16/08/2021

NUNC COEPI: Publicações em Agosto 16

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Segunda-Feira

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me: 

Sorrir, ser amável.


 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Lc XVII, 1-37

 

Os escândalos

1 Disse, depois, aos discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os causa! 2 Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar um só destes pequeninos.

 

Perdão das injúrias

3 Tende cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se te ofender sete vezes ao dia e sete vezes te vier dizer: ‘Arrependo-me’, perdoa-lhe.»

 

Força da fé

5 Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé.» 6 O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: ‘Arranca-te daí e planta-te no mar’, e ela havia de obedecer-vos.»

 

O nosso dever

7 «Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: ‘Vem cá depressa e senta-te à mesa’? 8 Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu’? 9 Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? 10 Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.’»

 

Cura dos dez leprosos

11 Quando caminhava para Jerusalém, Jesus passou através da Samaria e da Galileia. 12 Ao entrar numa aldeia, dez homens leprosos vieram ao seu encontro; mantendo-se à distância, 13 gritaram, dizendo: «Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!» 14 Ao vê-los, disse-lhes: «Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.» Ora, enquanto iam a caminho, ficaram purificados. 15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em voz alta; 16 caiu aos pés de Jesus com a face em terra e agradeceu-lhe. Era um samaritano. 17 Tomando a palavra, Jesus disse: «Não foram dez os que ficaram purificados? Onde estão os outros nove? 18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» 19 E disse-lhe: «Levanta-te e vai. A tua fé te salvou.»

 

A vinda do Reino de Deus

20 Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu-lhes: «O Reino de Deus não vem de maneira ostensiva. 21 Ninguém poderá afirmar: ‘Ei-lo aqui’ ou ‘Ei-lo ali’, pois o Reino de Deus está entre vós.» 22 Depois, disse aos discípulos: «Tempo virá em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem e não o vereis. 23 Vão dizer-vos: ‘Ei-lo ali’, ou então: ‘Ei-lo aqui.’ Não queirais ir lá nem os sigais. 24 Porque, como o relâmpago, ao faiscar, brilha de um extremo ao outro do céu, assim será o Filho do Homem no seu dia. 25 Mas, primeiramente, Ele tem de sofrer muito e ser rejeitado por esta geração. 26 Como sucedeu nos dias de Noé, assim sucederá também nos dias do Filho do Homem: 27 comiam, bebiam, os homens casavam-se e as mulheres eram dadas em casamento, até ao dia em que Noé entrou na Arca e veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. 28 O mesmo sucedeu nos dias de Lot: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam, construíam; 29 mas, no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus fez cair do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os matou a todos. 30 Assim será no dia em que o Filho do Homem se revelar. 31 Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver as suas coisas em casa não desça para as tirar; e, do mesmo modo, quem estiver no campo não volte atrás. 32 Lembrai-vos da mulher de Lot. 33 Quem procurar salvar a vida, há-de perdê-la; e quem a perder, há-de conservá-la. 34 Digo-vos que, nessa noite, estarão dois numa cama: um será tomado e o outro será deixado. 35 Duas mulheres estarão juntas a moer: uma será tomada e a outra será deixada. 36 Dois homens estarão no campo: um será tomado e o outro será deixado.» 37 Tomando a palavra, os discípulos disseram-lhe: «Senhor, onde sucederá isso?» Respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, lá se juntarão também os abutres.»

 

Comentário

 

O Senhor responde aos Apóstolos com um exemplo sobre a Fé, no mínimo, extraordinário. Não é de admitir que alguém – mesmo por experiência pateta – mande uma árvore plantar-se no mar! Mas, pelas palavras do Senhor, até poderia, com uma condição prévia: Ter fé como um grão de mostarda! Ou seja, mesmo uma fé do tamanho de um grão de dimensões mínimas, tem um poder e um alcance extraordinários. Uma pergunta se impõe: Qual é o tamanho da nossa Fé?

