Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
28/09/2018
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Temas para reflectir e meditar
Não é necessário pertencer
a uma congregação, por exemplo, para ser dirigido particularmente por membro
dessa congregação. Aliás há pessoas consagradas que procuram direcção
espiritual fora da congregação a que pertencem.
Havendo um verdadeiro
desejo e uma vontade firme conseguir-se-á resolver o assunto.
O que está em causa é a
confiança a honestidade pessoal e a indispensável humildade para abrir o
coração e expor as dúvidas e dificuldades.
A um sacerdote da nossa
confiança podemos inquirir sobre o assunto e ele nos indicará como fazer.
(AMA, reflexões)
Doutrina – 452
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio
PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL
CAPÍTULO PRIMEIRO
O MISTÉRIO PASCAL NOS
SACRAMENTOS DA IGREJA
Pergunta:
231. O que é a graça
sacramental?
Resposta:
A
graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de
cada sacramento.
Tal
graça ajuda o fiel, no seu caminho de santidade, bem como a Igreja no seu
crescimento na caridade e no testemunho.
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 9, 17-22
17
Todos comeram e ficaram saciados; e, do que lhes tinha sobrado, ainda
recolheram doze cestos cheios. 18 Um dia, quando orava em particular, estando
com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu
sou?» 19 Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos
profetas ressuscitado.» 20 Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.» 21 Ele proibiu-lhes
formalmente de o dizerem fosse a quem fosse; 22 acrescentou: «O Filho do Homem
tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos-sacerdotes e
pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»
Comentário:
E... eu? Quem é, para mim, Jesus?
A Fé diz-me que é o meu Salvador que me redimiu e me
deu uma dignidade extraordinária: ser filho de Deus!
Esta dignidade, totalmente gratuita, marca, deve
marcar, toda a minha vida, a forma como penso e ajo, e, mais, enformar todos os
meus desejos e aspirações.
Toda uma vida por mais longa que possa ser nunca será
bastante para agradecer este bem.
(AMA, comentário sobre Lc 9, 17-222, 2013.06.23)
Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti
Para
que não o imites, copio de uma carta este exemplo de covardia: "Antes de
mais, agradeço-lhe muito que se lembre de mim, porque necessito de muitas
orações. Mas também lhe agradeço que, ao suplicar ao Senhor que me faça
“apóstolo”, não se esforce em pedir-Lhe que me exija a entrega da
liberdade". (Sulco, 11)
Precisamente
por isso, percebo muito bem aquelas palavras do Bispo de Hipona (Santo
Agostinho), que soam como um cântico maravilhoso à liberdade: Deus, que te
criou sem ti, não te salvará sem ti, porque cada um de nós, tu, eu, temos
sempre a possibilidade – a triste desventura – de nos levantarmos contra Deus,
de rejeitá-lo –talvez só com a nossa conduta – ou de exclamar: não queremos que
reine sobre nós . (...)
Queres
pensar – pela minha parte também farei o meu exame – se manténs imutável e
firme a tua escolha da Vida? Se, ao ouvires essa voz de Deus, amabilíssima, que
te estimula à santidade, respondes livremente que sim? Dirijamos o olhar para o
nosso Jesus, quando falava às multidões pelas cidades e campos da Palestina.
Não pretende impor-se. Se queres ser perfeito..., diz ao jovem rico. Aquele
rapaz rejeitou o convite e o Evangelho conta que abiit tristis, que se retirou entristecido. Por isso, alguma vez
lhe chamei a ave triste: perdeu a alegria, porque se negou a entregar a
liberdade a Deus. (Amigos de Deus, 23–24)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Cristo que passa
129
Permiti-me narrar um facto
da minha vida pessoal, ocorrido já há muitos anos.
Certo dia, um amigo de bom
coração, mas que não tinha fé, disse-me, indicando um mapa-mundi:
- Ora veja, de norte a sul
e de leste a oeste.
- Que queres que eu veja?
- O fracasso de Cristo.
Tantos séculos a procurar
meter na vida dos homens a sua doutrina, e veja os resultados.
Num primeiro momento,
enchi-me de tristeza: é uma grande dor, efectivamente, considerar que são
muitos os que ainda não conhecem o Senhor e que, entre aqueles que O conhecem,
são muitos também os que vivem como se O não conhecessem.
