13/06/2017

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Leitura espiritual

A CIDADE DE DEUS 

Vol. 2

LIVRO XV

CAPÍTULO XII

Opinião dos que não crêem que os homens dos primeiros tempos tinham vivido tanto com o está escrito.

Não podemos de modo algum dar ouvidos aos que pensam que os anos daqueles tempos se contavam de outra maneira, isto é, eram tão breves que um ano dos nossos valeria dez dos deles. Por isso, dizem eles, quando se ouve ou se lê que alguém viveu novecentos anos, deve-se compreender noventa, pois dez dos seus anos valem um dos nossos e dez dos nossos, cem dos deles. Pelo que, como julgam, Adão teria vinte e três anos quando gerou Set — e Set, quando dele nasceu e nós, vinte anos e seis meses a que a Escritura chama duzentos e cinco anos. Porque, como conjecturam aqueles cuja opinião expomos, cada um dos nossos actuais anos era dividido em dez partes a que chamavam anos. Cada um a das partes tem um quadrado de seis (62) porque Deus acabou em seis dias a obra da criação para repousar ao sétimo (disto tratei eu o melhor que pude no livro décimo primeiro). Ora seis vezes seis, número que faz o quadrado de seis, são trinta e seis dias,

— e trinta e seis multiplicado por dez dá trezentos e sessenta, isto é, doze meses lunares. Com o restam cinco dias com que se completa o ano solar, e uma quarta parte do dia pela qual em cada quatro anos se acrescenta um dia, dando origem ao bissexto, — os antigos acrescentavam mais tarde, para arredondar o número de anos, os chamados pelos Romanos dias intercalares. Da mesma forma também e nós, filho de Set, quando dele nasceu seu filho Caim não que tinha dezanove anos a Escritura diz serem cento e noventa. E daí em diante, através de todas as gerações em que se referem os anos dos homens antes do Dilúvio, não se encontra em nenhum dos nossos códices que quase ninguém tenha gerado um filho aos cem anos ou menos, nem mesmo aos cento e vinte anos ou pouco mais. Antes, a mínima idade de ter filhos, diz-se, foram cento e sessenta anos ou mais. Porque, dizem eles, nenhum homem pode gerar filhos aos dez anos, número a que aqueles homens chamavam cem. E aos dezasseis anos que está m adura a puberdade e já capaz de procriar prole, isto é, segundo os antigos, aos cento e sessenta anos.

Mas para que não se considere incrível que um ano fosse então calculado de forma diferente, acrescentam que em muitos historiadores se refere que os Egípcios tinham um ano de quatro meses; os Acarnianos de seis meses; os Lavínios de treze meses. Plínio Segundo conta, segundo alguns escritos, que um homem teria vivido cento e cinquenta e dois anos, um outro mais dez anos e outros duzentos, trezentos, quinhentos, seiscentos e até oitocentos anos — mas atribui estes cálculos à ignorância desses tempos. Diz ele:

Alguns acabam o ano no Verão, outros no Inverno e outros ainda em cada uma das quatro estações, como entre os Arcádios, entre os quais o ano não tinha mais de três meses [i]

Acrescenta mesmo que outrora os Egípcios de que já referimos os curtos anos de quatro meses, terminavam o ano no fim de cada lua. Afirma a ele:

Assim se encontra entre eles quem tenha vivido mil anos [ii].

Com estes argumentos que parecem prováveis, alguns — procurando não destruir, mas antes confirmar a fé na história sagrada, para que pareça possível que os antigos tenham vivido tanto tempo — a si próprios se persuadiram (e julgam que não é vã a sua persuasão) de que era tão pequeno o espaço de tempo denominado de um ano, que
dez são para eles com o um para nós e dez dos nossos equivalem a cem dos deles. Demonstra-se com um documento evidentíssmo que isto é totalmente falso. Mas antes de o fazer, não me parece que deva esconder uma conjectura que pode ser mais aceitável. Poderíamos com segurança refutar e rechaçar tal afirmação com os códices hebreus onde se refere que Adão tinha cento e trinta anos e não duzentos e trinta quando gerou o seu terceiro filho. Se esses anos valem treze dos nossos, está fora de dúvida de que ele teria onze anos ou não muito mais quando gerou o seu primogénito. Quem pode, segundo a ordinária e tão conhecida lei da natureza, gerar nessa idade? Mas deixemos isso, pois talvez Adão fosse capaz desde quando foi criado: não é de crer que tenha sido criado tão pequeno como o são as nossas crianças. Set, seu filho, como lemos, não tinha duzentos e cinco, mas cento e cinco quando gerou Enoc. Por isso não teria ainda, segundo eles, onze anos de idade. Que direi de Cainan, seu filho, que para nós teria cento e setenta anos e para os hebreus setenta quando gerou Maleleel? Qual é o homem que aos setenta anos pode gerar, já que os setenta anos de então só valem sete?



