por El Reto del amor
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
16/03/2019
Temas para reflectir e meditar
Ainda bem se sentimos desejo, vontade de rezar e,
portanto, não o fazemos por hábito ou rotina
Rezar deve ser algo tão simples e natural que nos leve
a considerar permanentemente a presença de Deus e, assim, toda a nossa vida,
como agimos, pensamos ou desejamos está orientada para Deus no desejo de
cumprir sempre e em tudo a Sua Vontade, até porque sabemos que é condição de
salvação e, portanto, o melhor para nós.
AMA, reflexões, 07.12.2018
Formação humana e cristã – 132
É importante?
Claro que sim
sobretudo quando as circunstâncias da vida ou o "peso" das emoções
tendem a levar-nos ao isolamento.
Não nos apetece
falar nem ver ninguém, aborrece-nos atender uma chamada telefónica...
Além do esforço
sempre meritório que representa lutar por vencer este estado de espírito
devemos lembrar que outros - família, amigos - se interessam por nós e de
preocupam connosco e, além disso, merecem que correspondamos ao que de nós
podem legitimamente esperar.
Vivemos em
sociedade o que significa que temos de ser solidários interessando-nos saber
como se encontram de saúde, espírito, etc.
A solidariedade não se manifesta apenas quando nos
deparamos com uma situação que alguma forma nos "toca".
Tem de ser uma atitude de espírito constante. Pensar nos outros, todos os outros que conhecemos ou não, é o caminho para a solidariedade.
Impressionam
notícias dos “mcs”,[i] e não
poucas vezes nos atingem como autênticas agressões ao nosso espírito. A reacção
lógica será uma revolta íntima sobretudo quando pensamos que existe como que um
sentido generalizado de impunidade.
Talvez se
fosse no nosso caso?
Mas é sempre "o nosso caso", diz-nos respeito, não podemos alhear-nos, ignorar, pensar que não podemos fazer nada.
Provavelmente
será verdade não temos possibilidade concreta de intervir, mas há algo que
podemos e devemos fazer: rezar!
Sim... rezar por essa situação, por essas pessoas.
Rezar é um
excelente exercício de solidariedade.
(cont)
AMA, reflexões
Evangelho e comentário para ver
TEMPO DA QUARESMA
Evangelho: Mt 5, 43-48
43 «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás
o teu inimigo. 44 Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que
vos perseguem. 45 Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no
Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a
chuva sobre os justos e os pecadores. 46 Porque, se amais os que vos amam, que
recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? 4 7E, se
saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem
também os pagãos? 48 Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»
Comentário:
Um
filho não deve retribuir o amor que seu Pai lhe tem?
Não
é natural que assim seja?
Então
Jesus Cristo não nos pede nada contra a lógica do amor, porque, como já temos
dito, o amor só se completa com reciprocidade plena.
Ficaremos
aquém? Já o sabemos mas isso em lugar de levar-nos a desistir deve “acicatar-nos”
para que nos esforcemos cada vez mais.
(AMA,
comentário sobre Mt 5, 43-48, 19.06.2018)
Cuidar das pequenas coisas
Cuidar das pequenas coisas constitui uma mortificação constante,
caminho para tornar a vida mais agradável aos outros. (Sulco, 991)
Pensando naqueles que, à medida que o tempo passa, ainda se
dedicam a sonhar em
sonhos vãos e pueris, como Tartarin de
Tarascon com caçar leões nos corredores
de casa, onde se calhar só há ratos e pouco mais, pensando neles, insisto,
lembro a grandeza de actuar com espírito divino no cumprimento fiel das
obrigações habituais de cada dia, com essas lutas que enchem Nosso Senhor de alegria e que só Ele e cada
um de nós conhece.
Convençam-se de que normalmente não vão encontrar ocasiões para
grandes façanhas, entre outros motivos porque não é habitual que surjam essas
oportunidades. Pelo contrário, não faltam ocasiões de demonstrar o amor a Jesus
Cristo, através do que é pequeno, do normal. (...)
Portanto, tu e eu vamos aproveitar até as oportunidades mais
banais que se apresentarem à nossa volta, para santificá-las, para nos
santificarmos e para santificar os que compartilham connosco os mesmos afãs
quotidianos, sentindo nas nossas vidas o peso doce e sugestivo da co-redenção. (Amigos de Deus, nn. 8-9)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Lembrar-me:
Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.
Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
AMORIS LÆTITIA
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS AOS ESPOSOS CRISTÃOS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE O AMOR NA FAMÍLIA
CAPÍTULO IV
O AMOR NO MATRIMÓNIO
Perdão.
Se
permitirmos a entrada dum mau sentimento no nosso íntimo, damos lugar ao
ressentimento que se aninha no coração.
