Tempo comum VIII Semana |
Evangelho: Mc 10, 28-31
28 Pedro
começou a dizer-lhe: «Eis que deixámos tudo e Te seguimos». 29 Jesus
respondeu: «Em verdade vos digo: Ninguém há que tenha deixado a casa, os
irmãos, as irmãs, o pai, a mãe, os filhos, ou as terras, por causa de Mim e do
Evangelho, 30 que não receba o cêntuplo, mesmo nesta vida, em casas,
irmãos, irmãs, mães, filhos, e terras, juntamente com as perseguições, e no
tempo futuro a vida eterna. 31 Porém, muitos dos primeiros serão os
últimos, e os últimos serão os primeiros».
Comentário:
Ser dos últimos
ou dos primeiros não é uma questão importante, o que realmente deve contar é
ser um dos seguidores de Cristo.
Na maior parte
das vezes Ele não nos pede, como o fez com os Apóstolos, que larguemos tudo
para O seguir. Fá-lo-á apenas com alguns a quem encarrega expressamente de
guiar o Seu rebanho. Estes são, de facto, os eleitos, os escolhidos para a
sublime e extraordinária missão de continuar, na Sua Igreja, o trabalho da expansão
do Reino de Deus por todo o mundo e a todas as gentes.
Às pessoas comuns,
que somos em grande maioria, Jesus pede-nos o desprendimento necessário para
poder-mos, com toda a liberdade, segui-lo pelos caminhos da terra, fazendo o
que Ele quer que façamos, ou seja, cumprindo a Sua vontade em tudo.
Custa, não é
fácil, já que haverá que abdicar de algumas coisas e ter uma visão muito concreta
do que nos convém.
Abdicar
significa pôr de lado e…concretamente o quê?
Preocupações
excessivas com a saúde, o bem-estar, a moda, o clima, os incómodos da vida
corrente; talvez a compra de outro telemóvel mais moderno, com mais
“aplicações” que, na maior parte das vezes nem sabemos muito bem qual o
préstimo ou, até, não utilizamos de todo; uma série de jornais e revistas aos
fins-de-semana; o desafio de futebol que passa na televisão numa hora em que
outros, em casa, desejam ver outra coisa qualquer; a curiosidade – excessiva e,
até, mórbida – por notícias de última hora sobre assuntos de interesse muito
relativo e que, na maior parte das vezes, são a repetição do que já se sabia –
mudar de canal televisivo só para ver o que outra estação diz sobre o mesmo
assunto -; não emitir opinião ou conceito sobre o que não se conhece bem e que,
talvez, nem nos tenham sido solicitados; um relógio que até é “barato”; uma
camisola verde-escuro só para condizer com as calças que acabámos de adquirir…
Sim, talvez a
maior parte sejam coisas de importância muito relativa, “coisas pequenas”, mas…se
não prescindimos destas como seremos capazes de prescindir de outras de maior
vulto?
(ama, comentário sobre Mc 10,
28-31, 2011.01.26)