por El Reto Del Amor
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
26/05/2019
Temas para reflectir e meditar
(P. rainiero cantalamessa, prática na XXV Assembleia do Mov. Carism. da Dioc. do Porto, 2010.04.17)
Leitura espiritual
DA DOUTRINA SOCIAL
DA IGREJA
CAPÍTULO
III
A
PESSOA E OS SEUS DIREITOS
II. A PESSOA HUMANA «IMAGO
DEI»
a)
Criatura à imagem de Deus
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O mistério do pecado se compõe de uma dúplice ferida, que o pecador abre no seu
próprio flanco e na relação com o próximo. Por isso se pode falar de pecado
pessoal e social: todo o pecado é pessoal sob um aspecto; sob um outro aspecto,
todo o pecado é social, enquanto e porque tem também consequências sociais. O
pecado, em sentido verdadeiro e próprio, é sempre um ato da pessoa, porque é um
acto de liberdade de um homem, individualmente considerado, e não propriamente
de um grupo ou de uma comunidade, mas a cada pecado se pode atribuir
indiscutivelmente o carácter de pecado social, tendo em conta o facto de que
«em virtude de uma solidariedade humana tão misteriosa e imperceptível quanto
real e concreta, o pecado de cada um se repercute, de algum modo, sobre os outros».
Não é todavia legítima e aceitável uma acepção do pecado social que, mais ou
menos inconscientemente, leve a diluir e quase a eliminar a sua componente
pessoal, para admitir somente as culpas e responsabilidades sociais. No fundo
de cada situação de pecado encontra-se sempre a pessoa que peca.
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Alguns pecados, ademais, constituem, pelo próprio objecto, uma agressão directa
ao próximo. Tais pecados, em particular, se qualificam como pecados sociais. É
igualmente social todo o pecado cometido contra a justiça, quer nas relações de
pessoa a pessoa, quer nas da pessoa com a comunidade, quer, ainda, nas da
comunidade com a pessoa. É social todo o pecado contra os direitos da pessoa
humana, a começar pelo direito à vida, incluindo a do nascituro, ou contra a
integridade física de alguém; todo o pecado contra a liberdade de outrem,
especialmente contra a suprema liberdade de crer em Deus e de adorá-l’O; todo o
pecado contra a dignidade e a honra do próximo. Social é todo o pecado contra o
bem comum e contra as suas exigências, em toda a ampla esfera dos direitos e
dos deveres dos cidadãos. Enfim, é social aquele pecado que «diz respeito às
relações entre as várias comunidades humanas. Estas relações nem sempre estão
em sintonia com a desígnio de Deus, que quer no mundo justiça, liberdade e paz
entre os indivíduos, os grupos, os povos».
119
As consequências do pecado alimentam as estruturas de pecado, que se radicam no
pecado pessoal e, portanto, estão sempre coligadas aos actos concretos das
pessoas, que as introduzem, consolidam e tornam difíceis de remover. E assim se
reforçam, se difundem e se tornam fontes de outros pecados, condicionando a
conduta dos homens. Trata-se de condicionamentos e obstáculos que duram
muito mais do que as acções feitas no breve arco da vida de um indivíduo e que
interferem também no processo de desenvolvimento dos povos, cujo retardo ou
lentidão devem ser julgados também sob este aspecto. As acções e as
atitudes opostas à vontade de Deus e ao bem do próximo e as estruturas a que
elas induzem parecem ser hoje sobretudo duas: «por outro lado, a sede do poder,
com o objectivo de impor aos outros a própria vontade. A cada um destes
comportamentos pode juntar-se, para os caracterizar melhor, a expressão: “a
qualquer preço”».
c)
Universalidade do pecado e universalidade da salvação
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A doutrina do pecado original, que ensina a universalidade do pecado, tem uma
importância fundamental: «Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós
mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8). Esta doutrina induz o homem a
não permanecer na culpa e a não tomá-la com leviandade, buscando continuamente
bodes expiatórios nos outros homens e justificações no ambiente, na
hereditariedade, nas instituições, nas estruturas e nas relações. Trata-se de
um ensinamento que desmascara tais engodos.
A
doutrina da universalidade do pecado, todavia, não deve ser desligada da
consciência da universalidade da salvação em Jesus Cristo. Se dela isolada,
gera uma falsa angústia do pecado e uma consideração pessimista do mundo e da
vida, que induz a desprezar as realizações culturais e civis dos homens.