A
frase logí- zetai to kakón significa
que se «tem em conta o mal», «trá-lo gravado», ou seja, está
ressentido.
O
contrário disto é o perdão; perdão fundado numa atitude positiva que procura
compreender a fraqueza alheia e encontrar desculpas para a outra pessoa, como
Jesus que diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque
não sabem o que fazem».[i]
Entretanto
a tendência costuma ser a de buscar cada vez mais culpas, imaginar cada vez
mais maldades, supor todo o tipo de más intenções, e assim o ressentimento vai
crescendo e cria raízes. Deste modo, qualquer erro ou queda do cônjuge pode
danificar o vínculo de amor e a estabilidade familiar. O problema é que, às
vezes, atribui-se a tudo a mesma gravidade, com o risco de tornar-se cruel perante
qualquer erro do outro.[ii]
A
justa reivindicação dos próprios direitos torna-se mais uma persistente e constante
sede de vingança do que uma sã defesa da própria dignidade.
Quando
estivermos ofendidos ou desiludidos, é possível e desejável o perdão; mas
ninguém diz que seja fácil. A verdade é que «a comunhão familiar só pode ser conservada e aperfeiçoada com grande espírito
de sacrifício. Exige, de facto, de todos e de cada um, pronta e generosa
disponibilidade à compreensão, à tolerância, ao perdão, à reconciliação.
Nenhuma família ignora como o egoísmo, o desacordo, as tensões, os conflitos
agridem, de forma violenta e às vezes mortal, a comunhão: daqui as múltiplas e
variadas formas de divisão da vida familiar».
Hoje
sabemos que, para se poder perdoar, precisamos de passar pela experiência
libertadora de nos compreendermos e perdoarmos a nós mesmos. Quantas vezes os
nossos erros ou o olhar crítico das pessoas que amamos nos fizeram perder o
amor a nós próprios; isto acaba por nos levar a acautelar-nos dos outros,
esquivando-nos do seu afecto, enchendo-nos de suspeitas nas relações interpessoais.
Então, poder culpar os outros torna-se um falso alívio. Faz falta rezar com a
própria história, aceitar-se a si mesmo, saber conviver com as próprias
limitações e inclusive perdoar-se, para poder ter esta mesma atitude com os
outros.[iii]
Mas
isto pressupõe a experiência de ser perdoados por Deus, justificados
gratuitamente e não pelos nossos méritos. Fomos envolvidos por um amor prévio a
qualquer obra nossa, que sempre dá uma nova oportunidade, promove e incentiva.
Se aceitamos que o amor de Deus é incondicional, que o carinho do Pai não se
deve comprar nem pagar, então poderemos amar sem limites, perdoar aos outros,
ainda que tenham sido injustos para connosco. Caso contrário, a nossa vida em
família deixará de ser um lugar de compreensão, companhia e incentivo, e tornar-se-á
um espaço de permanente tensão ou de castigo mútuo.
Alegrar-se com os outros.
A
expressão jairei epi te adikía indica
algo de negativo arraigado no segredo do coração da pessoa. É a atitude
venenosa de quem, ao ver feita a alguém uma injustiça, se alegra. A frase é
completada pela seguinte, que o diz de forma positiva: sygjairei te alétheia – rejubila com a verdade. Por outras
palavras, alegra-se com o bem do outro, quando se reconhece a sua dignidade,
quando se apreciam as suas capacidades e as suas boas obras. Isto é impossível
para quem sente a necessidade de estar sempre a comparar-se ou a competir,
inclusive com o próprio cônjuge, até ao ponto de se alegrar secretamente com os
seus fracassos.
Quando
uma pessoa que ama pode fazer algo de bom pelo outro, ou quando vê que a vida
está a correr bem ao outro, vive isso com alegria e, assim, dá glória a Deus,
porque «Deus ama quem dá com alegria»,[iv] nosso Senhor aprecia de modo especial quem se alegra
com a felicidade do outro. Se não alimentamos a nossa capacidade de rejubilar
com o bem do outro, concentrando-nos sobretudo nas nossas próprias
necessidades, condenamo-nos a viver com pouca alegria, porque – como disse Jesus
– «a felicidade está mais em dar do que
em receber».[v]
A
família deve ser sempre o lugar onde uma pessoa que consegue algo de bom na
vida, sabe que ali se vão congratular com ela. Tudo desculpa. O elenco é
completado com quatro expressões que falam duma totalidade: «tudo». Tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Assim se destaca vigorosamente o dinamismo
contracorrente do amor, capaz de enfrentar qualquer coisa que o possa ameaçar.
Em primeiro lugar, diz-se que «tudo
desculpa – panta stégei».
