26/06/2017

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Leitura espiritual Amar a Igreja



Amar a Igreja

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Esta Igreja Católica é romana.

Eu saboreio esta palavra: romana!

Sinto-me romano, porque romano quer dizer universal, católico; porque me leva a amar carinhosamente o Papa, il dolce Cristo in terra, como gostava de repetir Santa Catarina de Sena, a quem tenho como amiga amadíssima.

Desde este centro católico romano - sublinhou Paulo VI no discurso de encerramento do Concílio Vaticano II - ninguém é, em teoria, inalcançável; todos podem e devem ser alcançados.

Para a Igreja Católica ninguém é estranho, ninguém está excluído, ninguém se considera afastado.

Venero com todas as minhas forças a Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro donde tantos saíram para propagar por todo o mundo a palavra salvadora de Cristo.

Ser romano não implica nenhum particularismo, mas ecumenismo autêntico.

Representa o desejo de dilatar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que a todos procura e a todos acolhe, porque a todos amou primeiro.

Santo Ambrósio escreveu umas breves palavras, que compõem uma espécie de cântico de alegria: onde está Pedro, aí está a Igreja, e onde está a Igreja não reina a morte, mas a vida eterna.

Porque onde estão Pedro e a Igreja está Cristo, e Ele é a salvação, o único caminho.

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A Igreja é Apostólica

Nosso Senhor funda a sua Igreja sobre a debilidade - mas também sobre a fidelidade - de alguns homens, os Apóstolos, aos quais promete a assistência constante do Espírito Santo.

Leiamos outra vez o texto conhecido, que é sempre novo e actual: Foi-me dado todo o poder no céu e na terra.

Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei, e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.

A pregação do Evangelho não surge na Palestina pela iniciativa pessoal de umas tantas pessoas fervorosas.

Que podiam fazer os Apóstolos?

Não valiam absolutamente nada no seu tempo; não eram ricos, nem cultos, nem heróis do ponto de vista humano.

Jesus lança sobre os ombros deste punhado de discípulos uma tarefa imensa, divina.

Não fostes vós que me escolhesses, mas fui eu que vos escolhi a vós, e que vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

Através de dois mil anos de história, conserva-se na Igreja a sucessão apostólica.

Os bispos, declara o Concilio de Trento, sucederam no lugar dos Apóstolos e estão colocados, como diz o próprio Apóstolo (Paulo), pelo Espírito Santo para reger a Igreja de Deus [i].

E, entre os Apóstolos, o próprio Cristo tornou Simão objecto duma escolha especial:

Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Eu roguei por ti, também acrescenta, para que a tua fé não pereça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos.

Pedro muda-se para Roma e fixa ali a sede do primado, do Vigário de Cristo.

Por isso, é em Roma onde melhor se adverte a sucessão apostólica, e por isso é chamada a Sé apostólica por excelência.

 Proclamou o Concilio Vaticano II, com palavras de um Concilio anterior, o de Florença, que todos os fiéis de Cristo devem crer que a Santa Sé Apostólica e o Romano Pontífice possuem o primado sobre todo o orbe, e que o próprio Romano Pontífice é sucessor do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos, verdadeiro vigário de Jesus Cristo, cabeça de toda a Igreja e pai e mestre de todos os cristãos.

A ele foi entregue por Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa do bem-aventurado Pedro, plena potestade de apascentar, reger e governar a Igreja universal.

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A suprema potestade do Romano Pontífice e a sua infalibilidade, quando fala ex cathedra, não são uma invenção humana, pois baseiam-se na explícita vontade fundacional de Cristo.

Que pouco sentido tem enfrentar o governo do Papa com o dos bispos, ou reduzir a validade do Magistério pontifício ao consentimento dos fiéis!

Nada mais alheio à Igreja do que o equilíbrio de poderes; não nos servem esquemas humanos, por mais atractivos ou funcionais que sejam.
Ninguém na Igreja goza por si mesmo de potestade absoluta, enquanto homem; na Igreja não há outro chefe além de Cristo; e Cristo quis constituir um Vigário seu - o Romano Pontífice - para a sua Esposa peregrina nesta terra.

A Igreja é Apostólica por constituição: a que verdadeiramente é e se chama Católica, deve ao mesmo tempo brilhar pela prerrogativa da unidade, santidade e sucessão apostólica.
Assim, a Igreja é Una, com unidade esclarecida e perfeita de toda a terra e de todas as nações, com aquela unidade da qual é princípio, raiz e origem indefectível a suprema autoridade e mais excelente primazia do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos, e dos seus sucessores na cátedra romana.

E não existe outra Igreja Católica, senão aquela que, edificada sobre o único Pedro, se levanta pela unidade da fé e pela caridade num único corpo conexo e compacto.

Contribuímos para tornar mais evidente essa apostolicidade aos olhos de todos, manifestando com requintada fidelidade a união com o Papa, que é união com Pedro.

O amor ao Romano Pontífice há-de ser em nós uma formosa paixão, porque nele vemos a Cristo.

