04/02/2018

Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós

Devoção de Natal. – Não sorrio quando te vejo fazer as montanhas de musgo do Presépio e dispor as ingénuas figuras de barro em volta da gruta. – Nunca me pareceste mais homem do que agora, que pareces uma criança. (Caminho, 557)

Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vedes onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar com humildade, deixando de pensar em nós mesmos e sentindo a responsabilidade de ajudar os outros.

É corrente, às vezes até entre almas boas, criar conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objectiva. A sua origem está na falta de conhecimento próprio, que conduz à soberba: o desejo de se tornarem o centro da atenção e da estima de todos, a preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecerem, a ânsia da segurança pessoal... E assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam saborear um imenso júbilo, por orgulho e presunção tornam-se desgraçadas e infecundas!


Cristo foi humilde de coração. Ao longo da sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. (Cristo que passa, 18)

Temas para meditar e reflectir

A força do silêncio – 297


Não existe acção verdadeira nem grande decisão sem o silêncio da oração que as precede.


Card. Robert Sarah

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Evangelho: Mc 1, 29-39

29 Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João. 30 A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela. 31Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. 32 À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, 33 e a cidade inteira estava reunida junto à porta. 34 Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era. 35 De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração. 36 Simão e os que estavam com Ele seguiram-no. 37 E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.» 38 Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.» 39 E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.

Comentários:

Nenhuma doença ou debilidade humana é desprezível para o Senhor.
Não Se ocupa apenas dos grandes milagres e aparatosas demonstrações do Seu poder.
Se umas são convenientes para confirmar na fé os Seus discípulos, outras demonstram a Sua atenção e cuidado pelas necessidades mais comezi­nhas dos homens.


(ama, comentário sobre Mc 1, 29-39, Milão, 14.01.2015)

Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTÃ

TEMA 2. A revelação

5. O Magistério da Igreja, guardião e intérprete autorizado da Revelação

«O encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo» [i], ou seja, aos Bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o Bispo de Roma.

Este ofício do Magistério da Igreja é um serviço à palavra divina e tem como fim a salvação das almas.
Logo, «este Magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado» [ii].

Os ensinamentos do Magistério da Igreja representam o lugar mais importante em que está contida a Tradição apostólica: o Magistério é, a respeito desta tradição, como que a sua dimensão sacramental.
A Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja constituem uma certa unidade, de modo que nenhuma destas realidades pode subsistir sem as outras [iii].

O fundamento desta unidade é o Espírito Santo, autor da Escritura, protagonista da Tradição viva da Igreja, guia do Magistério, a que assiste com os seus carismas.

Na sua origem, as igrejas da Reforma protestante quiseram seguir sola Scriptura, deixando a sua interpretação aos fiéis individualmente: tal posição deu lugar à grande dispersão das confissões protestantes e revelou-se pouco sustentável, já que todo o texto tem necessidade de um contexto, concretamente uma Tradição, em cujo seio nasceu, é lida e interpretada.

Também o fundamentalismo separa a Escritura da Tradição e do Magistério, procurando erroneamente manter a unidade de interpretação ancorando-se de modo exclusivo no sentido literal [iv].

Ao ensinar o conteúdo do depósito revelado, a Igreja é sujeito de uma infalibilidade in docendo, fundada sobre as promessas de Jesus Cristo acerca da sua indefectibilidade; ou seja, que se realizará sem falhar a missão de salvação a ela confiada [v].

Este Magistério infalível exercita-se:
a) quando os Bispos se reúnem em Concílio ecuménico em união com o sucessor de Pedro, cabeça do colégio apostólico;
b) quando o Romano Pontífice promulga alguma verdade ex cathedra, ou empregando um estilo nas expressões e um tipo de documento que fazem referência explícita ao seu mandato petrino universal, promulga um ensinamento específico que considera necessário para o bem do povo de Deus;
c) quando os Bispos da Igreja, em união com o sucessor de Pedro, são unânimes ao professar a mesma doutrina ou ensino, embora não se encontrem reunidos no mesmo lugar.
Se bem que a pregação de um Bispo que propõe isoladamente um ensinamento específico não goze do carisma de infalibilidade, os fiéis estão igualmente obrigados a uma respeitosa obediência, bem como devem observar os ensinamentos provenientes do Colégio episcopal ou do Romano Pontífice, ainda que não sejam formulados de modo definitivo e irreformável [vi].

