25/09/2015

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São Josemaria – Textos

Hom (São Gregório Magno), Humildade, Santidade, São Gregório Magno, Virtudes

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 9 18-22, São Josemaria - Leitura espiritual (Cristo que passa)


Agenda Sexta-Feira

Temas para meditar - 510

Santidade




João perseverou na santidade, porque se manteve humilde no seu coração.



(são gregório magno, Homílias sobre o Evangelho de S. Lucas, 20, 5)

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXV Semana


Evangelho: Lc 9, 18-22

18 Aconteceu que, estando a orar só, se encontravam com Ele os Seus discípulos. Jesus interrogou-os: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». 19 Responderam e disseram: «Uns dizem que és João Baptista, outros que Elias, outros que ressuscitou um dos antigos profetas». 20 Ele disse-lhes: «E vós quem dizeis que sou Eu?». Pedro, respondendo, disse: «O Cristo de Deus». 21 Mas Ele, em tom severo, mandou que não o dissessem a ninguém, 22 acrescentando: «É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, que seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que seja morto e ressuscite ao terceiro dia. 23 Depois, dirigindo-Se a todos disse: «Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias, e siga-Me. 24 Porque quem quiser salvar a sua vida, a perderá; e quem perder a sua vida por causa de Mim, salvá-la-á. 25 Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se se perde a si mesmo ou se faz dano a si? 26 Porque quem se envergonhar de Mim e das Minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na Sua majestade e na de Seu Pai e dos santos anjos.

Comentário:

Quando se dá a vida para seguir Jesus tem-se duas certezas:
A primeira traduz uma escolha de primeira grandeza com recompensas e benefícios incontáveis aqui nesta terra;

A segunda - seguramente a mais importante - é a certeza do prémio final que é a conquista da vida eterna.

(ama, comentário sobre Lc 18 19-22 2014.09.26)


Leitura espiritual



CRISTO QUE PASSA

Oposição a Cristo

Muitos não suportam que Cristo reine.
Opõem-se-lhe de mil maneiras, quer nos planos gerais de governo do mundo e da convivência humana, quer nos costumes, quer na arte ou na ciência.
Até na própria Igreja!
Eu não falo - escreve Santo Agostinho - dos malvados que blasfemam de Cristo.
São raros, efectivamente, os que O blasfemam com a língua, mas são muitos os que O blasfemam com a própria conduta.

Para alguns é molesta a própria expressão Cristo Rei, talvez por uma superficial questão de palavras como se o reinado de Cristo pudesse confundir-se com fórmulas políticas, ou porque a confissão da realeza do Senhor os levaria a admitir uma lei.
E não toleram a lei, mesmo a do amável preceito da caridade, visto que não querem aproximar-se do amor de Deus. São os que só ambicionam servir o seu próprio egoísmo.

O Senhor levou-me a repetir, desde há muito tempo, um grito calado: serviam! servirei.
Que Ele nos aumente essas ânsias de entrega, de fidelidade ao seu chamamento divino - com naturalidade, sem aparato, sem barulho - no meio da rua.
Demos-lhe graças do fundo do coração. Dirijamos-lhe uma oração de súbditos, de filhos! - e a língua e o paladar encher-se-nos-ão de doçura com tal intensidade, que tratar do Reino de Deus nos saberá como a favo de mel, porque se trata dum Reino de liberdade, da liberdade que Ele ganhou para nós.

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Cristo, Senhor do mundo

Gostaria de considerar convosco como esses Cristo, que - terna criança - vimos nascer em Belém, é o Senhor do mundo.
Eis as razões: por Ele foram criados todos os seres nos céus e na Terra; Ele reconciliou com o Pai todas as coisas, restabelecendo a paz entre o Céu e a Terra, por meio do sangue que derramou na Cruz. Hoje Cristo reina, à direita do Pai; aqueles dois anjos de vestes brancas declararam aos discípulos que, atónitos, estavam a contemplar as nuvens, depois da Ascensão do Senhor: Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o Céu? Esse Jesus, que vos foi arrebatado para o Céu, virá da mesma maneira, como agora O vistes partir para o Céu.

Por Ele reinam os reis, com a diferença de que os reis, as autoridades humanas, passam e o reino de Cristo permanecerá por toda a eternidade, o seu reino é um reino eterno e o seu domínio perdurará de geração em geração.