Se tivermos intimidade com o Senhor na nossa oração, caminharemos com um olhar desanuviado que nos permitirá distinguir, mesmo nos acontecimentos que às vezes não compreendemos ou que nos causam pranto ou dor, a acção do Espírito Santo.


SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

(cont)




[i] Act. XX, 28

Fátima: Centenário - Oração jubilar de consagração


Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre a marca do mal.

Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.

Mostra-nos a força do teu manto protector.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.

Unido/a aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a ti me entrego.
Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.

E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.


Ámen.

Junho 26

Junho 26

Hoje a Igreja celebra São Joaquim e Santa Ana, os pais da Santíssima Virgem, os Avós do Senhor.

Celebra uma família assente, como deve ser, numa estrutura de um casal e da sua descendência.

Neste dia também o meu querido Pai celebrava o seu aniversário natalício e  eu não posso deixar de considerar a imagem dos meus Pais que unidos por um vínculo indestrutível, constituíram uma família cujos membros “directos” – filhos, netos, bisnetos e trinetos - ultrapassam a centena e meia.

E dar graças, muitas graças a Deus pelo seu exemplo de vida, os valores que nos transmitiam, o exemplo da sua fé profunda, esclarecida e actuante, a inteireza de carácter, o porte irrepreensível.

Sei que o meu querido Pai continua no Céu a pedir ao Senhor que nos guie e nos mantenha no caminho certo para, um dia, quando o Senhor quiser, nos juntarmos a eles na contemplação da Sua Face.


(ama, 2013.07.26)

Doutrina – 342

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO»

120. Como se manifesta na última Ceia a oferta de Jesus?

Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si mesmo: «este é o meu corpo entregue por vós», «este é o meu sangue, que é derramado...» [i].
Ele institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como «memorial» [ii] do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança.




[i] Lc 22, 19-20
[ii] 1 Cor 11, 25

Fátima: Centenário - Vida de Maria - 7

Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima



Imaculada Conceição


A VOZ DOS SANTOS

«Não houve nem nunca haverá oferenda feita por uma criatura, nem maior nem mais perfeita do que a que fez Maria a Deus quando se apresentou no Templo para Lhe oferecer, não incenso nem cordeiros, nem moedas de ouro, mas a si própria de todo e por inteiro, em perfeito holocausto, consagrando-se como vítima perpétua em Sua honra. Compreendeu muito bem a voz do Senhor que a chamava a dedicar-se toda inteira ao Seu amor, com aquelas palavras: Levanta-te, apressa-te, amiga minha... e vem [1]. Por isso queria o seu Senhor que se dedicasse de todo a amá-Lo e a alegrá-Lo: Ouve, minha filha, olha, inclina o teu ouvido e esquece o teu povo e a casa paterna [2]. E Ela, nesse mesmo instante, seguiu a chamada de Deus».

«Por amor a esta menina privilegiada acelerou o Redentor a Sua vinda ao mundo. Precisamente porque não se julgava digna sequer de ser escrava da Mãe de Deus, foi a escolhida para ser essa mãe. Com o aroma das suas virtudes e com as suas poderosas orações atraiu ao seu seio virginal o Filho de Deus. Por isso o seu divino Esposo lhe chamou rola: Ouviu-se na nossa terra a voz da rola [3]; não só porque Ela, tal como a rola, sempre gostou da solidão, vivendo neste mundo como num deserto, mas porque como a rola que vai sempre gemendo pela campina, Maria suspirava sempre compadecendo-se das misérias do mundo perdido e pedindo a Deus que outorgasse a redenção para todos. Com muito mais fervor do que os profetas Ela repetia, quando estava no templo, as súplicas e suspiros deles para que mandasse o Redentor: Envia, Senhor, o Cordeiro dominador da terra [4]. Céus, gotejai lá de cima; e as nuvens chovam o Justo [5]. Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! [6]».

«Numa palavra, Ela era o objecto das complacências de Deus, ao contemplar esta virgenzinha aspirando sempre à mais elevada perfeição como coluna de incenso rica pelo aroma de todas as virtudes, tal como a descreve o Espírito Santo: Quem é esta que vai subindo pelo deserto como uma coluna de fumo feita de mirra e de incenso e de toda a espécie de aromas? [7] a verdade, diz Sofronio, era esta donzela o jardim das delícias do Senhor onde se encontravam toda a espécie de flores e todos os aromas das virtudes. Por isso, afirma São João Crisóstomo, Deus escolheu Maria para Sua Mãe, porque não encontrou na terra uma virgem mais santa nem mais perfeita que Maria, nem lugar mais digno para habitar do que o seu seio sacrossanto. São Bernardo diz de modo semelhante: não houve na terra sítio mais digno do que o seio virginal. Santo Antonino afirma que a bem-aventurada Virgem, para ser escolhida e destinada à dignidade de Mãe de Deus, tinha que possuir uma perfeição tão grande e consumada que superasse totalmente a perfeição de todas as outras criaturas: a suprema perfeição da graça é estar preparada para conceber o Filho de Deus».

