04/03/2016

Índice de publicações em Mar 04

nunc coepi – Índice de publicações em Mar 04

São Josemaria – Textos

Justiça, Mens (CV II)

AMA - Via-Sacra

AMA - Comentários ao Evangelho Mc 12 28-34, Leit Espiritual - Confissões (Santo Agostinho)

Doutrina – Demónio

JMA – Quaresma

Pornografia

AT - Salmos – 123


Agenda Sexta-Feira

Reflexões quaresmais


Nesta caminhada quaresmal, trazes ao meu coração a obediência.

Colocas-me a mão sobre os ombros e caminhando juntos, dizes-me:
Sabes, meu filho, como a obediência é uma virtude hoje em dia mal percebida, vista quase como um sinónimo de fraqueza.
E não é assim! A obediência dos filhos de Deus, a obediência do ser Igreja, exige pelo contrário, uma força e uma coragem empenhadas e constantes.
Mas não é uma obediência cega, mas sim uma obediência de confiança no amor de Deus e como tal uma obediência de amor e por amor. Por isso mesmo, é iluminada e fortalecida pelo Espírito Santo que se derrama em vós.
E dessa obediência vem a paz, a serenidade, a confiança, a esperança, a salvação, enfim o amor na sua plenitude.
Repara que foi por obediência de amor ao Pai e por amor a vós, que Me entreguei totalmente por ti e por todos os outros, e por isso mesmo, dessa obediência veio a libertação da lei do pecado que conduz à morte, dessa obediência veio a Salvação para ti e para todos.

Fito-Te nos Teus olhos amorosos e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a obediência.
Não a obediência cega, sem sentido, mas a obediência de amor, por acreditar que nada do que me pedes vai para além das forças que me dás e, sobretudo, porque essa obediência é sempre o melhor para mim e para os outros, no caminho da salvação que por Tua graça nos dás.

Obrigado, Senhor, pela virtude da obediência.

Joaquim Mexia Alves, Monte Real, 03 de Março de 2016.




VIA - SACRA - 6ª Estação

VI estação

A verónica limpa a face de jesus

  


Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.



O rosto adorado do Divino Mestre é a máscara do sofrimento; vincado pelo esforço, contraído pelas dores, cheio de sangue, lívido dos escarros e pisado dos bofetões.

É o rosto de um homem martirizado em extremo.

Com a coragem e compaixão das pessoas simples, que não medem o perigo, ou inconveniência dos seus gestos, quando se trata de ajudar os que sofrem, a Verónica vence a multidão, afasta os soldados e limpa aquele rosto.

É um pequeno alívio para o Senhor, mas Jesus premeia este gesto de coragem e desassombro deixando a Sua divina face impressa no pano.

Atónita, a mulher, mostra a todos o que o Senhor fez. Muitos, naquele momento, se terão comovido, outros, caindo em si, pedem perdão, alguns haverá que têm inveja da Verónica, pois antevêem que será lembrada para todo o sempre.

A minha coragem perante a adversidade do ambiente, manifesta-se assim?

Sou capaz de me afirmar Filho de Deus quando essa afirmação pode ser incómoda?

Estou pronto a defender o meu Senhor e meu Deus, a Sua Igreja e os Seus ministros em quaisquer circunstâncias?

Fico-me calado sem querer "meter-me nisso"?

Tenho medo que trocem de mim?

Tenho receio de ser ridículo?

Senhor, ajuda-me a ter a coragem da Verónica, a fazer aquilo que posso e devo fazer em cada momento.

Seja eu merecedor, meu Jesus, das dádivas com que constantemente premeias os meus pequeníssimos e mal feitos actos de generosidade e compaixão.

Possa eu ser capaz, Senhor, de estar sempre e em cada momento e em qualquer lugar, à Tua espera para, perante todos, afirmar corajosamente:


Este é o Senhor meu Deus a Quem adoro, a Quem amo e de Quem espero a salvação eterna.


  

PN, AVM, GLP.

Senhor: Tem piedade de nós

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma
Semana III

Evangelho: Mc 12, 28-34

28 Então aproximou-se um dos escribas, que os tinha ouvido discutir. Vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?». 29 Jesus respondeu-lhe: «O primeiro de todos os mandamentos é este: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”. 31 O segundo é este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Não há outro mandamento maior do que estes». 32 Então o escriba disse-Lhe: «Mestre, disseste bem e com verdade que Deus é um só, e que não há outro fora d'Ele; 33 e que amá-l'O com todo o coração, com todo o entendimento, com toda a alma, e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios». 34 Vendo Jesus que tinha respondido sabiamente, disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». Desde então ninguém mais ousava interrogá-l'O.