(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] Plínio, Hist. nat. VII, XLIX.
[ii] Ibid

Hoy el reto del amor es hacer despacio las reparaciones

REPARACIONES EXPRESS

El otro día, mientras secaba los cacharros de la cocina, la sartén pequeña se me resbaló de entre los dedos. Leyes de la gravedad, unidas a las leyes de Murphy... y chocó contra el suelo por el lado del mango, que se partió inmediatamente. Casi me da algo.

-No os preocupéis -comenté- Es un golpe limpio. Ahora mismo pego el mango con Loctite.

-¿Que vas a hacer el qué? -Lety parecía alarmada- ¿Pero tú no has mirado las advertencias que ponen en el bote?

-Pues no... 

-¡El Loctite es inflamable!

Si Lety no llega a advertirme, habría diseñado (sin querer) un nuevo método para flambear la comida y a la cocinera, todo de una sola vez...

¿No te pasa a ti también? Cuando algo se estropea, ¿no intentas arreglarlo lo antes posible, sea como sea?

Sin embargo, las prisas no son buenas, y menos cuando se trata de reparar el corazón de quien tienes a tu lado.

¡Es tan fácil provocar grietas o fisuras con un desliz en nuestras palabras! Sin embargo, tratar de solucionarlo a toda velocidad puede empeorar la situación... ¡hasta hacer que la cosa acabe en llamas!

Cristo nos enseña que las cosas importantes requieren su tiempo. Así vemos como Él, en los momentos claves (como antes de la elección de los Doce), se retira a orar. ¿Y no crees que el querer acercarte al corazón de otra persona es importante?

Hoy el reto del amor es hacer despacio las reparaciones. A lo largo del día puedes meter la pata de muchas maneras: palabras, gestos... ¡incluso olvidos! Si hoy sientes que alguien se ha molestado contigo, no vayas corriendo a arreglarlo. Para primero con Cristo. Habla con Él lo que ha sucedido, descubre la Verdad... y pídele que ponga las palabras adecuadas en tus labios. Y, ahora sí, ¡adelante! ¡No habrá roto que se resista al Amor! ¡Feliz día!


VIVE DE CRISTO

Doutrina – 329

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

108. Porque é que Jesus anuncia o Reino com sinais e milagres?

Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino está presente n’Ele, o Messias.
Embora Ele cure algumas pessoas, não veio para eliminar todos os males aqui na terra, mas, antes de mais, para nos libertar da escravidão do pecado.
A expulsão dos demónios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o «príncipe deste mundo» [i].




[i] Jo 12, 31

Fátima: Centenário - Poemas


Centenário das aparições da Santíssima Virgem em Fátima

POEMAS





MÃE AMÁVEL

Como és admirável, como és bela e santa,
ó Virgem-Mãe escrínio de candor,
que o mundo inteiro admira, adora e canta,
em mil hinos de glória ao Criador!

Teu vulto – ideal sublime – prende e encanta
a terra e o Céu num êxtase de amor.
Que pureza a Tua! É tão grande, é tanta…
flor… estrela… sorriso do Senhor!

Maravilha de graça e de bondade,
Mãe do Verbo, escol da virgindade,
raio de Sol divino, luz do Céu…
és querida na terra e nas alturas,
pois só Tu, entre tantas criaturas,
és bela e nobre, és pura e sem labéu!

Visconde de Montelo, Paráfrase da Ladainha Lauretana, 1956 [i]