Mas essa impressão durou
apenas um instante, para logo dar lugar ao amor e à acção de graças, porque
Jesus quis que cada um dos homens fosse cooperador livre da sua obra redentora.
Cristo não fracassou: a
sua doutrina está continuamente a fecundar o Mundo.
A redenção realizada por
Ele é suficiente e superabundante.
Deus não quer escravos,
mas sim filhos e, portanto, respeita a nossa liberdade.
A salvação continua e nós
participamos dela: é vontade de Cristo que - segundo as palavras fortes de S.
Paulo - cumpramos na nossa carne, na nossa vida, o que falta à sua Paixão, pro
Corpore eius, quod est Ecclesia, em benefício do seu corpo, que é a Igreja.
Vale a pena jogar a vida,
entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus
deposita em nós.
Vale a pena, acima de
tudo, que nos decidamos a tomar a sério a nossa fé cristã.
Quando recitamos o Credo,
professamos crer em Deus Pai Todo-Poderoso, em seu Filho Jesus Cristo que
morreu e foi ressuscitado, no Espírito Santo, Senhor que dá a vida.
Confessamos que a Igreja
una, santa, católica e apostólica, é o corpo de Cristo, animado pelo Espírito
Santo.
Alegramo-nos com a
remissão dos nossos pecados e com a esperança da futura ressurreição.
Mas, essas verdades
penetrarão até ao fundo do coração ou ficarão apenas nos lábios?
A mensagem divina de
vitória, alegria e paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do
modo de pensar, de reagir e de viver de todo o cristão.
130
Força de Deus e fraqueza
humana
Non est abbreviata manus
Domini, a mão de Deus não diminuiu; Deus não é menos poderoso hoje do que em
outras épocas, nem é menos verdadeiro o seu amor pelos homens.
A nossa fé ensina-nos que
a criação inteira, o movimento da Terra e dos astros, as acções rectas das
criaturas e tudo quando há de positivo no decurso da História, tudo, numa
palavra, veio de Deus e a Deus se ordena.
A acção do Espírito Santo
pode passar-nos despercebida, porque Deus não nos dá a conhecer os seus planos
e porque o pecado do Homem turva e obscurece os dons divinos.
Mas a Fé recorda-nos que o
Senhor age constantemente:
Ele é que nos criou e nos
conserva no ser; Ele, com a sua graça, conduz a criação inteira para a
liberdade da glória dos filhos de Deus.
Por isso, a Tradição
cristã resumiu a atitude que devemos adoptar para com o Espírito Santo num só
conceito: docilidade.
Sermos sensíveis àquilo
que o Espírito divino promove à nossa volta e em nós mesmos: aos carismas que
distribui, aos movimentos e instituições que suscita, aos efeitos e decisões
que faz nascer nos nossos corações...
O Espírito Santo realiza
no Mundo as obras de Deus. Como diz o hino litúrgico, é dador das graças, luz
dos corações, hóspede da alma, descanso no trabalho, consolo no pranto.
Sem a sua ajuda nada há no
homem que seja inocente e valioso, pois é Ele que lava o que está sujo, que
cura o que está doente, que aquece o que está frio, que corrige o extraviado,
que conduz os homens ao porto da salvação e do gozo eterno.
Mas esta nossa fé no
Espírito Santo deve ser plena e completa. Não é uma crença vaga na sua presença
no mundo; é uma aceitação agradecida dos sinais e realidades a que quis
vincular a sua força de um modo especial.
Quando vier o Espírito de
Verdade - anunciou Jesus - Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e
vo-lo anunciará.
O Espírito Santo é o
Espírito enviado por Cristo, para operar em nós a santificação que Ele nos
mereceu para nós na Terra.
É por isso que não pode
haver fé no Espírito Santo, se não houver fé em Cristo, na doutrina de Cristo,
nos sacramentos de Cristo, na Igreja de Cristo.
Não é coerente com a fé
cristã, não crê verdadeiramente no Espírito Santo, quem não ama a Igreja, quem
não tem confiança nela, quem se compraz apenas em mostrar as deficiências e
limitações dos que a representam, quem a julga por fora e é incapaz de se
sentir seu filho.
E sou levado a considerar
até que ponto será extraordinariamente importante e abundantíssima a acção do
Divino Paráclito enquanto o sacerdote renova o sacrifício do Calvário, quando
celebra a Santa Missa nos nossos altares.
(cont)
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