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O realismo cristão vê os abismos do pecado, mas na luz da esperança, maior do
que todo e qualquer mal, dada pelo acto redentor de Cristo que destruiu o pecado
e a morte (cf. Rm 5, 18-21; 1 Cor 15, 56-57): «N’Ele, Deus reconciliou o homem
consigo». Cristo, Imagem de Deus (cf. 2 Cor 4, 4; Col 1, 15), é Aquele que
ilumina plenamente e leva ao cumprimento a imagem e semelhança de Deus no
homem. A Palavra que se fez homem em Jesus Cristo é desde sempre a vida e a luz
do homem, luz que ilumina todo homem (cf. Jo 1, 4.9). Deus quer no único mediador
Jesus Cristo, Seu Filho, a salvação de todos os homens (cf. 1 Tm 2,4-5). Jesus
é, ao mesmo tempo, o Filho de Deus e o novo Adão, ou seja, o novo homem (cf. 1
Cor 15, 47-49; Rm 5,14): «Cristo, novo Adão, na mesma revelação do mistério do
Pai e do seu amor, manifesta perfeitamente o homem ao próprio homem e
descobre-lhe a sublimidade da sua vocação». N’Ele fomos por Deus
predestinados para sermos «conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este
seja o primogénito entre uma multidão de irmãos» (Rm 8,29).
122
A realidade nova que Jesus nos dá não se enxerta na natureza humana, não se lhe
acresce a partir de fora: é, antes, aquela realidade de comunhão com o Deus
trinitário para a qual os homens desde sempre são orientados no mais profundo
do seu ser, graças à sua semelhança criatural com Deus; mas trata-se também de
uma realidade que eles não podem alcançar somente com as próprias forças.
Mediante o Espírito de Jesus Cristo, Filho encarnado de Deus, no qual tal
realidade de comunhão é já realizada de modo singular, os homens são acolhidos
como filhos de Deus (cf. Rm 8, 14-17; Gal 4,4-7). Por meio de Cristo,
participamos da natureza de Deus, que se doa infinitamente mais « do que tudo
quanto pedimos ou entendemos» (Ef 3,20). O que os homens já receberam não é
senão uma antecipação ou um «penhor» (2 Cor 1, 22; Ef 1,14) daquilo que
obterão completamente somente diante de Deus, visto «face a face» (1 Cor
13,12), ou seja, um penhor da vida eterna: « Ora, a vida eterna consiste em que
te conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste» (Jo 17,
3).
123
A universalidade desta esperança inclui, ademais dos homens e das mulheres de
todos os povos, também o céu e a terra: «Que os céus, das alturas, derramem o
seu orvalho, que as nuvens façam chover a vitória; abra-se a terra e brote a
felicidade e ao mesmo tempo faça germinar a justiça! Sou eu, o Senhor, a causa
de tudo isso» (Is 45, 8). Segundo o Novo Testamento, com efeito, a criação
inteira juntamente com toda a humanidade aguardam o Redentor: submetida à
caducidade, avança plena de esperança, entre gemidos e dores de parto,
esperando ser libertada da corrupção (cf. Rm 8, 18-22).
III.
A PESSOA HUMANA E OS SEUS VÁRIOS PERFIS
124
Fazendo tesouro da admirável mensagem bíblica, a doutrina social da Igreja se
detém antes de tudo sobre as principais e incindíveis dimensões da pessoa
humana, de modo a poder captar os matizes mais relevantes do seu mistério e da
sua dignidade. Com efeito não faltaram no passado, e aparecem ainda
dramaticamente no cenário da história actual, multíplices concepções redutivas,
de carácter ideológico ou devidas simplesmente a formas difusas do costume e do
pensamento, referentes à consideração do homem, da sua vida e dos seus
destinos, unificadas pela tentativa de ofuscar-lhe a imagem através da
enfatização de uma só das suas características, em detrimento das demais.
125
A pessoa não pode jamais ser pensada unicamente como absoluta individualidade,
edificada por si mesma ou sobre si mesma, como se as suas características
próprias não dependessem senão de si mesmas. Nem pode ser pensada como pura
célula de um organismo disposto a reconhecer-lhe, quando muito, um papel
funcional no interior de um sistema. As concepções redutivas da plena verdade
do homem foram já frequentes vezes objecto da solicitude social da Igreja, que
não deixou de elevar a sua voz contra estas e outras perspectivas,
drasticamente redutivas, preocupando-se, antes, em anunciar que «os indivíduos
não nos aparecem desligados entre si quais grãos de areia, mas sim unidos por
relações (...) orgânicas, harmoniosas e mútuas» e que, vice-versa, o homem
não pode ser considerado «simplesmente como um elemento e uma molécula do
organismo social», cuidando assim que à afirmação do primado da pessoa
não correspondesse uma visão individualista ou massificada.
