Dentro
do Evangelho
(Re Mc II)
Os díscipulos de Jesus
sentem fome, verdadeira, autêntica e, por isso, com umas simples espigas de
trigo tentam saciá-la.
Esse simples gesto
movido por uma necessidade extrema é criticado por alguns porque feito a um
Sábado!
Que cegueira
renitente!
Eu, sim… eu…como me
dou conta da fome que muitos à minha volta sentem?
Não será que penso
que este problema agudo que grande parte da humanidade enfrenta diz apenas
respeito ás autoridades, aos governos e que, eu, pouco posso fazer.
Sim… é verdade, os
governos devem ter a preocupação que os governados tenham um mínimo que
dignidade e não passem essa carência horrível que é a falta de alimento mas,
esta preocupação esbarra nos conceitos económicos que estabelecem estranhas prioridades,
depois dos armamentos, da distribuição de favores, do compadrio, pouco resta mas,
a mim não me cabe contribuir com o que possa para acudir ao meu irmão
esfomeado?
Reflectindo
Corrupção e Justiça
Levanta-se um problema: Quem é o "maior culpado", o corrupto ou o
corruptor.
1 . Ambos pretendem uma vantagem qualquer, a maior parte das vezes,
económica.
2 . O corruptor tem meios económicos.
3 . O corrupto deseja tê-los.
4 . Ambos estão dispostos a obter o que pretendem.
Parece, pois, que há uma "igualdade" da responsabilidade.
A meu ver, não é exactamente assim; o corruptor apresenta uma hipótese, uma
estratégia, um esquema que está de acordo com o seu modo de viver.
O corrupto é alguém absolutamente livre de aceitar ou não aceitar ser
corrompido.
Se aceitar torna-se réu de praticar um acto ilícito em troca de uma
compensação, trai a confiança que outros depositaram nele, é alguém que não
merece nem credibilidade nem qualquer confiança.
Concluindo: O corruptor actua segundo o seu carácter deformado, enquanto, o
corrupto, actua conscientemente para obter uma compensação.
Logo, penso, são mais graves os actos praticados pelo corrupto que os do
corruptor.
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