6. A imutabilidade do depósito da Revelação

O ensino dogmático da Igreja – dogma que significa doutrina, ensino – está presente desde os primeiros séculos.

 Os principais conteúdos da pregação apostólica foram postos por escrito, dando origem às profissões de fé exigidas a todos os que recebiam o baptismo, contribuindo, assim, para definir a identidade da fé cristã.

Os dogmas crescem em número com o desenvolvimento histórico da Igreja: não porque mude ou aumente a doutrina, aquilo em que há que acreditar, mas porque há frequentemente necessidade de esclarecer algum erro ou de ajudar a fé do povo de Deus com oportunos aprofundamentos, definindo aspectos de modo claro e preciso.

Quando o Magistério da Igreja propõe um novo dogma não está a criar nada novo, mas somente a explicitar quanto já está contido no depósito revelado.

«O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário» [vii].

O ensino dogmático da Igreja, como por exemplo os artigos do Credo, é imutável, visto que manifesta o conteúdo de uma Revelação recebida de Deus e não feita pelos homens.
No entanto, os dogmas admitiram e admitem um desenvolvimento homogéneo, quer porque o conhecimento da fé se vai aprofundando com o tempo, quer porque em culturas e épocas diversas surgem problemas novos, aos quais o Magistério da Igreja deve dar respostas que estejam de acordo com a palavra de Deus, explicitando quanto está implicitamente nela contido [viii].

Fidelidade e progresso, verdade e história, não são realidades em conflito em relação à Revelação: [ix]

Jesus Cristo, sendo a Verdade incriada é também o centro e o cumprimento da história; o Espírito Santo, Autor do depósito da Revelação é O garante da sua fidelidade e também Aquele que a faz aprofundar ao longo da história no sentido adequado, conduzindo «à verdade total» [x].

«Apesar da Revelação já estar completa, ainda não está plenamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender gradualmente todo o seu alcance, no decorrer dos séculos» [xi].

Os factores de desenvolvimento do dogma são os mesmos que fazem progredir a Tradição viva da Igreja: a pregação dos Bispos, o estudo dos fiéis, a oração e a meditação da palavra de Deus, a experiência das coisas espirituais, o exemplo dos santos.
Frequentemente o Magistério recolhe e ensina de modo autorizado coisas que previamente foram estudadas pelos teólogos, acreditadas pelos fiéis, pregadas e vividas pelos santos.

Giuseppe Tanzella-Nitti

Bibliografia básica:
 Catecismo da Igreja Católica, 50-133. Concílio Vaticano II, Const. Dei Verbum, 1-20. João Paulo II, Enc. Fides et Ratio, 14-IX-1988, 7-15.


José Manuel Martín (Ed), Gabinete de informação do Opus Dei, 2016

Notas




[i] Concílio Vaticano II, Const. Dei Verbum, 10. [17]Ibidem.
[ii] Cf. Ibidem.
[iii] Cf. Ibidem.
[iv] cf. Catecismo, 108
[v] cf. Mt 16, 18; Mt 28, 1820; Jn 14, 17.26
[vi] Cf. Concílio Vaticano II, Const. Lumen Gentium, 25; Concílio Vaticano I, Const. Pastor Aeternus, 18-VII-1870, DS 3074.
[vii] Catecismo, 88
[viii] ]«É conveniente, portanto, que através de todos os tempos e de todas as épocas, cresça e progrida a inteligência, a ciência e a sabedoria de cada uma das pessoas e do conjunto dos homens, quer por parte da Igreja inteira, quer por parte de cada um dos seus membros. Mas este crescimento deve seguir a sua própria natureza, ou seja, deve estar de acordo com as linhas do dogma e deve seguir o dinamismo de uma única e idêntica doutrina», São Vicente de Lerins, Commonitorium, 23.
[ix] Cf. João Paulo II, Enc. Fides et Ratio, 11-12, 87.
[x] cf. Jo 16,13
[xi] cf. Catecismo, 66

Tratado da vida de Cristo 189

Os sacramentos em geral 

Questão 60: Dos Sacramentos

Art. 5 — Se os sacramentos implicam coisas determinadas.

O quinto discute-se assim. — Parece que os sacramentos não implicam coisas determinadas.

