30/01/2013

Leitura espiritual para 30 de Jan


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Evangelho diário e comentário


   

T. Comum – III Semana









Evangelho: Mc 4, 1-20

1 Começou de novo a ensinar à beira-mar; e juntou-se à Sua volta tão grande multidão que teve de subir para uma barca e sentar-Se dentro dela, no mar, enquanto toda a multidão estava em terra na margem. 2 E ensinava-lhes muitas coisas por meio de parábolas. Dizia-lhes segundo o Seu modo de ensinar: 3 «Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear. 4 E ao semear, uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e vieram as aves do céu e comeram-na. 5 Outra parte caiu entre pedregulhos, onde tinha pouca terra, e logo nasceu, por não ter profundidade a terra; 6 mas, quando saiu o sol, foi queimada pelo calor e, como não tinha raíz, secou. 7 Outra parte caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa; e deu fruto que vingou e cresceu, e um grão deu trinta, outro sessenta e outro cem». 9 E acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». 10 Quando Se encontrou só, os doze, que estavam com Ele, interrogaram-n'O sobre a parábola. 11 Disse-lhes: «A vós é concedido conhecer o mistério do reino de Deus; porém, aos que são de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, 12 para que, olhando não vejam, e ouvindo não entendam; não aconteça que se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados». 13 E acrescentou: «Não entendeis esta parábola? Então como entendereis todas as outras? 14 O que o semeador semeia é a palavra. 15 Uns encontram-se ao longo do caminho onde ela é semeada; mas logo que a ouvem vem Satanás tirar a palavra semeada neles. 16 Outros recebem a semente em terreno pedregoso; ouvem a palavra, logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raízes em si mesmos, são inconstantes; depois, levantando-se a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente. 18 Outros recebem a semente entre espinhos; ouvem a palavra, 19 mas os cuidados mundanos, a sedução das riquezas e as outras paixões, entrando, afogam a palavra, e ela fica infrutuosa. 20 Aqueles que recebem a semente em terra boa, são os que ouvem a palavra, recebem-na, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, e outro a cem por um».

Comentário:

O semeador tem um trabalho a fazer: semear! Deram-lhe a semente não para a guardar para si, o que não feria sentido, mas sim para a distribuir pra outros se poder aproveitar dela. Ora, para isso, é necessário semear sem esitações ou pruridos sobre a qualidade ou capacidade daqueles que irão receber a semente.

O grande erro do semeador seria não deitar a semente por temor a que uma parte caísse num local pouco propício para que frutificasse: deixar de falar de Cristo por temor a não saber semear bem a semente, ou a que alguém possa interpretar mal as nossas palavras, ou nos diga que não lhe interessam, ou… (Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus, Tempo Comum, 3ª Sem., 4ª F)”

“Todos por conseguinte, os que semeiam e os que colhem, os que plantam e os que regam, hão-de ser necessariamente uma só coisa, a fim de que “procurando unidos o mesmo fim, livre e ordenadamente”, dediquem os seus esforços com unanimidade à edificação da Igreja. (Concílio Vaticano II, Decreto Ad gentes, 28)

É preciso, também, ter presente que, raramente quem colhe é o semeou, não é este o seu encargo. Querer a todo o custo ver a seara pode esconder o verdadeiro sentido de serviço e albergar algum sentimento de vã glória.

Por isso mesmo convém, sumamente, orientar a sementeira de acordo com as instruções do Director Espiritual que sabe muito onde e como semear e, até, a ocasião mais oportuna para o fazer. Seguindo este critério, semeemos pois a semente de Deus e, Ele, a fará frutificar independentemente do ‘terreno’ onde foi lançada.

