PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Terça-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Aplicação no trabalho.
Senhor,
ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito
para to poder oferecer.
Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.
Senhor,
lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às
suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno
exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Jo VI, 1-71
Multiplicação dos pães e dos
peixes
1 Depois disto, Jesus foi para a outra
margem do lago da Galileia, ou de Tiberíades. 2 Seguia-o uma grande multidão,
porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes. 3
Jesus subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. 4 Estava a
aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus. 5 Erguendo o olhar e reparando que
uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus disse então a Filipe: «Onde
havemos de comprar pão para esta gente comer?» 6 Dizia isto para o pôr à prova,
pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe: 7 «Duzentos denários
de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.» 8 Disse-lhe um dos seus
discípulos, André, irmão de Simão Pedro: 9 «Há aqui um rapazito que tem cinco
pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» 10 Jesus disse:
«Fazei sentar as pessoas.» Ora, havia muita erva no local. Os homens
sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil. 11 Então, Jesus tomou os pães e,
tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os
peixes, e eles comeram quanto quiseram. 12 Quando se saciaram, disse aos seus
discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca». 13 Recolheram-nos,
então, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram
aos que tinham estado a comer. 14 Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que
Jesus tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
15 Por isso, Jesus, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei,
retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
Jesus caminha sobre as águas
16 Ao cair da tarde, os seus discípulos
desceram até ao lago 17 e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em
direcção a Cafarnaúm. 18 Já tinha escurecido e Jesus ainda não fora ter com
eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se. 19 Depois de
terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus que se aproximava do
barco, caminhando sobre o lago, e tiveram medo. 20 Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu,
não tenhais medo!» 21 Quiseram recebê-lo logo no barco, e o barco chegou
imediatamente à terra para onde iam.
Discurso do Pão do Céu
22 No dia seguinte, a multidão que
ficara do outro lado do lago reparou que ali não estivera mais do que um barco,
e que Jesus não tinha entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes
tinham partido sozinhos. 23 Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades
até ao lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 24 Quando
viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os
barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus. 25 Ao encontrá-lo no outro lado
do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?» 26Jesus respondeu-lhes: «Em
verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais
miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes. 27 Trabalhai, não
pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna,
e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o
seu selo.» 28 Disseram-lhe, então: «Que havemos nós de fazer para realizar as
obras de Deus?» 29 Jesus respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele
que Ele enviou.» 30 Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu, então, para nós
vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu? 31 Os nossos pais comeram o maná
no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.» 32
E Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que
vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu, 33 pois
o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.» 34 Disseram-lhe
então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!» 35 Respondeu-lhes Jesus: «Eu sou o
pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá
sede. 36 Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes. 37 Todos os que o Pai
me dá virão a mim; e quem vier a mim Eu não o rejeitarei, 38 porque desci do
Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a
vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele
me deu, mas o ressuscite no último dia. 40 Esta é, pois, a vontade do meu Pai:
que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia.» 41 Os judeus puseram-se, então, a murmurar contra
Ele por ter dito: 'Eu sou o pão que desceu do Céu'; 42 e diziam: «Não é Ele
Jesus, o filho de José, de quem nós conhecemos o pai e a mãe? Como se atreve a
dizer agora: 'Eu desci do Céu'?» 43 Jesus disse-lhes, em resposta: «Não
murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não
atrair; e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia. 45 Está escrito nos profetas:
E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem
do Pai e o entendeu vem a mim. 46 Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser
aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai. 47 Em verdade, em
verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49
Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. 50 Este é o pão que
desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. 51 Eu sou o pão vivo, o que
desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu
hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.» 52 Então, os judeus,
exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a
sua carne a comer?!» 53 Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se
não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não
tereis a vida em vós. 54 Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, 55 porque a minha
carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. 56 Quem
realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele.
57 Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de
verdade me come viverá por mim. 5 8Este é o pão que desceu do Céu; não é como
aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste
pão viverá eternamente.» 59 Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar
na sinagoga.
Reacção dos discípulos
60 Depois de o ouvirem, muitos dos seus
discípulos disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?» 61 Mas
Jesus, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito
disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? 62 E se virdes o Filho do Homem subir
para onde estava antes? 63 É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de
nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. 64 Mas há alguns de
vós que não crêem.» De facto, Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que
não criam e também quem era aquele que o havia de entregar. 65 E dizia: «Por
isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for
concedido pelo Pai.» 66 A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para
trás e já não andavam com Ele. 67 Então, Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis
ir embora?» 68 Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens
palavras de vida eterna! 69 Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o
Santo de Deus.» 70 Disse-lhes Jesus: «Não vos escolhi Eu a vós, os Doze?
Contudo, um de vós é um diabo.» 71 Referia-se a Judas, filho de Simão
Iscariotes, pois esse é que viria a entregá-lo, sendo embora um dos Doze.
Comentário
Este portentoso milagre ficou de tal forma gravado na memória do Apóstolo que refere detalhes como: «Ora, havia muita erva no local». De resto, o milagre não podia passar despercebido nem a sua magnitude como o demonstra a reacção dos circunstantes como se lê no versículo 14. Cristo continua a alimentar multidões e, por muitos que sejam os que recebem a Sagrada Eucaristia, esta nunca se esgota renovada constantemente no Sacrifício da Santa Missa.
