16/04/2021

NUNC COEPI: Publicações em Abril 16

PLANO DE VIDA:  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

Leitura espiritual 

 

Evangelho

Lc XXIII, 33-49

Crucificação

33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 34 Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes. 35 O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.» 36 Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre, 37 diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!» 38 E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»

 

O bom ladrão

39 Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.» 40 Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? 41 Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» 42 E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.» 43 Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»

 

Morte de Jesus

44 Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. 45 O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. 46 Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. 47 Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» 48 E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. 49 Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.

 

Considerações

 

O São Lucas dedica o penúltimo capítulo do Evangelho que escreveu à Crucificção e morte de Jesus.

A primeira consideração que me ocorre é o perdão do Crucificado: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» esclarecendo o motivo pelo qual perdoa: porque não sabiam o que faziam.

Para nós, os cristãos de hoje ou de outro tempo qualquer é consolador saber que a responsabilidade do pecado pessoal cometido por ignorância ou sem o propósito de o cometer não merece condenação.

Uma segunda consideração é o valor do reconhecimento do pecado praticado, assumindo a responsabilidade pessoal pelo mesmo e, depois o arrependimento sincero do que se fez.

Por exemplo alguém com grave deficiência mental, não pode ser responsável pelos actos que comete nem os maus nem os bons porque não tem consciência deles e, o pecado como tal, é sempre um acto da vontade consciente.

Ora, neste caso, Jesus advertia que os que O crucificavam apenas cumpriam ordens e que não tinham como perceber que a crucificação de Jesus teria de ser diferente de numerosas outras como era hábito naqueles tempos.

Vemos bem, pelo que São Lucas descreve, que o perdão ”instantâneo” que Jesus concede ao “bom ladrão” «hoje estarás comigo no Paraíso.» é o prémio da confissão e do arrependimento.

A Confissão Sacramental para ser perfeita tem de conter estas duas condições.

Em terceiro lugar vem o relato da reacção do centurião quando compreende que os fenómenos que se sucedem a seguir à morte de Jesus estão directamente relacionados.

Mais avulta, talvez, ter sido um não judeu, a reconhecer esses “sinais” quando, constantemente ojudeus, o povo e os seus chefes pediam a Jesus sinais que o identificassem como Deus. Nem os numerosos milagres que constataram durante os três anos de vida pública de Jesus - e alguns desses milagres não poderiam nunca ser ignorados como, por exemplo, as multiplicações de pães e peixes com que alimentou milhares de pessoas, ou o instantâneo apasiguamento de tempestades violentas, a cura de paralíticos, cegos de nascença, leprosos… foram bastantes para serem considerados ”sinais” eloquentes da Divindade de Jesus Cristo.

De facto, pior que não enxergar é não querer ver, pior, muito pior que não entender é não procurar perceber.   

  

DOUTRINA (Perguntas e respostas)

O AGNOSTICISMO

 

3. O agnosticismo é apenas uma teoria?

 

Aparentemente, o agnosticismo é apenas uma teoria, mas na realidade tem importantes consequências práticas.

Na prática, é um ateísmo.

 

REFLEXÃO

Igualdade de vida

 

Houve-se com frequência dizer a respeito de alguém: 'É muito honesto'.

Isto é dito como se fosse algo extraordinário, fora do "normal".

Mas, então, o normal não é ser-se honesto!

Aliás, não se é "muito honesto" ou se é ou não!

Por isso penso que esta locução não faz qualquer sentido e que o que realmente se deveria dizer seria: 'Pode confiar-se' (nessa pessoa).

Isto sim é o que realmente queremos pensar a respeito dos outros e que igualmente desejamos que os outros pensem de nós.

Claro que uma pessoa digna de confiança é, por natureza, honesta.

É que parece haver uma tendência para considerar que a honestidade se resume e conclui em não se apropriar do alheio quando, de facto, é muito mais que isso: é viver, pensar e actuar com critérios sãos e estáveis, que não mudam conforme as circunstâncias, o ambiente ou outra coisa qualquer.

Considerar alguém honesto só porque não se apropria do que não lhe pertence é reduzir essa virtude a um mero comportamento, ou dito de outra forma, que essa virtude é a consequência lógica de não ter o defeito.

Mas... não ter um defeito não determina possuir uma virtude.

Por exemplo: Se não me embriago não permite concluir que tenha a virtude da temperança, mas apenas que sou comedido na bebida; Se cumpro as regras de trânsito não quer dizer que sou obediente, mas que respeito as leis; As virtudes - tema já abordado antes -  só se adquirem com os bons hábitos praticados com regularidade e independentemente das circunstâncias.

Por isso mesmo é muito importante a igualdade de vida.

Mas… E o que vem a ser a "igualdade de vida"?

Para os cristãos, é proceder de acordo com a Fé que afirmam professar, sem "intervalos" ou concessões.

Que os actos correspondam ao que se diz, que haja coerência, sintonia, entre o que se pensa e diz e o que se pratica.

Que, em suma, se seja honesto consigo próprio.

Mas, sobretudo, se seja honesto com Deus Nosso Senhor que não pode aceitar nem desculpas nem "justificações" se o nosso comportamento não corresponde integralmente ao que Ele tem todo o direito de esperar.

Ele sabe muito bem se o que fazemos corresponde à Sua Vontade ou aos nossos desejos ou conveniências de momento.

Portanto, pode concluir-se, igualdade de vida é fazer, em tudo, a Vontade de Deus!