Comentário:

Mais tarde, Jesus Cristo dirigindo-se directamente aos Seus discípulos voltará a este tema para especificar, deixando bem claro que só o amor entre eles os identificará como tal.

O Amor de Deus pelos homens tem de se reflectir no amor-dos-homens entre si.

Em síntese, esta é a condição para alcançar o Reino de Deus.

Parece lógico!

Como se poderia entrar no Reino do Amor sem amor?

(ama, comentário sobre Mc 12, 28-34, 2015.06.04)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO CONFISSÕES

LIVRO PRIMEIRO

CAPÍTULO XVII

Êxitos escolares

Permite-me, Senhor, que diga também algo de meu talento, dádiva tua, e dos desatinos em que o empregava. Propunha-se-me como desafio – coisa mui preocupante para minha alma, tanto pelo louvor ou descrédito, como por medo dos açoites – que repetisse as palavras de Juno, irada e ressentida por não podem “afastar da Itália ao rei dos troianos”, embora jamais tenha sabido que tivessem sido pronunciadas por Juno. Mas obrigavam-nos a errar seguindo os passos das ficções poéticas, e a repetir em prosa o que o poeta havia dito em verso. Era mais elogiado aquele que, conforme a dignidade da pessoa representada, soubesse pintar com mais vivacidade e semelhança, e revestir com palavras mais apropriadas seus afectos de ira ou de dor.

Mas qual o proveito disso – ó vida verdadeira, meu Deus – de que me servia ser aplaudido por minha declamação mais que todos os meus coetâneos e condiscípulos? Não era tudo aquilo fumo e vento? Acaso não havia outra coisa em que exercitar meu talento e minha língua? Teus louvores, Senhor, teus louvores, consignados nas Escrituras, poderiam soerguer a frágil planta de meu coração, e eu não teria sido arrebatado pela vaidade de vãs quimeras, presa imunda das aves. Com efeito, há diversas maneiras de oferecer sacrifício aos anjos rebeldes.

CAPÍTULO XVIII

Leis gramaticais, lei de Deus

Mas, por que admirar-se que eu me deixasse arrastar pelas vaidades e me afastar de ti, meu Deus, se me propunham como exemplos para imitar a uns homens que se, ao contar alguma boa acção, deslizassem nalgum barbarismo ou solecismo cobriam-me de críticas e, pelo contrário, que eram elogiados por narrar suas torpezas com palavras castiças e apropriadas, de modo eloquente e elegante, e que os inchavam de vaidade?

Tu vês, Senhor, estas coisas, e te calas compassivo, paciente, cheio de misericórdia e verdade. Mas te calarás para sempre? Arranca, pois, agora deste espantoso abismo a alma que te busca sedenta de teus deleites, e que te diz de coração: Procurei, Senhor, teu rosto; o teu rosto, Senhor, ainda procurarei. Longe está do teu rosto quem anda ocupado com afectos tenebrosos, porque não é com os pés carnais, nem cobrindo distâncias que nos aproximamos ou nos afastamos de ti. Porventura aquele teu filho menor procurou cavalos, ou carros, ou naves, ou voou com asas invisíveis, ou viajou a pé para alcançar aquela região longínqua onde dissipou o que lhes havia dado, ó Pai, meigo ao lhe entregar a substância, e mais carinhoso ainda ao recebê-lo andrajoso? Assim, pois, viver nas paixões da luxúria, é o mesmo que viver em paixões tenebrosas, é viver longe de teu rosto.

Olha, meu Senhor e meu Deus, é vê paciente, como costumas ver, de que modo diligente os filhos dos homens observam as regras de ortografia recebidas dos primeiros mestres, e desprezam as leis eternas de salvação perpétua recebidas de ti; de tal modo que, se alguns dos que sabem ou ensinam as regras antigas dos sons pronunciasse a palavra homo, sem aspirar a primeira letra, desagradaria mais aos homens do que se, contra teus preceitos, odiasse a outro homem, sendo este homem.