(ama, comentário sobre Lc 4, 1-20, 2012.12.28)
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Aproveita-se muitas vezes o fim de um ano e o começo de outro, para, fazendo uma espécie de exame de consciência, se reflectir sobre o que fizemos mal e precisamos, portanto, mudar no ano que vai começar.
Nós, cristãos católicos, a essa mudança “provocada” por um exame de consciência, iluminada pelo Espírito Santo, chamamos caminho de conversão.
Ao reflectirmos sobre esse caminho de conversão podemos deter-nos em duas passagens da Bíblia, que nos ajudam a perceber se queremos realmente fazer esse caminho, ou se pretendemos continuar a caminhar na “ilusão” de que estamos no caminho de conversão.
A primeira passagem bíblica que podemos ter em conta é narrada em Marcos 10, 17-22, (e também em Mt 19, 16-26 ou Lc 18, 18-27), e conta-nos a história do jovem/homem rico que se aproximou de Jesus para inquirir como fazer para alcançar a vida eterna.
Ele cumpria escrupulosamente a Lei, mas quando Jesus lhe disse para deixar tudo para O poder seguir, «retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.»
Ora estes “bens”, podem não ser, para cada um de nós, bens materiais, mas sim outro tipo de atitudes a que podemos chamar “bens”, pois, tal como ao jovem/homem rico, nos impedem também de caminhar na conversão a que Jesus nos chama.
E esses “bens” podem ser a convicção de que cumprimos tudo o que nos é pedido, que não fazemos mal a ninguém, que rezamos o indispensável, que temos as nossas certezas sobre a Doutrina, sobre como interpretar a Palavra, enfim, a firme convicção de que estamos no caminho certo e como tal, não estamos abertos a mudar nada, porque é nessa vida sem mais exigências, que acreditamos seguir a Cristo.
Por isso, quando nos é pedido que larguemos tudo para O seguir, ou seja, que reflictamos no que precisamos mudar, olhamos para o lado e retiramo-nos pesarosos, embora querendo convencermo-nos de que estamos no caminho certo.
A segunda passagem bíblica encontramo-la em Lucas 6, 27-32, (e também em Mc 2, 13-17 ou Mt 9, 9-13), e descrevo-nos como Jesus chamou um cobrador de impostos, dizendo-lhe, «segue-me», «e ele deixando tudo, levantou-se e seguiu-o»
Encontramos ainda a mesma forma de proceder no chamamento de Zaqueu, relatado em Lucas 19, 1-16.
Estes homens não cuidaram de olhar para trás, não se detiveram a reflectir sobre o que estava certo ou errado nas suas vidas, mas “apenas” acolheram o chamamento de Jesus Cristo, e largando tudo, seguiram-No.
Sabendo-se pecadores, acolheram a salvação que Deus lhes proporcionava e seguiram-No, na convicção de que Ele lhes mostraria o caminho a seguir, com tudo o que era preciso mudar.
Por isso lemos, por exemplo, que Zaqueu logo emendou a sua vida e não só reparou o mal que tinha feito, como passou a fazer o bem.
Não fazer o mal é bom, mas não chega!
Fazer o bem é melhor e é seguir a Jesus Cristo, que “apenas” fez o bem.
Todos temos muitas coisas para mudar no nosso caminho de conversão, por isso mesmo, só na atitude de “deixar tudo”, “levantarmo-nos” e “seguirmos Jesus”, é que vamos encontrar as promessas a fazer neste novo ano, para fazermos o caminho diário de conversão.
E este “levantarmo-nos” não é despiciendo, porque significa sairmos da rotina, sairmos do “tanto faz” em que tantas vezes caímos, sairmos de uma vivência “religiosa” só para nós, para nos contentarmos a nós próprios, para “erguidos”, passarmos a ser cristãos activos, proclamadores da Palavra, em actos e orações, testemunhas de Cristo, guiados pelo Espírito Santo em Igreja.
Assim as “novas” promessas que fizermos de mudança de vida, terão sentido no Novo Ano, que o será todos os dias, porque em todos os dias Ele está connosco, e porque Ele «renova todas as coisas.» Ap 21, 5
Marinha Grande, 4 de Janeiro de 2013
Nota:
Editorial que escrevi para o "Grãos de Areia", Boletim Mensal da Paróquia da Marinha Grande, deste mês de Janeiro.
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Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 41


