02/09/2011

Sobre a família

Debate planetário sobre o matrimónio

Nos Estados Unidos, o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido a nível estatal por seis Estados: Massachusetts (2004), Connecticut (2008), Iowa, Vermont, New Hampshire e Distrito de Columbia (estes quatro em 2009). Todavia, como reacção ante a tendência expansiva, antes ou depois dessas datas, mais de 20 estados alteraram as suas constituições para definir o matrimónio como uma união entre homem e mulher. Quer dizer, para blindar-se face à tendência expansiva.
Há uns dias, Obama deu ordens ao Departamento de Justiça para que deixe de apolar ante os tribunais a lei federal aprovada em 1996 durante a Administração Clinton, na qual se define o matrimónio como a união legal entre um homem e uma mulher. Esta “lei de defesa do matrimónio” (DOMA), pela qual nenhum estado está obrigado a reconhecer como matrimónio uma relação entre pessoas do mesmo sexo reconhecida como matrimónio noutro estado, foi aprovada por uma ampla maioria bipartidária em ambas as câmaras do Congresso. A reacção foi imediata. O presidente da Câmara dos Representantes anunciou que ia reunir um grupo de assessoria legal formado por membros de ambos os partidos para defender a DOMA. “É de lamentar – disse – que a Administração Obama tenha aberto esta questão tão polémica num momento em que os americanos querem que os seus líderes se centrem no emprego e nos problemas económicos. A constitucionalidade desta lei deve ser decidida pelos tribunais, não pelo presidente de modo unilateral, e esta decisão da Câmara quer garantir que a questão se enfrentará de modo conforme com a Constituição”.

rafael navarro-valls [i], trad ama


[i] rafael navarro-valls, catedrático de a Facultad de Derecho de a Universidad Complutense de Madrid, e secretario general de a Real Academia de Jurisprudencia e Legislación de España.

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 36

Jesus de NazaréNo horto, Jesus pede aos seus discípulos que estejam vigilantes esta petição serve para todos os cristãos de todos os tempos, ou é aplicável só para esse momento? Que perigos contém esta sonolência que Jesus pede que se combata?

“Ainda que se refira a àquela hora precisa, este chamamento aponta antecipadamente para história futura do cristianismo. A sonolência dos discípulos continua a ser ao longo dos séculos uma ocasião favorável para o poder do mal. Esta sonolência é um embotamento da alma, que não se deixa inquietar pelo poder do mal no mundo, por toda a injustiça e sofrimento que devastam a terra. É uma insensibilidade que prefere ignorar tudo isso; tranquiliza-se pensando que, no fundo, não é tão grave, para poder permanecer assim na auto-complacência da própria existência satisfeita. Mas esta falta de sensibilidade das almas, esta falta de vigilância, tanto no que se refere à proximidade de Deus como ao poder ameaçador do mal, outorga um poder no mundo ao maligno”

55 Preguntas e respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 81-82, marc argemí, trad. ama

Princípios filosóficos do Cristianismo

Caminho e Luz

Princípio de substância (I)

A estrutura do juízo
Segundo isto, podemos dizer que a essência se configura pela determinação de uma realidade concreta pelas suas notas diferenciais. A existência, em troca, pela atribuição de uma realidade a uma essência. A essência responda a pergunta: Que tipo de realidade é uma realidade conhecida já como realidade? A existência responde à pergunta se uma essência tem ou não realidade. A essência é sempre a essência de uma realidade, de uma substância; e a existência, a realidade de uma essência. Não existe a existência como tal, por isso não é adequado dizer que Deus é a pura existência, porque as existências não existem. Existem as realidades.
De todos modos, no juízo essencial e no existencial entram os conceitos de algo (uma substância, uma realidade, um ente) e de essência. No primeiro caso (juízo essencial) advogo a essência de uma substância, de uma realidade, já previamente conhecida como realidade. No segundo caso (juízo existencial) digo que uma essência determinada é uma realidade, uma substância, algo (aliquid). Portanto, o ser é um predicado, um quid. É conceptualizável. Dizer que «Pedro existe» é o mesmo que dizer que é uma substância, uma realidade, algo. A primeira coisa que podemos dizer de todas as coisas, o primeiro predicado que lhes atribuímos, consiste em dizer que são uma realidade, uma substância, algo.

josé antonio sayés, [i]  trad ama,



[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

Evolucionismo

Do Céu à Terra
A evolução do evolucionismo

O que são os sistemas de complexidade irredutível?

É outro dos obstáculos que o azar e o evolucionismo darwinista não consegue superar. Uma duna pode perder areia e continuar a ser duna. Uma montanha escavada por uma mina ou mordida por uma pedreira continua sendo montanha. Em troca, em muitas operações de um ser vivo – regidas pela sincronização, não pela acumulação – não se pode prescindir de um só elemento nem de um só passo: regem-se pelo "tudo ou nada", e uma única falta anula o sistema. Por isso, por não admitir recortes nem simplificação, essas operações constituem sistemas de complexidade irredutível.

jose ramón ayllóntrad. ama


Reanimação dos neonatos

Medicina e Apostolado

Quanto aos interesses de terceiros existe um consenso geral para ter em conta o que os pais opinam, em função daquilo que crêem que interessa mais aos recém-nascidos.
Esta diferente consideração ética entre a conduta a seguir com o adulto e o recém-nascido está bem fundamentada nos estudos de Annie Janvier. Outros estudos mostram que o prognóstico e a qualidade de vida das crianças que poderiam ser candidatas a que se lhes suspendesse o tratamento são melhores do que, inclusivamente, o médico crê, e que as próprias crianças que sobreviveram têm uma opinião sobre a sua qualidade de vida superior àquela que tinham os médicos que as atendiam.