[i] Cónego Manuel Nunes Formigão
1883 - Manuel Nunes Formigão nasce em Tomar, a 1 de Janeiro. 1908 - É ordenado presbítero a 4 de Abril em Roma. 1909 - É laureado em Teologia e Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma. 1909 - No Santuário de Lourdes, compromete-se a divulgar a devoção mariana em Portugal. 1917 - Nossa Senhora aceita o seu compromisso e ele entrega-se à causa de Fátima. 1917 / 1919 - Interroga, acompanha e apoia com carinho os Pastorinhos. - Jacinta deixa-lhe uma mensagem de Nossa senhora, ao morrer. 1921 - Escreve o livro: "Os Episódios Maravilhosos de Fátima". 1922 - Integra a comissão do processo canónico de investigação às aparições. 1922 - Colabora e põe de pé o periódico "Voz de Fátima". 1924 - A sua experiência de servita de Nossa Senhora em Lurdes, leva-o a implementar idêntica actividade em Fátima. 1928 - Escreve a obra mais importante: "As Grandes Maravilhas de Fátima". 1928 - Assiste à primeira profissão religiosa da Irmã Lúcia, em Tuy. Ela comunica-lhe a devoção dos primeiros sábados e pede-lhe que a divulgue. 1930 - Escreve "Fátima, o Paraíso na Terra". 1931 - Escreve "A Pérola de Portugal". 1936 - Escreve " Fé e Pátria". 1937 - Funda a revista "Stella". 1940 - Funda o jornal "Mensageiro de Bragança". 1943 - Funda o Almanaque de Nossa Senhora de Fátima. 1954 – Muda-se para Fátima a pedido do bispo de Leiria-Fátima 1956 - Escreve sonetos compilados na "Ladainha Lauretana". 1958 – Morre em Fátima. 06/01/1926 - Funda a congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. 11/04/1949 – A congregação por ele fundada é reconhecida por direito diocesano. 22/08/1949 – Primeiras profissões canónicas das Religiosas. 16/11/2000 - A Conferência Episcopal Portuguesa concede a anuência por unanimidade, para a introdução da causa de beatificação e canonização deste apóstolo de Fátima. 15/09/2001 - Festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da congregação - É oficialmente aberto o processo de canonização do padre Formigão. 16/04/2005 – É oficialmente encerrado e lacrado o processso de canonização do padre Formigão.
Fátima, 28 Jan 2017 (Ecclesia) – Decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, conhecido como 'o apóstolo de Fátima, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.
A celebração de trasladação deste sacerdote e servo de Deus começou com uma concentração, rua Francisco Marto, 203, com centenas de pessoas, seguida de saída para o cemitério da Freguesia de Fátima.
Na eucaristia inserida neste evento, na Basílica da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, D. António Marto destacou uma figura que "se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima".
O bispo de Leiria-Fátima recordou ainda o padre Manuel Formigão como alguém que "captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima".

Nota de AMA:
Este livro de Sonetos foi por sua expressa vontade, depois da sua morte, devidamente autografado, entregue a meu Pai. Guardo o exemplar como autêntica relíquia.

Epístolas de São Paulo – 97

Carta aos Hebreus - cap 4

1Temamos, pois, que, permanecendo a promessa de entrar no seu repouso, algum de vós seja considerado excluído. 2Porque, a nós como a eles, foi anunciada a Boa-Nova; porém, a eles, a palavra escutada não valeu de nada, pois não permaneceram unidos na fé aos que a tinham escutado. 3Quanto a nós, os que acreditámos, entraremos no descanso, como Ele disse: Tal como jurei na minha ira, não entrarão no meu repouso. No entanto, as suas obras estavam realizadas desde a fundação do mundo, 4pois diz-se em qualquer parte, a propósito do sétimo dia: Deus repousou no sétimo dia, de todas as suas obras; 5e ainda, neste passo: Não entrarão no meu repouso. 6Assim, uma vez que a alguns está reservado entrar nele, e que os que primeiro receberam a Boa-Nova não entraram por causa da sua desobediência, 7Ele fixa de novo um dia, hoje, dizendo por David, depois de tanto tempo, como acima se disse: Hoje, se escutardes a sua voz, não endureçais os vossos corações. 8De facto, se Josué lhes tivesse dado o repouso, Deus não teria falado de um outro dia posterior. 9Por conseguinte, permanece um repouso sabático para o povo de Deus. 10O que entra no seu repouso, repousa também das suas obras, tal como Deus repousou das suas. 11Apressemo-nos, então, a entrar nesse repouso para que ninguém caia no mesmo tipo de desobediência. 12Na verdade, a palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração. 13Não há nenhuma criatura oculta diante dele, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.

Jesus, Sumo Sacerdote misericordioso


- 14Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos. 15De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado. 16Aproximemo-nos, então, com grande confiança, do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Santo António, de Lisboa

Evangelho: Mt 5, 13-19

13«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; 15nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. 16Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.» 17«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. 18Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.

Comentário:

Jesus Cristo confirma, uma vez mais, que não veio trazer uma Lei nova, bem pelo contrário, confirma a Lei e os Profetas e o que pretende é «levá-los à perfeição».

Esta perfeição não é outra coisa que os atributos e encargos específicos dos Seus seguidores: os cristãos.