O reino de Cristo não é um modo de dizer, nem uma imagem de retórica. Cristo vive, também como homem, com aquele mesmo corpo que assumiu na Encarnação, que ressuscitou depois da Cruz e subsiste glorificado na Pessoa do Verbo juntamente com a sua alma humana. Cristo, Deus e Homem verdadeiro, vive e reina e é o Senhor do mundo.
Só por Ele se mantém na vida tudo o que vive.

Mas então porque é que não aparece agora em toda a sua glória? Porque o seu reino não é deste mundo, ainda que esteja no mundo. Replicou Jesus a Pilatos: Eu sou Rei! Para isto nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
Aqueles que esperavam do Messias um poderio temporal visível, enganavam-se: porque o Reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em paz, justiça e alegria no Espírito Santo.

Verdade e justiça, paz e júbilo no Espírito Santo.
Esse é o reino de Cristo.
A acção divina que salva os homens culminará com o fim da história, quando o Senhor, que Se senta no mais alto do paraíso, vier julgar definitivamente os homens.

Quando Cristo inicia a sua pregação na Terra, não oferece um programa político, mas diz: fazei penitência, porque está perto o reino dos Céus.
Encarrega os seus discípulos de anunciar esta boa nova e ensina a pedir, na oração, a chegada do reino, isto é o reino dos Céus e a sua justiça, uma vida santa, aquilo que temos de procurar em primeiro lugar, a única coisa verdadeiramente necessária.

A salvação pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo é um convite dirigido a todos: o reino dos céus é semelhante a um rei, que fez as núpcias de seu filho.
E mandou os seus servos chamar convidados para as núpcias.
Por isso, o Senhor revela que o reino dos Céus está no meio de vós.

Ninguém se encontra excluído da salvação se adere livremente às exigências amorosas de Cristo: nascer de novo fazer-se como menino, na simplicidade de espírito; afastar o coração de tudo aquilo que aparte de Deus.
Jesus quer factos; não só palavras; e um esforço, denodado, porque apenas aqueles que lutam serão merecedores da herança eterna.

A perfeição do reino - o juízo definitivo de salvação ou de condenação - não se dará na Terra.
Agora o reino é como uma semente, como o crescimento do grão de mostarda.
O seu fim será como a rede que apanhava toda a espécie de peixes, donde - depois de trazida para a areia - serão extraídos, para destinos diferentes, os que praticaram a justiça e os que fizeram a iniquidade.
Mas, enquanto aqui vivemos, o reino assemelha-se à levedura que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até que toda a massa ficou fermentada.

Quem compreender o reino que Cristo propõe, reconhece que vale a pena jogar tudo para o conseguir: é a pérola que o mercador adquire à custa de vender tudo o que possui, é o tesoiro encontrado no campo.
O reino dos céus é uma conquista difícil e ninguém tem a certeza de o alcançar, embora o clamor humilde do homem arrependido consiga que se abram as suas portas de par em par.
Um dos ladrões que foram crucificados com Jesus suplica-Lhe: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E Jesus disse-lhe: Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no paraíso.

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O reino da alma

Como, és grande, Senhor, Nosso Deus!
Tu és quem dá à nossa vida sentido sobrenatural e eficácia divina.
Tu és a causa de que, por amor de teu filho, com todas as forças do nosso ser, com a alma e com o corpo, possamos repetir: oportet illum regnare!, enquanto ressoa o eco da nossa debilidade, porque sabes que somos criaturas - e que criaturas! - feitas de barro, dos pés à cabeça, sem esquecer o coração. Perante o divino, vibraremos exclusivamente por Ti.

Cristo deve reinar, em primeiro lugar, na nossa alma.
Mas como Lhe responderíamos, se Ele nos perguntasse: como é que tu Me deixas reinar em ti?
Eu responder-lhe-ia que para que Ele reine em mim, preciso da sua graça abundante, pois só assim é que o mais imperceptível pulsar do meu coração, a menor respiração, o olhar menos intenso, a palavra mais corrente, a sensação mais elementar se traduzirão num hossana ao meu Cristo Rei.

Se pretendemos que Cristo reine, temos de ser coerentes, começando por Lhe entregar o nosso coração.
Se não o fizéssemos, falar do reino de Cristo seria vozearia sem substância cristã, manifestação exterior de uma fé inexistente, utilização fraudulenta do nome de Deus para compromissos humanos.