Como se o homem pudesse ter inimigo mais pernicioso que o ódio com que se irrita contra si mesmo, ou como se pudesse causar a outrem maior dano, perseguindo-o, do que causa a seu próprio coração odiando! Com certeza, não nos é mais íntima a ciência das letras do que a consciência, que manda não fazer a outrem o que não queremos que não nos façam.

Oh! Como és misericordioso, tu, que habitando silencioso nos céus, Deus grande e único, espalhas com lei infatigável, cegueiras vingadoras sobre as paixões ilícitas! Quando o homem, aspirando à fama de eloquente, ataca a seu inimigo com ódio feroz diante do juiz, rodeado de grande multidão de homens, toma todo o cuidado para que, por um lapsus linguae, não se lhe escape um inter ominibus, sem aspirar o h, sem cuidar que com o furor de seu ódio se tire um homem de entre os homens.

CAPÍTULO XIX

Mau perdedor

À beira de tal lodaçal jazia eu, pobre criança, sendo esta a arena em que me exercitava, temendo mais cometer um barbarismo de linguagem do que cuidando de não invejar, se o cometia, aqueles que o tinham evitado.

Digo e confesso diante de ti, meu Deus, essas misérias, que me angariavam o louvor daqueles cuja simpatia equivalia para mim a uma vida honesta, pois não via o abismo pois não via o abismo de torpeza em que tudo isso me lançara, longe dos teus olhos. Aos teus olhos quem era mais repelente do que eu? E eu até desagradava tais homens, enganando com infinidade de mentiras a meus criados, mestres e pais por amor dos jogos, por gosto de ver espectáculos frívolos e o desejo inquieto de os imitar.

Também cometia furtos na despensa e na mesa de meus pais, ora impelido pela gula, ora para ter de dar aos meninos para brincar com eles, folguedos que os deleitavam tanto quanto a mim, e que eles me faziam pagar. No jogo, frequentemente, conseguia vitórias fraudulentas, vencido pelo desejo de me sobressair. Contudo, nada havia que eu quisesse mais evitar e que eu repreendesse mais atrozmente se o descobrisse em outros, que o mesmo eu fazia aos demais.

Se acaso eu era o prejudicado, e o acusado ficava furioso, eu não cedia. Será esta a inocência infantil? Não, Senhor, não o é, eu to confesso, meu Deus. Porque essas mesmas coisas que se fazem com os criados e mestres por causa de nozes, bolas e passarinhos, se avultam na maioridade com os magistrados e reis por causa de dinheiro, palácios e servos, do mesmo modo que à palmatória sucedem-se maiores castigos.

Assim, quando tu, nosso rei, disseste: Delas é o reino dos céus – quiseste sem dúvida louvar na pequenez de sua estatura um símbolo de humildade.

CAPÍTULO XX

Acção de graças

Contudo, Senhor, graças te sejam dadas, excelso e óptimo criador e ordenador do universo, nosso Deus, mesmo que te limitasses a me fazer apenas menino. Porque então, eu já existia, vivia, sentia, cuidava da minha integridade, eco de tua profunda unidade, fonte de minha existência.

Guardava também, com o secreto instinto, a integridade dos meus outros sentidos, e deleitava-me com a verdade nos pequenos pensamentos que formava sobre coisas pequenas.

Não queria ser enganado, tinha boa memória, e me ia instruindo com a conversação. Alegrava-me com a amizade, fugia à dor, ao desprezo, à ignorância. E não seria isto, em tal criatura, digno de admiração e de louvor? Pois todas essas coisas são dons do meu Deus, que eu não dei a mim mesmo. E todos são bons, e tudo isso constitui o meu eu.

O que me criou, portanto, é bom, e ele próprio é o meu bem; a ele louvo por todos estes bens que integravam meu ser de criança. Eu pecava em buscar em mim próprio e nas demais criaturas, e não nele, os deleites, grandezas e verdades; por isso caia logo em dores, confusões e erros.

Graças a ti, minha doçura, minha esperança e meu Deus, graças a ti por teus dons; que eles fiquem em ti conservados. Assim me guardarás também a mim, e aumentarão e aperfeiçoarão os dons que me deste, e eu estarei contigo, porque também me deste a existência.

LIVRO SEGUNDO

CAPÍTULO I

A adolescência

Quero recordar minhas torpezas passadas e as degradações carnais de minha alma, não porque as ame, mas por te amar, ó meu Deus. É por amor de teu amor que o faço, percorrendo com a memória amargurada, aqueles meus perversos caminhos, para que tu me sejas doce, doçura sem engano, ditosa e eterna doçura. Resgata-me da dispersão em que me dissipei quando, afastando-me de tua unidade, me desvaneci em muitas coisas.

