24/10/2020

Festa Litúrgica

 


                             

                      Clicar 👉                   SANTO ANTóNIO MARIA CLARETT

Outubro - Mês do Rosário

MISTÉRIOS DO EVANGELHO [i]

Terceiro Mistério 


A Família de Jesus Cristo

Todo aquele que escuta e faz a Vontade de Meu Pai, que está nos céus, é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe”. (Cfr. Mt 12, 46-50)
Porque é que Cristo tratou, aparentemente, com indiferença a sua Mãe?
Não se tratava de uma mãe qualquer, mas de uma Mãe virgem.
Maria, com efeito, recebeu o dom da fecundidade sem prejuízo da sua integridade: Foi virgem ao conceber, no parto e perpétuamente.
No entanto, o Senhor relegou uma Mãe tão excelente para que o afecto materno não O impedisse de realizar a obra começada.
Que fazia Cristo?
Evangelizava as gentes, destruía o homem velho e edificava um novo, libertava as almas, iluminava as inteligências obscurecidas, realizava todo o tipo de boas obras. Todo o Seu Ser Se abrasava em tão santa empresa. E nesse momento anunciaram-Lhe o afecto da carne. Já ouvistes o que respondeu, para que o vou repetir?
Estejam atentas as mães, para que com o seu carinho não dificultem as boas obras dos seus filhos. E se pretendem impedi-las ou põem obstáculos para atrasar o que não podem anular, sejam desprezadas pelos filhos.
Mais ainda, atrevo-me a dizer que sejam desdenhadas, desdenhadas por piedade. Se a Virgem Maria foi assim tratada, porque há-de aborrecer-se a mulher — casada ou viúva — quando o seu filho, disposto a fazer o bem, a despreze?
Dir-me-ás: Então, comparas o meu filho com Cristo?
E respondo-te: Não, não o comparo com Cristo, nem a ti com Maria.
Cristo não condenou o afecto materno, mas mostrou com o Seu exemplo sublime que se deve postergar a própria mãe para realizar a obra de Deus (...).
Como podemos interpretar que também somos mães de Cristo? 
Atrever-me-ei a dizer que o somos?
Sim, atrevo-me a dizê-lo.
Acaso a Virgem Maria — eleita para que dela nos nascesse a salvação e criada por Cristo antes que Cristo fosse nela criado — não cumpria a vontade do Pai?
Sem dúvida que a cumpriu, e perfeitamente.
Santa Maria, que pela fé acreditou e concebeu, teve em mais ser discípula de Cristo do que Mãe de Cristo.
Recebeu maiores ditas como discípula do que como Mãe.
Maria era já bem-aventurada antes de dar à luz, porque levava no seu seio o Mestre.
Repara se não é verdade o que digo. Ao ver o Senhor que caminhava entre a multidão e fazia milagres, uma mulher exclamou: «bem-aventurado o ventre que Te trouxe!». Mas o Senhor, para que não procurássemos a felicidade na carne, o que é que responde? «Antes bem-aventurados, os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».
Depois, Maria é bem-aventurada porque ouviu a palavra de Deus e guardou-a: Conservou a verdade na mente melhor do que a carne no seu seio.
Cristo é Verdade, Cristo é Carne.
Cristo Verdade estava na alma de Maria, Cristo Carne encerrava-se no seu seio; mas o que se encontra na alma é melhor do que o que se concebe no ventre.
Maria é Santíssima e Bem-aventurada. No entanto, a Igreja é mais perfeita do que a Virgem Maria.
Porquê?
Porque Maria é uma porção da Igreja, um membro santo, excelente, supereminente, mas afinal membro de um corpo inteiro.
O Senhor É a Cabeça, e o Cristo Total É Cabeça e Corpo.
Que direi então?
A nossa Cabeça é divina: Temos Deus como Cabeça.
Vós, caríssimos, também sois membros de Cristo, sois corpo de Cristo.
Vede como sois o que Ele disse: «Eis Minha mãe e Meus irmãos».
Como sereis mãe de Cristo?
O próprio Senhor nos responde: «Todo aquele que escuta e faz a Vontade de Meu Pai, que está nos céus, é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe».
Olhai, entendo o de irmão e o de irmã, porque única é a herança; e descubro nestas palavras a misericórdia de Cristo: Sendo O Unigénito, quis que fossemos herdeiros do Pai, co-herdeiros com Ele.
 A Sua herança é tal, que não pode diminuir ainda que participe dela uma multidão.
Entendo, pois, que somos irmãos de Cristo, e que as mulheres santas e fiéis são Suas irmãs.
Mas como podemos interpretar que também somos mães de Cristo? Atrever-me-ei a dizer que o somos?
Sim, atrevo-me a dizê-lo.
Se antes afirmei que sois irmãos de Cristo, como não vou a afirmar agora que sois Sua mãe?
Porventura poderia negar as palavras de Cristo?
Sabemos que a Igreja é Esposa de Cristo, e também, embora seja mais difícil de entender, que é Sua Mãe.
A Virgem Maria adiantou-se como tipo da Igreja.
Porquê — pergunto-vos — é Maria Mãe de Cristo, mas porque deu à luz os membros de Cristo?
E a vós, membros de Cristo, quem vos deu à luz?
Ouço a voz do vosso coração: A Madre Igreja!
Semelhante a Maria, esta Mãe santa e honrada, ao mesmo tempo dá à luz e é virgem.
Vós mesmos sois prova do primeiro: nascestes dela, como Cristo, de Quem sois membros.
Da sua virgindade não me faltarão testemunhos divinos.
Adianta-te ao povo, bem-aventurado Paulo, e serve-me de testemunha. Eleva a voz para dizer o que quero afirmar: Desposei-vos para vos apresentar como virgem pura, a um único esposo, a Cristo; mas temo que assim como a serpente seduziu Eva com a sua astúcia, assim também percam as vossas mentes a castidade que está em Cristo Jesus.
Conservai, pois, a virgindade nas vossas almas, que é a integridade da fé católica.
Aí onde Eva foi corrompida pela palavra da serpente, aí deve ser virgem a Igreja com a graça do Omnipotente.
Portanto, os membros de Cristo dêem à luz na mente, como Maria iluminou Cristo no seu seio, permanecendo virgem.
Desse modo sereis mães de Cristo.
Esse parentesco não vos deve estranhar nem repugnar: Fostes filhos, sede também mães.
Ao ser baptizados, nascestes como membros de Cristo, fostes filhos da Mãe.
Trazei agora ao lavatório do Baptismo aqueles que possais; e assim como fostes filhos pelo vosso nascimento, podereis ser mães de Cristo conduzindo os que vão renascer”. (Santo Agostinho, Sermão 72 A, 3. 7-8)