«Como a santa menina Maria se ofereceu a Deus no templo com prontidão e por inteiro, assim nós neste dia apresentemo-nos a Maria sem demora e sem reserva e roguemos-lhe que nos ofereça a Deus, que não nos recusará vendo que somos oferecidos pelas mãos daquela que foi o templo vivo do Espírito Santo, as delícias do seu Senhor e a escolhida como Mãe do Verbo eterno. E esperemos toda a espécie de bens desta excelsa e muito agradecida Senhora que recompensa com grande amor os obséquios que recebe dos seus devotos».

Santo Afonso Maria de Ligório (séc. XVII), As glórias de Maria, Parte II, Discurso III.

***

«Desde há quase trinta anos, Deus pôs no meu coração o anseio de fazer compreender às pessoas de qualquer estado, condição ou ofício, esta doutrina: a vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição cristã. Consideramo-lo uma vez mais, contemplando a vida de Maria.

Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante aos dias de muitos milhões de mulheres, ocupadas a cuidar da sua família, a educar os seus filhos, a levar a cabo as tarefas do lar. Maria santifica as coisas mais pequenas, aquilo que muitos consideram erradamente como não transcendente e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e as visitas por motivo de parentesco ou de amizade... Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus!

Na verdade, é isso que explica a vida de Maria: o seu amor. Um amor levado ao extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar ali, onde Deus quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina. Isso é o que faz com que o mais pequeno dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado. Maria, nossa Mãe, é para nós exemplo e caminho. Temos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quer que vivamos».

São Josemaría (s. XX), Cristo que passa, n. 148.




[1] Ct 2, 10
[2] Sal 44, 14
[3] Ct 2, 12
[4] Is 15, 1
[5] Is 45, 8
[6] Is 45, 8
[7] Ct 3, 6).

Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mt 7, 1-5

1«Não julgueis, para não serdes julgados; 2pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. 3Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? 4Como ousas dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? 5Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»

Comentário:

A hipocrisia merece de Jesus Cristo veemente repúdio e, os Evangelhos, relatam várias ocasiões em que esse repúdio constitui uma acusação claríssima.

De facto, o hipócrita age como um actor, fingindo o que não é, oferecendo o que não tem, aconselhando o que não pratica.

A hipocrisia pode espalhar-se como uma praga sobretudo quando se quer alguma coisa ou atingir um fim seja de que maneira for.

(AMA, comentário sobre, Mt 7, 1-5, 17.02.2017)






Bento XVI – Pensamentos espirituais 151

154. Escolher a vida

Não é arrogando a vida para nós nem possuindo-a e tomando-a dos outros que conseguimos encontrá-la, mas sim dando-a.

Eis o sentido último da Cruz:

Não tirar a vida, mas dá-la.

Encontro com o clero da diocese de Roma, (2.Mar.06)

 (in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte

Pergunto:

Na última conversa abordávamos o assunto Juízo.
Vamos prosseguir?


Respondo:

Claro! Comecemos, portanto, falando sobre o Juízo Particular.

1. O que é o juízo particular?


Imediatamente despois da morte tem lugar o juízo particular, no qual cada alma recebe o premio ou o castigo que as suas obras merecem. E dirige-se para o céu ou o inferno. Ou, talvez, para o purgatório, por algum tempo. 

Dóceis ao Espírito Santo

É Jesus Nosso Senhor que o quer: é preciso segui-lo de perto. Não há outro caminho. Esta é a obra do Espírito Santo em cada alma – na tua – e tens de ser dócil, para não pôr obstáculos ao teu Deus. (Forja, 860)

Para pôr em prática, ainda que seja de um modo muito genérico, um estilo de vida que nos anime a conviver com o Espírito Santo – e, ao mesmo tempo com o Pai e o Filho – numa verdadeira intimidade com o Paráclito, devemos firmar-nos em três realidades fundamentais: docilidade – digo-o mais uma vez – vida de oração, união com a Cruz.

Em primeiro lugar, docilidade – porque é o Espírito Santo que, com as suas inspirações, vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É Ele que nos impele a aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la em profundidade; que nos dá luz para tomar consciência da nossa vocação pessoal e força para realizar tudo o que Deus espera de nós. Se formos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando, cada vez mais nítida, em nós e assim nos iremos aproximando cada vez mais de Deus Pai. Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.


Se nos deixarmos guiar por esse princípio de vida, presente em nós, que é o Espírito Santo, a nossa vitalidade espiritual irá crescendo e abandonar-nos-emos nas mãos do nosso Pai Deus, com a mesma espontaneidade e confiança com que um menino se lança nos braços do pai. Se não vos tornardes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus, disse o Senhor. É este o antigo e sempre actual caminho da infância espiritual, que não é sentimentalismo nem falta de maturidade humana, mas sim maioridade sobrenatural, que nos leva a aprofundar as maravilhas do amor divino, reconhecer a nossa pequenez e a identificar plenamente a nossa vontade com a de Deus. (Cristo que passa, 135)

Pequena agenda do cristão



SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?