Não podemos nem devemos criticar os judeus pela sua
admiração e incredulidade. Muito provavelmente, se estivéssemos presentes,
teríamos reacção semelhante. As declarações de Jesus Cristo são algo
inteiramente novo e, talvez, “estranho” de difícil compreensão. Todos queremos
as coisas muito claras e compreensíveis e, algumas vezes quando isso não
acontece, não fazemos o mais elementar: obter esclarecimentos. Como se vê no
trecho de São João, não há uma pergunta sequer, ninguém pede uma explicação. Mais
tarde, o Espírito Santo fará luz sobre esta como outras questões da pregação de
Jesus Cristo, e tudo se tornará claro e substantivo. Ninguém daquela «grande multidão» jamais esquecerá este
milagre operado por Jesus. Os discípulos de certa forma “habituados” às
maravilhas que o Senhor faz constantemente não deveriam ter palavras para
descrever um acto tão extraordinário. Querem fazê-Lo Rei! E, de facto, Ele, é o
Rei do nosso coração em festa sempre que O recebemos na Comunhão Eucarística.
(AMA, 2018)
SANTÍSSIMA VIRGEM
CARTA
ENCÍCLICA
REDEMPTORIS
MATER
DO
SUMO PONTÍFICE
JOÃO
PAULO II
SOBRE
A BEM-AVENTURADA
VIRGEM
MARIA
NA
VIDA DA IGREJA
QUE
ESTÁ A CAMINHO
Veneráveis
Irmãos, caríssimos Filhos e Filhas: saúde e Bênção Apostólica!
INTRODUÇÃO
6.
Tudo isto se realiza num grande processo histórico e, por assim dizer, “numa
caminhada”. “A peregrinação da fé” indica a história interior, que é como quem
diz a história das almas. Mas esta é também a história dos homens, sujeitos
nesta terra à condição transitória e situados nas dimensões históricas. Nas
reflexões que seguem quereria, juntamente convosco, concentrar-me primeiro que
tudo na sua fase presente, que aliás de per si não pertence ainda à história;
e, contudo, incessantemente já a vai plasmando, também no sentido de história
da salvação. Aqui abre-se um espaço amplo, no interior do qual a Bem-aventurada
Virgem Maria continua a “preceder” o Povo de Deus. A sua excepcional
peregrinação da fé representa um ponto de referência constante para a Igreja,
para as pessoas singulares e para as comunidades, para os povos e para as
nações e, em certo sentido, para toda a humanidade. É verdadeiramente difícil
abarcar e medir o seu alcance.
O
Concílio sublinha que a Mãe de Deus já é a realização escatológica da Igreja: “na
Santíssima Virgem ela já atingiu aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é
própria (cf.
Ef 5, 27)” ― e, simultaneamente, que “os fiéis ainda têm de
envidar esforços para debelar o pecado e crescer na santidade; e, por isso,
eles levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre
toda a comunidade dos eleitos”. A peregrinação da fé é algo que já não pertence
à Genetriz do Filho de Deus: glorificada nos céus ao lado do próprio Filho, a
sua união com o mesmo Deus já transpôs o limiar entre a fé e a visão “face-a-face”
(1
Cor 13,12). Ao mesmo tempo, porém, nesta realização escatológica,
Maria não cessa de ser a “estrela do mar” (Maris Stella) para todos
aqueles que ainda percorrem o caminho da fé. Se levantam os olhos para Ela nos
diversos lugares onde se desenrola a sua existência terrena, fazem-no porque
Ela “deu à luz o Filho, que Deus estabeleceu como primogénito entre muitos
irmãos” (Rom 8, 29) e também porque “Ela
coopera com amor de mãe” para “a regeneração e educação” destes
irmãos e irmãs.
REFLEXÃO
Exame
pessoal 5
Mas,
o exame é algo privado, como que secreto?
Privado
e pessoal sim, mas não tem que ser secreto.
Ao
contrário, pode muito bem servir para ajudar outros.
Seria,
talvez, motivo de conversa apostólica levar outros ao hábito do exame pessoal.
O
exame dá sempre fruto o que é óptimo para quem necessita - e somos todos os
homens - de se apresentar ao Senhor com algo para Lhe oferecer.
(AMA,
2018)
SÃO JOSEMARIA – textos
A
transfiguração do Senhor
O Céu. "Nem olho algum viu, nem ouvido
algum ouviu, nem passaram pelo pensamento do homem as coisas que Deus preparou
para aqueles que O amam". Não te incitam à luta estas revelações do
Apóstolo? (Caminho, 751)
E transfigurou-Se diante deles. E o Seu
rosto ficou refulgente como o Sol e as Suas vestes tornaram-se brancas como a neve (Mt 17, 2). Jesus:
ver-Te, falar contigo! Permanecer assim, contemplando-Te; abismado na
imensidade da Tua formosura, e nunca, mais deixar de Te contemplar! Ó Cristo,
quem Te pudesse ver! Quem Te visse, para ficar ferido de amor por Ti! E eis que
da nuvem uma voz dizia: Este é o meu Filho dilecto em quem pus toda a minha
complacência: ouvi-O (Mt 17, 5). Senhor nosso, aqui nos tens,
dispostos a escutar tudo o que nos quiseres dizer. Fala-nos; estamos atentos à
Tua voz. Que as Tuas palavras, caindo na nossa alma, inflamem a nossa vontade,
para que se lance fervorosamente a obedecer-Te! Vultum tuum, Domine, requiram (S 26,8) – buscarei,
Senhor, o Teu rosto. Encanta-me cerrar os olhos, e considerar que chegará o
momento – quando Deus quiser – em que poderei vê-lo, não como num espelho, e
sob imagens obscuras…, mas face a face (1 Cor 13, 12). Sim, o meu
coração está sedento do Deus, do Deus vivo; quando irei e verei a face de Deus?
(S 41, 3). (Santo Rosário. 4. º Mistério
luminoso)