Eu, pobre homem, sou da Família de Cristo!

Que honra!

Que dignidade!


(AMA, 2019)


[i] Escolhi este título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e “alcance” nos escapa.

Filosofia, Religião, Vida Humana.

 



Teologia do Sacrosanctum Concilium 9 

5 – Na liturgia terrena participamos da liturgia celeste

Geralmente, quem preside à missa introduz o Santo, convidando a cantá-lo em comunhão com os anjos e os santos do céu. Esta não é uma linguagem figurativa, mas sacramental-real. Para toda a liturgia vale o que a constituição do Concílio Vaticano II sobre a liturgia diz da liturgia das horas: “O sumo sacerdote do novo e eterno testamento, Cristo Jesus, assumindo a natureza humana, trouxe para esse exílio terrestre aquele hino que é cantado por todo o sempre nas habitações celestes” (SC 83). De facto, ele que está à direita do Pai, nos fala na proclamação e explicação da Palavra e com ele e por ele nós nos dirigimos ao Pai, unidos no Espírito Santo; estando, portanto, em íntima comunhão com as três pessoas da Santíssima Trindade, participando da sua acção, como partilhamos também a vida divina, por força do nosso baptismo. Por isso, a constituição sobre a liturgia pode com todo direito dizer: “Na liturgia terrena, antegozando, participamos da liturgia celeste, que se celebra na Cidade Santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos” (SC 8).

