«Como pode alguém entrar em casa de um homem forte e
apoderar-se dos seus haveres, sem primeiro o amarrar? Só então poderá
saquear-lhe a casa».
Estas palavras de Jesus Cristo encerram uma lição muito
específica no que se refere à tentação: Ninguém pode ser tentado além das suas
forças, o Senhor nunca o permitirá.
Para de alguma forma nos dominar ... assaltar a nossa
casa... o tentador tem primeiro de nos sujeitar amarrando-nos, só depois
conseguirá o que pretende.
Muito bem... penso que qualquer um entende isto mas, o
que tenho a considerar é como posso deixar-me "amarrar"!?!
A maior parte das vezes, o tentador não actua... como
dizer... "à bruta", vai insinuando, propondo, com hábil manha,
sugerindo coisas pequenas quase sem expressão e, é aqui que me pode apanhar
desprevenido.
Tenho de estar particularmente atento ás coisas pequenas que
podem não ter relevo porque as coisas grandes são logo visíveis e patentes.
Mas... o que estou a escrever significa um grande
encargo... talvez demasiado para as minhas capacidades!
Seguramente... é... e, portanto, não me resta outra
solução que pedir, como Ele me ensinou no Pai-Nosso, «livra-me da tentação».
Fico tranquilo, se Ele o disse... Ele o fará se Lho pedir
com Fé e Confiança absolutas.
«Quando o espírito maligno sai de um homem, vagueia
por sítios áridos, em busca de repouso, e não o encontra. Diz então: 'Voltarei
para a minha casa, donde saí.' E, ao chegar, encontra-a livre, varrida e
arrumada. Vai, toma outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, instalam-se
nela. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro».
A conclusão a que chego ao considerar estas palavras de
Jesus é que não posso descuidar a minha vigilância permanente da limpeza da
minha alma sobretudo quando consigo viver períodos sem ofender Deus.
Como que tivesse a presunção de ter adquirido a santidade
que busco de forma definitiva, não me empenho tão a sério como deveria naquela
específica petição do Pai-Nosso; se não fosse absolutamente necessária Jesus
não no-la teria ensinado.
A presunção de santidade não é mais que uma tentação.
«Todo o pecado ou blasfémia será perdoado aos homens,
mas a blasfémia contra o Espírito não lhes será perdoada. E, se alguém disser
alguma palavra contra o Filho do Homem, há-de ser-lhe perdoado; mas, se falar
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no outro».
De certa forma, esta afirmação de Jesus «Todo o pecado
ou blasfémia será perdoado aos homens», deixa-me descansado… as ofensas que
cometer serão sempre perdoadas.
No entanto, para obter esse perdão tenho de, em primeiro
lugar, arrepender-me sincera e contritamente e, depois, pedir perdão do mal que
fiz.
Não interessa quantas vezes tenho de o fazer, quando caio
tenho de levantar-me, sacudir a porcaria que se me agarrou, aprumar-me e seguir
em frente sem olhar para trás.
Sim… sem olhar para trás porque uma tentação frequente do
demónio é a lembrança dos pecados cometidos no passado. Posso ser levado a
considerar na minha imaginação essas faltas passadas e mesmo sem querer voltar
a cair.
Tenho “um remédio pessoal” que uso nestas situações… o
Escapulário que trago ao peito, toco-o, imploro e… a tentação desaparece.
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