Recorrer ao Espírito Santo

41. Assim como Jesus Cristo pregou a boa nova sob o impulso do Espírito Santo (cfr. Lc 4, 14), assim os cristãos têm de recorrer cheios de confiança ao Paráclito, como recomendava o beato João Paulo II, quando se aproximava o Jubileu do ano 2000. «Nos compromissos primários (…), escreveu numa Carta apostólica, inclui-se, portanto a redescoberta da presença e ação do Espírito que age na Igreja quer sacramentalmente, sobretudo mediante a Confirmação, quer através de múltiplos carismas, cargos e ministérios por Ele suscitados para o bem dela» 76.

Nada mais lógico, portanto, que no apostolado pessoal e em qualquer trabalho apostólico contemos acima de tudo com a consoladora realidade de que o Espírito Santo actua sem cessar, a fim de santificar as almas, embora geralmente leve a cabo a sua acção em silêncio. Ele é, «também, na nossa época, o agente principal da nova evangelização (…), Aquele que constrói o Reino de Deus no curso da história e prepara a sua plena manifestação em Jesus Cristo, animando os homens no mais íntimo deles mesmos e fazendo germinar dentro da existência humana os gérmenes da salvação definitiva que acontecerá no fim dos tempos» 77. Não duvidemos: se recorrermos com fé ao Consolador, Ele porá nas nossas bocas a palavra acertada, a sugestão oportuna, a correção amável e humilde ante condutas erradas, que ajudarão essas pessoas a reagir.

Cultivemos seriamente, portanto, o trato com o Espírito Santo, porque, como também ensinava S. Josemaria, falando da catuação do Senhor nos filhos fiéis, «Deus não só passa, mas permanece em nós. Para dizê-lo de alguma maneira, está no centro da nossa alma em graça, dando sentido sobrenatural às nossas ações, desde que não nos oponhamos e O expulsemos dali pelo pecado. Deus está escondido em vós e em mim, em cada um» 78.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:
76 Beato João Paulo II, Carta Apost. Tértio millénnio adveniénte, 10-XI-1994, n. 45.
77 Beato João Paulo II, Carta Apost. Tértio millénnio adveniénte, 10-XI-1994, n. 45.
78 S. Josemaria, Notas de uma reunião familiar, 8-XII-1971.

Devemos santificar todas as realidades


A tua tarefa de apóstolo é grande e formosa. Estás no ponto de confluência da graça com a liberdade das almas; e assistes ao momento soleníssimo da vida de alguns homens: o seu encontro com Cristo. (Sulco, 219)

Estamos no Natal. Acodem-nos à memória os diversos factos e circunstâncias que rodearam o nascimento do Filho de Deus e o olhar detém-se na gruta de Belém, no lar de Nazaré. Maria, José, Jesus Menino ocupam de modo muito especial o centro do nosso coração. Que diz, que nos ensina a vida, simples e admirável ao mesmo tempo, dessa Sagrada Família?

Entre as muitas considerações que poderíamos fazer, agora quero escolher sobretudo uma., Como refere a Escritura, o nascimento de Jesus significa o início da plenitude dos tempos, o momento escolhido por Deus para manifestar plenamente o seu amor aos homens, entregando-nos o seu próprio Filho. Essa vontade divina realiza-se no meio das circunstâncias mais normais e correntes: uma mulher que dá à luz, uma família, uma casa. A omnipotência divina, o esplendor de Deus passam através das coisas humanas, unem-se às coisas humanas. Desde esse momento, nós, os cristãos, sabemos que, com a graça do Senhor, podemos e devemos santificar todas as realidades sãs da nossa vida. Não há situação terrena, por mais pequena e vulgar que pareça, que não possa ser a ocasião de um encontro com Cristo e uma etapa da nossa caminhada para o Reino dos Céus.

Por isso, não é de estranhar que a Igreja se alegre, que rejubile, contemplando a modesta morada de Jesus, Maria e José. (Cristo que passa, 22)