Enfim, não se pode esquecer o quanto influem os preconceitos pessoais na tomada de decisões sobre a vida e a morte dos recém-nascidos. Num estudo australiano mostra-se que os médicos que têm menor tendência a reanimar os recém-nascidos em estado grave são aqueles que mais medo têm da morte.
Mas, em geral, podemos dizer que os resultados em função da deficiência dos recém-nascidos que sobrevivem são piores nos locais em que se seleccionam as crianças às quais se proporciona tratamento do que naqueles em que, a todas as crianças , se dá a possibilidade de viver, inclusive aos recém-nasidoscom22 semanas de gestação ou com doenças consideradas como mortais até há muito pouco tempo.

Em resumo, convém recordar que, na hora do nascimento, não existem instrumentos de prognóstico seguros para saber qual será a evolução do recém-nascido.

carlo bellini, A reanimação dos neonatos,[i]  trad als


[i] Comunicação apresentada na XVII Assembleia da Academia Pontifícia para a Vida, Roma, 24-26 de Fevereiro de 2011

Tema para breve reflexão

Rectidão de coração




Quem são os rectos de coração? Os que querem o que Deus quer. Não queiras torcer a vontade de Deus para acomodá-la à tua; ao contrário, corrige a tua von­tade para acomodá-la à vontade de Deus.



(Stº. agostinho, Enarrationes in Salmos, 93, trad ama)

Música e entretenimento

     Procol Harum - Sympathy For The Hard Of Hearing  



selecção ALS

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“É curto o nosso tempo para amar”

Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade. – Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus? (Forja, 987)


Para nós, cristãos, a fugacidade do caminho terreno deve incitar-nos a aproveitar melhor o tempo, não a temer Nosso Senhor, e muito menos a olhar a morte como um final desastroso. Um ano que termina – já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.
(…) Há-de chegar também para nós esse dia, que será o último e não nos causa medo. Confiando firmemente na graça de Deus, estamos dispostos desde este momento, com generosidade, com fortaleza, pondo amor nas pequenas coisas, a acudir a esse encontro com o Senhor, levando as lâmpadas acesas, porque nos espera a grande festa do Céu. (Amigos de Deus, 39–40)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Os milagres geram milagres

Milagres
Em todas as aparições da Virgem, antigas ou actuais, desde logo tem havido casos de conversões, muitas delas desgraçadamente sem posterior perseverança, pois a conversão é o primeiro degrau, mas há que subir a escadaria. Mas o número dos convertidos perseverantes, são escassos, em relação à magnitude do facto milagroso que nossa Senhora levou a cabo. E em mais de um caso há uma certa histeria e não uma reflexão madura, acerca de qual é a vontade de nossa Senhora ao aparecer, vontade esta, que desde logo é sempre idêntica à do seu Filho.
O Senhor preocupa-se mais, com a fé do que Lhe pedia que curasse o seu corpo, ou também a fé do que apresentava o doente como no caso do menino lunático, em o que o pai do menino o perguntou ao Senhor se podia curá-lo: Jesus disse-lhe: «Se podes...! Tudo é possível a quem crê». 24 Imediatamente o pai do menino exclamou: «Eu creio! Auxilia a minha falta de fé». 25 Jesus, vendo aumentar a multidão, ameaçou o espírito imundo, dizendo-lhe: «Espírito mudo e surdo, Eu te mando, sai desse menino e não voltes a entrar nele!». 26 Então, dando gritos e agitando-se com violência, saiu dele, e o menino ficou como morto, tanto que muitos diziam: «Está morto». 27 Porém, Jesus, tomando-o pela mão, levantou-o, e ele pôs-se em pé. (Mc 9, 14-27).

juan del carmelo, trad ama 

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXII Semana




Evangelho: Lc 5, 33-39

33 Eles disseram-Lhe: «Os discípulos de João e os dos fariseus jejuam muitas vezes e fazem orações, e os Teus comem e bebem». 34 Jesus respondeu-lhes: «Porventura podeis fazer jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? 35 Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo; então, nesses dias, jejuarão». 36 Também lhes disse esta comparação: «Ninguém deita um retalho de pano novo em vestido velho; doutro modo o novo rompe o velho e o retalho do novo não condiz com o velho. 37 Também ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutro modo o vinho novo fará rebentar os odres, e derramar-se-á o vinho, e perder-se-ão os odres. 38 Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos. 39 Ninguém depois de ter bebido vinho velho quer do novo, porque diz: O velho é melhor!».

Comentário:

Uma aparente contradição?
Não me parece.
Quem não quer beber o vinho novo porque o ‘velho é que é bom’ não está disposto a mudar de vida, mantém-se fechado ás insinuações do Espírito, conforma-se com o que tem, acomoda-se com o que faz.
É o aburguesamento, o estado terrível dos que se consideram muito bem naquilo que fazem e sabem e se recusam a tentar fazer outra coisa melhor e a saber mais detalhadamente as verdades da Fé.
É o comodismo dos que não querem “incomodar-se” com novos desafios, ou outras hipóteses de vida: mudar o quê e para quê?
Cumprem os “mínimos” vão á Missa ao Domingo, procurando uma que seja breve e pouco exigente, rezam “alguma coisa” só porque, enfim, não custa muito e sempre é melhor prevenir…

São os que, nas aflições que a vida traz, pedem, às vezes com fervor mas, raramente se lembram de dar graças por tantos benefícios que o Senhor dá, nomeadamente, o dom da vida.

(ama, comentário sobre Lc 5, 33-39, 2109.05.4)