolorum. E Nossa Senhora, sem deixar de se comportar como Mãe, sabe colocar
os filhos diante das suas próprias responsabilidades. Maria, aos que se
aproximam d'Ela e contemplam a sua vida, faz-lhes sempre o imenso favor de levá-los
até à Cruz, de colocá-los defronte do exemplo do Filho de Deus. E, nesse
confronto, em que se decide a vida cristã, Maria intercede para que a nossa
conduta culmine numa reconciliação do irmão mais pequeno - tu e eu - com o
Filho primogénito do Pai.
Muitas conversões, muitas decisões de entrega ao
serviço de Deus, foram precedidas de um encontro com Maria. Nossa Senhora
fomentou os desejos de busca, activou maternalmente a inquietação da alma, fez
aspirar a uma transformação, a uma vida nova. E assim, o fazei o que Ele vos
disser converteu-se numa realidade de amorosa entrega, na vocação cristã que
ilumina desde então toda a nossa vida.
Este tempo de conversa diante do Senhor, em que
meditamos sobre a devoção e o carinho à sua Mãe e nossa Mãe, pode, portanto,
reavivar a nossa fé. Está a começar o mês de Maio. O Senhor quer que não
desaproveitemos esta ocasião de crescer no seu amor através da intimidade com a
sua Mãe. Que cada dia saibamos ter para com Ela aqueles pormenores filiais -
pequenas coisas, atenções delicadas - que se vão tornando grandes realidades de
santidade pessoal e de apostolado, quer dizer, empenho constante por contribuir
para a salvação que Cristo veio trazer ao mundo.
Santa Maria, spes nostra, ancilla Domini, sedes Sapientiae,
ora pro nobis! Santa Maria,
esperança nossa, escrava do Senhor, sede de Sabedoria, roga por nós! (Cristo que
Passa, 149)
Temas para reflectir e meditar
Pequena agenda do cristão
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Lembrar-me:
Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.
Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Orações sugeridas:
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