Evangelho
Mt
XXIV 42 – 51; XXV 1 - 13
Exortação à vigilância
42 Vigiai, pois, porque não sabeis em
que dia virá o vosso Senhor. 43 Ficai sabendo isto: Se o dono da casa soubesse
a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar
a casa. 44 Por isso, estai também preparados, porque o Filho do Homem virá na
hora em que não pensais.» 45 «Quem julgais que é o servo fiel e prudente, que o
senhor pôs à frente da sua família para os alimentar a seu tempo? 46 Feliz esse
servo a quem o senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado. 47 Em verdade vos
digo: Há-de confiar-lhe todos os seus bens. 48 Mas, se um mau servo disser
consigo mesmo: ‘O meu senhor está a demorar’, 49 e começar a bater nos seus
companheiros, a comer e a beber com os ébrios, 50 o senhor desse servo virá no
dia em que ele não o espera e à hora que ele desconhece; 51 vai afastá-lo e
dar-lhe um lugar com os hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.»
Parábola das dez virgens
1 «O Reino do Céu será semelhante a dez
virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. 2 Ora,
cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. 3 As insensatas, ao tomarem as
suas candeias, não levaram azeite consigo; 4enquanto as prudentes, com as suas
candeias, levaram azeite nas almotolias. 5 Como o noivo demorava, começaram a
dormitar e adormeceram. 6 A meio da noite, ouviu-se um brado: ‘Aí vem o noivo,
ide ao seu encontro!’ 7 Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as
candeias. 8 As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite,
porque as nossas candeias estão a apagar-se.’ 9 Mas as prudentes responderam:
‘Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e
comprai-o.’ 10 Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam
prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta. 11 Mais
tarde, chegaram as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a
porta!’ 12 Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço.’ 13
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.»
Flexibilidade
Esta
virtude, que se cita em último, não é, por isso, menos importante; aliás, a
ordem porque foram citadas não obedece a nenhum critério de importância ou interesse.
Pode
dizer-se que a Flexibilidade é a capacidade de mudar de atitude ou forma de
pensar adaptando-se a determinadas circunstâncias, sem necessariamente, e de
uma forma geral, implicar uma mudança de opinião ou convicções mais profundas.
Claro
que é necessário ter uma atenção especial para não se cair na contradição da
constância, por exemplo, mas, ao contrário, apoiar-se mais noutras virtudes
como, por exemplo: a Humildade, a Confiança, a Obediência, a Simplicidade, a
Mansidão, a Amizade e a Fraternidade.
A
irredutibilidade de opinião, conceito ou critério é, quase sempre sinal de
falta de humildade e, bastantes vezes de orgulho e autoconvencimento.
Fechar-se num hermetismo impassível ao que se
passa à sua volta, completamente alheio das opiniões ou conceitos dos outros,
sejam quem forem, conduz a um anquilosamento da personalidade que torna a
pessoa antipática e pouco ou nada participativa na vida social.
Numa espécie de ilha – como já falámos –
sente-se dono e senhor de umas razões e certezas que não está disponível para
avaliar e, muito menos, discutir.
Não evolui, não cresce, não melhora.
A
atitude contrária manifesta-se na abertura às opiniões dos outros,
contrastando-as com as próprias e elegendo as que, em consciência, parecem mais
adequadas à circunstância.
Não
se trata de ceder; mas de aceitar, de submissão mas de cooperação.
É a
virtude da flexibilidade que nos permite ir pela vida colhendo a beneficiando
das experiências e conhecimentos dos outros, adaptando-nos, usando a Humildade,
a Confiança, a Amizade e a Fraternidade para, com Simplicidade e Mansidão,
progredir nas demais virtudes que devem estar sempre presentes.
Sem
elas, seria muito difícil, ou mesmo impossível, ao homem progredir no caminho
do bem, da melhoria pessoal e alheia, dando à sociedade o contributo que tem
obrigação de dar.
Melhoria
pessoal
Quando
se fala de melhoria pessoal tem de se estar preparado para um tema que abarca
várias vertentes da vida humana.
Desde
o progresso na vida normal e corrente, na carreira profissional numa
expectativa de melhoria, quer das condições de trabalho, quer dos proventos que
for lícito esperar do mesmo, numa constante adaptação às novidades que vão
surgindo em ritmo mais ou menos acelerado em todos os campos da actividade
humana, desenvolvendo as capacidades próprias de acordo com o que se vai
aprendendo, quer estudando quer com a experiência própria e observação do
comportamento dos outros, é, o que pode chamar-se, perspectivas de melhoria
pessoal.
Esta é, de facto, uma característica da
pessoa consciente e normalmente desenvolvida, a evolução natural ao longo da
vida.
Para isto contribui fortemente a formação do
carácter com objectivos bem definidos e os procedimentos a ter para os
conseguir alcançar.
A pessoa
conformada com a sua situação, quer laboral quer na escala social pode
classificar-se como amorfa.
“Tanto
se lhe dá”, não lhe importa crescer, não tem apetência por novidade nem lhe
interessa a evolução da sociedade nas suas múltiplas facetas.
Está destinado a morrer no verdadeiro sentido
da palavra, estagnando num pântano de conformismo e alheamento que não
interessa para nada nem ao próprio nem à sociedade.