Sexta-Feira
PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser
contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por
este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não
Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas
mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas -
aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu
desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não
tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me: Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal
modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas
Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me
queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que
me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é
assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor.
Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez,
nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
PEQUENO EXAME: Cumpri o propósito que
me propus ontem?
História das
Aparições de Fátima - 4
Primeira aparição de Nossa Senhora
Local:
Cova da Iria
Data:
13 de Maio de 1917
«–
Não tenhais medo! Eu não vos faço mal!
– De
onde é Vossemecê? – perguntei-lhe.
–
Sou do Céu.
– E
que é que Vossemecê me quer?
–
Vim para vos pedir que venhais aqui, seis meses seguidos, no dia 13 a esta
mesma hora. Depois direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma
sétima vez.
–
Vossemecê sabe-me dizer se a guerra ainda dura muito tempo ou se acaba breve?
–
Não te posso dizer ainda enquanto não te disser também o que quero.]
– E
eu também vou para o Céu?
–
Sim, vais.
– E
a Jacinta?
–
Também.
– E
o Francisco?
–
Também, mas tem que rezar muitos Terços.
– E
a Maria das Neves já está no Céu?
–
Sim, está.
– E
a Amélia?
–
Estará no purgatório até ao fim do mundo.
–
Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser
enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de
súplica pela conversão dos pecadores?
–
Sim, queremos!
–
Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
Foi
ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela
primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que
delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma,
fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos
vemos no melhor dos espelhos. Então por um impulso íntimo também comunicado,
caímos de joelhos e repetíamos intimamente: – Ó Santíssima Trindade, eu vos
adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.
Passados
os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: – Rezem o Terço todos os
dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.»
Notas:
Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado
dos Pastorinhos, 2010, p. 172-173 (IV Memória); a secção entre parênteses retos
pertence ao interrogatório do pároco aos videntes, em 27 de maio de 1917, em
Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p.
9.
Mês de Maio - Santíssima Virgem
Meditações
de Maio
Confiança
Tantas coisas que se entrechocam no meu
espírito como que num vendaval que não consigo controlar.
E, sem querer, deixo-me ir, assim, meio
tonto, nas asas desse vento impetuoso que me impele não sei para onde.
Quero deter-me e pensar, de facto, no que
posso fazer, melhor, no que devo fazer.
Chego à conclusão que não me resta outra
coisa que abandonar-me, serena e confiadamente, nos braços dulcíssimos da minha
Mãe do Céu.
Ela me levará para onde devo estar, Ela me
dirá o que devo fazer.
Santo
Rosário - Meditação sobre o Oitavoo Mistério do Evangelho
Não tenhais medo
Logo após a sua
eleição como Papa, São João Paulo II assomou à loggia do Vaticano para
se dirigir à multidão que enchia a Praça aguardando com ansiedade saber – e ver
– o “novo” Papa. As suas primeiras palavras foram: ‘Non abbiate paura’
(Não tenhais medo). E foi dizendo que – possivelmente – houvesse alguma
inquietação por estar ali um novo Papa não italiano mas, talvez, ainda mais por
ser oriundo de um País do Leste Europeu, dominado pela Rússia Soviética.
Naqueles
momentos, eu, também me deixei envolver por considerações pessoais como, por
exemplo, o que seria o futuro imediato da Igreja com este homem eleito sucessor
de Pedro.
Recordei então um
livro – depois convertido em filme – que há muito lera e que ficara gravado na
minha memória: As sandálias do pescador
– (The Shoes of the
Fisherman, Morris West, 1963) O filme aborda a – na altura
hipotética – eleição de um Papa oriundo do Leste Europeu. O interessante é que
o Papa eleito une toda a Igreja à sua volta com um governo pastoral sólido,
coeerente com a Fé Cristã e com um verdadeiro sentido universal.
Tudo isso “já lá
vai”, mas, no caso concreto da eleição de São João Paulo II, arrependo-me de
ter cedido a essa tentação terrível que é fazer juízos – quando não críticas –
sobre a santidade da Igreja a que pertenço como baptizado e, sobretudo, de dar
ouvidos aos “profetas da desgraça” que tão frequentemente opinam sobre o que
chamam “Crises da Igreja”.
Crise na Igreja?
A Santa Igreja – que somos todos os cristãos – tem como
Cabeça Jesus Cristo seu Fundador. Só Ele pode alterar seja o que for na sua
essência. Nenhum homem seja qual for o cargo que ocupe ou o ministério que
desempenhe, tem esse poder.
Confiemos, pois,
com a certeza que quanto maior a provação maior será o Seu cuidado. Fujamos da
tentação de fazer juízos – mesmo íntimos – porque tal não nos compete. Rezemos
com perseverança pedindo Luz, Sabedoria e Justiça para todos, principalmente os
que mais responsabilidades possam ter na condução do Povo de Deus.
Por vezes –
talvez muitas – encontro-me perante um dilema: Onde está Jesus, que parece
estar “ausente” nas vicissitudes da minha vida, nas “desgraças” no mundo que me
rodeia e que, quase a diário, me chegam pelas notícias, pela televisão, como… Inundações,
cataclismos, violências bárbaras dos mais elementares direitos humanos, pessoas
sem abrigo, com fome, sem quaisquer recursos…?
Está, de facto,
ausente, desinteressado, “tem mais que fazer”!?
Sinto-me, talvez,
confuso e sem saber muito bem que pensar. Mas, logo caio em mim e reconsidero: Esta
realidade que me atinge como um raio, deixa-me sem palavras: Jesus é meu amigo!
Sendo eu como sou, sendo eu o que sou! É extraordinário! Durante os anos, e não
são poucos, quantas conversas, quantos desabafos, queixas e pedidos não Lhe
fiz!
Meu amigo! Jesus é
meu amigo. Com esta certeza, com este AMIGO que mais posso precisar? Que posso
temer! E,
quase instantaneamente, oiço-Te: «Sou Eu, não tenhas medo!» (Cfr. Lc 6, 20)
Termino com uma
oração que todos os cristãos deveríamos rezar diariamente: “Ad Beatissimum Papam nostrum ...: Dominus
conservat eum, vivicet eum e beatum faecit in terra et non tradat eum in animam
inimicorum eius.” (Pelo
Santo Padre (nome): O Senhor o conserve, lhe dê vida, o faça santo na terra, e
não permita que os seus inimigos prevaleçam. (Trad. Livre de AMA) – (Cfr.
São Josemaria, Preces)
E… fico em paz!
São José Maria textos
Bendita
monotonia de Ave-Marias!
Eu
entendo que cada Ave-Maria, cada saudação a Nossa Senhora, é um novo bater de
um coração apaixonado. (Forja, 615)
"Virgem
Imaculada, bem sei que sou um pobre miserável, que não faço senão aumentar
todos os dias o número dos meus pecados..." Disseste-me noutro dia que
falavas assim com a nossa Mãe. E aconselhei-te, convicto, a rezar o Terço:
bendita monotonia a das Ave-Marias que purifica a monotonia dos teus pecados! (Sulco, 475)
O
Terço não se pronuncia só com os lábios, mastigando as Ave-Marias umas atrás
das outras. Assim cochicham as beatas e os beatos. Para um cristão, a oração
vocal há-de enraizar-se no coração, de modo que, durante a recitação do Terço,
a mente possa penetrar na contemplação de cada um dos mistérios. (Sulco, 477)
Deixas
sempre o Terço para depois, e acabas por omiti-lo por causa do sono. Se não
dispões doutro tempo, reza-o pela rua, e sem que ninguém o note. Além disso,
ajudar-te-á a ter presença de Deus. (Sulco,
478)