Não criar falsas necessidades: há coisas que parecem indispensáveis e não o são. Recordo que há alguns anos quando calcorreava com toda a minha ilusão de sacerdote jovem pelos bairros afastados de Madrid, me contaram de umas senhoras - que ocupavam muitas horas do dia em trabalhos de caridade, com os pobres daqueles bairros - que não mais aceso dos invernos encontraram um menino que não se podia dizer que estivesse mal vestido, porque o que estava era quase nu. Dizia uma daquelas senhoras, cheia de compaixão cristã: «meu filho, não tens frio?» E o pequeno respondeu: «Têm as senhoras frio na cara? Não? Pois para mim, é tudo cara!»
Com esta história, quero recordar-vos para que não esqueçam nunca, que não deveis sobrecarregar-vos com pretensões absolutamente artificiais, que afinal não são mais que comodidade.
(Instrucciones, 1936.05.31, nr. 25)