Certamente poder-se-ia dizer muito mais sobre a liturgia. Mas também não há dúvida de que o Concílio Vaticano II no início da constituição sobre a liturgia, nos artigos aos quais nos referimos neste estudo, nos diga aquilo que é o mais pertinente, o essencial que se possa e deva dizer sobre a natureza da liturgia: Que ela é um momento da história da salvação, porque nela se leva a efeito a obra redentora de Jesus Cristo, pelo exercício do seu sacerdócio, da cabeça e dos membros do seu corpo místico.

(P. Gregório Lutz, CSSp)

Conversei com Ele?

 


É possível que te assuste esta palavra: meditação. Faz-te lembrar livros de capas negras e velhas, ruído de suspiros ou rezas como cantilenas rotineiras... Mas isso não é meditação. Meditar é contemplar, considerar que Deus é teu Pai, e tu seu filho, necessitado de ajuda; e depois dar-lhe graças pelo que já te concedeu e por tudo o que te há-de dar. (Sulco, 661)

 

 Para o teu exame diário: – Deixei passar alguma hora sem falar com o meu Pai, Deus? Conversei com Ele com amor de filho? Acredita que és capaz!! (Sulco, 657)

 

O único meio de conhecer Jesus: privar com Ele! N'Ele encontrarás sempre um Pai, um Amigo, um Conselheiro e um Colaborador para todas as actividades honestas da tua vida quotidiana...

E, com esse convívio, gerar-se-á o Amor. (Sulco, 662)

 

«Fica connosco, porque anoitece!...». Foi eficaz a oração de Cléofas e do companheiro.

Que pena, se tu e eu não soubéssemos "deter" Jesus que passa! Que dor, se não Lhe pedirmos que fique connosco! (Sulco, 671)

Reflexão

 



Vontade de Deus

 

Na verdade, o homem, apenas se deve apegar a uma única realidade: a Vontade de Deus.

 

Tudo o que exerce domínio sobre ti, fecha-te a Deus e enfraquece a tua fé.

 

(Tadeus Dajczer, Meditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 31)

Virtudes 24



Fidelidade 1

Uma fidelidade que se renova

A festa de São José coloca diante dos nossos olhos a beleza de uma vida fiel. José confiava em Deus: por isso pôde ser o seu homem de confiança na terra para cuidar de Maria e de Jesus e é, a partir do Céu, um pai bom que cuida da nossa fidelidade.

São José, vir fidelis et iustus (Cfr. Pv 28,20), era fiel e justo pelo amor que enchia a sua alma e o fazia amar os caminhos que a Providencia divina tinha traçado para ele. “José abandonou-se sem reservas nas mãos de Deus, mas nunca recusou refletir sobre os acontecimentos e, assim, pôde alcançar do Senhor esse grau de inteligência das obras de Deus, que é a verdadeira sabedoria. Deste modo aprendeu, pouco a pouco, que os desígnios sobrenaturais têm uma coerência divina que está, por vezes, em contradição com os planos humanos (São Josemaria, Cristo que passa, 42). São José deve ter renovado a sua fidelidade ao longo do andar humano do Verbo divino: na surpresa da anunciação, durante o censo em Belém, ao enfrentar a fuga para o Egipto, e também quando o menino esteve perdido em Jerusalém e o encontrou no templo... Com obediência inteligente, rápida e alegre, fez o que Deus lhe pediu.

SÃO JOSÉ «APRENDEU, POUCO A POUCO, QUE OS DESÍGNIOS SOBRENATURAIS TÊM UMA COERÊNCIA DIVINA, QUE ESTÁ, ÀS VEZES EM CONTRADIÇÃO COM OS PLANOS HUMANOS» (SÃO JOSEMARIA)

Ao longo da existência, a fidelidade renova-se. Uma pessoa casada renova o seu amor todos os dias e de modo especial nalguns aniversários. Assim esse amor cresce sempre mais. Quando se segue uma chamada de Jesus Cristo, actualiza-se também uma decisão de entrega por amor. Quando, pela primeira vez, se diz sim à chamada, não se sabe tudo o que Deus vai pedir, mas a pessoa já quer dar-se de todo e para sempre

Pequena agenda do cristão

 

SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?