Serem sal da terra e luz do mundo eis os atributos e encargos que deseja e quer para todos – sem nenhuma excepção – os baptizados.

Não é pouca coisa, longe disso, é uma missão de altíssimo valor e importância e, mais, considerando que o Senhor nos quer como Seus “embaixadores” junto dos homens, de enorme responsabilidade e honra.

Ele nunca nos faltará com a Sua Graça para suprir o que nos possa faltar para a levar a cabo.


(AMA, comentário sobre Mt 5, 13-19, 03.02.2017)

Temas para meditar 717

Cristãos verdadeiros

Cristo escolheu-nos para que fossemos como lâmpadas; para que nos convertêssemos em mestres dos demais; para que actuássemos como fermento; para que vivêssemos como anjos entre os homens, como adultos entre crianças, como espirituais entre gente somente racional; para que fossemos semente; para que produzíssemos fruto.

Não seria necessário abrir a boca, se a nossa vida resplandecesse desta maneira. Sobrariam as palavras, se mostrássemos as obras.

Não haveria um só pagão, se nós fossemos verdadeiramente cristãos.

(SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, Epíst. I ad Timotheo Homíliae X 3 nr. 62 551,)



Reflectindo - 259

Igualdade de vida

Houve-se com frequência dizer a respeito de alguém:
'É muito honesto'.

Isto é dito como se fosse algo extraordinário, fora do "normal".

Mas, então, o normal não é ser-se honesto!

Aliás, não se é "muito honesto" ou se é ou não!

Por isso penso que esta locução não faz qualquer sentido e que o que realmente se deveria dizer seria:

'Pode confiar-se' (nessa pessoa).

Isto sim é o que realmente queremos pensar a respeito dos outros e que igualmente desejamos que os outros pensem de nós.

Claro que uma pessoa digna de confiança é, por natureza, honesta.

É que parece haver uma tendência para considerar que a honestidade se resume e conclui em não se apropriar do alheio quando, de facto, é muito mais que isso: é viver, pensar e actuar com critérios sãos e estáveis, que não mudam conforme as circunstâncias, o ambiente ou outra coisa qualquer.

Considerar alguém honesto só porque não se apropria do que não lhe pertence é reduzir essa virtude a um mero comportamento, ou dito de outra forma, que essa virtude é a consequência lógica de não ter o defeito.

Mas... não ter um defeito não determina possuir uma virtude.

Por exemplo: 

Se não me embriago não permite concluir que tenha a virtude da temperança, mas apenas que sou comedido na bebida;

Se cumpro as regras de trânsito não quer dizer que sou obediente, mas que respeito as leis;

As virtudes - tema já abordado antes -  só se adquirem com os bons hábitos praticados com regularidade e independentemente das circunstâncias.

Por isso mesmo é muito importante a igualdade de vida.

Mas… E o que vem a ser a "igualdade de vida"?

Para os cristãos, è proceder de acordo com a Fé que afirmam professar, sem "intervalos" ou concessões.
Que os actos correspondam ao que se diz, que haja coerência, sintonia, entre o que se pensa e diz e o que se pratica.
Que, em suma, se seja honesto consigo próprio.

Mas, sobretudo, se seja honesto com Deus Nosso Senhor que não pode aceitar nem desculpas nem "justificações" se o nosso comportamento não corresponde integralmente ao que Ele tem todo o direito de esperar.

Ele sabe muito bem se o que fazemos corresponde à Sua Vontade ou aos nossos desejos ou conveniências de momento.

Portanto, pode concluir-se, igualdade de vida é fazer, em tudo, a Vontade de Deus!

ama, reflexões, 2013


Estou com Ele no tempo da adversidade

Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade; nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do profeta: "O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar". Reza-a devotamente, todos os dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa para nosso bem. (Forja, 855)

E quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da tribulação, de uma nova noite da alma nos ataca –violenta –, o salmista põe-nos nos lábios e na inteligência aquelas palavras: estou com Ele no tempo da adversidade. Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas feridas, os meus arranhões? Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros? E os vossos corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe – com obras – que morremos de Amor.

Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas; de ver o Seu sorriso, o Seu rosto... Julgo que o melhor modo de o exprimir é voltar a repetir, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim a minha alma te anela, ó meu Deus! E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte.

Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia – pegando esta ânsia aos outros – porque o bem é difusivo. Não é possível que a nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas redentoras que brotam do lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor.


Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas. E não me contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre, é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam rebentar e o suplício pareça insuportável. (Amigos de Deus, nn. 310–311)

Pequena agenda do cristão




TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?