Tempo houve de minha adolescência em que ardi em desejos de me fartar dos prazeres mais baixos, e ousei a bestialidade de vários e sombrios amores, e se murchou minha beleza, e me transformei em podridão diante de teus olhos, para agradar a mim mesmo e desejar agradar aos olhos dos homens.

CAPÍTULO II

As primeiras paixões

E que me deleitava, senão amar e ser amada? Mas eu não era moderado, indo de alma para alma de acordo com os sinais luminosos da amizade, pois, da lodosa concupiscência da minha carne e do fervilhar da puberdade levantava-se como que uma névoa que obscurecia e ofuscava o meu coração, a ponto de não discernir a serena amizade da tenebrosa libido. Uma e outra, confusamente, me abrasavam; arrastavam minha fraca idade pelo declive íngreme de meus apetites, afogando-me em um mar de torpezas. A Tua ira se acumulava sobre mim, e eu não o sabia. Ensurdeci com o ruído da cadeia da minha mortalidade, e cada vez mais me afastava de ti, e tu o consentias; e me agitava, e me dissipava, e me derramava e fervia em minha devassidão, e tu te calavas – ó alegria que tão tarde encontrei! – tu te calavas então, e eu ia cada vez mais para longe de ti, sempre atrás de estéreis sementes de dores, com vil soberba e inquieto cansaço.

Oh! Se alguém refreasse aquela minha miséria, para que fizesse bom uso da fugaz beleza das criaturas inferiores; limitasse suas delicias, a fim de que as vagas daquela minha idade rompessem na praia do matrimonio, já que de outro modo não podia haver paz – contendo-se nos limites da geração, como prescreve tua lei, Senhor, tu que crias o gérmen transmissor da nossa vida mortal, e que com mão bondosa podes suavizar a agudeza dos espinhos, que mantiveste fora do paraíso! Porque a tua omnipotência está perto de nós, mesmo quando vagueamos longe de ti.

Pelo menos eu deveria atender com mais diligência à voz de tuas nuvens: Também eles sofrerão as tribulações da carne; mas eu quisera poupar-vos; e bom é ao homem não tocar em mulher; o que está sem mulher pensa nas coisas de Deus, de como o há de agradar; mas o que está ligado pelo matrimonio pensa nas coisas do mundo, e em como há de agradar à mulher.

Estas são as palavras que eu deveria ter ouvido mais atentamente; e, eunuco pelo amor ao reino de Deus, teria suspirado mais feliz por teus abraços.

Mas eu, miserável, tornei-me em torrente, seguindo o ímpeto de minha paixão, te abandonei e transgredi a todos os teus preceitos, sem porém, escapar de teus castigos. E quem o poderia dentre os mortais? Sempre estavas ao meu lado, irritando-se misericordiosamente comigo, e aspergindo com amaríssimos desgostos todos os meus gozos ilícitos, para que eu buscasse a alegria sem te ofender e, quando a achasse, de modo algum fosse fora de ti, Senhor.

Fora de ti, que impões a dor em mandamento, e feres para sarar, e tiras-nos a vida para que não morramos sem ti.

Mas onde estava eu? Oh! Quão longe, exilado das delícias de tua casa naqueles meus dezasseis anos de idade carnal, quando esta empunhou seu ceptro sobre mim, e eu me rendi totalmente a ela, à fúria da concupiscência que a degradação humana legítima, porém, ilícita, de acordo com as tuas leis.

Nem mesmo os meus cogitaram em me sustentar na queda, pelo casamento, ao ver-me cair; cuidavam apenas que eu aprendesse a compor discursos magníficos e a persuadir com a palavra.

(cont)


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Antigo testamento / Salmos

Salmo 123







1 A ti levanto os meus olhos, a ti, que ocupas o teu trono nos céus.
2 Assim como os olhos dos servos estão atentos à mão de seu senhor e como os olhos das servas estão atentos à mão da sua senhora, também os nossos olhos estão atentos ao Senhor, ao nosso Deus, esperando que ele tenha misericórdia de nós.
3 Misericórdia, Senhor! Tem misericórdia de nós! Já estamos cansados de tanto desprezo.
4 Estamos cansados de tanta zombaria dos orgulhosos e do desprezo dos arrogantes.