126
A fé cristã, ao mesmo tempo em que convida a procurar em toda a parte o que é
bom e digno do homem (cf. 1 Tes 5,21), «situa-se num plano superior e, algumas
vezes, oposto ao das ideologias, na medida em que ela reconhece Deus,
transcendente e criador, o qual interpela o homem como liberdade responsável,
através de toda a gama do criado».
A
doutrina social ocupa-se de diferentes dimensões do mistério do homem, que
exige ser abordado «na plena verdade da sua existência, do seu ser pessoal e,
ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social», com uma atenção
específica, de sorte a consentir a sua valoração mais pontual.
A)
A UNIDADE DA PESSOA
127
O homem foi criado por Deus como unidade de alma e corpo. «A alma
espiritual e imortal é o princípio de unidade do ser humano, é aquilo pelo qual
este existe como um todo — “corpore et anima unus” — enquanto pessoa. Estas
definições não indicam apenas que o corpo, ao qual é prometida a ressurreição,
também participará da glória; elas lembram igualmente a ligação da razão e da
vontade livre com todas as faculdades corpóreas e sensíveis. A pessoa,
incluindo o corpo, está totalmente confiada a si própria, e é na unidade da
alma e do corpo que ela é o sujeito dos próprios actos morais».
128
Mediante a sua corporeidade o homem unifica em si os elementos do mundo
material, «que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao
Criador uma voz de louvor». Esta dimensão permite ao homem inserir-se no
mundo material, lugar da sua realização e da sua liberdade, não como numa
prisão ou num exílio. Não é lícito desprezar a vida corporal; o homem, ao
contrário, «deve estimar e honrar o seu corpo, porque criado por Deus e
destinado à ressurreição no último dia». A dimensão corporal, contudo,
após a ferida original, faz com que o homem experimente as rebeliões do corpo e
as perversas inclinações do coração, sobre as quais ele deve sempre vigiar para
não se deixar escravizar e para não se tornar vítima de uma visão puramente
terrena da vida.
Com
a espiritualidade o homem supera a totalidade das coisas e penetra na estrutura
espiritual mais profunda da realidade. Quando se volta ao seu coração, isto é,
quando reflecte sobre o próprio destino, o homem se descobre superior ao mundo
material, pela sua dignidade única de interlocutor de Deus, sob cujo olhar
decide a sua própria sorte. Ele, na sua vida interior, transcende o universo
sensível e material, reconhece «em si mesmo a alma espiritual e imortal» e sabe
não ser «somente uma partícula da natureza ou um elemento anónimo da cidade
humana».
129
O homem, portanto, tem duas diferentes características: é um ser material,
ligado a este mundo mediante o seu corpo, e um ser espiritual, aberto à
transcendência e à descoberta de «uma verdade mais profunda», em razão de sua
inteligência, com a qual participa «da luz da inteligência divina». A
Igreja afirma: «A unidade da alma e do corpo é tão profunda que se deve
considerar a alma como a “forma” do corpo; ou seja, é graças à alma espiritual
que o corpo constituído de matéria é um corpo humano e vivo; o espírito e a matéria
no homem não são duas naturezas unidas, mas a união deles forma uma única
natureza». Nem o espiritualismo, que despreza a realidade do corpo, nem o
materialismo, que considera o espírito mera manifestação da matéria, dão conta
da natureza complexa, da totalidade e da unidade do ser humano.
Evangelho e comentário
TEMPO DE PÁSCOA
Evangelho: Jo 14, 23-29
23 Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me
tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a
ele e nele faremos morada. 24 Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras;
e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou.» 25 «Fui-vos
revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco; 26 mas o Paráclito,
o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e
há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.» 27 «Deixo-vos a paz; dou-vos a
minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso
coração nem se acobarde. 28 Ouvistes o que Eu vos disse: ‘Eu vou, mas voltarei
a vós.’ Se me tivésseis amor, havíeis de alegrar-vos por Eu ir para o Pai, pois
o Pai é mais do que Eu. 29 Digo-vo-lo agora, antes que aconteça, para crerdes
quando isso acontecer.
Comentário:
Uma vez mais o Evangelista insiste no tema do amor.
O amor de Deus, o amor a Deus, o amor entre os homens.
E tem muita razão porque nunca será demais considerar que o amor conduz e guia o homem para Deus e assegura uma sã convivência.
Como viver sem amor?
Felizmente a maior parte de nós não imaginamos sequer o que possa ser mas, na verdade, há épocas, circunstâncias e sociedades onde parece não existir.
O resultado, as consequências são bem evidentes: as guerras e lutas sem tréguas ou limites, os genocídios e violências de toda a ordem que grassam num crescendo imparável.
(AMA, comentário sobre Jo 14, 23-29, Malta, 01,05.2016)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
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