Se a condição para que Jesus reinasse na minha alma, na tua alma, fosse contar previamente em nós com um lugar perfeito, teríamos razão para desesperar.
Mas não temas, filha de Sião; eis que o teu Rei vem montado num jumentinho.
Vedes?
Jesus contenta-se com um pobre animal por trono.
Não sei o que se passa convosco, mas a mim não me humilha reconhecer-me aos olhos do Senhor como um jumento: fui diante de ti como um jumento.
Porém, estarei sempre contigo: tomaste-me pela minha mão direita, tu és quem me leva pela arreata.

Pensai nas características dum jumento, agora que vão ficando tão poucos.
Não falo dum burro velho e teimoso, rancoroso, que se vinga com um coice traiçoeiro, mas dum burriquito jovem, com as orelhas tesas como antenas, austero na comida, duro no trabalho, com o trote decidido e alegre.
Há centenas de animais mais formosos, mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo preferiu este para se apresentar como rei diante do povo que O aclamava, porque Jesus não sabe que fazer da astúcia calculadora, da crueldade dos corações frios, da formosura vistosa mas vã. Nosso Senhor ama a alegria dum coração moço, o passo simples, a voz sem falsete, os olhos limpos, o ouvido atento à sua palavra de carinho.
E é assim que reina na alma.

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Reinar servindo

Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens.
Serviço.
Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue.
Se os cristãos soubessem servir! Vamos confiar ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar esta tarefa de serviço, porque só servindo é que poderemos conhecer e amar Cristo e dá-Lo a conhecer e conseguir que os outros O amem mais.

Como o mostraremos às almas?
Com o exemplo: que sejamos testemunho seu, com a nossa voluntária servidão a Jesus Cristo em todas as nossas actividades, porque é o Senhor de todas as realidades da nossa vida, porque é a única e a última razão da nossa existência.
 Depois, quando já tivermos prestado esse testemunho do exemplo, seremos capazes de instruir com a palavra, com a doutrina.
Assim procedeu Cristo: coepit facere et docere, primeiro ensinou com obras, e só depois com a sua pregação divina.

Servir os outros, por Cristo, exige que sejamos muito humanos.
Se a nossa vida é desumana, Deus nada edificará nela, porque habitualmente não constrói sobre a desordem, sobre o egoísmo, sobre a prepotência.
Precisamos de compreender todas as pessoas, temos de conviver com todos, temos de desculpar todos, temos de perdoar a todos. Não diremos que o injusto é o justo, que a ofensa a Deus não é ofensa a Deus, que o mau é bom.
Todavia, perante o mal, não responderemos com outro mal, mas com a doutrina clara e com a boa acção; afogando o mal em abundância de bem. Assim Cristo reinará na nossa alma e nas almas dos que nos rodeiam.

Alguns procuram construir a paz no mundo sem porem amor de Deus nos seus corações, sem servirem por amor de Deus as criaturas. Como será possível realizar desse modo uma missão de paz?
A paz de Cristo é a paz do reino de Cristo; e o reino de Nosso Senhor há-de alicerçar-se no desejo de santidade, na disposição humilde para receber a graça, numa, esforçada acção de justiça, num divino derramamento de amor.

(cont)



Examina-te: devagar, com valentia

Exame. – Tarefa diária. – Contabilidade que nunca descura quem dirige um negócio. E há negócio que valha mais do que o negócio da vida eterna? (Caminho, 235)

Examina-te: devagar, com valentia. – Não é certo que o teu mau humor e a tua tristeza sem motivo (sem motivo, aparentemente) procedem da tua falta de decisão em cortares os laços subtis, mas "concretos", que te armou – arteiramente, com paliativos – a tua concupiscência? (Caminho, 237)

Acaba sempre o teu exame com um acto de Amor – dor de Amor – : por ti, por todos os pecados dos homens... – E considera o cuidado paternal de Deus, que afastou de ti os obstáculos para que não tropeçasses. (Caminho, 246)

Há um inimigo da vida interior, pequeno, tolo, mas muito eficaz, desgraçadamente: o pouco empenho no exame de consciência. (Forja, 109)

Não esperes pela velhice para ser santo: seria um grande erro!

Começa agora, seriamente, gozosamente, alegremente, através das tuas obrigações, do teu trabalho, da vida quotidiana...


Não esperes pela velhice para ser santo, porque, além de ser um grande erro – insisto –, não sabes se chegará para ti. (Forja, 113)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?