Servir Nosso Senhor e os homens

Qualquer actividade – quer seja ou não humanamente muito importante – tem de converter-se para ti num meio de servir Nosso Senhor e os homens: aí está a verdadeira dimensão da sua importância. (Forja, 684)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.


Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)

Luta pela pureza

Pornografia: qual é o dano? - 6

Há esperança para a pureza

A constatação da fácil e farta disponibilidade de pornografia pode levar à perda da esperança de que se possa superar essa tentação sempre presente.
No entanto, algumas atitudes podem tornar possível uma vida pura.

Para aqueles que lutam contra a luxúria, a confissão frequente é essencial.
Além de canalizar a nossa necessidade constante de misericórdia e perdão de Deus, é também uma oportunidade para quebrar um pecado cíclico (isto é, aqueles que se entregam à pornografia muitas vezes sentem-se culpados e, em seguida, amenizam a culpa consumindo mais pornografia).
A vida de oração regular também é importante para viver uma vida de virtude.

Há muitas outras atitudes simples para evitar a tentação da pornografia.
Talvez a maior ferramenta seja é um filtro de internet, que tornará sites pornográficos inacessíveis.[i]

Além disso, posicionar o computador num lugar público na casa e estabelecer um toque de recolher à noite pode evitar momentos de tentação.

Pode ainda colar uma oração em seu computador; hospedar se em hotéis que não exibem pornografia nos seus televisores; fazer um esforço consciente para evitar filmes e revistas que contenham imagens picantes.

Se não consegue parar de ver pornografia por sua própria conta, pode estar enfrentando o vício.
Se a pornografia está prejudicando a sua vida pessoal e até profissional, é importante procurar ajuda.
Esses vícios muitas vezes resultam de feridas do passado, e aqueles que sofrem com elas devem procurar aconselhamento psicológico de um profissional de confiança e, preferencialmente, em linha com o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade.
Se esse tipo de aconselhamento profissional não existe onde mora, procure grupos de apoio e orientação médica.

É fácil pensar que a pornografia é um hábito que pode ser deixado de lado a qualquer momento.
Mas não é tão simples assim.
As consequências e os graves danos são evidentes.

A pornografia não é apenas contrária ao ensinamento moral católico. É um grande mal para todos os envolvidos.
São muitas as vítimas da pornografia: os adolescentes expostos e que se viciam desde cedo, a jovem mãe ou esposa que perdeu o seu marido para o aliciamento sem fim da pornografia, os filhos de pais separados, as raparigas jovens que são exploradas pelo dinheiro e a perversão sexual de outros.

A pornografia é uma distorção extremamente danosa daquilo que deveria gerar unidade e dar frutos: a intimidade sexual projetada por Deus como expressão do amor matrimonial.

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] K9 Web Protection, Safe Eyes, Covenant Eyes

Doutrina - 74

O demónio realmente existe?

…/4

No entanto, a crença cristã é muito diferente da de outras religiões: não existe um “deus do mal”, oposto ao Deus do bem.
Ao contrário, segundo a teologia católica de São Tomás de Aquino, o mal não existe em si mesmo, mas como ausência de bem, como rejeição do amor de Deus.
Segundo a doutrina cristã, o demónio pode incitar o homem ao mal, mas não pode tirar a sua liberdade; não tem poder sobre a sua alma se o homem não lho conceder.

O demónio é um anjo criado por Deus – na tradição cristã, recebe os nomes de Satanás ou Lúcifer – que usou a sua liberdade para se opor ao amor divino.
Deus permite a sua existência e a sua rebeldia, mas o demónio está submetido ao seu Criador, como as demais potências angélicas.

Esta é uma das razões pelas quais a teologia cristã não se preocupou muito com o demónio em si, mas com como Cristo conseguiu a vitória sobre ele e como combater o seu poder na vida cristã.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Temas para meditar - 592

Justiça


Oh vós que sentis mais pesadamente o peso da Cruz!

Vós que sois pobres e desamparados, os que chorais, os que sois perseguidos pela justiça, vós sobre os quais se cala, vós os desconhecidos da dor, tende ânimo; sois os preferidos do reino de Deus, o reino da esperança, da bondade e da vida; sois os irmãos de Cristo paciente, e com Ele, se quereis, salvais o mundo.



(CV II, Mensagem à Humanidade, aos Pobres, aos Enfermos e a Todos os que Sofrem, 6)