
Olhai
que o Senhor anseia por nos conduzir com passos maravilhosos, divinos e
humanos, que se traduzem numa abnegação feliz, de alegria com dor, de esquecimento
de nós mesmos. Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo. Um conselho
que já todos ouvimos. Temos de nos decidir a segui-lo de verdade: que o Senhor
se sirva de nós para que, metidos em todas as encruzilhadas do mundo – e
estando nós metidos em Deus – sejamos sal, levedura, luz. Tu, em Deus, para
iluminar, para dar sabor, para aumentar, para fermentar.
Mas
não te esqueças de que não somos nós quem cria essa luz; apenas a reflectimos.
Não somos nós quem salva as almas, levando-as a praticar o bem. Somos apenas um
instrumento, mais ou menos digno, para os desígnios salvíficos de Deus. Se
alguma vez pensássemos que o bem que fazemos é obra nossa, voltaria a soberba,
ainda mais retorcida; o sal perderia o sabor, a levedura apodreceria, a luz converter-se-ia
em trevas. (Amigos de Deus, 250)