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Textos de
S. Josemaria Escrivá
O trabalho é a vocação original do homem; é uma
bênção de Deus; e enganam-se lamentavelmente aqueles que o consideram um
castigo. O Senhor, o melhor dos pais, colocou o primeiro homem no Paraíso –
"ut operaretur", para trabalhar. (Sulco,
482)
O trabalho acompanha necessariamente a vida do
homem sobre a terra. Com ele nascem o esforço, a fadiga, o cansaço, as manifestações
de dor e de luta que fazem parte da nossa existência humana actual e que são
sinais da realidade do pecado e da necessidade da redenção. Mas o trabalho, em
si mesmo, não é uma pena nem uma maldição ou castigo: os que assim falam não
leram bem a Sagrada Escritura.
É a hora de nós, os cristãos, dizermos bem alto que
o trabalho é um dom de Deus e que não tem nenhum sentido dividir os homens em
diversas categorias segundo os tipos de trabalho, considerando umas tarefas
mais nobres do que outras. O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da
dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação. É um meio de
desenvolvimento da personalidade. É um vínculo de união com os outros seres;
fonte de recursos para sustentar a família; meio de contribuir para o
melhoramento da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a
Humanidade.
Para um cristão, essas perspectivas alargam-se e
ampliam-se, porque o trabalho aparece como participação na obra criadora de
Deus que, ao criar o homem, o abençoou dizendo-lhe: Procriai e multiplicai-vos
e enchei a terra e subjugai-a, e dominai sobre todo o animal que se mova à superfície
da terra. (Cristo que passa, 47)