Que há-de querer um cego? Naturalmente… ver. E quando precisa realmente, quando o que pede é um bem inestimável, não há nada nem ninguém que o impeça de tudo fazer para o conseguir. E nós? Vemos? Distinguimos claramente o bem do mal? Temos o olhar limpo ou por vezes deixamos que a concupiscência nos turve a vista e nos impeça ver o perigo da tentação? Peçamos insistentemente ao Senhor um olhar limpo e puro para podermos ver as maravilhas que Ele opera em nós.

Serviço é sempre trabalho donde que, servir e trabalhar, são praticamente a mesma coisa. Mas alguns acham que servir é de alguma forma submissão ou sujeição que coarcta a liberdade pessoal e fere a dignidade próprias. Não é assim, bem ao contrário, servir ajuda a crescer na dignidade e na própria estatura moral exactamente porque se cumpre o desígnio de Deus Criador que criou o homem para que trabalhasse e, trabalhando, dominar a natureza e alcançar a plenitude da vida.

Parecem um pouco “duras” as palavas do Senhor: Servos inúteis! Porquê? Talvez achemos que, por cumprir o nosso dever devemos ser louvados e exaltados? Mas… e se não fizermos? Deveríamos sofrer, por isso, um castigo? Então, bem vistas as coisas, só somos úteis se cumprirmos o que nos compete fazer, caso contrário, não temos qualquer préstimo.

De facto, os dez leprosos demonstraram uma mesma fé absoluta em Jesus Cristo: sob a Sua ordem, não hesitaram em fazer como lhes ordenara. Não fizeram perguntas, não duvidaram um instante sequer. Sim… é de louvar tal fé! Mas, como vemos no final do texto, embora os dez ficassem curados a um só foi garantida a salvação: ao que voltou para trás para mostrar o seu agradecimento. A Fé, sem dúvida, é importantíssima e consegue coisas extraordinárias, o mas dar graças a Deus alcança muito mais além da cura do corpo. Alcança a cura da alma e a salvação eterna!

Há efectivamente um paralelismo nas palavras de Jesus entre o que aconteceria - e de facto aconteceu - na conquista de Israel, a destruição de Jerusalém e o fim do mundo. Para os judeus a destruição do templo significava o final dos tempos. Não obstante a catástrofe e os longos anos de sofrimento a que os babilónicos o submeteu, o povo judeu acabou por reconquistar a liberdade, reconstruir, o templo, recomeçar a vida. Mas não tinha "aprendido" com isso de tal modo que Cristo não deixa de avisar repetidamente que, o futuro prepara-se no presente e depende do comportamento diário.

O Senhor faz várias referências sobre o “chamado” fim do mundo. Jesus Cristo não é o profeta da desgraça, nem o prenunciador de factos ou acontecimentos terríveis, mas, sabe, porque Ele sabe tudo, quanto irá acontecer. Não o revela exactamente para não desanimar os que – como Ele deseja e incentiva – procuram estar preparados para o que vier. Se atentarmos bem nas palavras que pronuncia, o que o Senhor deseja é que os homens – todos os homens – Seus irmãos estejam prevenidos e, sem saber nem como nem quando, estejam aptos a receber o Juiz Supremo quando Ele vier na Sua Glória julgar os vivos e os mortos.

Ao longo dos tempos não tem faltado quem se intitule como sendo o Messias Salvador. Alguns… visionários com evidentes desvios de personalidade, outros com o fim declarado de arrastar outros numa aventura que eles próprios são os primeiros a beneficiar. E, o que é de espantar, é que há quem os siga e contribua sem titubear para “a sua causa”, que mais não é, que a própria cupidez. Vemos, pois, quanta gente digna de dó – como o Senhor terá sentido tantas vezes – que vão atrás de sonhos, quimeras, histórias bem urdidas destinadas a convencer os mais fracos. Nós, cristãos, temos o dever de rezar – e muito – por esses muitos que seguem esses “lobos vestidos de pele de cordeiro”, para que encontrem alguém que os leve por um rumo certo e fiável.