1. Pois, as coisas sensíveis são usadas, nos sacramentos, como meios de significar, conforme se disse. Ora, nada impede diversas coisas sensíveis significarem a mesma realidade; assim, na Sagrada Escritura Deus é significado, metaforicamente umas vezes pela pedra, outras pelo leão, outras pelo sol ou por coisas semelhantes. Logo, parece que coisas diversas podem convir ao mesmo sacramento. Portanto, os sacramentos não implicam coisas determinadas.

2. Demais. — Mais necessária é a salvação da alma que a do corpo. Ora, dos remédios materiais, ordenados à saúde do corpo, um pode ser usado na falta de outro. Logo e com maior razão, nos sacramentos, remédios espirituais ordenados à salvação da alma pode ser usada uma coisa, em falta de outra.

3. Demais. — A salvação do homem não deve ser dificultada pela lei divina; e sobretudo pela lei de Cristo, que veio salvar a todos. Ora, na condição da lei da natureza não eram necessárias, para os sacramentos, nenhumas coisas determinadas, mas estas eram tomadas em virtude de um voto. Assim, como lemos na Escritura, Jacob obrigou-se por voto a oferecer a Deus dízimos e hóstias pacíficas. Logo, parece que não devia o homem ficar adstrito a usar, na ministração dos sacramentos, coisas determinadas, sobretudo no regime da lei nova.

Mas, em contrário, diz o Senhor: Quem não renascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no reino de Deus.

 
No uso dos sacramentos, duas coisas podemos considerar: o culto divino e a nossa santificação. Dessas, a primeira concerne ao homem relativamente a Deus; e a segunda, a Deus, relativamente ao homem. Ora, a ninguém pertence determinar o que depende do poder de outrem, mas só o que depende do poder próprio. Ora, a salvação do homem, dependendo do poder de Deus, que o santifica não nos pertence a nós, de nosso próprio juízo, escolher as coisas com que nos santifiquemos; mas deve ser determinado por instituição divina. Por isso nos sacramentos da lei nova, com que os homens se santificam, segundo o Apóstolo. — Haveis sido lavados, haveis sido santificados ­ é necessário usar de coisas determinadas por divina instituição.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. Uma mesma coisa pode ser significada por sinais diversos; mas ao agente que usa do sinal pertence determinar o sinal a ser usado para significar. Ora, Deus foi quem nos significou as coisas espirituais por meio das coisas sensíveis, nos sacramentos, e pelas palavras similares nas Escrituras. Dnde, assim como por juízo do Espírito Santo foi determinado por que semelhanças, em certos lugares da Escritura as causas espirituais fossem significadas; assim também deve ser determinado por instituição divina que causas devam ser tomadas para significar, neste ou naquele sacramento.

RESPOSTA À SEGUNDA. — As causas sensíveis têm virtudes em si naturalmente infundidas e apropriadas à saúde do corpo; por isso não importa se duas delas tenham a mesma virtude, de que nos sirvamos. Mas, a santificarem não se ordenam por nenhuma virtude que lhes seja naturalmente infusa, mas só por instituição divina. Por isso foi necessário ser determinado por Deus que coisas sensíveis se devem usar, na ministração dos sacramentos.

RESPOSTA À TERCEIRA — Como diz Agostinho, a sacramentos diversos concernem tempos diversos; assim como também por palavras diversas são significados tempos diversos, a saber, o presente, o pretérito e o futuro. Donde, assim como na condição da lei natural os homens eram levados a adorar a Deus, não por qualquer lei que lhes fosse imposta de fora, mas só pela inspiração interior, assim também por uma inspiração interior lhes era determinado de que coisas sensíveis usassem para o culto de Deus. Mas depois foi necessário dar-lhes também uma lei externa, quer por ter, o pecado dos homens obscurecido a lei da natureza; quer ainda para significar mais expressamente a graça de Cristo, pela qual o género humano se santifica. E por isso também foi necessário determinar as coisas de que os homens usassem, nos sacramentos. Nem por isso, contudo, se dificulta a via à salvação; pois, as coisas cujo uso é necessário nos sacramentos, ou se encontram em toda parte ou podem ser obtidas com emprego de pequeno esforço.


Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.

Devoción a la Virgen


Los 7 Príncipes de los Ángeles, la Virgen y un apocalipsis misterioso: una devoción que dejó huella

Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?