16/06/2016

Pequena agenda docristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Temas para meditar - 646




O Senhor ensina-nos que devemos ser humildes e que devemos procurar conforto nos outros quando estivermos tristes, ainda que o que tenta consolar-nos seja mais ignorante do que nós.

(luís de la palmaA Paixão do Senhor 1991 pg. 81-82)

Leitura espiritual

Leitura Espiritual

INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO

"Creio em Deus" – Hoje

SEGUNDA PARTE

JESUS CRISTO

CAPÍTULO SEGUNDO

Desenvolvimento da Fé em Cristo nos Artigos Cristológicos do Símbolo

4. Ressurgiu dos mortos
…/2

Antes de mais, está completamente claro que Cristo ressuscitado não retornou à sua vida terrestre anterior, como se afirma, por exemplo, do jovem de Naim e de Lázaro. Cristo ressurgiu para a vida definitiva que não se subordina mais às leis químicas e biológicas, estando por isto fora da possibilidade da morte, dentro da eternidade concedida pelo amor. Por isso os encontros com Cristo são "aparições"; por isso, aquele do qual, dois dias antes, se era comensal na ceia, não é reconhecido nem sequer pelos seus amigos mais íntimos e, mesmo reconhecido, continua estranho: ele só é visto onde concede visão; só onde abre os olhos e o coração se deixa abrir é que se torna reconhecível neste mundo mortal a face do vencedor da morte e, nesta face, o outro mundo: o mundo que há-de vir. Por isso é tão difícil, raiando mesmo pelo impossível, aos Evangelhos descrever os encontros com o ressuscitado; por isso eles balbuciam apenas, ao falar do ressuscitado, dando a impressão de contradizer-se, ao descrevê-lo. Na realidade, os Evangelhos revelam uma espantosa unidade na dialética de suas informações, na simultaneidade do tocar e do não tocar, do reconhecer e do não reconhecer, da total identidade entre crucificado e ressuscitado, e na sua completa mudança. Os discípulos reconhecem o Senhor e não o reconhecem; palpam-no, mas ele é o intocável; ele é o mesmo e, contudo, é o todo outro. Como se disse, esta dialética é sempre a mesma; mudam apenas os recursos de estilo com que ela se exprime. 

Examinemos mais de perto, sob este aspecto, o episódio dos discípulos de Emaús, com que já nos deparamos de passagem. À primeira vista tem-se a impressão de estarmos diante de uma descrição totalmente terrena, maciça, como se nada restasse do mistério indescritível que encontramos nos relatos paulinos. Parece predominar totalmente a tendência de enfeitar, de lançar mão de um concreto lendário, apoiada numa apologética que busca dados palpáveis, recolocando completamente o Senhor ressuscitado dentro da história terrena. Contudo opõe-se a isto o seu misterioso aparecimento e o não menos misterioso desaparecimento. Mais ainda se opõe a circunstância de ele se conservar irreconhecível ao olhar comum. Não é possível identificá-lo como durante a sua vida terrena. Ele se descobre exclusivamente na esfera da fé; mediante a explicação da Escritura incendeia o coração dos dois viandantes, e à fracção do pão abre-lhes os olhos. Temos aí a indicação dos dois elementos fundamentais da antiga liturgia cristã a qual é integrada de liturgia da palavra (leitura e interpretação da Escritura) e liturgia da fracção do pão eucarístico. Assim o evangelista faz ver que o encontro com o Ressuscitado se situa em um plano totalmente novo; tenta descrever o indescritível, mediante o código dos acontecimentos litúrgicos. Com isto oferece, simultaneamente, uma teologia da Ressurreição e da liturgia: o Ressuscitado é encontrado na palavra e no sacramento; o serviço divino é a maneira pela qual ele se nos torna tangível e reconhecível como vivo. Vice-versa, liturgia baseia-se no mistério pascal; há de ser compreendida como a aproximação do Senhor a nós, a tornar-se companheiro nosso de viagem, incendiando o coração embotado, abrindo os olhos fechados. Cristo continua indo conosco, volta sempre a encontrar-nos desanimados e queixosos, continua dispondo da força para fazer-nos ver.

Naturalmente isto tudo diz apenas a metade. O testemunho do Novo Testamento estaria falseado, se quiséssemos ficar apenas nisto. A experiência do Ressuscitado é algo diverso do encontro com um homem da nossa história; muito menos ainda pode ela ser reduzida a conversas à mesa e a recordações que se tivessem afinal condensado na ideia de que ele vive e de que a sua obra prossegue. Uma explicação assim aplaina o evento na direcção oposta, nivelando-o à esfera humana, privando-o do que lhe é peculiar. Os relatos da ressurreição são algo diferente e algo mais que meras cenas litúrgicas camufladas: eles permitem ver o acontecimento fundamental sobre o qual se ergue toda a liturgia cristã. Testemunham um acontecimento que não brotou dos corações dos discípulos, mas que lhes sobreveio de fora, dominando-os, de encontro à sua dúvida, e infundindo-lhes a certeza de que "o Senhor ressuscitou verdadeiramente". O que jazera no sepulcro não está mais lá, mas vive – é realmente ele mesmo quem vive. O que fora arrebatado para o outro mundo de Deus, mostrou-se entretanto ser tão poderoso que tornava palpável ser ele mesmo quem estava diante deles; mostrou ter-se comprovado nele mais forte o poder do amor do que o poder da morte.