O nome de Deus, de Jesus Cristo, tem sido usado por gente que pretende apenas aproveitar-se das pessoas fracas e desnorteadas. Sim há loucos e visionários, exaltados e sonhadores, sem dúvida, mas, esses, mais tarde ou mais cedo ou desaparecem ou caem no descrédito dos seus seguidores. Mas, infelizmente, muitos outros não. São pessoas sagazes, com o dom da palavra e de forte personalidade que encontram, com aparente facilidade, quem esteja disposto a segui-los e a aceitar as suas teorias e visões do mundo. Como infelizmente também não faltam os que andam perdidos na vida, arrastando-se sem rumo nem critério, esmagados pelas dúvidas e toda a sorte de males, ansiosos por encontrar quem lhes aponte um caminho seguro, lhes dê uma esperança, lhes confirme uma salvação ou cura. E, são estes, quase sempre, as primeiras vítimas dos primeiros, deixando-se embalar em falsas promessas, acreditando em manhas e truques de toda a ordem, enfim, enchendo o coração com aquilo que lhes falta. Como são dignos de dó e como todos nós, cristãos, temos de rezar por eles para que vão a tempo de ver a verdadeira luz e, assim, reconhecerem a verdade.

 

 


VIRTUDES

 

As virtudes humanas

 

Entre as virtudes humanas há quatro chamadas cardeais, porque todas as outras se agrupam à volta delas. São a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança. (cf. Catecismo, 1805).

 

A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir (Catecismo, 1806). É a norma recta da acção

 

A justiça é a virtude moral que consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. (Catecismo 1807)

 

A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições. Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa justa. (Catecismo, 1808).

 

A temperança a virtude moral que modera a atracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração. A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento: “Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites” (Sir 18, 30). No Novo Testamento, é chamada “moderação”, ou “sobriedade”» (Catecismo , 1809).

 

A respeito das virtudes morais, afirma-se que in médio virtus. Isto significa que a virtude moral consiste no meio entre um defeito e um excesso. In médio virtus não é uma chamada à mediocridade. A virtude não é o termo médio entre dois ou mais vícios, mas a rectidão da vontade que, como num cume, se opõe a todos os abismos que são os vícios.

 


 

REFLEXÃO

Recorda-te que as abelhas no tempo em que fazem o mel comem e sustentam-se de um mantimento muito amargo; e assim nós não podemos praticar actos de maior mansidão e paciência, nem compor o mel das melhores virtudes, senão quando comemos o pão da amargura e vivemos no meio das aflições.

 

(São Francisco de Sales, Introducción a la vida devota, III, 3)




SÃO JOSEMARIA - textos

 

Faz tudo o que puderes para conheceres a Deus

Em cada dia faz tudo o que puderes para conheceres a Deus, para te dares com Ele, para te enamorares mais em cada instante e não pensares senão no seu Amor e na sua glória. – Cumprirás este plano, filho, se não deixares, por nada!, os teus tempos de oração, a tua presença de Deus (com jaculatórias e comunhões espirituais para te inflamarem), a tua Santa Missa pausada, o teu trabalho bem acabado por Ele. (Forja, 737)

Meus filhos, onde estiverem os homens, vossos irmãos; onde estiverem as vossas aspirações, o vosso trabalho, os vossos amores, é aí que está o sítio do vosso encontro quotidiano com Cristo. É no meio das coisas mais materiais da Terra que devemos santificar-nos, servindo Deus e todos os homens. Tenho ensinado constantemente com palavras da Sagrada Escritura: o mundo não é mau porque saiu das mãos de Deus, porque é uma criatura Sua, porque Iavé olhou para ele e viu que era bom (Cfr. Gen. 1, 7 e ss.). Nós, os homens, é que o tornamos mau e feio, com os nossos pecados e as nossas infidelidades. Não duvideis, meus filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós, homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus. Pelo contrário, deveis compreender agora – com uma nova clareza – que Deus vos chama a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir. (Temas Actuais do Cristianismo, 113–114)