É
diferente de «não ter em conta o mal»,
porque este termo tem a ver com o uso da língua; pode significar «guardar silêncio» a propósito do mal que
possa haver noutra pessoa. Implica limitar o juízo, conter a inclinação para se
emitir uma condenação dura e implacável: «Não
condeneis e não sereis condenados».[vi]
Embora
isto vá contra o uso que habitualmente fazemos da língua, a Palavra de Deus
pede-nos: «Não faleis mal uns dos outros,
irmãos».[vii] Deter-se a danificar a imagem do outro é uma maneira
de reforçar a própria, de descarregar ressentimentos e invejas, sem se importar
com o dano causado. Muitas vezes esquece-se que a difamação pode ser um grande
pecado, uma grave ofensa a Deus, quando afecta seriamente a boa fama dos
outros, causando-lhes danos muito difíceis de reparar.
Por
isso a Palavra de Deus se mostra tão dura com a língua, dizendo que «é um mundo de iniquidade [que] contamina
todo o corpo»,[viii] «um mal
incontrolável, carregado de veneno mortal».[ix] Se «com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus»,[x] o amor faz o contrário, defendendo a imagem dos outros
e com uma delicadeza tal que leva mesmo a preservar a boa fama dos inimigos. Ao
defender a lei divina, é preciso nunca esquecer esta exigência do amor.
Os
esposos, que se amam e se pertencem, falam bem um do outro, procuram mostrar mais
o lado bom do cônjuge do que as suas fraquezas e erros. Em todo o caso, guardam
silêncio para não danificar a sua imagem. Mas não é apenas um gesto externo,
brota duma atitude interior. Também não é a ingenuidade de quem pretende não
ver as dificuldades e os pontos fracos do outro, mas a perspectiva ampla de
quem coloca estas fraquezas e erros no seu contexto; lembra-se de que estes
defeitos constituem apenas uma parte, não são a totalidade do ser do outro: um
facto desagradável no relacionamento não é a totalidade desse relacionamento.
Assim é possível aceitar, com simplicidade, que todos somos uma complexa combinação
de luzes e sombras. O outro não é apenas aquilo que me incomoda; é muito mais
do que isso. E, pela mesma razão, não lhe exijo que seja perfeito o seu amor
para o apreciar: ama-me como é e como pode, com os seus limites, mas o facto de
o seu amor ser imperfeito não significa que seja falso ou que não seja real. É
real, mas limitado e terreno. Por isso, se eu lhe exigir demais, de alguma maneira
mo fará saber, pois não poderá nem aceitará desempenhar o papel dum ser divino
nem estar ao serviço de todas as minhas necessidades. O amor convive com a
imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do ser
amado. Confia. «Panta pisteuei – tudo crê».
Pelo contexto, não se deve entender esta «fé» em sentido teológico, mas no
sentido comum de «confiança». Não se trata apenas de não suspeitar que o outro
esteja mentindo ou enganando; esta confiança básica reconhece a luz acesa por
Deus que se esconde por detrás da escuridão, ou a brasa ainda acesa sob as cinzas.
É
precisamente esta confiança que torna possível uma relação em liberdade. Não é
necessário controlar o outro, seguir minuciosamente os seus passos, para evitar
que fuja dos meus braços. O amor confia, deixa em liberdade, renuncia a
controlar tudo, a possuir, a dominar. Esta liberdade, que possibilita espaços
de autonomia, abertura ao mundo e novas experiências, consente que a relação se
enriqueça e não se transforme numa endogamia sem horizontes. Assim, ao reencontrar-se,
os cônjuges podem viver a alegria de partilhar o que receberam e aprenderam
fora do circuito familiar. Ao mesmo tempo torna possível a sinceridade e a
transparência, porque uma pessoa, quando sabe que os outros confiam nela e
apreciam a bondade basilar do seu ser, mostra-se como é, sem dissimulações.
Pelo contrário, quando alguém sabe que sempre suspeitam dele, julgam-no sem compaixão
e não o amam incondicionalmente, preferirá guardar os seus segredos, esconder
as suas quedas e fraquezas, fingir o que não é.
Concluindo,
uma família, onde reina uma confiança sólida, carinhosa e, suceda o que
suceder, sempre se volta a confiar, permite o florescimento da verdadeira identidade
dos seus membros, fazendo com que se rejeite espontaneamente o engano, a
falsidade e a mentira.
(cont)
(revisão
da versão portuguesa por AMA)
[ii] Francisco, Catequese
(13 de Maio de 2015): L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de
14/V/2015), 16.
[iii] João Paulo II,
Exort. ap. Familiaris consortio (22 de Novembro de 1981), 21: AAS 74 (1982),
106.
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