Somente tomando isto tudo tão a sério como o que fora dito anteriormente é que se conservará a fidelidade ao testemunho do Novo Testamento; só assim se salvará a sua seriedade cosmo-histórica. A tentativa mais que cómoda de, por um lado, dispensar a fé no mistério da potente actuação de Deus neste mundo, e no entanto simultaneamente querer ter a satisfação de conservar-se no terreno da mensagem bíblica esta tentativa conduz ao vácuo: não satisfaz nem à honestidade da razão nem às razões da fé. Não é possível conservar juntas a fé cristã e a "religião nos limites da razão pura"; a opção é inevitável. Naturalmente, o crente verá com clareza crescente quão repleta de razão está a adesão àquele amor que venceu a morte.


joseph ratzinger, Tübingen, verão de 1967.

(Revisão da versão portuguesa por ama)






Doutrina – 176

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS

80. Como se difunde esta Boa Nova?


Desde o início os primeiros discípulos tiveram um ardente desejo de anunciar Jesus Cristo, com o fim de conduzir à fé n’Ele. Também hoje, do amoroso conhecimento de Cristo nasce o desejo de evangelizar e catequizar, isto é, de revelar na sua pessoa o pleno desígnio de Deus e de colocar a humanidade em comunhão com Ele.

Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Mt 6, 7-15

6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa.7 Nas vossas orações não useis muitas palavras como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8 Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós Lho peçais. 9 «Vós, pois, orai assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome.10 «Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu.11 O pão nosso supersubstancial nos dá hoje.12 Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores.13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.14 «Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará.15 Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas.

Comentário:

Hoje, optei por não comentar este trecho de São Mateus por rezá-lo detidamente tentando interiorizar bem todo o significado das palavras que contêm o pensamento de Jesus Cristo acerca da oração que nos convém fazer.

(Confesso… tive muito… muitíssimo mais “trabalho”…)

(ama comentário sobre Mt 6, 7-15, 2016.02.16)




Sem Ele nada podemos

Quando sentires o orgulho que ferve dentro de ti – a soberba! –, que faz com que te consideres um super-homem, chegou o momento de exclamar: – Não! E, assim, saborearás a alegria do bom filho de Deus, que passa pela terra com erros, mas fazendo o bem. (Forja, 1054)

Vedes como é necessário conhecer Jesus, observar amorosamente a sua vida? Muitas vezes fui à procura da definição da biografia de Jesus na Sagrada Escritura. Encontrei-a lendo aquela que o Espírito Santo faz em duas palavras: pertransiit benefaciendo. Todos os dias de Jesus Cristo na terra, desde o seu nascimento até à morte, pertransiit benefaciendo, foram preenchidos fazendo o bem. Como, noutro lugar, a Escritura também diz: bene omnia fecit, fez tudo bem, terminou bem todas as coisas, não fez senão o bem.


E tu? E eu? Lancemos um olhar para ver se temos alguma coisa que emendar. Eu, sim, encontro em mim muito que fazer. Como me vejo incapaz, só por mim, de fazer o bem e, como o próprio Jesus nos disse que sem Ele nada podemos, vamos tu e eu implorar ao Senhor a sua assistência, por meio de sua Mãe, neste colóquio íntimo, próprio das almas que amam a Deus. Não acrescento mais nada, porque é cada um de vós que tem de falar, segundo a sua particular necessidade. Por dentro, e sem ruído de palavras, neste mesmo momento em que vos dou estes conselhos, aplico esta doutrina à minha própria miséria. (Cristo que passa, 16)

Reflectindo - 190 - Como falar a quem não entende?

Como se pode falar a quem não entende o que dizemos?

Pode parecer estranha a questão mas, no entanto, acontece com mais frequência que o que se pensa.

Por qualquer motivo mas principalmente por ignorância pura e simples, alguns constroem dentro de si como que barreiras atrás das quais se refugiam para não serem "obrigados" a preocuparem-se.

Estas barreiras são constituídas por argumentos e silogismos velhos como o mundo.

'Se não vir... não acreditarei', é o mais comum.

Não são capazes de responder a uma simples pergunta como:

'Podes garantir que se vires aceitarás'?

O facto é que a honestidade pessoal irá obriga-lo a responder que não sabe.

Compreende-se porque, de facto, não saiba se o que vê corresponde ao que esperaria ver.

‘Não acredito em Deus porque não o vejo, não sinto, não o ouço’.

Mas, se o próprio Deus Se pusesse à sua frente e lhe dissesse: 'aqui me tens, eu sou, Deus!', porque haveria de acreditar?

Afinal tratar-se-ia de uma declaração feita por um desconhecido sem nada que confirme que diz a verdade.

Deus não tem um "bilhete de identidade" que confirme que é Deus como, por exemplo, o meu confirma que sou fulano, filho de, nascido em, na data tal!

Este meu bilhete de identidade é emitido pelo poder público e, por isso, merece toda a credibilidade.

Mas, Deus, não tem filiação, não nasceu e não tem nenhum poder acima que Lhe seja superior.

Logo, não tem forma de provar Quem É a não ser por si mesmo.

Bom… isto é uma evidência ou não?



ama, 2016.03.08