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Textos de S. Josemaria
Escrivá
Trabalhemos,
e trabalhemos muito e bem, sem esquecer que a nossa melhor arma é a oração. Por
isso, não me canso de repetir que havemos de ser almas contemplativas no meio
do mundo que procuram converter o seu trabalho em oração. (Sulco,
497)
Convencei-vos
de que não se torna difícil converter o trabalho num diálogo de oração. Basta
oferecê-lo a Deus e meter mãos à obra, pois Ele já nos está a ouvir e a
alentar. Assim, nós, no meio do trabalho quotidiano, conquistamos o modo de ser
das almas contemplativas, porque nos invade a certeza de que Deus nos olha,
sempre que nos pede uma nova e pequena vitória: um pequeno sacrifício, um
sorriso à pessoa importuna, começar pela tarefa menos agradável e mais urgente,
ter cuidado com os pormenores de ordem, ser perseverante no dever quando era
tão fácil abandoná-lo, não deixar para amanhã o que temos de terminar hoje... E
tudo isto para dar gosto ao Nosso Pai Deus! Entretanto, talvez sobre a tua mesa
ou num lugar discreto que não chame a atenção, para te servir de despertador do
espírito contemplativo, pões o crucifixo, que já se tornou para a tua alma e
para a tua mente o manual onde aprendes as lições de serviço.
Se
te decidires – sem fazer coisas esquisitas, sem abandonar o mundo, no meio das
tuas ocupações habituais – a entrar por estes caminhos de contemplação,
sentir-te-ás imediatamente amigo do Mestre e com o encargo divino de abrir os
caminhos divinos da terra a toda a humanidade. Sim, com esse teu trabalho
contribuirás para que se estenda o reinado de Cristo em todos os continentes e
seguir-se-ão, uma atrás da outra, as horas de trabalho oferecidas pelas
longínquas nações que nascem para a fé, pelos povos do leste barbaramente
impedidos de professar com liberdade as suas crenças, pelos países de antiga
tradição cristã onde parece que se obscureceu a luz do Evangelho e as almas se
debatem nas sombras da ignorância...
Que
valor adquire então essa hora de trabalho, esse continuar com o mesmo empenho
durante um pouco mais de tempo, alguns minutos mais, até rematar a tarefa.
Convertes assim, de um modo prático e simples, a contemplação em apostolado,
como necessidade imperiosa do coração, que pulsa em uníssono com o dulcíssimo e
misericordioso Coração de Jesus, Nosso Senhor. (Amigos de Deus, 67)